Nota: Lembraaaa que é tudo areia, mesmo dentro de uma
ampulheta tem um tempo limitado, É TUDO TERRA, nossos corpos e tudo que
construímos aqui é o pó da Terra, assim se desfaz um dia...
Mas o que tu realmente es o chama a Eternidade, ao que não tem começo nem fim...
Mas o que tu realmente es o chama a Eternidade, ao que não tem começo nem fim...
Bem, Bidi está com vocês. Nós vamos prosseguir através
de suas questões. Eu os saúdo e os escuto.
Questão: como pudemos ter caído na armadilha dos falsificadores? Qual é o papel deles?
Responder a isto, do ponto de vista do Absoluto, é uma dualidade. Isto existiu, claro. Isto ainda existe, certamente. Mas, em nenhum caso isso pertence à Verdade e ainda menos ao Absoluto.
Não há mais falsificadores que seres que viveram uma história. Esta história é real no nível da personalidade e da alma. O que tu És, em definitivo, não tem nenhuma relação com nenhuma história.
Aquele que é Absoluto, em meio a uma forma, assim como no sem-forma, possui o verdadeiro conhecimento. Todo o resto e todos esses conhecimentos, do ponto de vista do Absoluto, são apenas ignorância que mantêm o princípio de Dualidade; bem longe da Unidade.
Conhecer isso pode ser importante para a personalidade, para a alma e para aquele que se sente confinado. O Absoluto não conhece nenhum confinamento em qualquer história que seja. O objetivo de nossas conversas e “cá entre nós” é justamente de fazer cessar isso, não de dar respostas a isso, pois qualquer resposta necessitaria recair em um princípio de dualidade, de oposição de bem e de mal, concernindo às histórias.
O Absoluto não se importa com uma história; da sua como de qualquer outra. O Absoluto, enquanto Centro presente em todo ponto, não se importa com isso. Assim, pois, esses dados lhes foram dados a fim de fazê-los aproximarem-se de um ponto de Inflexão.
No que nos diz respeito, em nossas conversas e cá entre nós, isso não tem nenhuma importância. Tu poderias ler todos os livros de história do mundo que isso não faria mexer-te uma vírgula da personalidade.
Não é minha intenção, no decorrer dessas conversas, de nutrir isso ou de trazer uma resposta qualquer a isso. Ainda mais que isso foi dado, várias e várias vezes, para todos os que se reuniram, para, justamente, permitir-lhes não serem mais inscritos em uma história.
Então, permita-me não mais me estender sobre esse gênero de ignorância. Eu nunca lhes escondi que, qualquer que seja o sistema de conhecimento que vocês pesquisem, toda pesquisa é apenas vaidade e mostra simplesmente sua ignorância em Ser a Verdade. É uma fuga desenfreada, uma fuga de si, uma fuga do Absoluto.
Todos esses conhecimentos, em definitivo, são apenas ignorância. Eles correspondem a uma camada profunda da cebola que não conhece nenhuma das outras camadas e menos ainda a cebola. Elas participam da cena de teatro. Tu queres permanecer no teatro? Tu queres continuar a interpretar a história sem fim? Que terá um fim, um dia, mas ela é repetitiva.
A única Verdade é reconhecer que todos os seus conhecimentos, desse conhecido, são apenas ignorância. Aí esta a verdadeira Consciência. Todo resto não passa de diversão, vigarices e perda de tempo. Tudo o que os inscreve no tempo, os faz perder tempo. Claro que, se teu objetivo é o conhecimento, então mergulhe nos livros. Mas, nenhum livro te fará viver o que foi vivido.
Tudo isso só faz manter a ilusão de uma lógica, a ilusão de uma ação-reação; e não participa, em nenhum caso, ao que tu És. Isto somente te afasta de ti e te leva para longe daí, onde tu Estás. Tudo o que eu lhes disse, desde minha primeira intervenção aqui, como a ilustração do que eu vivi, estava destinado a fazer romper o círculo vicioso do que vocês chamam conhecimento.
Pergunte, principalmente, o que é que isso alimenta em ti? Quem tem necessidade de ser alimentado se não o saco de comida e o saco mental? Será que o que tu És precisa de um alimento qualquer? A menos que tu te assimiles a um saco, que tem necessidade de estar cheio até explodir (como a rã). Nada disso tudo pode te levar à Verdade.
Esse tipo de pergunta existe para distrair e para confundir e embaralhar a Verdade. A falsificação diz respeito à precipitação da alma e às circunstâncias do que alguns ignorantes chamaram a Queda. Mas, qual queda? Como o que nunca se mexeu, e nunca se mexerá, pode cair de algum lugar? Isso é uma anomalia de ponto de vista.
O local onde está situada esta questão não é mais que o reflexo das cogitações do mental, que procura embaralhar a Verdade, que procura distanciar o que tu És. Quem comanda, quem dirige, em ti? Quem te faz crer que esse gênero de resposta vai te levar a uma Verdade qualquer? Atrás de toda questão e atrás de toda resposta, há um vai e vem. Esse vai e vem é a Vida. Não no conteúdo, ou na resposta, tampouco na questão. Mas, bem mais, para permitir-lhes ver que nada disso diz respeito ao que vocês São.
Eu lembro, mesmo assim (mesmo se isso não concerne ao Absoluto que eu Sou, mas concerne, ainda assim, ao Absoluto que vocês São), que a história sem fim se termina, no caso em que vocês não tenham compreendido.
