Vem,
Te direi em segredo
Aonde leva esta dança.

Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
Giram desnorteados.

Cada átomo
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do sol.

Jalal al-Din Husain Rumi - Poema Sufi

Faltam-te pés para viajar?

Viaja dentro de ti mesmo,

E reflete, como a mina de rubis,

Os raios de sol para fora de ti.

A viagem conduzirá a teu ser,

transmutará teu pó em ouro puro.

Morgenstern?! Ao final do Blog!


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

IRMÃO K – 29 de outubro de 2012 - AUTRES DIMENSIONS




Eu sou IRMÃO K, Irmãos e Irmãs, encarnados na Humanidade, acolhamo-nos mutuamente, na Fusão dos Corações, antes que eu exprima aquilo que eu vim expor-vos.

… Compartilhamento do Dom da Graça …

A exposição que tenho a dar-vos inscreve-se no seguimento lógico do que eu pude exprimir relativamente à Liberdade e à Autonomia (ndr: ver em particular as intervenções de IRMÃO K de 18 fevereiro e de 17 março 2012, na seção «essenciais»).

Eu vou, portanto, propor-vos um olhar, um pouco diferente, sobre o que representa a Liberdade. Cada um de nós, ao encarnar, vai conceber e imaginar a liberdade em função da sua própria grelha de leitura. A liberdade, na vida comum (ordinária), é não mais ser constrangido por um elemento dito exterior a si, qualquer que seja esse elemento (seja ele representado por uma situação, por um Irmão ou uma Irmã, ou ainda por uma obrigação).

Aquele que não se coloca a questão da Liberdade (nas suas grandes linhas) está, por evidência, sujeito aos seus condicionamentos, aos seus autocondicionamentos e aos confinamentos criados pela consciência dissociada. Colocar-se a questão da Liberdade é, portanto, já considerar que pode existir uma possibilidade de outra coisa além do que é conhecido.

O conhecido (por definição) vos leva para noções de liberdade que são relativas. Quer isso esteja diretamente ligado às vossas atividades, e ao fato de poder privilegiar algumas, em detrimento de outras, a liberdade, tal como ela é concebida, num primeiro tempo, refere-se exclusivamente às circunstâncias da vida encarnada: sair do seu trabalho, sair da escola, liberta-se de um compromisso.

A liberdade é sempre concebida em relação a uma situação anterior e a uma situação posterior, onde o elemento que parecia privar de liberdade não está mais presente. Esta liberdade, refere-se, é claro, exclusivamente, ao relativo da personalidade.

A Liberdade de que vos quero falar é de um outro gênero porque esta Liberdade não depende do sentimento de estar privado de liberdade, neste mundo, em relação a um acontecimento ou a uma ação. A Liberdade de que vos quero falar é a da consciência.

O conjunto das regras deste mundo cria condicionamentos, regras, obrigações. No seio destes condicionamentos, destas regras, há a possibilidade de vislumbrar ou de reivindicar uma liberdade. A Liberdade de que eu falo não tem nada a ver com o conjunto das circunstâncias da vossa vida.

A Liberdade de que vos quero falar é a que se vive no seio da própria consciência, a partir do instante em que a consciência não se sente mais tributária dos limites, das regras, dos condicionamentos e das obrigações, criadas pela própria personalidade.


A Liberdade torna-se um problema fundamental que junta, de qualquer modo, a maturidade espiritual, ou seja, o momento em que se vai colocar o questionamento mesmo do sentido da vida, mesmo do sentido da encarnação. Questionamento do qual as respostas, levadas mesmo ao seio deste mundo, não encontram mais eco em vós.

Quer isso se refira às leis ditas de evolução, quer isso se refira ao carma, quer isso se refira às responsabilidades nas quais vocês estão comprometidos, uma libertação de qualquer um desses aspectos não vos torna Livres. O problema da Liberdade coloca-se, no momento da maturidade e da interrogação, não mais sobre o sentido da vida mas sobre o sentido do que é a Vida, fora, justamente, desta vida que é vivida.

Há, certamente, inúmeras liberdades. A Liberdade de que eu falo também não é, nem a liberdade de pensar, nem a liberdade de criar, mas antes, mais uma vez, a Liberdade da própria consciência. Não pode existir Liberdade desde que exista um enquadramento.

Durante a nossa encarnação, nós estamos num enquadramento, cujos limites são naturalmente formados pelos limites deste corpo e a consciência subjacente (consciência deste corpo, como consciência da própria pessoa).

A questão da Liberdade surge, de maneira inevitável, no momento da maturidade e no momento em que as diferentes liberdades, vividas ou procuradas, não preenchem mais a consciência encarnada, e onde se coloca então, diretamente, ao nível da alma, a questão essencial de uma Liberdade incondicional (não dependendo justamente de nenhum compromisso, de nenhum pensamento e, sobretudo, de nenhuma circunstância).

Esta Liberdade não pode ser encontrada no seio da matéria, sendo a matéria baseada (quer isso seja nos objetos ou nas consciências) no princípio da delimitação, da separação e da distanciação. Desde que exista uma delimitação, um distanciamento, a liberdade não é senão uma ideia ou um pensamento.

A Verdadeira Liberdade não se pode conceber no seio de um mundo de Ação/Reação. A Liberdade apela à Graça, porque a Liberdade não pode estar, em caso algum, ligada a uma circunstância, a uma qualquer evolução que, por definição, é limitadora e confinante. Esta Liberdade não é, portanto, uma Liberdade que pode procurar-se, nem mesmo encontrar-se, e ainda menos concretizar-se, nas circunstâncias da própria vida, neste mundo.

A única Verdadeira Liberdade é aquela que se refere, exclusivamente, à consciência, e ao que vocês São, para além da consciência. Não pode haver Liberdade enquanto a consciência estiver constrangida ou fechada (no seio de uma circunstância, no seio de um corpo, no seio de uma relação).

A Liberdade não depende, portanto, absolutamente nada das privações de liberdade, das circunstâncias exteriores, nem mesmo da vossa liberdade ou capacidade de pensar Livremente, ou seja, libertos das crenças e do conhecido (mesmo se, não estar mais sujeito às crenças e ao conhecido, é uma etapa maior para a Liberdade). Isso não é suficiente (pela sua erradicação) para vos tornar Livres.

A Liberdade de que eu falo é, portanto, aquela da consciência que não está mais sujeita a um corpo, a uma função, a uma vida, a este mundo, ou ao que quer que seja que vos seja conhecido. A Liberdade cruza-se, portanto, com a maturidade e a Graça. Porque sem a Graça não há Liberdade. Esta Liberdade vai traduzir-se por uma ruptura. Uma ruptura de tudo o que é condicional e confinante.

Esta Liberdade, que não se refere senão à consciência (e não mais aos mecanismos do pensamento ou ainda aos mecanismos da vida, tal como nós todos os vivemos), esta Liberdade está, certamente, religada à Autonomia, porque não pode existir Liberdade sem Autonomia (tendo o cuidado de não confundir a Autonomia com a recusa de uma das quaisquer circunstâncias da vida). Porque a Liberdade da qual eu falo não dependerá nunca de uma qualquer liberdade das circunstâncias deste mundo.

A Liberdade de que vos falo é bem aquela da consciência, Livre de todo o compromisso, Livre de toda a forma, Livre de toda a emoção, Livre de todo o mental e, eu diria mesmo, Livre de todo o condicionamento, assim como de toda a experiência. A Liberdade é um elemento que é onipresente, para aquele que é Absoluto, porque nenhuma circunstância deste mundo (seja ela a mais traumatizante, a mais invalidante) se refere a ela de forma nenhuma.

A Liberdade confere, com efeito, um certo distanciamento, real e objetivo, relativamente à liberdade desse corpo, na expressão dessa vida, na expressão das vossas relações e das vossas interações. Esta Liberdade não pode ser comparada (e não é mesmo, nem comparável, nem viável, como elemento de comparação) com a liberdade, no sentido comum, relativamente à libertação de uma submissão de uma obrigação (como eu disse), ou de uma circunstância, qualquer que ela seja.

A Liberdade de que eu falo não é, portanto, uma liberdade de pensar, nem mesmo uma liberdade de escolha, mas refere-se, exclusivamente, à própria consciência. Não pode haver Liberdade sem maturidade. Não pode Liberdade sem Autonomia. Não pode haver Liberdade sem a Graça. Porque tudo o que a personalidade chamar «liberdade», não se definirá, final e definitivamente, senão em relação a si mesmo, em relação a uma circunstância anterior (ou a uma circunstância posterior), em ressonância com uma mudança de vida (ou das próprias circunstâncias).

Eu diria mesmo que esta Liberdade (esta Liberdade da própria consciência) não tem nada a ver com as circunstâncias deste mundo, nem com as circunstâncias desta vida. A Liberdade faz-vos descobrir o Amor, não expresso através de um sentimento, não expresso através de um ideal, não expresso através de uma condição (mesmo denominando-o de incondicional).

Mas a Liberdade do Amor é tal que aquele que se instala na Vibração do Amor, através do conjunto dos elementos que vocês conhecem (como o Fogo do Coração, mas isso não é limitativo), desencadeia, no seio da consciência, uma Liberdade não comparável a nenhuma outra. Esta Liberdade leva-vos – de maneira abrupta e muitas vezes direta – a não mais se viverem, simplesmente, como a expressão de uma consciência, a não mais se viverem como, simplesmente, a expressão de uma encarnação, mas faz-vos perceber que tudo isso não é senão passageiro, não é senão efêmero e não se refere, em nada, ao que vocês São, na Verdade.

Certamente, viver e experimentar esta Liberdade, é colocar-se diretamente sob a sua égide. Esta Liberdade é Amor porque o Amor tem por natureza Ser a Liberdade. Não pode haver Amor sem Liberdade. É neste sentido que o amor, empregue no sentido humano, conhece todas as limitações que todos nós conhecemos (quer isso seja através das palavras pronunciadas, quer isso seja através de uma relação corporal, afetiva, familiar ou outra).

A Liberdade não é, portanto, apenas escapar aos condicionamentos, não é, portanto, apenas considerar a existência de uma prisão e sair da prisão. A Liberdade é bem mais do que isso: é o momento em que a consciência não está mais inferida (nem em desacordo) com uma qualquer circunstância de vossa vida (como da vida em geral).

