Vem,
Te direi em segredo
Aonde leva esta dança.

Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
Giram desnorteados.

Cada átomo
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do sol.

Jalal al-Din Husain Rumi - Poema Sufi

Faltam-te pés para viajar?

Viaja dentro de ti mesmo,

E reflete, como a mina de rubis,

Os raios de sol para fora de ti.

A viagem conduzirá a teu ser,

transmutará teu pó em ouro puro.

Morgenstern?! Ao final do Blog!


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

MA ANANDA MOYI - 18 de setembro de 2012 - AUTRES DIMENSIONS


Eu sou MA ANANDA MOYI. Irmãs e Irmãos em humanidade, presentes sobre esta Terra, eu me dirijo a vocês enquanto Estrela AL, enquanto portadora do Fogo e enquanto iniciadora do Manto Azul da Graça.

Eu lhes rogo para bem acolher meu Amor (que é seu) e permitir-me estar ao seu lado. Eu venho, de algum modo, completar o que lhes foi comunicado pelo IRMÃO K em uma de suas últimas intervenções concernente ao questionamento essencial que deve ser o seu doravante, que é “ Quem é você?”

Então, como sempre, vou falar o mais simplesmente possível, não do que vocês são (porque somente vocês o podem descobrir e sê-lo) mas, bem mais, atrair sua Atenção sobre o que vocês não são. Como lhes foi explicado (e talvez como vocês o viveram), além do personagem que vocês representam sobre esta Terra, de suas encarnações, de sua reencarnações, existe algo que vocês são, bem além de suas vidas, bem além do que se passa quando vocês morrem e retornam em seguida.

Vocês são antes de tudo Absoluto. Vocês são, antes de tudo, uma consciência, livre para experimentar, para viajar. Uma consciência Criadora dela mesma. E vocês são, antes de tudo, Luz e Amor. Então, é claro, dizer-lhes isso não é suficiente, mas já permite, se vocês o quiserem, definir que vocês não são nada do que pode se encontrar sob os sentidos.

Vocês não são nada do que pode aparecer e desaparecer sobre este mundo. Vocês são bem maiores do que isso, bem mais vastos do que em seus sonhos mais loucos. Mas isso, é necessário vivê-lo, aqui, encarnados, trazer à Consciência (trazer em uma forma de memória que não é uma memória) sua Eternidade.

Despertar-vos, revelar-vos e sobretudo Liberar-vos das armadilhas do personagem. Então, é claro, existem numerosas etapas que lhes foram longamente descritas e que talvez vocês tenham longamente vivido e percorrido. Mas, hoje, o apelo da Luz lhes pede muito mais do que isso. Pede-lhes para reencontrar sua Herança. O que sempre esteve aí, o que é independente, de algum modo, desse corpo, dessa vida, dessas vidas e que contudo anima esse corpo, essa vida e essas vidas: um ser de beatitude, uma consciência que não conhece nem limite, nem restrição, nem falta. E no entanto tudo o que aparece no personagem que vocês vivem está, evidentemente, preenchido, eu diria, do oposto de tudo isso, pela própria presença do limite de um corpo, pela presença do limite de suas próprias percepções, e mesmo de sua própria Consciência, nessa pessoa.

Vocês todos sabem que existe (e sempre existiu) sobre esta Terra, seres que transcenderam os limites da Encarnação, do que vocês poderiam chamar o carma, e que descobriram algo que é (e que era raro e inabitual) algo em que se manifesta outra coisa do que, justamente, o que é o atributo do personagem que vocês são, no momento atual. É, de algum modo, isso que vocês podem reencontrar.

É, de algum modo, o que vocês podem ser, desde agora, a partir do instante em que, alguma parte, vocês renunciam, não à vida, é claro, mas às ilusões e aos apegos deste mundo. Eu não retornarei a isso porque a maior parte dos ensinamentos (de onde quer que eles venham) deram, de diferentes maneiras, esses elementos. Foram levados à sua sagacidade, à sua interrogação e ao seu questionamento. Viver o que está além do que é limitado, permanecendo nesse limitado, dá a viver uma Consciência que não é ordinária.