A história sem fim que se termina é como para o teatro: quando o espetáculo acaba, é preciso sair. Ninguém acenderá a luz e a tela de projeção. Ninguém animará o palco. Inclinem-se para o essencial, inclinem-se para a única coisa que seja útil, atualmente.
Questão: a separação dos seres amados acarretará dilaceramentos, em particular seus filhos?
Mas o dilaceramento só diz respeito à personalidade e aos laços estabelecidos no teatro. Alguém já disse: “seus filhos não são seus filhos”. Aquele que hoje é seu filho; em um outro teatro no passado, matou-o ou você o matou. Porque limitar-se a amar seus filhos? Vocês todos são os filhos, uns dos outros.
Todos vocês são os pais uns dos outros. Enquanto vocês fizerem diferença entre sua criança e uma criança qualquer, vocês mostram também, por aí, qual é o seu apego e, pois, o que os retém e os confina. O sofrimento só diz respeito à personalidade, que é ilusória.
O Absoluto não apresenta nenhum sofrimento. Quando eu vivi sobre esta Terra, eu fui afetado por uma doença muito grave no fim da minha vida. Será que isso mudou o Absoluto? Enquanto vocês permanecem pregados às suas emoções e veem lá no fundo o Amor, vocês estão na ignorância do Amor, vocês estão na projeção do amor e vocês estão na dependência da Ilusão.
Vocês acreditam, verdadeiramente, que quando o saco de comida desaparece em uma cena de teatro anterior, permanece o que quer que seja do que vocês criaram como ligação? Resta simplesmente o apego sem afeição, é isso que vocês vivem. E, enquanto vocês são tributários disso, vocês estão acorrentados.
Vocês não podem pretender serem Livres e permanecer confinados. Falar de dilaceramento mostra simplesmente que é a personalidade que se expressa, pois o Absoluto vê o teatro, vê a atuação dos atores. O Si não participa disso. Todas as estratégias do que foi nomeado a falsificação e o confinamento, existem justamente para fazê-los viver isso como a única realidade, como a única verdade.
E, desta verdade totalmente relativa, vocês fizeram leis absolutas. Não lhes é pedido para rejeitar quem quer que seja, mas porque fazer uma diferença entre uma criança que vocês fizeram e todas as outras crianças? Onde está o Amor? Enquanto vocês permanecem neste ponto de vista, não pretendam viver o Amor. Que dilaceração, quando a Luz está aí? Quando a Luz está presente todo o resto não existe mais. Somente o Amor e o Absoluto São.
E este Amor Absoluto não leva em consideração nada do que é efêmero. É a personalidade e a alma que creem que isso vai continuar. Isso não continuará. Fiquem confinados, se vocês o desejarem, mas vejam bem, realmente o que se vive, em vocês, neste momento mesmo, de modo muito mais importante que quando a cena de teatro estava calma.
Quando uma cena de teatro está desordenada, quando a luz se apaga ou quando a luz está muito forte (o que é a mesma coisa), quando há elementos que vêm perturbar o teatro, o que vocês fazem? Vocês continuam a atuar na cena? Vocês continuam a projetar o amor e os medos? Ou vocês tornam-se realmente o que vocês São? Considerar a separação mostra que vocês estão separados e que o ponto de vista que é expresso, do amor, é parcial, é função do conhecido.
O Absoluto não pode ser conhecido. Tudo o que se expressará sempre, será sempre, através da falta, a personalidade e a alma, que interpretam papéis, funções, atribuições. E que se apegam, elas mesmas, ao sonho do outro. Que aderem ao sonho comum. Mas, se vocês quiserem segui-lo, vocês são livres, mas não falem de Liberdade, não falem de Amor. Falem de apego, de projeção de amor, de personalidade, de carne.
Enquanto vocês veem diferença entre um saco de comida que vocês criaram e um outro saco de comida, vocês veem somente pessoas, isto é, as máscaras que não existem. O que eu digo chama-os a se situarem e a assumir. Mas aí eu também não posso responder a esta questão porque ela diz respeito à personalidade, ao efêmero, ao confinamento.
Então, não se espantem de ter sofrido o confinamento, de querer a Liberação, serem Liberados (Viventes ou não, em uma forma ou sem uma forma) e se interrogarem, sobre a persistência dos laços. Eu sei perfeitamente que o amor considera sempre, quando um humano o vive, que ele será eterno. E todos nós vivemos isso. Mas qual amor é eterno? Ele é eterno e se considera verdadeiramente eterno, no instante.
Mas, ele não pode ser eterno uma vez que é uma projeção, um ideal. Este ideal não pode ser criado, aí onde vocês estão, porque, justamente, existe um saco de comida e um saco mental que os confinam e que os fazem crer em um liberdade. Que liberdade existe quando se é em um saco, qualquer que ele seja? A única verdade é aquela do Absoluto, da Consciência, como da a-Consciência. Todo o resto não passa de jogos de papéis, às vezes dramáticos, às vezes felizes, mas que não duram jamais.
A memória pode sobreviver, mas quando esta memória não é mais alimentada, no senso de uma história, tudo se desmorona. Cabe a vocês vê-lo.
Questão: as relações sexuais seguidas podem frear as evoluções em curso?
Primeiro, o que se chama de relações sexuais seguidas? Depois, o saco de comida deve viver sua vida. Ele apareceu um dia. Ele desaparecerá num outro dia. O que quer que vocês façam desse saco, em que afetaria o Absoluto? Isso é apenas uma questão de ponto de vista e de local onde vocês colocam o que vocês fazem.