A Liberdade cria, portanto, uma forma de distância. Mas esta distância é, simplesmente, uma mudança de profundidade, uma mudança de visão, uma mudança de percepção também, que não está submetida, nem sujeita a uma qualquer circunstância deste mundo.

A Liberdade de Ser (e a Liberdade do ser) vive-se a partir do instante em que certos estados da Consciência Última se manifestam. Ela é um mecanismo partindo, portanto, do interior mas cuja tradução, no seio do que eu denominaria o exterior (ou seja, as circunstâncias de vida), é mesmo a de os pacificar, de os transformar, sem nenhuma vontade própria, pessoal, sem nenhuma decisão.

A implementação da Liberdade não resulta, portanto, de uma escolha de vida (ainda menos das circunstâncias de vida). A implementação da Liberdade é independente do conjunto das circunstâncias prévias.

A Liberdade é não mais ser condicionado por um qualquer elemento conhecido, por um qualquer elemento de crença, por um qualquer elemento social ou afetivo. Isso não quer dizer, no entanto, renunciar a essas circunstâncias mas antes, vivê-las, de uma forma e por mecanismos profundamente diferentes do que eram antes.

A Liberdade rima também com o não-medo. Porque toda a expressão de medo não é senão uma privação de Liberdade (da Liberdade de que eu falo). Toda a manifestação de medo e toda a manifestação dos elementos pertencentes à consciência separada, não são senão freios à Liberdade. Mas não é suficiente, no entanto, remover os freios, para recuperar esta Liberdade.

A Liberdade está profundamente ligada, também, à noção de Sacrifício e de Ressurreição. Os Mundos Livres são Mundos onde não existe nenhuma regra, nenhuma pressão. Regras e pressões exprimem-se tanto no plano que vocês denominam material (daí, onde vocês estão), quanto as regras e as pressões se exercem sobre os estágios da própria consciência.

A Liberdade é, muito exatamente, o que vos vai ser proposto. Esta proposta pode parecer, num primeiro tempo, inadequada. Inadequada pelo fato da existência das crenças, pelo fato da existência dos condicionamentos, do conjunto das circunstâncias da própria vida encarnada.

A Liberdade não se pode exprimir, de maneira exterior, porque a Liberdade é um estado Interior que, necessariamente, influi sobre o exterior, mas sem a intervenção de uma qualquer vontade ou de uma qualquer decisão.

Ser Livre não depende de nenhuma circunstância exterior. Ser Livre é, portanto, uma emancipação: uma emancipação do conjunto dos condicionamentos, uma emancipação do conjunto das crenças, uma emancipação do conjunto do que foi denominado «Linhas de Predação», tendo consciência que a Liberdade não se obtém por se subtrair desses elementos (nem mesmo de nenhuma lei) mas antes observando-os pelo que eles são (ndr: referência às «Linhas de Predação»), nesse olhar justo daquele que É Livre.

O conjunto das circunstâncias deste mundo não faz senão refletir, definitivamente, o medo da Liberdade. O medo é estruturante. O medo é confinante. O medo coloca limites. A Liberdade põe fim aos limites e, portanto, aos medos. Compreendam bem que esta Liberdade não é o resultado de uma ação, ainda menos de uma reação e, ainda menos, ação de uma vontade, visando modificar as circunstâncias exteriores.

A Liberdade de que eu falo não ocorre senão no momento, preciso, do que foi denominado a Transparência total. A Liberdade resulta da Humildade. A Liberdade resulta do apagamento (da eliminação). Este apagamento não é, em nenhum caso, (como eu disse), uma evasão das circunstâncias da vida, mas antes um mecanismo, muito mais sutil e Interior, relativo à própria consciência.

A Liberdade é também considerar, e viver, e realizar, que vocês não dependem de nenhuma circunstância de vida, como de nenhuma circunstância espiritual, para Ser Livre. Enquanto existir uma crença de que vocês se vão Libertar e encontrar a Liberdade (por uma ação ou no seio das circunstâncias da vida, como no seio da vida denominada espiritual), vocês se enganam. A Liberdade nunca é um trabalho. A Liberdade nunca é uma ascese.

A Liberdade nunca é outra coisa senão uma renúncia ao efêmero, senão uma renúncia ao medo. Muitos ensinamentos insistiram no aspecto limitador do medo e no aspecto privador do medo, em relação à Liberdade. O medo, qualquer que ele seja, não tem necessidade de ser combatido: ele tem simplesmente que ser olhado. É a atitude mais justa que vos permitirá descobrir a Liberdade ou, pelo menos, se colocarem a questão da Liberdade.

Enquanto esta questão não vos aparecer (e eu não vos falo, mais uma vez, das circunstâncias da vida encarnada), enquanto a Liberdade não vos chamar, no seio da vossa consciência, vocês não podem ter dela senão uma definição e uma aproximação condicionadas, eles mesmas, pela existência das condições deste mundo em que nós estivemos encarnados e onde vocês estão encarnados.

Os agentes da Liberdade e da Libertação são múltiplos. Alguns deles vos foram explicados. Eles representam os Elementos. A implantação destes Elementos (realizando a implantação do Coração Ascensional), a morte (o abate), de qualquer modo, das Linhas de Predação pessoais (pelo Abandono à Luz e o Abandono do Si), assim como a subida da Onda da Vida, são circunstâncias prévias à Liberdade (ndr: vocês encontrarão na seção «protocolos a praticar» informações sobre os Elementos e a implantação do Coração Ascensional).

Mas, mesmos estas circunstâncias prévias (como eu o disse), enquanto circunstâncias espirituais, devem apagar-se, eles mesmas, na totalidade, para vos fazer descobrir o que vocês São, na Liberdade. A Liberdade não se pode resolver por uma modificação das circunstâncias exteriores, nem mesmo das circunstâncias Interiores, mesmo se certas circunstâncias Interiores vos chamem para viver sinais, de algum modo, do que acontece em vocês (como, por exemplo, a Última Presença).

A Liberdade é ver, claramente, o conjunto das circunstâncias, exteriores e Interiores, que podem vir travar a Liberdade. É ver claramente os prós e os contras (Interiores como exteriores) do que está em jogo em relação à Liberdade. Como eu disse, os elementos mais limitadores à vossa Liberdade serão sempre os medos. Quer esses medos se refiram ao Desconhecido futuro, quer esses medos se refiram a esse corpo, ou ainda a um dos elementos ou a uma das circunstâncias da vossa vida, eles alimentam todos a mesma coisa: o reforço do medo e a limitação da própria Liberdade.

Ser Livre é bem mais que a liberdade de pensar ou a liberdade de viajar nas outras Dimensões, conservando esse corpo. Ser Livre é não mais se submeter, de maneira nenhuma, à lei da Ação/Reação. Ser Livre é, bem evidentemente, não mais ser afetado, tanto por uma circunstância deste mundo, como por uma circunstância espiritual.

A Liberdade, enfim, põe fim, de maneira definitiva (se não era esse o caso anteriormente), ao conjunto das predações, ao conjunto dos confinamentos existentes antes da Liberdade. O simples fato de ver claramente as coisas, o simples fato de ver os mecanismos da consciência a trabalhar (quando ela está submetida ou quando ela é Livre) vos permite, claramente, identificar onde vocês estão relativamente à Liberdade.

A Liberdade vos conduz, portanto, a viver outra coisa. A Liberdade vos conduz a experimentar e a se instalarem, para além dos limites e contingências, tanto Interiores como exteriores. A Liberdade não se pode acompanhar de nenhuma pertença. Este sentimento de pertença desaparece, na totalidade, quando a Liberdade está aí, acompanhando-se, além disso, da Transparência mais total. Só a consciência que realizou isso está definitivamente Livre e Libertada.

A Liberdade não é mesmo função do que nós chamamos «a Libertação». A Liberdade é uma atitude, de qualquer modo, da consciência. A Libertação só vos dá a possibilidade de Ser, realmente, Livres. Mas, Ser realmente Livres, é não mais dar peso e consistência a outra coisa que não seja a própria Liberdade. Eu dizia que o Amor é Liberdade porque o Amor não pode, justamente, se deixar fechar em nenhuma circunstância, em nenhuma ligação, em nenhuma falta, como em nenhuma plenitude.

Esta Liberdade está, certamente, ligada à Autonomia. Mas esta Liberdade é, antes de tudo, o desaparecimento, total, de todo o medo, no seio dos campos de expressão da consciência. Nesse momento o ser que vive isso, quer ele seja ainda tributário de um corpo (nas circunstâncias deste mundo), não tem que ser afetado pelas ditas circunstâncias.

Ser Livre é não mais ser condicionado e, sobretudo, não mais ser condicionável. Também não pode existir Liberdade enquanto em vocês existir o mínimo julgamento sobre as circunstâncias deste mundo. Toda a condenação, todo o julgamento, relativamente a uma circunstância (quer isso seja um acontecimento ou uma pessoa), vos afasta da Liberdade. Porque o julgamento, em si mesmo, traz nele os seus próprios ferros e o seu próprio confinamento.

Aquele que quer permanecer Livre, uma vez que ele encontrou a Liberdade, não se pode permitir exercer um qualquer julgamento, bem como uma qualquer discriminação, sobre as circunstâncias deste mundo como sobre as circunstâncias espirituais. Aquele que vive a Liberdade não pode, portanto, de forma nenhuma, aprisionar (confinar) ninguém. Porque, a partir do instante em que existe uma predação ou uma sujeição de uma pessoa, qualquer que ela seja (mesmo a mais próxima de vocês), não há mais Liberdade.

E isso sente-se. Este sentir não é Vibratório. Ele não está ligado, por exemplo, a uma resposta do Coração ou a uma subida da Onda da Vida ou à percepção do Canal Mariano. É um Estado indizível, que se associa, frequentemente, à Morada da Paz Suprema. Mas uma Morada da Paz Suprema que não tem que ser vivida em Íntase ou em Êxtase mas que se exprime espontaneamente, quaisquer que sejam as circunstâncias da vossa vida.

Ser Livre não é uma reivindicação, nem um objetivo. A Liberdade vive-se, quaisquer que sejam as circunstâncias e quaisquer que sejam as condições desse corpo, como dos vossos pensamentos. A Liberdade é o elemento que vos dá a ver a realidade ilusória deste mundo, o peso do efêmero. A Liberdade vai aumentar a Alegria.