Certamente, vocês fizeram experiências, vocês viveram estados e é muito bem assim. Mas, hoje, é necessário ir mais longe. É necessário descobrir quem vocês São, revelá-lo, de algum modo, à sua consciência ordinária. Ora, essa revelação não pode se fazer, para a maioria de vocês, senão quando há o desaparecimento ou a ocultação do que vocês creem ser, no sentido de uma pessoa e de uma vida que se inscreve aqui, aí onde vocês estão. O que não é uma demissão dessa vida, desse corpo, mas sim uma transcendência total. Diversos nomes têm sido empregados: Transfiguração, Ressurreição, Transubstanciação.

De minha parte, eu diria Shantinilaya e também Manto Azul da Graça. Porque quando vocês fazem apelo a nós, quando nós estamos ao seu lado, quando o Manto Azul da Graça se deposita sobre seus ombros, quando a Onda da Vida, esse néctar, sobe por suas pernas e quando o peito torna-se um Fogo devorador de Amor, então vocês se chegam muito perto do que vocês São.

É em particular o que nós, no Oriente, chamamos a Kali Yuga, que encontra seu fim, que deve desembocar no que nós chamamos (sempre, entre nós, no Oriente) a Satia Yuga: uma nova era, um novo mundo, uma nova Luz, um espaço onde não existirá mais o que lhes é habitual sobre este mundo e que vocês podem agora e já manifestar, conscientizar, e estabelecerem-se nesse espaço de Paz, de Alegria, de Tranquilidade. Paradoxalmente, e muitos Anciãos lhes disseram (em particular UM AMIGO, que tem a mesma origem que a minha, em sua última vida): para permanecerem tranquilos, para nada fazerem.

Esse nada fazer, ainda uma vez, não é uma demissão ou o fato de ficar sentado e não mais se mover, mas sim uma disposição de sua própria consciência, em meio à sua pessoa e ao personagem que vocês acreditam ser, para deixar trabalhar, em vocês, essa transformação. Com efeito (e vocês o constatam uns e outros), é nos momentos em que vocês estão alinhados, nos momentos em que vocês se recolhem, de uma maneira ou de outra, que vocês podem viver certos estados que são incomuns, não habituais.

A repetição dessas experiências e desses estados deve trazer-lhes, se já não é fato, a confirmação de que há, efetivamente, outra coisa do que o que vocês conduzem no espaço dessa vida. O Manto Azul da Graça, a Onda da Vida, o Supramental (quaisquer que sejam os nomes e os locais do que se desenrola e se desenvolve em vocês) conduziu-os, à sua maneira, à sua medida, a viver certas coisas.

Eles têm, de algum modo, modificado os próprios fundamentos do desenrolar de suas vidas. Hoje, é necessário ir mais longe, mais longe no interior de vocês, mais longe no “quem vocês são”, “quem vocês são, em Verdade?” “Quem são vocês?” Quando nós lhes dizemos, em permanência, que vocês são Amor, Luz, Ilimitado, que vocês são a totalidade do criado e do incriado, que vocês são o que vocês buscam, há, é claro, uma Verdade fundamental que não é uma crença a adotar, mas sim algo a revelar.

Dessa revelação deriva, é claro, o fato de estarem Liberados, de não mais estarem presos às percepções ligadas aos sentidos, às percepções ligadas a um corpo, a uma história, a uma sucessão de histórias, mas sim a um princípio transcendente que é Amor, Luz. O Amor Luz é um estado de êxtase permanente.

O Amor Luz é um estado em que nada pode vir alterar. Esse estado conduz, além de qualquer estado, ao que foi chamado Absoluto, Último, Parabrahman. Esse Último, que não é necessário conceber como uma conclusão, mas bem mais, como algo que, efetivamente, é imutável e que permite, justamente, e sustenta, ao mesmo tempo, a manifestação do efêmero, a manifestação do que vocês chamam a vida, de seus sentidos, desse corpo, das interações que vocês conduzem nos diferentes setores de suas vidas.

Mas a Vida não é essa vida: que é apenas um elemento. A vida é bem mais vasta do que o que lhes é dado a perceber, imaginar, sonhar. É muito difícil imaginar, mesmo, que vocês possam ser independentes de qualquer forma, independentes de qualquer Dimensão, independentes de qualquer percepção.

Os modos e os mecanismos de funcionamento, sobre este mundo, são muito limitados, eles são tributários, é claro, da própria consciência. Eles são tributários de seus sentidos. Eles são tributários de suas ideias, de seus pensamentos, do que vocês podem definir como objetivos, metas. Mas tudo isso tem apenas um tempo. Aquele que se chama ainda BIDI sacudiu-os para chamá-los a descobrir, além da aparência, o que vocês São. 