Quando eu estava em um saco, eu fumava, e, entretanto, eu posso dizer a alguns que fumar é nefasto para eles, e para outros que isso não muda nada. Então, é a mesma coisa: tudo depende do que expressa a sexualidade.
O mais comum ela exprime somente uma falta, pois aquele que vive o Êxtase, ele está na sexualidade a cada minuto, ele está no gozo permanente. Então, que viria fazer o sexo, no íntimo? É uma insignificância. Mesmo se existem seres que vivem uma sexualidade que os transporte, tudo depende do que essa sexualidade exprime: é uma falta do outro? Da Unidade? Torna-te Absoluto, Seja o que tu És e a questão da sexualidade não te aflorará mais, seja ela excessiva ou inexistente.
Ela concerne somente ao saco de comida e, sobretudo, ao saco mental. O Absoluto não faz caso algum da cena de teatro. E mesmo a sexualidade, dita sagrada, é uma cena de teatro particular. Enquanto vocês não mudam o ponto de vista (vocês podem sempre correr depois do Absoluto, ou mesmo a Última Presença), isso não poderá ser.
É preciso mudar o olhar já, e depois, fazer o que vocês quiserem. Mas, perguntar sobre tabaco, sexo, relação mãe-filho, já é se enganar. Houve um que disse (e ele acabou mal): “procurem o Reino dos Céus e o resto lhes será dado”.
Ora, o ser humano passa seu tempo a procurar tudo, salvo o que ele É. São as distrações. Quer sejam sexuais, espirituais, quer seja a Kundalini, a política; são as mesmas distrações com as mesmas consequências: o confinamento, a perda de liberdade cada vez mais profunda. Quem pode dizer, hoje, que este Mundo tem boa saúde? Quem pode dizer que o progresso leva à liberdade? Onde está a liberdade no mundo? Vocês são subjugados pelo sexo para um, pela TV para outro, pela possessão de um marido, de um filho.
Encontrem o que vocês São, o que vocês São desde sempre, e o resto se desenrolará sem nenhuma emoção, sem nenhum pensamento e, verdadeiramente, no Amor. Enquanto vocês se ocupam de tagarelices infantis, vocês não são a Verdade, vocês interpretam um papel. Saiam de todo papel e deixem os papéis se desenrolarem.
Quanto menos interferirem no saco de comida e no saco mental, mais a vida de vocês será harmoniosa, plena, serena, sem questões, sem dúvidas. Vocês serão Liberados. Porém, enquanto vocês creem interferir, em qualquer setor que seja, vocês estão na armadilha. Eu não lhes peço de se fecharem em uma gruta, mas de olharem-se atuar. Então, enquanto vocês acreditam que é preciso elevar suas Vibrações (e é verdade em um dado momento), é preciso atentar a tudo o que vocês colocam para dentro de vocês (a sexualidade, o tabaco, a carne), seja em que nível for.
Porém em determinado momento vocês irão compreender que o mais importante não é nada disso. É a Liberdade. O que não quer dizer que é preciso comer carne todos os dias, ou fazer da sexualidade um ato sagrado ou uma ocupação. Nem um, nem outro. Enquanto vocês jogarem esses jogos, vocês estarão na cena de teatro. Mudem o olhar, mudem o ponto de vista e vocês verão. Mais vocês desapegam de sua própria vida, mais a Luz agirá.
São vocês que colocam obstáculos, por seus comportamentos, por seus preconceitos, pelos pensamentos feitos, pelos apegos. Tudo o que vocês agarram, tudo a que vocês se apegam, possui vocês. Quer seja o corpo de vocês, seu marido, sua sexualidade, ou seu cigarro. Se vocês não se apegam a isso, vocês observarão isso como uma fonte de contentamento ou de doença, mas pouco importa, isso não os afetará.
Questão: quando a vontade persiste, apesar de tudo, o que fazer para se abandonar?
Eh bem, esquece-te! Se tu tens a impressão de lutar, efetivamente, muito contigo, isso reforça a vontade. Esquecer-se, Abandonar-se, é justamente a ausência de vontade. É o momento em que tu aceitas não mais participar da cena de teatro, de não ser mais, tampouco, o espectador, de sair do teatro para dares conta que isso não existe, porque tu És.
Aquele que diz: "eu não posso me Abandonar" significa, por isso mesmo, que ele ainda está na personalidade. Não é a personalidade que se Abandona, é o Si. É excepcional que uma personalidade Abandone, ou se Abandone.
É por isso que os Anciões lhes falaram do Abandono do Si. A personalidade é concernida pelo Abandono à Luz, que induz transformações, uma satisfação, uma ilusão, mais leves. Toda a problemática a que vocês me submetem, no momento (seja isso o sexo, sejam os filhos, a mãe), e esta questão, mostram simplesmente que vocês não mudam o ponto de vista.
Vocês restituem tudo à Ilusão. Vocês restituem tudo ao efêmero, ou seja, ao pessoal, à pessoa ou à sociedade, ao social. Aí, não há nenhuma solução. Enquanto vocês não tiverem apreendido isso, vocês não poderão Ser Absolutos, vocês apenas poderão passar da personalidade ao Si, e nesse íntimo andarão em círculos. Mas é a liberdade de vocês. Porém, esta liberdade não é a Liberdade.
Eu não posso mostrar-lhes nenhum caminho porque, desde que há um caminho, desde que vocês creem percorrer um caminho, vocês não são o que vocês São, vocês estão em uma projeção. Dito de outra forma, vocês estão tomando gato por lebre, ou, no exemplo que eu já dei, vocês confundem, no escuro, uma corda com uma cobra.