A Liberdade vai aumentar a Paz e a Tranquilidade. Não é uma Paz e uma Tranquilidade que seriam procuradas de maneira ativa, mas é antes uma Paz e uma Tranquilidade que se estabelecem em si mesmas, para aquele que se torna Livre. A Liberdade é acompanhada de um desaparecimento, puro e simples, dos pensamentos (salvo quando estes são, certamente, solicitados, pelas necessidades das circunstâncias da vida).

A Liberdade é, portanto, uma vacuidade (vazio). Ela não é mesmo uma expansão Dimensional, uma viagem em Estado de Ser ou uma instalação no Absoluto. A Liberdade é bem mais que um sentimento Interior. Ela é um Estado do Ser onde nenhuma sujeição se pode concretizar, onde nenhuma tomada de poder se pode manifestar (tanto num sentido como no outro).

A Liberdade, certamente, é fonte de Graça e de satisfação. Não de uma satisfação de um trabalho que tenha sido realizado mas, bem mais, a satisfação daquele que, enfim, se encontrou e reencontrou. A Liberdade é, enfim, Ligeireza, tanto em relação a esse corpo, como em relação às circunstâncias da vida. Aquele que é Livre não pode mais ser afetado pelas circunstâncias duais, pelas manifestações de uma consciência confinada.

Aquele que é Livre não pode considerar restringir a Liberdade de ninguém. Isso poderia chamar-se um apagamento ou uma humildade. E é o caso. Porque aquele que é Livre não pode reivindicar nada, tanto no seio das circunstâncias deste mundo, como no seio das circunstâncias espirituais. A Liberdade basta-se a si mesma. Aquele que é Livre sabe-o. Aquele que é Livre vive-o. E esta Vida não é afetada pelas circunstâncias.

Colocar-se a questão da Liberdade deve fazer evitar a armadilha de pensar na Liberdade no seio deste mundo (como a liberdade de uso do tempo, a liberdade de fazer o que vocês querem). A Liberdade de que eu falo não é uma liberdade de fazer mas antes uma Liberdade de Ser, para além de todo o fazer. Ser Livre é estar preenchido de Alegria, sem objeto, sem suporte e sem objetivo. A Liberdade não é uma demissão, exceto se for uma demissão da Ilusão. Não da Ilusão deste mundo mas das próprias ilusões Interiores relativas a este mundo.

A Libertação da Terra, vivida atualmente e em conformidade com o que anunciaram alguns Anciãos e, sobretudo, SERETI (ndr: sua intervenção de 30 setembro 2012, na seção «essenciais»), vos conduzem a viver, nos dias que vêm, esta Liberdade. Lembrem-se que a Liberdade é ausência de referências, ausência de limites e ausência de restrições, ausência de referenciamentos a uma experiência de vida, ausência de ligação com uma circunstância de vida (tanto Interior como exterior).

Quando a Liberdade se apresenta, vocês a vivem. Esta Liberdade não é o registro de uma interrogação sobre as circunstâncias, ou sobre «como melhor o que quer que seja». Porque a Liberdade é, ou não é. A Liberdade que é para viver é a do Coração e a da Luz. Ela não é tributária de nenhuma forma, de nenhuma lei. A Liberdade é a nossa Natureza e a nossa Manifestação, a nossa Essência, para além do que é limitado.

A Liberdade pode causar medo porque ela é acompanhada de um desaparecimento dos ditos limites e, portanto, mesmo das referências de vida, no momento em que ela é vivida. Ultrapassar este medo instala a Liberdade, de maneira definitiva. Esta Liberdade não apresenta nenhuma possibilidade de ser afetada pelas liberdades deste mundo (que eu descrevi). Viver a Liberdade e Ser Livre é qualquer coisa que é sentida, diretamente, na consciência. É o momento em que o verdadeiro sentido da Liberdade é realizado e vivido. Quer dizer que ela não depende, justamente, de nenhuma circunstância, tanto material como espiritual.

A Liberdade está, portanto, em muitos aspectos, sobreposta à Infinita Presença ou Última Presença. Aquele cuja consciência se queixa de uma falta de liberdade (quer essa falta de liberdade seja expressa em relação a uma outra pessoa, em relação a um uso de tempo, em relação a uma profissão), só traduz a ausência de Liberdade. Porque aquele que é Livre não tem nada a ver, mesmo, com a privação de liberdade, a mais total, deste mundo.

A Liberdade é, portanto, totalmente independente de tudo o que vos é conhecido sobre este mundo e não tem nada a ver com a liberdade do tempo, ou a liberdade de um corpo em se mover. Nesta Liberdade, certamente, não pode existir o mínimo medo, relativo a esse corpo, como a um outro ser humano, ou ainda à própria sociedade. Isso não é, também, uma indiferença. Isso não é, também, uma rejeição.

Se colocar a questão desta Liberdade, e vivê-la, é seguramente o que se abre, em vocês, para muitos, através dos mecanismos particulares em que vos parece desaparecer, quer isso seja na percepção do corpo, quer isso seja na vossa própria consciência, quer isso seja de maneira inesperada, espontânea ou decidida, pela meditação ou pelo Alinhamento.

Descobrir a Liberdade é não mais ser afetado, é não mais ser sensível às circunstâncias. A Liberdade dissocia, portanto, de tudo o que pode constituir a consciência ordinária (vulgar). Ela cria (tanto na própria consciência, como no próprio corpo) uma Paz nova, uma Libertação nova, tanto do corpo como do pensamento.

Esta Liberdade não resulta nunca (como eu o disse) de uma procura, mas antes de uma cessação de procura. Como para o Absoluto, esta Liberdade resulta de uma forma de capitulação, capitulação do conjunto das circunstâncias deste mundo, quanto à sua compreensão, quanto à sua expressão, quanto à sua vivência. A Liberdade é o que é proposto pela Libertação. A Liberdade é o que é proposto pela Luz.

A Liberdade é da natureza do Amor e partilha, com o Amor, um certo número de manifestações. A Liberdade é um Dom da Graça. Este Dom da Graça tornou-se real e palpável pela dissolução dos medos (quer isso seja o resultado da Onda da Vida ou a Ação do Manto Azul da Graça), pelo Canal Mariano. Esta Liberdade é acompanhada de um estado de espírito que, para além do simples não julgamento e da não condenação (de uma circunstância ou de um ser), vai realmente acompanhar-se de uma percepção e de um sentimento, bem reais, de desaparecimento deste mundo: coisa que se produz em certos estados Interiores.

Viver o esquecimento de si, viver o esquecimento das suas próprias circunstâncias corporais e dos pensamentos, entreabrir a Porta da Liberdade e instalar-vos na Liberdade. Enquanto existir, em vocês, a crença de que a Liberdade dependerá de um emprego de tempo, de uma circunstância espiritual ou material, vocês não podem Ser Livres. A Liberdade de que eu falo não é um acomodamento com as circunstâncias deste mundo ou com as circunstâncias da vossa vida.

A Liberdade é, enfim, Estar na Vida, para além da vossa vida e de toda a vida, sobre este mundo. Esta Liberdade não pode ser o resultado de uma qualquer oposição à vida habitual, porque enquanto vocês se opuserem, vocês não são Livres. A Liberdade não cria uma indiferença, (mesmo se não houver oposição), mas cria, realmente, um distanciamento, completo e real (afetivo, emocional e circunstancial), do que é vivido.

A desidentificação e a deslocalização da consciência são etapas importantes, prévias à Liberdade. Elas são, de qualquer modo, as premissas. Assim que a Liberdade começa a aparecer, antes que ela se instale, pode haver uma ressurgência, uma acentuação, dos medos anteriores condicionantes, que não vos devem alarmar mas, simplesmente, ser olhados pelo que eles são: emoções que passam e pensamentos que passam.

A Liberdade não está preocupada com isso. A Liberdade está bastante mais próxima de vocês, o que quer que vocês façam, quando as circunstâncias deste mundo mudam de maneira abrupta. Um deslocamento de equilíbrio, qualquer que seja esse deslocamento de equilíbrio (quer ele esteja ligado a um dos Elementos, como ao próprio humano), é frequentemente um elemento salutar, fazendo aparecer a questão da Liberdade. É, em parte, o papel dos Elementos e dos Cavaleiros, em vocês, a partir de agora.

Esta é uma forma de Passagem, que corresponde a uma metamorfose: coisa que será explicada, mais adiante, por ORIONIS, de retorno entre vós e entre nós (ndr: intervenção prevista nos próximos dias). Passado o instante da surpresa (representado pelos diferentes choques possíveis da Humanidade), o deslocamento do equilíbrio, realizado por este choque, pode conduzir a uma metamorfose vital e à instalação da Liberdade. É o objetivo.

As circunstâncias exteriores deste mundo são afetadas pelos Elementos, pela Luz Vibral, e os diferentes componentes da Luz, da mesma forma que há, em vocês, esta afetação que modifica o equilíbrio inicial. Este equilíbrio inicial se encontrará, portanto, deslocado, seja pela Liberdade, seja pelo medo. O resultado, é claro, é profundamente diferente. É a vocês que pertence estarem vigilantes nestes momentos de choque, momentos em que os Cavaleiros agem (tanto exteriormente, como Interiormente). Desta vigilância, desta observação da vossa própria consciência, do aparecimento do medo, ou não, resultará a instalação da Liberdade (se isso já não foi feito).

Os Elementos (sobre os quais eu me exprimi) são talvez aplicáveis, para vocês, a partir de agora mas se tornarão imediatamente aplicáveis (se essa for a vossa escolha) assim que a Ação dos Cavaleiros, sobre a Terra, for massiva. Nestas circunstâncias (que não são mais função, somente, da vossa posição geográfica, porque a Ação dos Cavaleiros vai, num dado momento, referir-se ao conjunto da Terra, momento iminente), é através desta ação global que se realizará, em vocês, a Liberdade ou o medo.

Retenham bem, assim que estas circunstâncias vos forem propostas, não há senão duas escolhas: certas Estrelas vos falaram do medo ou do Amor, enquanto estado. Isso junta completamente o que foi dito (ndr: ver as intervenções de THERESA DE LISIEUX de 3 julho 2012 e de GEMMA GALGANI de 20 setembro 2012, na seção «essenciais»).