Então, a dificuldade provém do fato de que é necessário descobrir isso no corpo, é necessário descobrir isso, Aqui e Agora, como o disse o Arcanjo ANAEL: o que vocês São. E descobrir o que vocês São, é descobrir, justamente, o que sempre esteve aí, o que jamais se moveu, o que jamais se deslocou, o que jamais se manifestou na encarnação, o que jamais nasceu e jamais morre.

E isso é o Amor. Isso é a Luz. Essa é a única e Última Verdade. Há testemunhos. As experiências que vocês têm conduzido são os testemunhos de sua aproximação, testemunhos dessa revelação que está em curso. Passar a Porta Estreita, é efetivamente renunciar a tudo o que tem apenas um tempo, a tudo o que existe unicamente sobre este plano, definido, eu diria, pelas leis deste mundo e não pela lei do Amor.

Como todos vocês o sabem, todas as religiões e todos os seres que se colocam questões sobre eles mesmos, colocam-se sempre diante do Amor e da Luz, mas quantos de vocês tornaram-se esse Amor e essa Luz? 

Hoje, vocês são chamados, ao fim da Kali Yuga, a tornarem-se esse Amor e essa Luz e isso é uma surpresa para aqueles que não o tocaram ou aproximaram. E isso é profundamente natural. São exatamente as resistências, ligadas à sua presença sobre esta Terra (as resistências ligadas aos medos, a todos os apegos, a todos os condicionamentos criados por vocês mesmos, e também a todas as interações que existem entre vocês e em todos os setores da vida), que os fazem considerar-se como um ser separado, separado do vizinho, separado do ser amado.

Porque vocês são tributários de uma forma e de suas capacidades, porque sua consciência aí está, de algum modo, inserida. E há, por meio dessa inserção, um hábito, eu diria, um hábito e um distanciamento de vocês mesmos, onde o que vocês São, em Verdade, não pode lhes aparecer, não pode se revelar justamente enquanto tudo o que faz sua consciência e sua vida, está voltado para o que vocês vivem. A dificuldade está em não compreender a palavra como uma necessidade de renunciar ao que quer que seja de exterior a vocês. 

A única coisa que vocês têm a manifestar como renúncia, é a renúncia à ilusão, a renúncia ao efêmero, mas vocês não encontrarão, contudo, renunciando ao que quer que seja, o que vocês São, em Verdade. Então essa renúncia não pode referir-se de modo algum a tudo o que vocês definem como exterior e o que eu defino, com vocês, como exterior: que isso seja sua profissão, que sejam suas ocupações, que sejam seus hobbies ou suas atividades espirituais, isso não muda nada, porque tudo isso são apenas manifestações exteriores.

A dificuldade, para a consciência que está confinada, para todos nós, é realizar o que nós somos além de qualquer manifestação exterior. Enquanto nós somos tributários dos sentidos, nós não vemos o essencial. Enquanto nós somos afetados pelos sentidos, por nossas percepções, por nossas interações, nós não podemos ver, em Verdade, o que nós somos, porque o que nós somos escapa definitivamente aos sentidos, ao olhar e mesmo à consciência.

Isso pode parecer paradoxal porque, efetivamente, todo o mundo considera, a priori, que a consciência pode ser diferente, ela pode ser separada, ela pode ser efetivamente Unificada, ela pode ser divina, espiritual, ela pode estar ligada ao Espírito, à imensidão do criado e do incriado. Mas vocês são ainda bem mais do que isso. Isso não pode ser conhecido, isso não pode ser imaginado, isso não pode ser mesmo uma Vibração, uma vez que isso é justamente o desaparecimento da própria consciência, mas não como um fim, não como uma aniquilação, mas sim um desaparecimento da ilusão para um aparecimento na Verdade.

Isso se passa aqui. O Manto Azul da Graça, as Comunhões que nós temos (e que nós estabeleceremos cada vez mais com vocês), lhes darão a viver essa não separação, essa ausência de distância. E é graças a essas experiências que vocês terão talvez a chance de se aproximarem, antes do fim da Kali Yuga, dessa Verdade e revelar o que vocês São.