É preciso iluminar já a cena e ver que é uma corda e não uma cobra. Todos os medos são condicionados pelas crenças e pelas projeções. Se vocês cessarem toda projeção, todo “eu”, todo “eu Sou” (após tê-lo encontrado), então aí vocês São a Verdade, este Absoluto de que nada pode ser dito. Mas, vocês não podem trabalhar, estando no palco, para fazer desaparecer o teatro.
É impossível. Do mesmo modo quando eu digo que esse saco de comida, mesmo se é um Templo, ele retorna à Terra. Será que esse saco de comida vai a algum lugar? Será que uma afeição vai a algum lugar? Será que uma relação sexual vai a algum lugar quando ela termina? Se isso não está vivo no passado, na memória, e sobretudo na necessidade de refazer a mesma coisa.
Não há satisfação alguma que possa sair daí. A satisfação é efêmera. Se não, se vocês estivessem satisfeitos, uma única vez bastaria. Tudo o que vocês reproduzem apenas mostra seus limites, sua ausência de ponto de vista que mudou, sua adesão ao limitado, ao reproduzível, ao movimento.
Somente aquele que penetra este Estado, além de todo estado, percebe que não há nem corpo, nem saco de comida, nem mental, nem identidade, nem história, nem mesmo consciência. Aí está a beatitude. E esta é permanente, contrariamente a tudo o que se reproduz, quer sejam os sacos de comida ou as ações.
Vocês estão em um sonho coletivo e vocês criaram regras, e todos nós criamos regras, nesse sonho coletivo. Mas nenhuma regra pode depender do Absoluto. O Absoluto não é uma regra.
Questão: por que é difícil permanecer no instante presente?
Porque tudo na vida é feito para isso. Quer seja esse saco de comida com suas necessidades, quer sejam as relações, quaisquer que sejam suas necessidades. Sejam elas, justamente, as memórias, tanto as suas como as de todos os que sonharam e que continuam a sonhar.
No Presente não futuro nem passado, nem amanhã, nem ontem, nem ninguém. Pode-se dizer que vocês São o Presente. Mas, quando eu digo o Presente não é somente o tempo presente ou o instante presente. É muito além do tempo. Isso concerne diretamente o “eu Sou” e o Absoluto, porque a experiência conduz à experiência e reproduz as experiências.
Olhem o que vocês fazem com as afeições, com os casamentos, com os filhos, com os divórcios: é somente reprodução. Onde está a Liberdade? Pode ter prazer aí, mas o prazer não é uma liberdade. Ele é um acorrentamento. Reflitam. Onde vocês se situam? A coisa mais importante é sair da ideia que existe um mundo, que existe uma pessoa, que existe uma história, que existe uma memória.
Todo o resto resulta disso. Não procurem em um caminho, que, aliás, só existe em suas cabeças, na verdade. Enquanto vocês estiverem submetidos a isso, não há porta de saída. Aliás, esta é a prova.
Questão: as pessoas que querem permanecer para semear a nova Terra, já estão no Absoluto? Como isso se passará para elas?
Vocês acreditam, verdadeiramente, que o Absoluto tenha desejo de semear o que quer que seja? O que isso quer dizer: “semear”? É semear novos grãos, criar novos contextos. Isso é possível, mas na Liberdade do Absoluto.
O Absoluto não é concernido nem por uma nova Terra, nem uma velha Terra. Nem por esse Sol, nem pelo futuro Sol. Nem por esse corpo, nem por qualquer outro corpo. Cabe a vocês ver, pois eu não falarei disso.
Este não é meu objetivo. Se vocês consideram que é o objetivo de vocês, então questionem-se por que vocês consideram isso um objetivo. Por que vocês querem perseguir um objetivo, um caminho e uma história. Uma história sem fim se acaba e vocês querem reiniciar uma nova história. Mais alegre e mais leve que a precedente, claro. É a liberdade de vocês, mas não é a Liberdade.
Vocês têm sempre necessidade de crer que é necessário ter uma Terra, um Planeta, que é necessário ter um corpo, que é necessário ter um Sol, que é necessário ter um guia, um Mestre, um pai, uma mãe, um filho. Mas, deem-se conta deste condicionamento! Deem-se conta disso.
E vocês reclamam a Liberdade. Olhem objetivamente. Como vocês querem encontrar o Presente, como vocês querem ser Liberados Viventes, se vocês já estão em vias de projetarem-se em uma nova Terra, em um novo Sol, em um novo corpo? Onde está o Absoluto nisso? Vocês ainda estão no caminho. Vocês acreditam que existe um caminho, vocês acreditam em uma evolução.
É a sua liberdade, mas isso não será jamais a Liberdade. Mudem o ponto de vista e, neste momento, vocês verão as coisas mais claramente. Não antes. Antes, restam somente projeções ou interrogações, ilusões. Vocês estão persuadidos de percorrer um caminho, seja ele do nascimento até a morte, ou em um novo Mundo, ou uma nova Terra, que, evidentemente, existirão para aqueles que permanecerão dentro da cebola.
Porém, eu não estou apto a responder este tipo de pergunta. Eu somente posso lhes colocar o dedo, um alfinete, aí onde vocês estão: que não são vocês, que é ilusão do caminho, ilusão de um Mundo novo, mas qual Mundo? Saiam desse condicionamento.