A Liberdade é Amor. O medo não é senão a expressão da ausência de Liberdade. Coloquem-se, portanto, as boas questões. Coloquem-se, portanto, para observar, objetivamente, o que ocorre em vocês, ocorrerá em vocês.

Eu vos convido a fazer um paralelo entre o que eu disse sobre a Liberdade, neste dia, com o que eu disse, há algum tempo, relativamente à Autonomia e à Liberdade (ndr: suas intervenções de 1 abril e de 27 de novembro de 2011, na seção «essenciais»), o mesmo com o ensinamento das Estrelas, relativo ao medo e ao Amor. Rememorando o que foi dito (relendo-o), eu espero que vocês percebam a trama (cada vez mais visível, dito isto) do que ocorre, atualmente, tanto nas circunstâncias da Terra, como nas vossas circunstâncias Interiores.

O que se passa fora, passa-se dentro. E o que se passa dentro, passa-se fora. Lembrem-se que a Liberdade e as circunstâncias da Liberdade, são afetadas pela vossa capacidade, maior ou menor, de estar na Paz e de estar Tranquilo. Eu termino aqui as palavras da minha intervenção e eu vos proponho, antes de vos deixar no vosso Alinhamento, um momento de Comunhão, de Graça e de Fusão.

… Compartilhamento do Dom da Graça …

Eu sou IRMÃO K e eu vos digo, até breve. Com todo o meu Amor.


Mensagem de IRMÃO K no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1662
29 de outubro de 2012
(Publicado em 30 de outubro de 2012)
Tradução para o português: Cris Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com/

ANAËL – 29 de outubro de 2012 - AUTRES DIMENSIONS


  Eu sou Anael, Arcanjo.
Bem amados Filhos da Luz, que a Paz, o Amor e a Verdade se estabeleçam em vocês. Permitam-me, em um primeiro instante, instalar-me em vocês, em um momento de Comunhão e de Fusão.

...Compartilhamento do Dom da Graça...

Eu vou tentar expressar-lhes, pelas palavras e pela Vibração, um certo número de elementos concernente ao que vocês chamam a vida e a morte.

A consciência do ser humano, em encarnação neste mundo, traduz-se por um aparecimento no mundo (chamado nascimento) e por um desaparecimento do mesmo mundo (chamado morte).

Vocês têm por hábito chamar de “vida” o que acontece entre seu nascimento e sua morte. O mundo tem Vida. Existe (através da história, da memória) um mundo cuja vida parece permanente, expressando-se através de ciclos, quaisquer que sejam suas durações (anual, diário, semanal, mensal), ou ciclos muito mais longos, chamados ciclos de precessão dos equinócios.

A Terra se aproxima do fim de um ciclo precessional que se traduz pela passagem do conjunto do sistema solar por um alinhamento com o centro galáctico chamado Alcyone ou A Fonte.

O impacto de um alinhamento, qualquer que seja ele, é um reajustamento que se produz tanto em vocês (durante seus próprios Alinhamentos) quanto no conjunto deste sistema solar que se prepara para o seu alinhamento. Este alinhamento sempre traduziu o fim e o início, concomitantemente, de um outro ciclo.

O hábito é tomado por vocês, em encarnação, de chamar “vida” o que lhes parece animado, o que lhes parece crescer depois decrescer, aparecer depois desaparecer, em escala de uma dia (para o sol), em escala da vida animal, vegetal ou humana.

Desde mais de um de seus séculos, existiu, sobre a Terra, inúmeros testemunhos de um Além. Isso começou, eis então, há mais de cem anos com o aparecimento dos primeiros testemunhos concernentes ao Além.

Este Além não é muito diferente do de vocês, ou seja, do espaço em que vocês vivem. Alguns humanos trouxeram mesmo consigo lembranças conscientes, contatos conscientes, com este Além. Durante o fim do século XIX e o século XX, apareceram assim, um certo número de procedimentos (um deles foi chamado espiritismo) permitindo fazer intervir e se expressar, de diferentes modos, espíritos desprovidos de corpo (tal como vocês o entendem) a fim de lhes passar um certo número de informações.

Naquela época a comunicação, difícil, com este Além (até tempos extremamente recentes correspondentes aos anos 80) concernia somente, unicamente e especificamente ao plano astral. Esse plano astral pertence à matriz falsificada. Trata-se simplesmente de uma gama de frequências que lhes é inacessível, aos sentidos como à consciência (ao menos, ordinariamente).

Progressivamente, esses numerosos seres, no curso do fim do século XIX e no século XX contataram estas entidades, estes espíritos, estes seres e trouxeram informações concernentes à persistência da consciência além do que vocês chamam a morte.

Esses testemunhos foram todos, até uma época recente do tempo de vocês, testemunhos do pós-vida que correspondem a um sentimento e a uma percepção, bem mais importante, dos mecanismos da vida no seio de um corpo.

Havia uma forma de continuação, além da morte, no seio de uma identidade que persistia, fazendo com que inúmeros humanos em contato com esses planos pudessem reencontrar, comunicar-se com os falecidos de sua própria família ou com entidades que tivessem deixado o plano Terrestre visível, mas evoluindo no seio de um mundo mais leve, mais agradável, frequentemente descrito e cada vez mais descrito por seres que tinham vivido uma experiência chamada “experiência de quase-morte” (EQM).

As lembranças relatadas por esses viajantes insistiram sobre o fato de que a morte não é em nada um desaparecimento do que quer que seja, mas simplesmente uma mudança de meio Vibratório, sem mudança prévia de identidade. Existe, pois, uma forma de continuidade entre o que lhes é visível e o que lhes é invisível, chamado “astral”.

Nós insistimos (desde o início da reunião do Conclave Arcangélico até sua dissolução) sobre a existência, muito além desta continuidade, de outras esferas que, até os anos 1950 e, sobretudo, 1980, permaneceram inacessíveis à grande maioria da humanidade e mesmo àqueles que estavam mortos e que evoluíam no que vocês chamam de Além.

Alguns Seres (dos quais muitos são, hoje, Anciões ou Estrelas) trouxeram lembranças bem mais importantes e muito além dessas esferas astrais, insistindo sobre uma noção de descontinuidade, sobre a noção de uma identidade não fixa, com possibilidades da consciência não encontradas na Terra nem no plano do Além astral. Inúmeros de vocês, desde alguns anos, vivem (por mecanismos diversos que lhes foram amplamente explicados) encontros com outros planos que se situam além do astral.

Alguns elementos que lhes permitem diferenciar o tipo de contato lhes foram exprimidos pelo Ancião SRI AUROBINDO, há alguns meses, dando-lhes marcadores no seio do que não lhes era percebido, não visível, e que se torna hoje perceptível e visível (ndr: ver sua intervenção de 21 de maio de 2012 na seção “essenciais”).

O que existe, além do astral, qualquer que seja o estado Dimensional, lhes mostra mundos que lhes são desconhecidos, inacessíveis pelos sentidos e inacessíveis pela consciência ordinária, seja ela a do Si. A destruição de um certo número de fatores isolantes (no nível do sistema solar como no nível deste planeta e no nível de seus próprios envelopes sutis) tornou possível um outro modo de comunicação, muito além desse Plano em que vocês estão, muito além do Além astral.

Isso tinha por objetivo preparar sua consciência para esta noção de descontinuidade para permitir-lhes encontrar ou reencontrar o que vocês São, além de qualquer Ilusão, de qualquer encarnação, de qualquer Dimensão e isso, de toda Eternidade. Muitos elementos lhes foram comunicados, muitas experiências foram vividas, muitos estados foram aproximados ou estabilizados.

O que vem sobre esta Terra, o que acontece sob seus olhos, em sua carne, não é nada mais que o desaparecimento das zonas mais densas que vocês nomearam “vida” e “morte”. Este desaparecimento se acompanha de uma translação da consciência no seio de um outro ambiente não tendo estritamente mais nada a ver com esse mundo e seu Além astral.

O que é para viver é um nascimento. Inúmeras imagens foram tomadas. Inúmeras parábolas foram dadas, nesse mundo onde vocês estão (qualificado de Maya por muitos ensinamentos védicos, autênticos e historicamente os mais antigos), e lhes propuseram de se dissociar, sem rejeitar, de uma parte do que aparece à consciência de vocês, pelos sentidos e pela própria vida tal como vocês a chamam.

Muitos de vocês tocaram estes estados, os viveram e os integraram. Do mesmo modo que um experimentador da própria morte, uma vez que a morte não é um fim, mas sim uma continuação em um outro registro de Vibração. Isto do qual eu lhes falo não é nem a vida, nem a morte, ainda menos uma alternância de ciclos, mas sim uma imutabilidade do que vocês São, além de qualquer ciclo, de qualquer sistema solar e de qualquer Dimensão. Isto foi chamado Absoluto.

Primeiramente foi-lhes proposto de viver um certo número de estados da consciência, pondo fim à própria Ilusão. Para alguns de vocês, a Ilusão do mundo desapareceu. Para a coletividade humana encarnada, a Ilusão do mundo está, certamente, sempre presente. As diferentes fases propostas desde o Conclave Arcangélico (Núpcias Celestes, Etapas, Fusão dos Éteres, Liberação do Sol, Liberação da Terra e a Liberação de vocês) visam pôr fim, de maneira coletiva, à Ilusão.

A Liberação da Terra (assim como, previamente, a Liberação do Sol) assinala a Liberação do sistema solar, prévia e concomitantemente, em uma certa medida, com o alinhamento galáctico com Alcyone.

O que é para viver não é, pois, nem a vida, nem a morte, nem uma experiência, nem um estado, mas sim o desaparecimento da ilusão coletiva, o desaparecimento dos sistemas de crenças, o desaparecimento dos sistemas de predação, como anunciado e realizado por SERETI (ndr: sua intervenção de 30 de setembro de 2012 na seção “essenciais”).

Hoje, nesta Terra, não existe mais nenhum obstáculo à realidade da Ascensão, ela mesma visando a fazê-los, se desejarem, sair de todo ciclo, de todo nascimento e de todo renascimento.

A etapa atual da Terra, que inicia amanhã, e, sobretudo depois de amanhã, quando o Arcanjo MIGUEL terá definitivamente terminado sua ação, deixando então seu lugar à ação, terminal e final, do Arcanjo URIEL, corresponde à reunião dos quatro Cavaleiros do Apocalipse no seio do Éter, corresponde, em seu Templo, ao desdobramento completo do Coração Ascensional.