Então, quem São vocês? Vocês São a totalidade do que vocês percebem. Vocês São a totalidade do que vocês veem. Vocês São a totalidade mesmo do que vocês não podem pensar, nem mesmo conceber, nem mesmo conscientizar. Então, dito assim, pode parecer abstrato para aquele que não o vive. Mas há uma porta, uma Porta Estreita e essa Porta Estreita, conduz ao Amor, a viver o Amor, não enquanto algo que seria um ideal, mas bem mais enquanto Verdade Última do que vocês São.

E viver isso, Ser isso, além de qualquer ser, é viver esse êxtase permanente que eu vivenciei e que muitos seres viveram, seja por intermitência, seja de maneira permanente, estando sobre esta Terra. O trabalho da Ascensão da Terra, é seu Trabalho, em definitivo. 

Quando nós, orientais, em nossas encarnações, lhes dizemos que este mundo é Maya, ilusão, é uma coisa dizê-lo, completamente outra coisa é vivê-lo em consciência, e além da consciência. Nós lhes entregamos (e vocês se entregaram) certo número de elementos. Tudo isso lhes é conhecido, eu não retornarei a isso. Desde as Núpcias Celestes, desde a ativação do que é denominado Chacra, Kundalini, Coroa Radiante, o que é denominado também Supramental, ou ainda o que nasce no nível dos pés (do que há poucos traços nos escritos e que, contudo, traz um nome e que é chamado Onda da Vida ou Onda do Éter, Néctar da Vida). Mas pouco importam os nomes, são apenas nomes: vocês São tudo isso ao mesmo tempo.

Muitas Estrelas têm lhes trazido seus testemunhos de suas últimas encarnações, alguns Anciãos também. Todos têm lhes dito que é no desaparecimento de si mesmo, apagando-se de si mesmo, que vocês podem se desvelarem e se revelarem. Então, é claro, para a consciência ordinária, separada (e mesmo para a consciência Unificada), é muito difícil deixar o sentido de uma identidade e o próprio sentido da consciência.

E, no entanto, a solução só pode estar aí, não há outro lugar. Todo o resto são apenas experiências e desenvolvimentos, quer sejam temporais ou não temporais, quer dizer fora deste mundo. Mas vocês são bem mais do que isso.

Tudo o que aparece aos sentidos, ainda uma vez, é apenas uma projeção de sua própria consciência. Numerosos exemplos foram tomados e explicados, seja para a consciência Turiya da Unidade, seja para o Absoluto, o Parabrahman: é evidente que vocês estão ali e vocês sempre estarão ali, mesmo quando vocês dormem e vocês não têm nenhuma lembrança. Contudo vocês não estão aí, o mundo desaparece (como foi dito) e no dia seguinte, vocês reaparecem. Foi insistido sobre esse momento particular que é o despertar da manhã ou ainda os momentos de seus Alinhamentos, de suas meditações, de suas preces (quaisquer que sejam as palavras que vocês coloquem), nos momentos em que sua consciência não está voltada e dirigida para a atividade da pessoa que vocês acreditam ser (que seja uma atividade das mais ordinárias como as mais maravilhosas do mundo): é no momento em que ela se interrompe que vocês descobrem a Verdade do que vocês São. 

Então, é claro, há uma impulsão que eu qualificaria de coletiva: é o momento, é claro, em que mais nada deste mundo projetado será aparente: é a imersão na Luz total. É claro, houve numerosos profetas (no Oriente, no Ocidente, no Extremo Oriente e por toda parte) que falaram de um momento particular, de um momento em que a consciência para, de um momento em que não haverá mais nem Luz, nem noite, mas haverá o que a consciência separada poderia chamar um Vazio (Néant), um espaço em que não há nada ao que se prender, um instante em que não há mais nem tempo, nem espaço, nem referência, nem corpo.

Então, é claro, a passagem dessa Porta Estreita, essa Ressurreição, essa Crucificação, é vivida de maneira mais ou menos difícil e a maneira de vivê-la depende unicamente (e vocês o sabem através dos numerosos ensinamentos) da maneira da qual vocês são vítimas, eu diria, de seus apegos. Não é necessário compreender o apego como uma ligação a romper, mas como o disse BIDI, como algo para ver claramente. 