Mesmo os Anciões lhes disseram, eles têm uma forma temporária para cumprir algo, eles permaneceram na história, na periferia da história, mas é tudo.
Mensagem de BIDI - PARTE 1 no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1599
05 de setembro de 2012
(Publicado em 06 de setembro de 2012)
Tradução para o português: Dionéia Lages
Questão: como pudemos ter caído na armadilha dos falsificadores? Qual é o papel deles?
Responder a isto, do ponto de vista do Absoluto, é uma dualidade. Isto existiu, claro. Isto ainda existe, certamente. Mas, em nenhum caso isso pertence à Verdade e ainda menos ao Absoluto.
Não há mais falsificadores que seres que viveram uma história. Esta história é real no nível da personalidade e da alma. O que tu És, em definitivo, não tem nenhuma relação com nenhuma história.
Aquele que é Absoluto, em meio a uma forma, assim como no sem-forma, possui o verdadeiro conhecimento. Todo o resto e todos esses conhecimentos, do ponto de vista do Absoluto, são apenas ignorância que mantêm o princípio de Dualidade; bem longe da Unidade.
Conhecer isso pode ser importante para a personalidade, para a alma e para aquele que se sente confinado. O Absoluto não conhece nenhum confinamento em qualquer história que seja. O objetivo de nossas conversas e “cá entre nós” é justamente de fazer cessar isso, não de dar respostas a isso, pois qualquer resposta necessitaria recair em um princípio de dualidade, de oposição de bem e de mal, concernindo às histórias.
O Absoluto não se importa com uma história; da sua como de qualquer outra. O Absoluto, enquanto Centro presente em todo ponto, não se importa com isso. Assim, pois, esses dados lhes foram dados a fim de fazê-los aproximarem-se de um ponto de Inflexão.
No que nos diz respeito, em nossas conversas e cá entre nós, isso não tem nenhuma importância. Tu poderias ler todos os livros de história do mundo que isso não faria mexer-te uma vírgula da personalidade.
Não é minha intenção, no decorrer dessas conversas, de nutrir isso ou de trazer uma resposta qualquer a isso. Ainda mais que isso foi dado, várias e várias vezes, para todos os que se reuniram, para, justamente, permitir-lhes não serem mais inscritos em uma história.
Então, permita-me não mais me estender sobre esse gênero de ignorância. Eu nunca lhes escondi que, qualquer que seja o sistema de conhecimento que vocês pesquisem, toda pesquisa é apenas vaidade e mostra simplesmente sua ignorância em Ser a Verdade. É uma fuga desenfreada, uma fuga de si, uma fuga do Absoluto.
Todos esses conhecimentos, em definitivo, são apenas ignorância. Eles correspondem a uma camada profunda da cebola que não conhece nenhuma das outras camadas e menos ainda a cebola. Elas participam da cena de teatro. Tu queres permanecer no teatro? Tu queres continuar a interpretar a história sem fim? Que terá um fim, um dia, mas ela é repetitiva.
A única Verdade é reconhecer que todos os seus conhecimentos, desse conhecido, são apenas ignorância. Aí esta a verdadeira Consciência. Todo resto não passa de diversão, vigarices e perda de tempo. Tudo o que os inscreve no tempo, os faz perder tempo. Claro que, se teu objetivo é o conhecimento, então mergulhe nos livros. Mas, nenhum livro te fará viver o que foi vivido.
Tudo isso só faz manter a ilusão de uma lógica, a ilusão de uma ação-reação; e não participa, em nenhum caso, ao que tu És. Isto somente te afasta de ti e te leva para longe daí, onde tu Estás. Tudo o que eu lhes disse, desde minha primeira intervenção aqui, como a ilustração do que eu vivi, estava destinado a fazer romper o círculo vicioso do que vocês chamam conhecimento.
Pergunte, principalmente, o que é que isso alimenta em ti? Quem tem necessidade de ser alimentado se não o saco de comida e o saco mental? Será que o que tu És precisa de um alimento qualquer? A menos que tu te assimiles a um saco, que tem necessidade de estar cheio até explodir (como a rã). Nada disso tudo pode te levar à Verdade.
Esse tipo de pergunta existe para distrair e para confundir e embaralhar a Verdade. A falsificação diz respeito à precipitação da alma e às circunstâncias do que alguns ignorantes chamaram a Queda. Mas, qual queda? Como o que nunca se mexeu, e nunca se mexerá, pode cair de algum lugar? Isso é uma anomalia de ponto de vista.
O local onde está situada esta questão não é mais que o reflexo das cogitações do mental, que procura embaralhar a Verdade, que procura distanciar o que tu És. Quem comanda, quem dirige, em ti? Quem te faz crer que esse gênero de resposta vai te levar a uma Verdade qualquer? Atrás de toda questão e atrás de toda resposta, há um vai e vem. Esse vai e vem é a Vida. Não no conteúdo, ou na resposta, tampouco na questão. Mas, bem mais, para permitir-lhes ver que nada disso diz respeito ao que vocês São.
Eu lembro, mesmo assim (mesmo se isso não concerne ao Absoluto que eu Sou, mas concerne, ainda assim, ao Absoluto que vocês São), que a história sem fim se termina, no caso em que vocês não tenham compreendido.
A história sem fim que se termina é como para o teatro: quando o espetáculo acaba, é preciso sair. Ninguém acenderá a luz e a tela de projeção. Ninguém animará o palco. Inclinem-se para o essencial, inclinem-se para a única coisa que seja útil, atualmente.
Questão: a separação dos seres amados acarretará dilaceramentos, em particular seus filhos?