Do mesmo modo que vocês esquecem o sono ao despertarem pela manhã, do mesmo modo que vocês esquecem seus sonhos depois de algum tempo, do mesmo modo, o último trabalho do Arcanjo URIEL é de vigiar a estabilidade de sua Presença, permitindo, pela tranquilidade, paz e serenidade, viver o alinhamento galáctico, a modificação em seus Céus, sem apreensão, sem angústia e sem inquietude.

As únicas inquietudes possíveis, pondo fim à sucessão de vida/morte, nascimento/renascimento, sendo simplesmente os últimos apegos da personalidade, a ela mesma, resultando disso nunca mais a existência de Linhas de Predação, mas muito mais, exclusivamente, de um mecanismo chamado hábito.

O ser humano encarnado é obrigado, pelas próprias condições de sua vida, de se submeter aos hábitos. Os hábitos (vocês os conhecem, todos, sejam as necessidades fisiológicas, sejam suas atividades as mais quotidianas ou as mais habituais) se repetem incansavelmente, dia a dia, mês a mês, ano a ano, ao longo do que vocês chamam “sua vida”. Esta sucessão e esta repetição de elementos cíclicos correspondem ao confinamento em meio a um tempo linear: passado, presente e futuro.

A consciência de vocês (uma vez que ela não se encontra no Absoluto) vai considerar, por este olhar particular, uma linearidade presente mesmo além do Além astral. Isto simplesmente não é possível. Não existe nenhum hábito no Absoluto. As circunstâncias e as condições de vida, tais como vocês as conhecem (que isso seja em vida, aqui ou nos mundos astrais, quando da morte), simplesmente não existirão mais, fazendo-os descobrir, uma vez passado o choque, o que vocês São, em Verdade.

O objetivo do que foi chamado, em seu tempo, pelo Comandante dos Anciões (ndr: O.M. AÏVANHOV), “meninos maus” (ou se vocês preferem, alguns povos das Estrelas que realizaram o confinamento), foi, além das técnicas empregadas no nível do sistema solar, manter (no nível de sua individualidade, de sua personalidade) alguns Véus lhes ocultando a Verdade. A ocultação da Verdade induz à falta, induz à repetição e induz ao medo.

O medo é o resultado do hábito. Contrariamente ao que vocês possam imaginar, supor ou pensar, vocês procuram o hábito enquanto meio de se preservar do medo e é, entretanto, o próprio hábito que cria o medo. Um hábito, qualquer que seja, não faz mais que colocá-los face a atos automáticos, a atos repetitivos, cuja única estratégia é de fazê-los evitar o desconhecido e de se protegerem dele. Isto não pode existir nos Mundos Livres, não submetidos a uma qualquer linearidade do tempo, nem a quaisquer forças chamadas gravitacionais.

O que os espera não é a morte. O que vos espera não é um nascimento, mas, realmente, uma Translação Dimensional. Do mesmo modo que vocês se encontram, em certas circunstâncias, face a um desconhecido, face a um imprevisto, face a qualquer coisa que não seja esperada, lhes resta, passado o momento de estupefação, realizar o que vocês São, para o conjunto da coletividade humana.

Tendo compreendido o que vocês São, cada um será livre para prosseguir nos ciclos de vida e de morte, todavia sem interrupção da consciência. A aproximação da Luz (realizada durante uma geração) permitiu o processo de experiências vividas, permitiu preparar a chegada da Luz. Aquele que abandona seus medos e que vê claramente o que se desenrola, doravante, sobre esta Terra, pode somente apreender o que se desenrola em sua integridade, em sua Realidade, e em sua Verdade.

A ação dos Cavaleiros, a ação dos Elementos vem, pois, finalizar o trabalho de dissolução da matriz, a dissolução das Linhas temporais, como também as Linhas de predação.

Há, em cada ser humano encarnado presente neste mundo, a possibilidade, inerente à própria estrutura, de se reconectar a esses Mundos além do astral. Lembrem-se que somente a noção de hábito (criado pelo próprio medo) os impede de ver ainda o que nos concerne, mesmo se, para um número cada vez mais importante entre vocês, existem manifestações inequívocas.

O contato com as outras Dimensões torna-se cada vez mais frequente. A presença e a revelação de suas Linhagens, diretamente ligadas aos quatro Cavaleiros os informam sobre sua Vibração essencial. Os contatos através do Canal Mariano, assim como a subida da Onda da Vida, permite-lhes apreender que vocês não são nem o que vive e nem o que morre.

Esta deslocalização da consciência, em relação à noção de pessoa e de indivíduo, é um elemento maior (que se produziu ou se produz ou se produzirá em sua consciência) permitindo, pela própria vivência disso, de extraírem-se desta noção de vida e de morte, de hábito e de medo.

Somente o que está apegado, em vocês (por hábito, eu preciso isso, e não por feridas e não por memória), somente o hábito, doravante, os mantêm na perpetuação dos reflexos normais entre a vida e a morte, tais como vocês os concebem.

As necessidades fisiológicas, tais como vocês as definem, se modificam. A Estrela HILDEGARDE DE BINGEN os evocou amplamente para vocês, concernente à alimentação (ndr: sua intervenção de 03 de outubro de 2012 na seção “essencias”). Acontece o mesmo para o conjunto das funções fisiológicas e, eu diria mesmo, psicológicas que vocês são levados a viver. As síndromes de perda, as síndromes de medo (que são ainda vividos por alguns de vocês), são somente a tradução da agitação de suas convicções as mais íntimas, de suas crenças as mais íntimas.

A Translação Dimensional (como nós lhes explicamos) não pode se realizar pelo medo, não pode se realizar pelo hábito. O Amor, a Luz Vibral, põem fim ao medo e ao hábito. Não são vocês que lutam contra o medo ou contra os hábitos: eles desaparecem por si mesmos. Quando de seu desaparecimento se produz, então (tanto em sua consciência como em seu corpo) um certo número de modificações, tornando-se cada vez mais intensos, concernindo as necessidades e os desejos, concernindo a própria evolução da consciência ordinária.

Esta, com efeito, tende a se desligar durante os tempos independentes do sono de vocês, acontecendo seja de maneira imprevista, seja por ocasião de seus Alinhamentos. Esses momentos não devem ser questionados quanto a uma eventual significação, quanto a um eventual sentido, mas saibam que eles traduzem, realmente, a ocultação do efêmero, a ocultação dos hábitos, e a ocultação dos medos.

Esses tempos que se abrem (terminando a intervenção de MIGUEL e seus Alinhamentos com ele) traduzir-se-ão por um número mais e mais importante de vocês, pelas ocultações totais da consciência ordinária. Esta ocultação da consciência ordinária (que não é nem uma fase de sono, nem uma fase de vigília, nem uma fase de Comunhão com as outras Dimensões) representa a ruptura de seus últimos hábitos concernindo este corpo e esta vida.

Isto é um mecanismo normal concernente à Translação Dimensional e que deve levar ao mecanismo chamado “a estase”. O preâmbulo que vocês vivem (este preâmbulo que sobrevém sem rodeios e cada vez mais independentemente de seus Alinhamentos) não deve, em caso algum, os alarmar sobre o que quer que seja. Vocês constatarão, aliás, cada vez mais facilmente, que esses momentos de ocultação da consciência ordinária (sempre sabendo que vocês não dormem, sempre sabendo que vocês não estão em outro lugar, nem mesmo aqui), esta deslocalização total sem possibilidade de relocalização é muito exatamente o que corresponde aos momentos, que eu qualificaria de finais, de Última Presença, permitindo-lhes, chegado o momento, de reencontrar o Absoluto e de se estabelecerem nele (se esta é sua consciência, em um corpo ou sem corpo, em uma Dimensão ou sem Dimensão).

Assim, pois, a qualidade e a quantidade da ocultação da consciência se traduzirá, no seu retorno, por modificações cada vez mais sensíveis de suas vidas e da vida desse corpo, que isso toque as necessidades, que isso toque os polos de interesse e que isso toque mesmo suas concepções, suas percepções e seu modo de ver e de levar sua vida.

Assim, pois, esse processo de perda de hábito e de ocultação da consciência porá fim, para muitos de vocês, ao questionamento do sentido da vida e do sentido da morte. Vocês passarão, então, de um sistema binário (alternância vida/morte) para um sistema Unitário ou um sistema Absoluto, por este viés. Isto representa os elementos maiores que eu tinha a transmitir-lhes, concernindo a vida e a morte, em relação ao período que vocês vivem.

É claro, o desaparecimento das franjas de interferência, o desaparecimento dos sistemas de controle do mental humano, assim como o desaparecimento dos últimos Véus (coletivos e individuais), realizados pelo fim das últimas Linhas de Predação (pessoais e coletivas) vai levá-los, progressivamente ou brutalmente, a realizar essas ocultações de consciência.

O que convém fazer é, justamente, deixar acontecer. Não há melhor modo de preparar o momento final da Terra que realizando o que se passa deixando-o operar em vocês. Se vocês ousarem, nesta fase particular, não procurar sentido ou significação, se vocês ousarem imergir-se, em totalidade, no que se produz, vocês constatarão facilmente que não somente vocês não desaparecem, mas que vocês estão mais despertos, mais conscientes, eu diria, como vocês nunca estiveram, tanto neste mundo visível quanto na sua contrapartida astral invisível.

Mesmo os que passaram por “experiências de quase-morte” e tendo trazido esse sentimento de Amor indizível, esta colorização particular do mundo astral, ficarão maravilhados e estupefatos pela intensidade do que se desvela lá em cima, sem nenhuma comparação com as “experiências de quase-morte”. Isso realizará então o Juramento e a Promessa da Fonte, que alguns de vocês já começaram a viver e que se generalizará quando chegar o tempo do alinhamento galáctico.

Eis o que eu tinha a lhes passar. Se há, em vocês, alguma interrogação específica ao que eu acabo de enunciar, então eu os escuto.

Questão: toda a humanidade vai atravessar isso ou somente aqueles que se prepararam?
Conforme o que A FONTE os comunicou durante as Núpcias Celestes, e mais recentemente (ndr: intervenção de 02 de outubro de 2012 na seção “essenciais”), a travessia desta etapa é indispensável para a Liberação.