Ver as linhas de predação, ver as linhas, quaisquer que elas sejam: que vocês as chamem familiares e mesmo as mais felizes, mesmo as mais realizadas e as mais perfeitas para vocês, as mais estabilizadas. São apenas linhas, que são tributárias da ilusão deste mundo e da projeção de cada um. 

Há projeções que se encontram e isso dá um laço, que seja afetivo, que seja ligado a uma competência profissional ou a uma amizade, é exatamente o mesmo princípio. Quando nós lhes dizemos também que nós estamos, todos, em vocês, como vocês Estão em nós, há também uma grande parte do mistério, nesse nível, porque a consciência, em nenhum momento, pode apreender que vocês podem ser, ao mesmo tempo, o ramo de erva, o vento que sopra, o Sol, a própria FONTE, o conjunto dos Universos, o conjunto dos Multiversos, o conjunto das Dimensões e o conjunto das consciências exteriorizadas e manifestadas.

Porque o que religa tudo isso (que não existe e que permite essa manifestação), é justamente o Absoluto e o Amor. Sem Amor, sem Luz, nenhum mundo poderia aparecer. E, no entanto, esse aparecimento é uma exteriorização, mesmo a mais feliz. Hoje, é necessário vocês verem isso. E ver, como eu lhes disse, em caso algum pode se fazer com os olhos, porque tudo o que é visto com os olhos chama a uma distância, chama a uma separação.

Então, é claro, como isso foi explicado também, e como muitos entre vocês o viveram, há uma outra visão que é a visão etérica. Como diria nosso querido Comandante e Seu Comandante (ndr: O.M. AÏVANHOV): há o segundo frasco, mas o que é o segundo frasco? Uma outra ilusão, mais sutil, mais interessante e talvez mais cativante para aqueles que aí acessaram, onde as leis são mais leves, mas ainda há leis.

Ora, o Absoluto não é uma lei, ele de fato é um estado. O Absoluto e o Último, o Parabrahman, passam-se de qualquer lei. As leis estão ligadas à encarnação, as leis estão ligadas ao agenciamento do que vocês denominam Dimensão. Mas além das Dimensões, há algo que comporta o conjunto das Dimensões, o conjunto dos possíveis e, eu diria mesmo, o conjunto dos impossíveis.

Então, vocês não podem, efetivamente, representá-lo, nem mesmo imaginá-lo. A única maneira de vivê-lo é desaparecer. Esse desaparecimento não é nem uma morte, nem o fato de romper ou de quebrar os laços, quaisquer que eles sejam, mas simplesmente de se colocar em algum lugar. Algum lugar onde não há nenhuma interação.

Algum lugar onde não pode haver nem sofrimento nem prazer. Algum lugar onde não há sentidos. Algum lugar onde não há percepção. Algum lugar onde não há ideia. Algum lugar onde tudo está imóvel, nada se move e, contudo, todos os movimentos aí estão compreendidos. Tudo parece partir desse Centro, mas o Centro está por toda parte.

Vocês vejam, não há definição. Então, (como lhes disse BIDI, ainda, há pouco tempo), nessa noção de esquecer-se de si mesmo, nessa noção de refutação, há um princípio fundamental, mas que vocês não podem ver. A única coisa que vocês não podem ver, é vocês mesmos. Tudo o que vocês veem é exterior a vocês mesmos e não tem existência a não ser por ter sido sonhado por outras consciências que são, elas também, exteriorizadas. 

Essa noção de a-consciência não é uma aniquilação, mesmo se, efetivamente, do ponto de vista do personagem, é uma aniquilação. Mas são vocês que têm a inteira Liberdade de decidir permanecer submissos às leis (mesmo se vocês as escolheram) ou libertarem-se de qualquer lei, a fim de ser Livre e a fim de descobrir Sua Essência, além de qualquer percepção.

O Manto Azul da Graça, e sobretudo nossa Presença ao seu lado, está aí para isso. Nós sabemos (porque nós o vivemos com vocês) que muitos entre vocês nos percebem e essa Presença não é uma Presença que utiliza o mental, não é uma Presença que vai lhes fazer discursos, mas é uma Presença amorosa, é uma Presença que os convida a essa passagem, que os convida a essa Ressurreição. É uma Presença que lhes mostra que não há nenhuma separação e essa Presença vai além das palavras.