Mas o dilaceramento só diz respeito à personalidade e aos laços estabelecidos no teatro. Alguém já disse: “seus filhos não são seus filhos”. Aquele que hoje é seu filho; em um outro teatro no passado, matou-o ou você o matou. Porque limitar-se a amar seus filhos? Vocês todos são os filhos, uns dos outros.
Todos vocês são os pais uns dos outros. Enquanto vocês fizerem diferença entre sua criança e uma criança qualquer, vocês mostram também, por aí, qual é o seu apego e, pois, o que os retém e os confina. O sofrimento só diz respeito à personalidade, que é ilusória.
O Absoluto não apresenta nenhum sofrimento. Quando eu vivi sobre esta Terra, eu fui afetado por uma doença muito grave no fim da minha vida. Será que isso mudou o Absoluto? Enquanto vocês permanecem pregados às suas emoções e veem lá no fundo o Amor, vocês estão na ignorância do Amor, vocês estão na projeção do amor e vocês estão na dependência da Ilusão.
Vocês acreditam, verdadeiramente, que quando o saco de comida desaparece em uma cena de teatro anterior, permanece o que quer que seja do que vocês criaram como ligação? Resta simplesmente o apego sem afeição, é isso que vocês vivem. E, enquanto vocês são tributários disso, vocês estão acorrentados.
Vocês não podem pretender serem Livres e permanecer confinados. Falar de dilaceramento mostra simplesmente que é a personalidade que se expressa, pois o Absoluto vê o teatro, vê a atuação dos atores. O Si não participa disso. Todas as estratégias do que foi nomeado a falsificação e o confinamento, existem justamente para fazê-los viver isso como a única realidade, como a única verdade.
E, desta verdade totalmente relativa, vocês fizeram leis absolutas. Não lhes é pedido para rejeitar quem quer que seja, mas porque fazer uma diferença entre uma criança que vocês fizeram e todas as outras crianças? Onde está o Amor? Enquanto vocês permanecem neste ponto de vista, não pretendam viver o Amor. Que dilaceração, quando a Luz está aí? Quando a Luz está presente todo o resto não existe mais. Somente o Amor e o Absoluto São.
E este Amor Absoluto não leva em consideração nada do que é efêmero. É a personalidade e a alma que creem que isso vai continuar. Isso não continuará. Fiquem confinados, se vocês o desejarem, mas vejam bem, realmente o que se vive, em vocês, neste momento mesmo, de modo muito mais importante que quando a cena de teatro estava calma.
Quando uma cena de teatro está desordenada, quando a luz se apaga ou quando a luz está muito forte (o que é a mesma coisa), quando há elementos que vêm perturbar o teatro, o que vocês fazem? Vocês continuam a atuar na cena? Vocês continuam a projetar o amor e os medos? Ou vocês tornam-se realmente o que vocês São? Considerar a separação mostra que vocês estão separados e que o ponto de vista que é expresso, do amor, é parcial, é função do conhecido.
O Absoluto não pode ser conhecido. Tudo o que se expressará sempre, será sempre, através da falta, a personalidade e a alma, que interpretam papéis, funções, atribuições. E que se apegam, elas mesmas, ao sonho do outro. Que aderem ao sonho comum. Mas, se vocês quiserem segui-lo, vocês são livres, mas não falem de Liberdade, não falem de Amor. Falem de apego, de projeção de amor, de personalidade, de carne.
Enquanto vocês veem diferença entre um saco de comida que vocês criaram e um outro saco de comida, vocês veem somente pessoas, isto é, as máscaras que não existem. O que eu digo chama-os a se situarem e a assumir. Mas aí eu também não posso responder a esta questão porque ela diz respeito à personalidade, ao efêmero, ao confinamento.
Então, não se espantem de ter sofrido o confinamento, de querer a Liberação, serem Liberados (Viventes ou não, em uma forma ou sem uma forma) e se interrogarem, sobre a persistência dos laços. Eu sei perfeitamente que o amor considera sempre, quando um humano o vive, que ele será eterno. E todos nós vivemos isso. Mas qual amor é eterno? Ele é eterno e se considera verdadeiramente eterno, no instante.
Mas, ele não pode ser eterno uma vez que é uma projeção, um ideal. Este ideal não pode ser criado, aí onde vocês estão, porque, justamente, existe um saco de comida e um saco mental que os confinam e que os fazem crer em um liberdade. Que liberdade existe quando se é em um saco, qualquer que ele seja? A única verdade é aquela do Absoluto, da Consciência, como da a-Consciência. Todo o resto não passa de jogos de papéis, às vezes dramáticos, às vezes felizes, mas que não duram jamais.
A memória pode sobreviver, mas quando esta memória não é mais alimentada, no senso de uma história, tudo se desmorona. Cabe a vocês vê-lo.
Questão: as relações sexuais seguidas podem frear as evoluções em curso?
Primeiro, o que se chama de relações sexuais seguidas? Depois, o saco de comida deve viver sua vida. Ele apareceu um dia. Ele desaparecerá num outro dia. O que quer que vocês façam desse saco, em que afetaria o Absoluto? Isso é apenas uma questão de ponto de vista e de local onde vocês colocam o que vocês fazem.
Quando eu estava em um saco, eu fumava, e, entretanto, eu posso dizer a alguns que fumar é nefasto para eles, e para outros que isso não muda nada. Então, é a mesma coisa: tudo depende do que expressa a sexualidade.
O mais comum ela exprime somente uma falta, pois aquele que vive o Êxtase, ele está na sexualidade a cada minuto, ele está no gozo permanente. Então, que viria fazer o sexo, no íntimo? É uma insignificância. Mesmo se existem seres que vivem uma sexualidade que os transporte, tudo depende do que essa sexualidade exprime: é uma falta do outro? Da Unidade? Torna-te Absoluto, Seja o que tu És e a questão da sexualidade não te aflorará mais, seja ela excessiva ou inexistente.
Ela concerne somente ao saco de comida e, sobretudo, ao saco mental. O Absoluto não faz caso algum da cena de teatro. E mesmo a sexualidade, dita sagrada, é uma cena de teatro particular. Enquanto vocês não mudam o ponto de vista (vocês podem sempre correr depois do Absoluto, ou mesmo a Última Presença), isso não poderá ser.
É preciso mudar o olhar já, e depois, fazer o que vocês quiserem. Mas, perguntar sobre tabaco, sexo, relação mãe-filho, já é se enganar. Houve um que disse (e ele acabou mal): “procurem o Reino dos Céus e o resto lhes será dado”.
Ora, o ser humano passa seu tempo a procurar tudo, salvo o que ele É. São as distrações. Quer sejam sexuais, espirituais, quer seja a Kundalini, a política; são as mesmas distrações com as mesmas consequências: o confinamento, a perda de liberdade cada vez mais profunda. Quem pode dizer, hoje, que este Mundo tem boa saúde? Quem pode dizer que o progresso leva à liberdade? Onde está a liberdade no mundo? Vocês são subjugados pelo sexo para um, pela TV para outro, pela possessão de um marido, de um filho.
Encontrem o que vocês São, o que vocês São desde sempre, e o resto se desenrolará sem nenhuma emoção, sem nenhum pensamento e, verdadeiramente, no Amor. Enquanto vocês se ocupam de tagarelices infantis, vocês não são a Verdade, vocês interpretam um papel. Saiam de todo papel e deixem os papéis se desenrolarem.
Quanto menos interferirem no saco de comida e no saco mental, mais a vida de vocês será harmoniosa, plena, serena, sem questões, sem dúvidas. Vocês serão Liberados. Porém, enquanto vocês creem interferir, em qualquer setor que seja, vocês estão na armadilha. Eu não lhes peço de se fecharem em uma gruta, mas de olharem-se atuar. Então, enquanto vocês acreditam que é preciso elevar suas Vibrações (e é verdade em um dado momento), é preciso atentar a tudo o que vocês colocam para dentro de vocês (a sexualidade, o tabaco, a carne), seja em que nível for.
Porém em determinado momento vocês irão compreender que o mais importante não é nada disso. É a Liberdade. O que não quer dizer que é preciso comer carne todos os dias, ou fazer da sexualidade um ato sagrado ou uma ocupação. Nem um, nem outro. Enquanto vocês jogarem esses jogos, vocês estarão na cena de teatro. Mudem o olhar, mudem o ponto de vista e vocês verão. Mais vocês desapegam de sua própria vida, mais a Luz agirá.
São vocês que colocam obstáculos, por seus comportamentos, por seus preconceitos, pelos pensamentos feitos, pelos apegos. Tudo o que vocês agarram, tudo a que vocês se apegam, possui vocês. Quer seja o corpo de vocês, seu marido, sua sexualidade, ou seu cigarro. Se vocês não se apegam a isso, vocês observarão isso como uma fonte de contentamento ou de doença, mas pouco importa, isso não os afetará.
Questão: quando a vontade persiste, apesar de tudo, o que fazer para se abandonar?
Eh bem, esquece-te! Se tu tens a impressão de lutar, efetivamente, muito contigo, isso reforça a vontade. Esquecer-se, Abandonar-se, é justamente a ausência de vontade. É o momento em que tu aceitas não mais participar da cena de teatro, de não ser mais, tampouco, o espectador, de sair do teatro para dares conta que isso não existe, porque tu És.
Aquele que diz: "eu não posso me Abandonar" significa, por isso mesmo, que ele ainda está na personalidade. Não é a personalidade que se Abandona, é o Si. É excepcional que uma personalidade Abandone, ou se Abandone.
É por isso que os Anciões lhes falaram do Abandono do Si. A personalidade é concernida pelo Abandono à Luz, que induz transformações, uma satisfação, uma ilusão, mais leves. Toda a problemática a que vocês me submetem, no momento (seja isso o sexo, sejam os filhos, a mãe), e esta questão, mostram simplesmente que vocês não mudam o ponto de vista.
Vocês restituem tudo à Ilusão. Vocês restituem tudo ao efêmero, ou seja, ao pessoal, à pessoa ou à sociedade, ao social. Aí, não há nenhuma solução. Enquanto vocês não tiverem apreendido isso, vocês não poderão Ser Absolutos, vocês apenas poderão passar da personalidade ao Si, e nesse íntimo andarão em círculos. Mas é a liberdade de vocês. Porém, esta liberdade não é a Liberdade.
Eu não posso mostrar-lhes nenhum caminho porque, desde que há um caminho, desde que vocês creem percorrer um caminho, vocês não são o que vocês São, vocês estão em uma projeção. Dito de outra forma, vocês estão tomando gato por lebre, ou, no exemplo que eu já dei, vocês confundem, no escuro, uma corda com uma cobra.
É preciso iluminar já a cena e ver que é uma corda e não uma cobra. Todos os medos são condicionados pelas crenças e pelas projeções. Se vocês cessarem toda projeção, todo “eu”, todo “eu Sou” (após tê-lo encontrado), então aí vocês São a Verdade, este Absoluto de que nada pode ser dito. Mas, vocês não podem trabalhar, estando no palco, para fazer desaparecer o teatro.
É impossível. Do mesmo modo quando eu digo que esse saco de comida, mesmo se é um Templo, ele retorna à Terra. Será que esse saco de comida vai a algum lugar? Será que uma afeição vai a algum lugar? Será que uma relação sexual vai a algum lugar quando ela termina? Se isso não está vivo no passado, na memória, e sobretudo na necessidade de refazer a mesma coisa.
Não há satisfação alguma que possa sair daí. A satisfação é efêmera. Se não, se vocês estivessem satisfeitos, uma única vez bastaria. Tudo o que vocês reproduzem apenas mostra seus limites, sua ausência de ponto de vista que mudou, sua adesão ao limitado, ao reproduzível, ao movimento.
Somente aquele que penetra este Estado, além de todo estado, percebe que não há nem corpo, nem saco de comida, nem mental, nem identidade, nem história, nem mesmo consciência. Aí está a beatitude. E esta é permanente, contrariamente a tudo o que se reproduz, quer sejam os sacos de comida ou as ações.
Vocês estão em um sonho coletivo e vocês criaram regras, e todos nós criamos regras, nesse sonho coletivo. Mas nenhuma regra pode depender do Absoluto. O Absoluto não é uma regra.
Questão: por que é difícil permanecer no instante presente?
Porque tudo na vida é feito para isso. Quer seja esse saco de comida com suas necessidades, quer sejam as relações, quaisquer que sejam suas necessidades. Sejam elas, justamente, as memórias, tanto as suas como as de todos os que sonharam e que continuam a sonhar.
No Presente não futuro nem passado, nem amanhã, nem ontem, nem ninguém. Pode-se dizer que vocês São o Presente. Mas, quando eu digo o Presente não é somente o tempo presente ou o instante presente. É muito além do tempo. Isso concerne diretamente o “eu Sou” e o Absoluto, porque a experiência conduz à experiência e reproduz as experiências.
Olhem o que vocês fazem com as afeições, com os casamentos, com os filhos, com os divórcios: é somente reprodução. Onde está a Liberdade? Pode ter prazer aí, mas o prazer não é uma liberdade. Ele é um acorrentamento. Reflitam. Onde vocês se situam? A coisa mais importante é sair da ideia que existe um mundo, que existe uma pessoa, que existe uma história, que existe uma memória.
Todo o resto resulta disso. Não procurem em um caminho, que, aliás, só existe em suas cabeças, na verdade. Enquanto vocês estiverem submetidos a isso, não há porta de saída. Aliás, esta é a prova.
Questão: as pessoas que querem permanecer para semear a nova Terra, já estão no Absoluto? Como isso se passará para elas?
Vocês acreditam, verdadeiramente, que o Absoluto tenha desejo de semear o que quer que seja? O que isso quer dizer: “semear”? É semear novos grãos, criar novos contextos. Isso é possível, mas na Liberdade do Absoluto.
O Absoluto não é concernido nem por uma nova Terra, nem uma velha Terra. Nem por esse Sol, nem pelo futuro Sol. Nem por esse corpo, nem por qualquer outro corpo. Cabe a vocês ver, pois eu não falarei disso.
Este não é meu objetivo. Se vocês consideram que é o objetivo de vocês, então questionem-se por que vocês consideram isso um objetivo. Por que vocês querem perseguir um objetivo, um caminho e uma história. Uma história sem fim se acaba e vocês querem reiniciar uma nova história. Mais alegre e mais leve que a precedente, claro. É a liberdade de vocês, mas não é a Liberdade.
Vocês têm sempre necessidade de crer que é necessário ter uma Terra, um Planeta, que é necessário ter um corpo, que é necessário ter um Sol, que é necessário ter um guia, um Mestre, um pai, uma mãe, um filho. Mas, deem-se conta deste condicionamento! Deem-se conta disso.
E vocês reclamam a Liberdade. Olhem objetivamente. Como vocês querem encontrar o Presente, como vocês querem ser Liberados Viventes, se vocês já estão em vias de projetarem-se em uma nova Terra, em um novo Sol, em um novo corpo? Onde está o Absoluto nisso? Vocês ainda estão no caminho. Vocês acreditam que existe um caminho, vocês acreditam em uma evolução.
É a sua liberdade, mas isso não será jamais a Liberdade. Mudem o ponto de vista e, neste momento, vocês verão as coisas mais claramente. Não antes. Antes, restam somente projeções ou interrogações, ilusões. Vocês estão persuadidos de percorrer um caminho, seja ele do nascimento até a morte, ou em um novo Mundo, ou uma nova Terra, que, evidentemente, existirão para aqueles que permanecerão dentro da cebola.
Porém, eu não estou apto a responder este tipo de pergunta. Eu somente posso lhes colocar o dedo, um alfinete, aí onde vocês estão: que não são vocês, que é ilusão do caminho, ilusão de um Mundo novo, mas qual Mundo? Saiam desse condicionamento.
Mesmo os Anciões lhes disseram, eles têm uma forma temporária para cumprir algo, eles permaneceram na história, na periferia da história, mas é tudo.
Mensagem de BIDI - PARTE 1 no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1599
05 de setembro de 2012
(Publicado em 06 de setembro de 2012)
Tradução para o português: Dionéia Lages
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