Eu não falo, evidentemente, de seu destino (que lhes é pessoal) mas, efetivamente, de um momento coletivo e comum ao conjunto da humanidade, ou seja, no mesmo espaço de tempo.

Nós não temos mais questionamentos. Nós o agradecemos.

Bem amados Filhos da Luz, bem amados Liberadores da Terra, bem amado povo humano, em sua integridade, eu lhes peço de bem querer acolher minha Presença e minha Radiância.

Eu sou Anael, Arcanjo. Estejam em Paz.

Até logo.






NT: Experiência de Quase-Morte é um termo empregado pela comunidade científica, cuja abreviatura é EQM.


Mensagem de ANAËL no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1663
29 de outubro de 2012
(Publicado em 30 de outubro de 2012)
Tradução para o português: Dionéia Lages
http://minhamestria.blogspot.com/


BIDI – 28 de outubro de 2012 - AUTRES DIMENSIONS


Bem, BIDI está com vocês e os saúda, e nós vamos continuar, se vocês querem, nossas trocas e conversas. Eu escuto, então, suas questões.

Pergunta: quando estamos carregando responsabilidades espirituais e materiais devemos nos deixar viver os últimos sobressaltos da vida sensual deste mundo carbonado (com o risco de esquecer ao que nós nos consagramos ao longo de toda nossa vida), ou essas últimas provas são para nos permitir vê-las, para melhor superá-las.?

Sua questão é múltipla. Considerar que há o que quer que seja para se lembrar, referente à sua vida faz, portanto, apelo a um processo de memória ou recordação. Nem a memória, nem qualquer lembrança, concernem ao que você É.

O que apareceu um dia, e que desaparecerá um dia (e que você chama sua pessoa, sua vida) está inscrito, necessariamente, em meio a um efêmero. De um lado, o que você chama “prova”, o que você chama “responsabilidade” não concerne, justamente, a não ser a esse efêmero e absolutamente a nada mais.

Somente a personalidade se coloca entre um início e um fim, correspondente ao aparecimento e ao desaparecimento da vida, em meio à consciência. A noção de prova, a noção de responsabilidade, concerne apenas a esse saco de comida e esse saco mental e, em caso algum, ao que você É. Reagir ou não reagir, concernirá sempre ao desenrolar do efêmero.

Eu o convido, portanto, a considerar que o conjunto das proposições concerne apenas ao que é efêmero e, portanto, concerne apenas à pessoa em meio a uma crença em uma evolução, uma crença em provas, uma crença na perpetuação da memória ou de uma lembrança. Você não é nada de tudo isso.

Assim não se coloque a questão de agir ou de não agir, mas sim de olhar agir ou não agir, uma vez que você não é concernido pelo agir ou pelo não agir. Enquanto há a implicação, através de um efêmero, não pode haver Absoluto.

Pergunta: você especificou que a perpetuação da memória não tinha razão de ser. No entanto, através de suas intervenções, você utiliza a sua memória?

Absolutamente não. Uma vez que você considera que existe um tempo linear e que quem se exprime é a consequência de uma ou de encarnações que esta consciência tomou. Por outro lado, não é de modo algum questão de qualquer perpetuação, de qualquer memória. Considerar a perpetuação da memória mantém você, de uma maneira ou de outra (deste lado aqui do Véu como do outro lado do Véu), na Ilusão de um eterno. Nenhuma perpetuação da memória pode ser eterna.

O eterno não tem o que fazer da memória. Este que se exprime, hoje, transcende o que vocês chamam as barreiras do tempo. O que eu exprimo, neste instante, não é a sequência lógica do que eu exprimia, em um dado momento, mas se inscreve no mesmo tempo, além de seu tempo.

É muito difícil para o intelecto conceber que o que é dito hoje não é uma continuação ou uma perpetuação, mas sim a mesma expressão, a mesma qualidade, independente de minha vida passada, independente de qualquer tempo.

O que é exprimido (e este foi o caso quando, segundo seus dados temporais, eu fui encarnado) não tem nada a ver, justamente, com minha memória, ou qualquer encarnação. Uma vez que o que eu exprimo não é uma continuidade, mas se inscreve no mesmo tempo, além de nosso tempo e de seu tempo.

Qualquer memória está em ressonância com a lei de ação/reação. Nenhuma memória pode existir quando não há mais ação e reação, mas sim o Estado de Ser (Êtreté), ou ainda o Absoluto. Experimentar e estabelecer-se na Infinita Presença, no Estado de Ser (Êtreté), ou no Absoluto, coloca fim a qualquer memória.

Em meio à consciência, a memória pertence ao efêmero. A consciência se apoia sobre a memória, se apoia sobre a antecipação, mas memória e antecipação pertencem sempre à ação/reação, à dualidade e, portanto, ao efêmero.

Você não pode se apoiar sobre nenhuma memória, sobre nenhum antecedente, e mesmo sobre nenhuma projeção, para ser o que você É. Isto muda o ponto de vista, muda o olhar e te coloca, de maneira irremediável, no que você É, e não no que você crê, e não como resultado de uma memória, ou como antecipação de uma projeção.

O mais duro, para a pessoa, como para a consciência, é, justamente, parar de crer-se.  Nenhuma consciência pode conduzir à a-consciência. Nenhuma memória pode conduzir ao Estado de Ser (Êtreté), à Unidade, como à Infinita Presença ou ao Absoluto.

Enquanto a memória existe, enquanto há uma relação a um passado, a uma história, você se inscreve, em meio à consciência, nessa memória e nessa história, e você não é, então, Livre.

O que permanece quando esse saco desaparece?
O que se torna a memória (quer você creia ou não em qualquer reencarnação)?

O que permanece do que você era antes (que esse antes seja ontem, um século ou mil anos)?

Libertar-se da memória, esquecer a memória, é estar disponível para o presente. Se há memória, há indisponibilidade para o presente.

Pergunta: a passagem nesta Dimensão de dualidade, encarnados, não vai servir para nada, então?

Não serviu para nada, não servirá para nada e jamais servirá a outra coisa.

Esse saco aparece um dia, ele desaparece outro dia. A consciência vai acreditar que ela é uma sequência de experiências, delimitadas em um tempo chamado “encarnação”, mas o que permanece de uma encarnação a outra? Nada.

O que você É jamais se moveu, jamais existiu, sempre Esteve aí e Estará sempre aí. Somente o olhar da pessoa e da consciência os leva a considerar suposições que não são consistentes. O que você exprime, através disso, é o que deseja a consciência: é uma forma de perpetuação, uma forma de infinito, uma forma de eternidade, que não pode existir. 

A consciência sonha uma eternidade. A pessoa sonha uma perenidade. Isto não pode ser.

O que você É não corresponde a nenhuma dessas proposições.
Se o que você é, hoje, em meio a esta vida, devia te servir para uma vida posterior, por que ela desapareceria quando você aparecesse, de novo, sobre este mundo?

Qual é o valor do esquecimento, em relação à memória? Explique-me isso.
Todos os mecanismos do vivente, em meio a este mundo, passam por mecanismos que vocês chamam “aprendizagem”.

O que você É não tem necessidade de nenhuma aprendizagem, de nenhuma educação, de nenhuma sociedade e de nenhum mundo. Aceitar isso (além da crença) é já mudar o ponto de vista, mudar o olhar e se descobrir tal como você É.

Enquanto você conservar (para a pessoa ou a consciência) a ilusão de uma memória, de um progresso, de uma evolução, de uma transformação, você inscreve você mesmo no efêmero, o que você não É.

Pergunta: qual é a diferença entre Absoluto e nada (néant)?

Para a pessoa, para a consciência, o Absoluto é o nada. Para o Absoluto, o nada é uma estupidez da pessoa. Nada mais. Enquanto você não pode ser o que você É, porque existe uma distorção induzida pela pessoa, induzida pela consciência, então você está no erro e você considera que o Absoluto é o nada.

O desaparecimento dos limites (resultam do saco, o de comida como o mental) cria a suposição de uma identidade, de uma delimitação e de um espaço limitado. O que você É, não é isso, absolutamente.

Como, o que é limitado (pelas ideias, pelos pensamentos, pelas concepções, pela forma, ela própria, da carne) pode pretender ser Absoluto?

Para ele, isso se chama o nada. Somente aquele que é Absoluto se dá conta, de algum modo, por ele mesmo, que o nada é uma secreção de medo do saco.

Quando você dorme, o mundo está aí?
Quando você dorme, o “eu” está aí?

O Absoluto te faz ver que você está além de uma história, além de uma pessoa, além de qualquer saco e além de qualquer consciência. Mas enquanto você não o vivenciou, esse Absoluto é um absurdo, um nada.

Pergunta: que  diferença há entre Unidade e Absoluto?

Na Unidade, a consciência está presente, ela olha a si própria em um  espelho particular, sem fundo, sem reflexo: é um auto-espelhamento. A Unidade é uma contemplação, um estado da consciência com diferentes etapas (denominadas “Samadhi”) correspondente à consciência Turiya.

O Absoluto não é uma consciência: é o que você É.
A consciência existe sobre a cena de teatro, na poltrona daquele que olha, no teatro ele próprio.

O Absoluto sabe que há um teatro, mas sabe também perfeitamente que ele não é nada do que constitui o teatro: tanto dualidade como unidade. O Absoluto corresponde à a-consciência. A Unidade corresponde à consciência total ou, se você prefere, uma consciência absoluta.

O Absoluto não é em nada concernido pelos jogos da consciência. Constatar a Unidade, viver a Unidade, é um estado da consciência. Ser Absoluto, é ser além de qualquer estado e, sobretudo, não uma consciência.

O Absoluto se vive após a Dissolução ou durante a Dissolução. A Unidade se vive enquanto Comunhão de consciência, de Si a Si, ou de qualquer Si a outro Si. A consciência é experiência. O Absoluto não é concernido por nenhuma experiência, nenhuma contemplação.

A consciência não pode apreender o Absoluto. É o Absoluto que contém a consciência. É o Centro presente em todo centro.

A Unidade é ter consciência do conjunto das consciências, mas isso não é sair da consciência.

Pergunta: o Absoluto se move?

Ele permite todos os movimentos. Sem ele, nenhum movimento. Sem ele, não há consciência. O Absoluto é ao mesmo tempo preliminar a qualquer movimento e é todos os movimentos, assim como a imobilidade. Mas, para o Absoluto, não há diferença entre a imobilidade e o movimento.