Ela é simplesmente uma Radiância, ela é simplesmente um contato que pode provocar se vocês o aceitam, os mecanismos que foram chamados Comunhão, Fusão, Dissolução. E é (nessa Dissolução) precisamente quando vocês aceitam não ser esse corpo, mesmo que vocês aceitem não Ser esse Manto Azul que se deposita sobre seus ombros (mesmo que isso possa induzir dores ou alterações da percepção de certas partes de seu corpo) que é a única maneira que vocês têm de se darem conta de que vocês existem independentemente de tal parte de seu corpo, que vocês existem independentemente das relações às quais vocês estão acostumados no jogo dos personagens desta vida.

Então, pouco a pouco, por toques sucessivos, vocês vão descobrir certos estados, descobrir certas experiências, viver certos Samadhis. E mesmo tudo isso (como BIDI lhes disse, em um dado momento), é necessário aceitar tudo depositar, é necessário aceitar renunciar às percepções, a essa Consciência, para descobrir que vocês existem, fora de qualquer corpo, fora de qualquer Dimensão e que é essa existência aí o verdadeiro “quem eu sou”. E é aí que há a Morada da Paz Suprema. Porque reencontrando isso, vocês reencontram o que vocês São, o que vocês sempre foram e o que sempre serão, independentemente desse corpo, independentemente das projeções e das relações que podem ser estabelecidas, aqui sobre este mundo em que vocês estão.

Isso é muito exatamente o que chega logo e quando eu digo logo, eu lhes falo em termos humanos, porque isso chega no nível coletivo e o conjunto do sonho e das interações dos sonhos de uns e de outros, vai se dissolver, em totalidade. Porque a Luz, em sua Inteligência e em seu retorno (se posso me exprimir assim), vai dar-lhes a ver, além dos olhos, além do Éter, o Coração do Coração, vai dar-lhes a se estabelecerem nessa Beatitude total onde não pode existir nenhum desejo, nenhuma projeção e nenhuma consciência.

É muito difícil de colocar em palavras o que vocês São, o que nós Somos, mas é fácil se aproximar da essência, através da Vibração, através da própria Luz, e sobretudo através da Paz, através da Morada da Paz Suprema. Tudo isto (vocês o vislumbram, talvez, muitos entre vocês) torna-se cada vez mais intenso, cada vez mais agradável e cada vez mais absorvente, se posso dizer. Este é o Anúncio (para vocês, para aqueles que o vivem) de uma iminência e a iminência, é essa Revolução, essa Reversão, esse Basculamento, que vai lhes permitir revelar, em totalidade, essa Verdade.

Durante este período, como já foi dito, pensem em nos chamar, pensem em Comungar entre vocês, entre nós. Não há outra maneira de verificar que não há separação. Não há outra maneira de desaparecer a si mesmos, de desaparecer no outro, de desaparecer no Sol, de desaparecer nos elementos. Então, é claro, para o personagem, isso pode ser chamado um drama, isso pode ser chamado a perda.

Mas como vocês podem perder o que quer que seja quando vocês reconhecem o que vocês São, o que vocês sempre Foram e o que Serão sempre? É claro, há uma apreensão porque o desconhecido provoca sempre medo, porque o desconhecido representa uma Passagem, uma ocultação de algo. Mas o que se desvela, o que se desvela e se revela, nessa ocasião, faz desaparecer, muito rápido, esse princípio de ocultação.

Somente o apego e os apegos, ainda uma vez, são os freios, mas freios que não podem se manter diante do que vocês São, em toda Eternidade. O Canal Mariano, perceber o Manto Azul da Graça, ou perceber a Onda da Vida, assim como perceber as diferentes manifestações Vibratórias, os conduzem a viver uma consciência (cada vez mais frequente e cada vez mais importante) diferente.

Mas lembrem-se que vocês vão cada um em seu ritmo e que não há que julgar qualquer avanço porque de fato vocês não avançam, vocês não recuam: vocês param de se mover, é diferente. Vocês param de se exteriorizar, de projetar. Nesse momento, vocês descobrirão, efetivamente (como isso foi dito há pouco tempo), que não há nem distância, nem separação entre interior e exterior, e que essa visão (cômoda até um certo ponto) vai mesmo, ela também, desaparecer, colocando fim a qualquer divisão, colocando fim a qualquer separação da Consciência, e colocando fim à própria Consciência.

Não há nenhum desaparecimento: vocês estarão sempre aí. Simplesmente, as circunstâncias em que vocês estão lhes aparecerão profundamente diferentes. Mas além do choque e da apreensão, a beatitude será tal, que em nenhum momento vocês terão a ideia de voltar atrás, em nenhum momento vocês terão a ideia de recriar algo no nível de uma projeção do que quer que seja.

É isso ao que vocês estão prometidos, é a isso que vocês chegam: esse espaço onde não há mais movimento, onde não há mais tempo, onde o tempo se confunde com o espaço, onde não há mais corpos separados, não há mais outra consciência, apenas a sua, que se estende dela mesma e os faz abraçar (em um abrasamento final ligado ao Fogo do Espírito, ao Fogo do Céu) a totalidade do criado, do incriado. O Amor é isso, o Amor é esse Fogo. O Amor não é um sentimento.

O Amor não é somente o fato de servir ou de mostrar aos Irmãos e às Irmãs o que vocês são, de testemunhar, mas de Irradiar esse Amor que vocês São. Isso vai além das palavras. Isso vai além de qualquer comentário. Porque, quando vocês estão realmente imóveis, quando vocês soltam, quando vocês ficam tranquilos, quando vocês abandonam o Si e mesmo o sentido de qualquer “Eu Sou”, então, nesse momento, a Verdade eclode.

Ela eclode e há, nesse momento, uma reconexão, um reconhecimento imediato que faz, em vocês, o efeito, eu diria, de uma bomba, quer dizer que vocês reencontram, realmente, o que vocês São, que, de fato, jamais desapareceu. Lembrem-se que é sempre a pessoa e o personagem que busca algo, mesmo no nível da espiritualidade. Vocês imaginam que há algo a encontrar, vocês imaginam que há um caminho, vocês imaginam que há modelos, vocês imaginam que há um deus, vocês imaginam que há diabos, vocês imaginam que há a Sombra, mas isso é apenas o resultado de uma projeção da consciência. 

O Amor jamais se moveu: ele jamais tem necessidade de criar o que quer que seja. O Absoluto é isso. Vocês imaginam que há uma fonte de onde provém a Luz e essa Luz lhes parece distante, vinda do fim profundo da galáxia, emitindo uma forma de distância, mas isso jamais foi separado, jamais houve distância. Então, é claro, isto são apenas palavras que lhes é necessário provar e viver, em vocês, não como uma crença, ainda uma vez, mas simplesmente aceitando, abandonando qualquer veleidade do que quer que seja.

É aí nesse momento, e somente nesse momento, que vocês se tornam Transparentes. É aí nesse momento que vocês desaparecem, realmente (como isso pode lhes chegar em algumas de suas experiências), que vocês descobrem, em totalidade, a Verdade. A Liberdade está aí: não há outra Liberdade. Todo o resto são apenas liberdades temporárias que não merecem levar o nome de Liberdade, uma vez que elas estão sujeitas a um início e a um fim. O Amor não tem nem início nem fim. A Luz não tem nem início nem fim.

Não há evolução, não há involução, há simplesmente (como lhes disse BIDI) os jogos de papéis e das pessoas que, jogando esses papéis, estão identificadas a esses papéis. Há um observador e, além do observador, há Vocês, o que vocês São. E o que vocês são é esse Amor e essa Luz. Portanto se vocês São isso, como imaginar que há algo a buscar?

Há justamente um parar qualquer busca, um parar qualquer pesquisa, parar qualquer veleidade de compreender, porque (como BIDI lhes disse) vocês não podem, em nenhum momento, compreender o que vocês São. É necessário cessar todo sistema de conhecimento porque qualquer conhecimento não os aproxima em nada do todo. Como o disse BIDI: qualquer conhecimento não é senão ignorância. 

Reconhecer isso, é tornar-se o Conhecimento. Então o conjunto dos elementos que são trazidos à sua consciência, aqui, sobre este mundo, vai abalar certo número de convicções. É claro, o abalo dessas convicções pode gerar apreensões, medos. São nesses momentos que será necessário bem lembrar que nós estamos aí. E vocês o sabem porque muitos de vocês, em suas noites, em suas meditações, em seus Alinhamentos, vocês nos sentem, mesmo se nós não podemos trocar palavras.