Dar um qualificativo ao Absoluto torna-se, muito rápido, um absurdo, é por isso que aquele que é Absoluto não pode, como eu já disse, de modo algum, traduzir em palavras o que é vivido.

O que é vivido não é uma experiência da consciência, mas sim o cessar total de qualquer consciência é que faz aparecer o que você É.  O que você É poderia ser denominado “anterior à consciência” e, contudo não é nada, pois é o que contém todas as possibilidades da consciência.

Pergunta: então, é o Absoluto que vem a nós. Em nenhum caso, nós podemos ir a ele?

Como eu lhes disse, enquanto vocês acreditam buscar o Absoluto, vocês fracassam. O Absoluto é o que você É. O que você É, não pode ser nem buscado, nem encontrado, uma vez que já está aí. Enquanto você o busca, é a pessoa que busca.

Enquanto você crê, é a pessoa que crê. O que cria a dinâmica da busca é a consciência e, ao mesmo tempo, o que é denominado a separação. O que exprime bem que a pessoa é separada: ela se vive como tal, inscrita em um limite temporal chamado o nascimento e a morte. Ela cria para si, em meio a esta vida, histórias (espirituais, sociais, materiais, afetivas) de responsabilidade.

Essa noção de responsabilidade, essa noção de evolução, muda o que quer que seja para o desaparecimento do efêmero?

Quaisquer que sejam as crenças desse saco, quaisquer que sejam as experiências desse saco, ele terminará um dia. O que fica então?

Eventualmente, você pode me responder: “a consciência”, se sua consciência, ela própria, não está mais limitada e separada e dividida, mas tem acesso a suas próprias memórias.

Pergunta: por que o Absoluto apresenta disfunção, isto é, nos mergulha em um sonho que não existe?

Mas não é o Absoluto que apresenta disfunção, é você.

Pergunta: ser Absoluto com forma, está programado anteriormente?

E seria programado de acordo com qual  lei, qual prazo, e qual calendário? É impossível. O Absoluto é o que você Foi, o que você É, o que você Será, além de qualquer ser, de qualquer pessoa e de qualquer consciência.

A consciência não pode se programar para Ser Absoluto: é, justamente, uma desprogramação total da consciência. Quanto à pessoa, para ela, é o nada. Do ponto de vista da pessoa, o Absoluto não pode existir, não pode ser, e não pode aparecer.

Eu lembro que não há passagem da pessoa ao Absoluto, como da Consciência à a-consciência. É o parar da busca, ela própria, o parar de perseguir um objetivo, o parar de qualquer crença, de qualquer suposição, que desvela (pela refutação, pela pesquisa, pela maturidade) o Absoluto.

Pergunta: dizer "que a Liberação seja feita" pode nos ajudar a sair desta ilusão?

A partir do instante em que você pronuncia essa frase, você considera, portanto, que você não está Liberada. Você coloca, então, uma distância com o que você É.

Como, colocando, de imediato, uma distância com o que você É, você pode esperar encontrar o que você É?

Você inscreve, por meio dessa frase, o Absoluto, como um objetivo, como uma busca, como uma falta. É um erro.

Pergunta: o que é o Absoluto, é o Amor e isto é tudo?

Quando você diz "o Absoluto é o Amor", então você define o Absoluto.
O Absoluto pode ser definido?
Acrescentar "isso é tudo" quer dizer que você limita e, delimita o Amor e o Absoluto.

O Absoluto, é claro, contém o Amor, ele é o recipiente do Amor, o conteúdo do Amor. Mas você não pode dizer: “ o Absoluto, é isto ou aquilo”. Uma vez que você busca para se referenciar, sobre uma definição, o que, para você, é o Amor, em seu ideal, em sua consciência, em suas projeções, em suas metas, em seus objetivos. Tentar definir, assim, o Absoluto, o distancia dele.

Não mais definir, não mais dar um qualificativo, não buscar uma razão, um sentido, uma explicação, uma lógica (a capitulação de todos os aspectos da pessoa e da consciência), o faz Realizar o que você É, de toda Eternidade. Não há outra possibilidade. Qualquer definição pertence à consciência. O Absoluto não é a consciência.

Pergunta: você repete que não há nada a fazer, mas nós ainda vivemos sobre esta Terra onde estamos, portanto, obrigados a fazer as coisas, sabendo inteiramente que são da ilusão?

Mas eu nunca disse para não fazer nada. "Ficar Tranquilo" diz respeito a consciência. Eu mesmo especifiquei que tudo o que era para fazer, para esse saco, era para fazer.

O Absoluto não é ser preguiçoso. O Absoluto consiste em mudar de olhar, de ponto de vista, e de consciência. Jamais eu disse que não era necessário fazer o que era necessário fazer por esse saco, bem ao contrário.

A pessoa escuta sempre o que ela quer. Eu jamais disse isso. Ninguém jamais lhes disse isso. Foi especificado, por alguns Anciãos, há alguns anos, que havia circunstâncias de vida a mudar, para desbloquear a liberdade. Mas ninguém jamais disse (e eu, ainda menos) que era necessário nada fazer.

Quando eu digo “não faça nada”, eu não falo das atividades da pessoa, eu me dirijo ao que vocês São.

Um Absoluto com forma deve recusar a encarnação?
A recusa é uma oposição da consciência, e não diz respeito em nada ao Absoluto.

O que você É não tem o que fazer do que se faz, de como você o faz, ou como você o realiza. As obrigações concernem à pessoa, mas não ao que você É.

Acreditar que sua pessoa, extraindo-se das obrigações, vai encontrar o Absoluto, é um erro. A pessoa não pode compreender o Absoluto, você tem a prova. Ela interpreta os dizeres segundo seu ponto de vista, quer dizer a própria pessoa. Enquanto você raciocina assim, e age assim, isso mostra que você não está “Tranquilo”.

Pergunta: Existe mudança de consciência por perceber que tudo isso é ilusão?

Nenhuma mudança na consciência conduz ao Absoluto. O que você diz é uma primeira etapa que desencadeia a mudança de ponto de vista. Mas se você rejeita a ilusão, opondo-se a ela, você vai necessariamente reforçá-la.

Pergunta: Eu creio que ...

O que você acredita não tem qualquer importância: isto que você É, que é importante. Crer ou não crer, não muda nada do que você É. Acreditar é uma dinâmica da ação, do movimento, e da própria ilusão.

Pergunta: desinteressar-se das experiências de vida revela uma mudança de ponto de vista?

Ambos são possíveis: seja porque há uma indolência, seja porque há Absoluto. Mas só você conhece a resposta. Como eu disse, aquele que é Absoluto não se põe mais questão sobre o Absoluto. Ele não pode fazer-se perguntas sobre isso.

Da mesma forma que aquele que faz uma saída do seu corpo, sabe que ele existe fora deste corpo: ele não se coloca mais a questão da existência, ou não, de algo após este corpo, uma vez que ele o viveu.

Mas aquele que não o viveu poderá fazer-se todas as perguntas do mundo, criar todas as crenças do mundo, todos os pensamentos do mundo, isso não será mais do que abstrações, porque ele não o viveu. Contanto que vocês não estejam mortos para si mesmos, vocês não podem Viver o que vocês São. Mas vocês não podem submeter à morte a pessoa.

Pergunta: abandonar todo esforço e contentar-se em viver o que a vida oferece, dia após dia, é isso o que convém fazer?

Não há nada a fazer. Enquanto você considera que existe um estado prévio (através de uma pesquisa, por meio de "viver o dia a dia"), isso diz respeito ao saco e a consciência, mas não ao que você É. Para alguns sacos, este estilo de vida é o que é proposto pela Inteligência da Luz. Assim, faça-o. Realize-o. Mas perceba que o que você faz, ou o que você realiza, não o afastou nem o aproximou do que você É: Aí, está a maturidade. O Absoluto não tem o que fazer do seu grau de atividade ou inatividade.

O Absoluto não tem o que fazer do seu grau de evolução, de iniciação, ou de qualquer outra coisa (como da sua idade, ou do seu sexo, ou de não importa o quê). Aí, está a Verdade. Eu o lembro de que o Absoluto ocorre quando da capitulação da Consciência. Esta capitulação não é nem um fazer, nem uma ação, nem mesmo um estado de ser: é espontânea, imediata.

A partir do instante em que você está, de alguma forma, extraído (sem o desejar, sem o almejar) das ilusões e de todo efêmero, isso não põe fim ao seu efêmero, isso não põe fim às responsabilidades deste saco: é totalmente independente disso. Para alguns, isso vai ser assim. E para outros, a Inteligência da Luz os coloca frente aos desafios.

Tanto um como o outro são, muito exatamente, o que lhes é proposto. Mas eu os lembro de que, o que quer que seja que lhes proponha a Inteligência da Luz, é destinado a conduzi-los ao Si, à Unidade, até mesmo à Última Presença ou Infinita Presença. Mas o mecanismo Último (se assim posso dizer) sobrevém, de alguma forma, quando, mesmo, tudo isso é largado (solto), na totalidade.

É o momento em que a consciência não reivindica mais nada, nem mais a ela mesma (no Si ou na Unidade) o que se mostra, de alguma forma, é o que você É.

Pergunta: por que o Si, se narcisista, renunciaria a ele mesmo?

Ele não pode. A consciência não renuncia jamais a ela mesma. A projeção conduz à projeção. A criatividade conduz à criação. A experiência conduz à experiência. Porque o conjunto do que é conduzido, envolve uma comparação: consciência Unitária, consciência dualitária, etc., etc. Mas o que você É não está, de forma alguma, relacionado a isso. Não é do Si que se realiza o Abandono do Si.

Não é um ato de vontade, não é um ato relacionado a uma prática (muito menos a uma ascese, e muito menos a uma moral), mas, sim, esse famoso vazio do Si, ou da pessoa, este cataclismo final da própria consciência, que o faz descobrir o que você É.

Da mesma forma que, quando a maior parte dos Irmãos e Irmãs humanos vivem experiências fora do corpo (ou de aproximação da morte), não há propriamente um traumatismo (qualquer que seja), uma ruptura da continuidade e, portanto, essa forma de descontinuidade que leva a Ser o que você É, mas não antes. Vou retomar outro exemplo, que é familiar a vocês, pois é utilizado, em numerosas ocasiões, pelo Comandante dos Anciões (ndr: O.M. AÏVANHOV).

A Consciência, que vocês procuram, parece-lhes distante. Esta Consciência é o amendoim no pote. Quando vocês veem o pote e os amendoins, é necessário colocar a mão dentro do pote, para agarrar os amendoins. E o que acontece naquele momento? A mão não sai mais do pote. Convém, portanto, superar o amendoim, o pote, e a mão. Mas enquanto você considera que existe um pote, os amendoins, e uma mão para agarrá-los, não há solução.

A consideração das refutações (conduzidas, ou não, por vocês, até agora) foi destinada a fazê-los mudar de ponto de vista. Era uma forma de lógica que se dirigia à pessoa e ao mental. Qualquer outra atividade mental (da pessoa, ou até mesmo, da Consciência a mais ampliada) não lhes é de qualquer utilidade. Realizar o Abandono do Si, não é uma Realização: é uma Libertação.

Não é um objetivo a atingir, é sim, ao contrário, algo a soltar. Mas este algo a soltar não deve ser confundido com o fato de não fazer mais nada. A consciência é o que mantém. A a-consciência é o que soltou. O que quer que vocês mantenham (com a consciência, com as ideias, com as crenças, com as memórias, com as projeções), enquanto vocês mantêm o que quer que seja disso, vocês não estão Livres.

Aquele que é Livre não apagou suas memórias: elas estão sempre aí, mas elas não o afetam mais. A pessoa como a Consciência, o ego como a Consciência Unificada, estão sempre à procura de uma experiência, de um objetivo, e de um propósito. Nenhum objetivo, nenhuma experiência e nenhum propósito, não ressaltam o Absoluto.

Pergunta: a percepção de um movimento quando tudo está tranquilo revela o Abandono do Si?
O movimento é um processo Vibracional. Tudo depende se este movimento nasceu em algum lugar neste saco, ou se ele toma todo o saco de uma vez. O movimento, a impressão de movimento, ou a percepção de um movimento, podem ser ligados a uma das etapas finais da própria consciência.

Mesmo que não exista nenhuma passagem, estritamente falando, entre a Infinita Presença (ou Abandono do Si, totalmente realizado) e o Absoluto, então pode-se dizer que estas são as primícias, as testemunhas, se você preferir, de que o ponto de vista está mudando.

Da mesma forma que as experiências de Comunhão, de Fusão, e de deslocalização prepararam vocês. Da mesma forma, que o contato com outros Absolutos, pelo Canal Mariano, preparou vocês. A Onda da Vida é também um movimento. Quando a pessoa é apagada, e quando a consciência para de observar-se a si mesma (mesmo no Si), então a Onda da Vida se lança. O Absoluto está, então, presente. Isso é vivido, e isso é plenamente consciente, porque vocês tocam a sua natureza, além da própria consciência. Isto é o que vocês São.

Pergunta: ter o olhar que não vê mais nada e que salta reflete uma mudança de ponto de vista?

Não, porque o que é visto, naquele momento, é visto pela própria consciência. Certamente, diferente daquele da pessoa, mas muito ligado à consciência pessoal, ainda assim, qualquer que seja o gênero de visão e a forma de visão. O Absoluto não é uma visão.

O Absoluto não é um estado. Mas, é claro, existe, no seio dos estados finais da consciência, antes do Abandono do Si (mesmo que isso não seja uma finalidade), a manifestação de certo número de elementos Vibratórios que lhes são conhecidos, mas que não passam, para o Absoluto, de uma ilusão.

A identificação da consciência com as Vibrações conduz à expansão da consciência até a Unidade e até a Infinita Presença, mas nunca ao Absoluto visto que o Absoluto é o desaparecimento da própria consciência. Ora, como a consciência que Vibra, que se expande, poderia desaparecer? Esta é uma experiência da consciência. O verdadeiro olhar é, de fato, sem os olhos, sem discriminação, sem qualquer sensorialidade, sem qualquer percepção, sem qualquer concepção, sem qualquer lógica aparente.

A melhor testemunha é a Onda da Vida, que é uma propagação e um movimento, que visa, como vocês o sabem, superar alguns obstáculos da pessoa, e da sobrevivência da pessoa, e então é destinada a favorecer o Coração. Estes mecanismos são, os testemunhos da colocação em ação, inconsciente, da confrontação, da própria consciência (que você percebe) com o Absoluto.

Mas isso ainda não é o Absoluto. Isso não é um precedente, você vai considerar que esta é uma etapa que acontece, mas esta etapa não é absolutamente indispensável, ou mesmo necessária. Ela é talvez mais adaptada às condições de Luz atual, aí onde vocês estão. Na minha encarnação, isso não era necessário.

Pergunta: haverá muitos Absolutos com a forma antes do fim?

Eu posso responder, dizendo a você que haverá um monte de Absolutos com a forma, como sem forma, depois do fim. O fim não existe para o Absoluto.

Pergunta: o que fazer enquanto se espera o fim?

Eu empurro para mais longe o seu raciocínio. Desde que você está na idade de conceber que você é uma pessoa (depois de três ou quatro anos), você sabe intimamente, naquele momento, que o que apareceu, dentro desta forma (este corpo, este campo de consciência) tem um fim. Seria, portanto, você quem decide, desde a idade de quatro anos, não fazer nada? O sentimento de um fim, se ele deve levar a um desinteresse, não leva você a nenhum lugar, porque vai se tratar sempre de uma fuga.

Aquele que é o Absoluto não é afetado, nem pelo início, nem pelo fim (de si mesmo, como do mundo). Não há qualquer atitude mental satisfatória para o Absoluto, porque se você diz a si mesmo que em tantas semanas, é o fim, e que você espera este fim, você se engana. Olhe: na maioria das vezes, quando se anuncia a um saco de comida que ele vai partir de uma doença grave, o que acontece? Na maioria das vezes, essas pessoas estão vivendo mais do que nunca. Elas saboreiam cada minuto, cada dia e a cada hora.

Isto é independente da atividade ou da não atividade. Esta é, eu diria, uma atmosfera Interior. É como se, sabendo que você é uma pessoa (de quatro, cinco anos) que acabará um dia, você se diz: "este dia é inevitável, de que serve deixar viver esse saco?". Ora, a recusa da Ilusão mantém a Ilusão.

Da mesma forma, toda espera (mesmo justificada, mesmo real) de um evento real demonstra o que você é. A espera coloca uma distância com o que você É. Esperar que o fim do que quer que seja, permitirá a você ser Absoluto, é um erro. O fim do que quer que seja lembra você, simplesmente, o que você É, para além da pessoa.

Isto se chama a Liberação. Aquele que é o Absoluto, é Liberado Vivente. Ele não precisa esperar por um eventual, ou um real, fim do que quer que seja, para Ser isso. Nunca queiram colocar-se, a si mesmos, em um sentido de espera, porque o sentido de espera (como de expectativa ou de esperança) põe uma distância.

Há uma armadilha. Como já foi dito, vivam cada minuto, aí onde vocês estão, plenamente, inteiramente, como se fosse o último, porque, de qualquer maneira, aparecendo em uma pessoa, há a certeza e a inevitabilidade do fim desta pessoa.

Pergunta: amar a ilusão, isto é, amar a natureza, amar as flores nos afasta do Absoluto?
Mas tudo depende do que você chama amar. Há tantos seres humanos quanto definições do amor. Se você ama, sem se apegar, não há qualquer razão para que a natureza o afaste do que você É, já que a natureza é Absoluta, para além da aparência. Tudo depende do que você gosta. É a cor, é a forma, é o cheiro, é a aparência ou é a essência?

Toda diferença vem de você, mas não da natureza. Nada pode afastá-lo, nada pode aproximá-lo. Há apenas circunstâncias que reforçam a ilusão, que a mantêm e a conservam. E há circunstâncias que o Liberam disso. Mas as circunstâncias são Interiores: elas não dizem respeito à cessação de uma atividade ou de uma responsabilidade.

O fato de estar na natureza ou em um apartamento, em Absoluto, não muda nada. Mas é claro que a natureza e o que é natural permite, de maneira mais ampla, a priori, expandir a consciência. Mas não é necessário confundir as manifestações de um objetivo qualquer com o Absoluto.

Pergunta: Vocês disseram que a natureza é Absoluta. Poderia desenvolver?
Além da forma, da aparência, dos odores e das cores. Como é que o que está sob seus olhos poderia escapar de ser Absoluto?

Enquanto vocês considerarem que o Absoluto é um objetivo, uma meta, uma finalidade, uma prática, vocês não estão lá. Uma árvore é Absoluta. Há uma consciência na árvore. O Absoluto não faz diferença entre uma folha de grama, uma árvore, uma galáxia e um universo. Ele os contém, todos, da mesma maneira.

A árvore, como qualquer outro elemento da natureza, obedece a um projeto, o projeto da Vida: nascimento, crescimento, decadência e morte. Além desta aparência, além de seus movimentos, de suas formas diferentes, há o Absoluto. Será que a árvore se coloca a questão de ser uma entidade, uma consciência, ou um Absoluto? Não, ela é tudo isso ao mesmo tempo. Há apenas o mental humano que criou a distância. Uma árvore não pode criar distância.

Pergunta: O porco que se abate ou o pombo e o pato que Hildegarde de Bingen recomenda que se coma, como eles se situam em relação ao Absoluto?
Da mesma forma que você, quer seja o porco, o pombo ou você, isso não faz nenhuma diferença. O Absoluto não é dependente de uma forma de vida ou de uma outra forma de vida. Você procura julgamentos de valor ou definições ao que não tem.

Quem é Absoluto com forma vê as diferentes formas, concebe que um porco não é um pombo, que um pombo não é a sua pessoa, mas que isso não muda nada. Você quer trazer o Absoluto ao seu campo de compreensão, ao seu campo de percepção, ao seu campo de experiência, mas é impossível.

Nós não temos mais perguntas, nós agradecemos.

Pois bem, Bidi cumprimenta vocês, e vai se encontrar com vocês uma última vez, e eu lhes digo então até logo.


Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1661
28 de outubro de 2012
(Publicado em 30 de outubro de 2012)
Tradução para o português: Ligia Borges e Josiane Oliveira - http://fontedeunidade.blogspot.com/
http://minhamestria.blogspot.com/