A troca é muito mais importante pela própria Consciência. E vocês vão perceber, pouco a pouco: que vocês não vão mais poder fazer diferença entre vocês e a Comunhão com quem vocês estabelecem. Nesse momento, vocês realizarão a Fusão-Dissolução. Vocês não saberão mais se vocês são o personagem, se vocês são MARIA, se vocês são um Arcanjo, se vocês são o Sol, se vocês são o vento ou um dos elementos que percorre a Terra, porque vocês não estarão mais identificados ao que quer que seja.

Vocês apreenderão, nesse momento, que, nesse estado (que é além de qualquer estado), há uma Alegria inefável e que vocês não são limitados por absolutamente nada. É a isso que vocês são chamados, é a isso que nós os chamamos, é a isso que a Luz os recorda: Ser o que vocês são, além de qualquer aparência. Ser Amor e Luz, é isso. Não se deter, como diria BIDI, nas percepções, não se deter em qualquer dessas manifestações que, contudo, são vivenciadas como reais.

Que seu corpo lhes pareça desaparecer em uma de suas partes, que esse corpo os faça sofrer, ou que experimente uma grande Alegria ao olhar uma flor, o Sol, isso não muda nada: são apenas percepções que desaparecerão num dia ou outro. O que vocês São não pode desaparecer. O que vocês São jamais desapareceu. É a isso que vocês são chamados.

Então, sim, quem são vocês? Vocês não são nada do que vocês percebem. Vocês não são nada do que vocês pensam. Vocês não são nada do que sua consciência lhes diz. Vocês não são absolutamente nada de tudo o que vocês conduzem em suas vidas. Vocês estão além desta vida. Vocês estão além deste mundo. Vocês estão além de qualquer Dimensão.

Vocês estão mesmo além de uma origem estelar que contudo existe. Mas vocês São bem mais do que isso. Há como um desenvolvimento e uma descoberta e aquilo que está a caminho, é claro. Não mais diz respeito somente ao que foi chamado os Ancoradores, os Semeadores de Luz, os Despertos, os Liberados, mas concerne a toda a Terra porque há prazos e disso, grandes Seres lhes falaram e tornarão a lhes falar, como SERETI, como os Anciãos, como o Comandante. Para isso, lhes é necessário acolher tudo, com a alma de uma criança, quer dizer sem interrogação, sem questionamento.

Acolher é a palavra exata porque no acolhimento, há Transparência. Há a vontade de nada reter. Não há mais vontade, em definitivo. Há a exata vacuidade, o que faz ficar tranquilo e para isso, não há necessidade de meditar durante meses, anos: isso se produz no espaço de um instante de seu tempo, sobre esta Terra.

E isso vai se tornar cada vez mais evidente, para um número sempre maior de Irmãs e Irmãos que estão sobre esta Terra, ainda. Então, o que vocês São é para viver: não há nenhuma palavra. Eu terminarei com essas palavras para Comungar com vocês, se vocês o quiserem, ainda mais profundamente, ainda mais intimamente, colocando fim a qualquer distância entre nós.

Eu lhes proponho isso porque isso é o mais importante. As palavras que eu pronunciei foram destinadas apenas a nos conduzir a este ponto e este ponto, é aí onde nós estamos de imediato. É aí onde nós vamos viver o que nós somos, e que eu lhes proponho, e que eu deposito aos seus pés, e em seu Coração.

Então, se vocês o quiserem, nesta Paz, acolhamo-nos, ultrapassemo-nos, dissolvemo-nos.

...Partilha da Doação da Graça...

E eu terminarei por esta frase: o que quer que chegue ao personagem, o que quer que chegue a este mundo, lembrem-se que vocês não são nada de tudo isso. Naquele momento, esqueçam-se, esqueçam tudo, para reencontrar a Verdade.

...Partilha da Doação da Graça...

Eu sou MA ANANDA MOYI. Eu sou Vocês. Nós somos Amor. Nós somos Um. Nós somos Absoluto. Eu nos Amo. Estejam em Paz e em Alegria. Bençãos a vocês. Eu não os deixo. Permaneço Em vocês. Quem são vocês? 


Mensagem de MA ANANDA MOYI no site francês Autres Dimensions: http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1606
18 de setembro de 2012
(Publicado em 19 de setembro de 2012)
Tradução para o português: Ligia Borges
http://minhamestria.blogspot.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário