Vem,
Te direi em segredo
Aonde leva esta dança.

Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
Giram desnorteados.

Cada átomo
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do sol.

Jalal al-Din Husain Rumi - Poema Sufi

Faltam-te pés para viajar?

Viaja dentro de ti mesmo,

E reflete, como a mina de rubis,

Os raios de sol para fora de ti.

A viagem conduzirá a teu ser,

transmutará teu pó em ouro puro.

Morgenstern?! Ao final do Blog!


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

BIDI - 17 de setembro de 2012 - PARTE 1 - AUTRES DIMENSIONS

(Nota: o mental deve "descarrilhar" definitivamente para que o Coração do Coração Seja!)



E bem, BIDI está convosco. Eu os saúdo e nós vamos trocar. Então eu os escuto.

Questão: como conduzir eficazmente uma refutação sem que o ego encontre estratégias para evitar a implementação da mudança de olhar e o que isso pode implicar?

O princípio da refutação consiste simplesmente em refutar o que é efêmero, como já tinha dito. Fala com o teu ego e pergunta-lhe se ele é capaz de se manter além, do Efêmero. Que persistência é a sua, além daquilo que é nomeado a morte? O que resta dele? Capitular não é rejeitar.

O princípio da refutação, neste caso, aplica-se exclusivamente à noção de Efêmero. Seja qual for o ego, seja qual for o poder, seja qual for o saco de comida, seja qual for o saco de pensamentos, esse desaparecerá, a um dado momento.

Ver claramente e ver isso é um grande passo em direção à Libertação. O ego só se mantém pelo princípio duma crença, que é a persistência além do desaparecimento do saco de pensamentos e do saco de comida. Logo que isto é aceito pela consciência, o ego não pode, cada vez menos, interferir na progressão da consciência, ela mesma, para chegar, à a-consciência. 

Assim então, fazer o ego aceitar seu princípio de não-permanência é um passo essencial. Isto não deve ser problema. Basta simplesmente recordar-se, para onde apontar o seu nariz, é efêmero. A aceitação do efêmero do ego é, em essência, a via real permitindo revelar aquilo que é Eterno.

O ego não pode desaparecer enquanto os sacos estiverem aí. É simplesmente esta mudança de olhar e de ponto de vista, que não tem nada a ver com uma compreensão ou uma aceitação intelectual mas bem, realmente, o que isso significa. Isso depende de onde, tu, te colocas. Colocas-te no seio do ego? Recorda-te que a característica essencial do ego é este ponto de vista efêmero que se crê Eterno.

A partir do momento em que a refutação e a consciência identificar esta noção e este princípio de efêmero, então isso deixa lugar, na totalidade, àquilo que tu És. Toda identificação àquilo que é efêmero, o que for (seja no seio duma relação, duma profissão, duma interação social), é efêmero. Aceitar isso não é uma restrição nem uma negação mas participa, efetivamente, do princípio da refutação.

O que há a refutar (e sobretudo hoje) é o que é efêmero pois, como vos dizem os Anciãos, as Estrelas, os Arcanjos, o que é efêmero acaba sempre. O que é efêmero? É o mundo, que não é mais que uma projeção, uma excreção do mental. Não existe, por princípio, senão pela presença da interação entre ilusões. Atualizar isso, é extrair-se a si próprio do princípio da adesão a um efêmero qualquer.

Não mais aderir ao efêmero, não é rejeita-lo: não há nada a rejeitar. A refutação não é uma rejeição mas uma compreensão (real, total, inelutável) da diferença entre efêmero e Eterno.
Questão: a etapa seguinte à refutação é o esquecimento do Si?
Esquecer-se a si mesmo, é a melhor forma de mudar de ponto de vista. Eu recordo-te que toda a pessoa, sobre esta Terra, é efêmera. Quando ela desaparece, não sobra estritamente nada, a não ser os seus feitos (inscritos numa memória, numa história) mas que não dizem respeito de modo algum à consciência. Mesmo o maior compositor de música não existe mais. O que existe, é o que nomeamos sua obra, porque ela é retomada como elemento de memória por todos que se servem dela. Mas esta memória jamais é viva. Da mesma maneira, quando pronuncio estas palavras “esquecer-se”, é mesmo para esquecer-se. 

Tanto que, nos mecanismos da vida, estás identificado a ti mesmo, não podes ser Absoluto. Toda identificação é uma fraude criada pela excrescência do que é o mental. Excrescência que cada um mantém e que é nomeado o mundo, com um objetivo de melhoramento. E, como podem ver, não pode existir um melhoramento duma Ilusão qualquer já que a Ilusão se auto-mantém do fato mesmo da fraude, ou seja, de se crer eterna.

O que pode representar, para aquele que morre, a permanência duma obra, seja ela qual for? É a permanência da memória, a permanência das obras, que mantém a ilusão ela mesma. Esquecer-se a si mesmo, não é iludir-se e nem é iludir-se num jogo, duma interação qualquer. Ainda uma vez, isso não significa isolar-se numa gruta ou por fim a esse saco.

É simplesmente deixar esse saco agir, como tal, e mudar de olhar: de o ver agir. Isso é o verdadeiro desapego. Desapego mesmo em relação a uma obra porque, seja qual for a obra, se há este desapego, seja se há ego e há desinteresse, seja não há ego e a obra se cria de qualquer forma (pelo gênio ou pelo dom, seja qual for). É a implicação no seio da ilusão, de apropriação da sua própria obra como continuidade duma personalidade, que mantém os laços.

Falta-vos, como já foi dito, desapegarem-se do fruto das vossas ações. Isso não significa não agir, mas estar lúcido sobre essa atividade. Esquecer-se, não é mais colocar-se no interior da excrescência do teu saco. Para tanto, a excrescência e o saco não desaparecem mas é a consciência, num primeiro momento, que passa do limitado à Infinita Presença, que permite (mais facilmente, eu direi) o estado Absoluto: Parabrahman. Enquanto estiverem apegados a uma noção de posse, a uma noção de predação, como diz o Comandante, vocês não podem ser Libertados.

Como ele disse, aquilo que possuíres, vos possuirá, seja o que for que possuírem. Isto não faz mais que ilustrar o princípio da lei da Atração e Ressonância. Como podem estar Livres e possuir o que quer que seja? Isso não significa dar tudo. Não significa desembaraçarem-se de tudo que possuem mas bem não mais manter. Quando não se atêm mais a uma pessoa, um objeto, um bem, será que ele desaparece? Evidentemente que não. Mas o resultado é estritamente o oposto entre o possuir qualquer coisa e não possuir mais.

Não vos é pedido, dentro do princípio da refutação ou de esquecimento de fazer desaparecer tudo o que está sob seus olhos mas estar lúcido sobre o que vos possui, e que de fato acreditam possuir. Esta é a grande diferença. O ego vai acreditar que é preciso mudar de profissão, abandonar toda atividade. Isso nunca foi dito. Isso, é o que o ego vos fez crer.

É preciso estar desapegado do fruto das vossas ações, sejam quais forem, porque eu lembro-os que há o que foi denominado a Inteligência da Luz. E portanto uma Intenção e uma Atenção, se estão Abandonados à Luz, se abandonam o Si, a simples Intenção permite a concretização. Mas vocês não são mais afetados, nem no bem, nem no mal, pelo resultado da vossa ação.

Esta tomada de distanciamento é o resultado da refutação ou do esquecimento do Si. Enquanto vocês possuírem seja o que for, relativo à vossa identidade que é efêmera, vocês se enganam. Enquanto vocês acreditarem que têm um caminho a percorrer, vocês enganam-se a si próprios. Acreditar que há um caminho, é já colocar uma distância. É inscrever uma meta no efêmero da vossa vida. Aquilo que vocês São não precisa de meta, não precisa de caminho, mas simplesmente de ser reconhecido. Aí está a refutação.

Nunca vos foi pedido (salvo para o ego) abandonar fosse o que fosse que não vocês mesmos. Isso é o que permite a Infinita Presença e desenvencilhar-se de tudo o que é ilusório e efêmero, como elemento que os mantém dentro duma ilusão. É o ego que vos vai fazer acreditar que não podem mais possuir um objeto ou uma pessoa, e que cria o sentimento de falta ou medo da falta.

Quando vocês são o que São, isso não pode surgir, nem mesmo aflorar. Isso é o verdadeiro desapego e não naquele que vai refugiar-se numa gruta. Ele estará ainda mais apegado que os outros: à sua gruta. É um erro.

Questão: Poderia dar indicações práticas para viver o esquecimento do Si? 
O esquecimento do Si é não ver mais as coisas de maneira projetiva.

Nada mais possuir permite possuir tudo e ser tudo. Enquanto houver, como já disse, uma projeção, uma apropriação do que for, vocês não são Livres, porque toda apropriação, mesmo a mais agradável, vos remete necessariamente ao efêmero.

Enquanto acreditarem que há um caminho, enquanto acreditarem que há um corpo, enquanto acreditarem que há os chacras, enquanto acreditarem que há uma Kundalini, vocês não passam do efêmero. Como já disse, o que se torna vossa Kundalini quando esse corpo não existir mais? O que se tornam vossos chacras quando morrerem? Como podem vocês reivindicar uma Libertação qualquer, em relação, à abertura do que quer que seja, uma vez que estão além do fechamento e da abertura?

É o ponto de vista que é preciso mudar. Sair de vós próprios não é rejeitar a vida mas é compreender e capturar o sentido do efêmero. Quando a consciência desaparece, quando este corpo desaparece, quando este saco mental desaparece, vocês desaparecem? A verdadeira questão é essa. O que desaparece e o que permanece? Ponham-se a questão.

Uma coisa é certa, é a de que, quando dormem ou quando morrem, o mundo desaparece totalmente para vocês. Aí se situa a verdadeira abordagem da refutação e do esquecimento. Tudo o que possuem, um dia ou outro, vos possuirá. É inelutável, o fato mesmo da lei da Atenção e da Intenção. Porque aquilo que vocês possuem procede duma marca. Esta marca de possessão ou apropriação foi nomeada linha de predação. Enquanto existir a menor linha de predação, não podem ser Livres. É uma ilusão e uma fraude. A única forma de serem Livres, é estarem desapegados. Mas desapegado não significa rejeitar ou fechar-se em algum lugar: é ver claramente as coisas. E isso associa a refutação de tudo o que é efêmero. Este corpo é efêmero, esta pessoa é efêmera.

O que vocês São, é eterno. É preciso assim distanciar-se do que é efêmero. Isso trata de se perguntarem: quem vos comanda? Quem vos dirige? Quando compram um automóvel, ele pertence-vos mas jamais vos passaria pela cabeça identificarem-se a esse automóvel. É preciso agir de igual modo com tudo que crêem possuir e isto, a todos os níveis. Mas nunca vos foi pedido que deixassem marido e mulher, ou filho: é uma inépcia, é um absurdo.

O apego resulta diretamente do efêmero. 
Questão: Qual é a relação entre Atenção / Intenção e Atração / Ressonância?
 A Intenção precede a ação. Quando agem, no seio deste saco, definem uma Intenção. O problema, é que se identificam a esta intenção: casar-se com tal pessoa, conseguir tal atividade, tal profissão ou tal relação. A Atenção é para o que se dirigem, em consciência, para realizar satisfatoriamente uma Intenção e uma Ação.

Daí resulta a Atração e a Ressonância. Mas a Atração e a Ressonância podem ser decorrentes, justamente, da Atenção e da Intenção mas vão depender também da qualidade da vossa Atenção e da vossa Intenção. Em se abandonando à Luz, em abandonando o Si, é preciso definir uma Atenção e uma Intenção mas não mais se preocupar e deixar trabalhar a vida, ela própria.

A vida agirá sempre melhor que o ego: é uma característica fundamental. A Atração e a Ressonância vão manifestar, no seio da ilusão, aquilo a que se opõem, ou aquilo em que projetaram uma Intenção e uma Atenção. Mas, definitivamente, qualquer que seja o resultado (que culmine as vossas expectativas ou que seja o oposto às vossas expectativas), não devem estar preocupados nem por um nem por outro.

Enquanto se sentirem preocupados, vocês colocam-se irremediavelmente no efêmero. O Observador não se preocupa absolutamente pela direção dum resultado. Ele registra simplesmente, como a câmera, o que se desenrola. Será que o funcionamento da câmera é afetado pelo cenário? Felizmente que não.

E vocês, enquanto Observador, se são afetados pelo resultado, não são Livres. A câmera filma, sem perguntar a vossa opinião. O Observador olha. Colocar-se ao nível do Observador, é desde já sair da Ação / Reação, da Dualidade e não estar mais submisso ao que quer que seja relativamente a este mundo. Não há outra forma de ver a Ilusão deste mundo.

Existe um momento, visível, onde o Observador ele próprio (ou a câmera) desaparece. O que se passa nesse momento? Nada mais é registrado. Não há mais mundo, não há mais Observador: há o Absoluto. Enquanto persistirem na observação, enquanto persistirem na Ação / Reação, não podem ser Livres. As leis da Ação / Reação, as leis do Observador e do Absoluto não têm nada a ver uma com a outra, mesmo se o Absoluto inclui tanto o Observador como a cena de teatro.

Toda ligação a um Eu, a uma observação, a um resultado, cria uma distância ao que vocês São. É o ego que acredita sempre que há um objetivo a atingir, um caminho a percorrer. Enquanto não virem isso claramente, não podem ser Livres. Pode dizer-se que não podem reivindicar a Liberdade e agir como os seres que evitam a Liberdade. Em resumo, a sede de Liberdade e de Libertação afasta a Libertação porque esta sede, ela própria, coloca uma distância, que não existe, salvo para o ego. É um estratagema do ego e do Si. 
Questão: Qual é a diferença entre Infinita Presença, Última Presença e Absoluto? 
A Infinita Presença e Última Presença são o que se pode chamar, do ponto de vista da Unidade, do Si, como um momento de basculamento, onde a consciência se prepara para diluir-se e desaparecer ela própria. O Absoluto vos desidentifica dum corpo, dum mental, duma identidade, dum mundo.

Eu relembro-os que nada pode ser dito do que vocês São, porque dizê-lo é já estar fora. Aquele que vive o Absoluto, o sabe instantaneamente, porque ele não está mais identificado ao que quer que seja, nem a este mundo, nem a um corpo, nem a um saco de pensamentos.

Mas este Absoluto com forma sabe que este corpo deve viver e conduzir suas experiências, mas não é afetado, de nenhuma forma, seja pelo que for. Ele é realmente Livre, chegue o que chegar a este saco, chegue o que chegar a este mundo. Se vocês são afetados pelo que chega a este corpo, a este mental, a esta identidade ou a este mundo, não são Livres. 

Quando vocês são Livres, sabem-no instantaneamente porque reencontram a vossa natureza, Real e Eterna. Enquanto se puserem a questão, é porque não o são, porque a Liberdade não pode ser possuída, de nenhuma maneira. É qualquer coisa que está já aí, que nunca se moveu, e que se moverá jamais. São vocês que se distanciam.

Pouco importam os motivos porque mesmo que se descubra o motivo, não resolve nada. Explicar como funciona um órgão, não resolve nada, mesmo que possamos trazer uma solução ou uma terapia. Isso permanecerá na ordem do Efêmero porque este órgão desaparecerá também, no momento em que esse corpo desaparecer. Este saco de comida alimentará a Terra, pensem o que quiserem.
Questão: Poderia redefinir o que é a Última Presença e a Infinita Presença?
Mas acabei de o fazer: é o momento em que a consciência sente o seu próprio desaparecimento. É o momento em que a consciência do Si (dito realizado) bascula. Se me posso exprimir assim, é o momento em que o espectador que olha a cena de teatro, se apercebe que ele pode levantar-se da sua cadeira, sair do teatro e ver que ele esteve sempre ali. Isto não é uma definição, é uma localização.

Enquanto estiveres dependente de definições, tu te distâncias. Nenhum conceito mental, nenhuma explicação (científica, religiosa, mística) pode dar-te a ver aquilo que tu És. É tudo isso que, justamente, convém deixar. Querer apropriar-se do que tu És, é impossível. Querer compreender o que tu És, é ainda mais impossível. Somente aquele que é Absoluto, vive isso. Não pode existir nenhuma dúvida para aquele que é Absoluto, porque ele sabe que o É, que existe, além de todo corpo, de todo conceito, de todo mundo, de toda forma, de toda Dimensão.

Enquanto existir uma vontade de compreensão ou de possessividade ou de explicação, tu permaneces no limitado. É justamente o momento em que tu decides abandonar todos os conceitos, todas as identificações, todas as concepções e todas as projeções, que tu podes realmente sair do teatro. Enquanto estiveres no teatro, não terás nenhuma resposta, tanto como o espectador (Observador), como aquele que acredita desempenhar um papel.

O Absoluto é a-consciência. É por isso que trouxe o melhor exemplo: é o momento em que há o sono sem sonho. Onde estás neste momento? Quem és tu neste momento? Quem pode responder a isto? Enquanto existir uma pessoa é impossível de responder. É preciso deixar tudo e, ainda uma vez, nada entender sobre o sentido da palavra “soltar”.

Trata-se simplesmente de soltar tudo aquilo que possuem. E sair de toda identidade, de toda identificação, de todo papel, de toda função, de toda questão. Não podemos dizer nada sobre o Absoluto mas aquele que vive o Absoluto não está mais condicionado, nem pelo mundo, nem por uma forma, ele compreendeu o embuste, não tanto como explicação mas ele entendeu e ele viu que mesmo a consciência do Si é um embuste.

Mas, para isso, é preciso mudar o ponto de vista, mudar o olhar, esquecer toda definição do Si ou do mundo. Em outra linguagem, poderíamos chamar isso Renascimento mas não o Renascimento para estar confinado, mas para estar, justamente, jamais confinado no que quer que seja. Ora, enquanto existir uma forma, uma Dimensão, um sol, um planeta: há uma forma. Vocês não podem, nem com o ego, nem com o Si, apreender isso. No máximo o Si compreende a ilusão temporal mas não resolve nenhuma ilusão espacial. O Absoluto não está nem no espaço, nem no tempo, nem mesmo localizado.
Questão: é agradável ser Absoluto?
Este gênero de questão não se justifica. Para aquele que é Absoluto, mesmo no seio duma forma, a palavra “agradável” não representa nada. Tudo o que sai dum tempo, tudo o que sai duma forma e dum espaço, vive o que foi nomeado, pelas Estrelas: Shantinilaya.

É bem mais que agradável ou desagradável: é a Verdade, a única. A noção de agradável faz referência a uma emoção do corpo de desejo. Nenhum qualificativo pode tentar aproximar o Parabrahman, mesmo com uma forma. Até a expressão Shantinilaya, com a palavra Morada, é, para vocês, demasiado limitante, porque não há Morada, nem onde morar.

Mas a expressão é certamente o mais aproximado desta Verdade. Eu tinha-a nomeado, os Pés do Senhor. Mas, aí também, não há pés, nem Senhor. É uma metáfora. Porque enquanto existe uma forma, é melhor que esta forma possa (pela via metafórica, sugestivamente, de alguma forma) procurar traduzir o que é o Parabrahman, sem que nada possa ser dito.

Mas, ainda uma vez, aquele que é, o sabe, porque vocês reencontram a vossa Real natureza, não antes. Mesmo o Si (se posso me exprimir assim), em relação ao Absoluto, é uma fraude. É uma contemplação, uma auto-satisfação, sem nenhum senso, saído do efêmero.

O que se torna a Realização quando a pessoa não está mais aí? O que resta? Nada, exceto a história ou a memória, que vai ser em seguida transformada, obviamente. O Absoluto não é nem agradável, nem desagradável: é a essência da Verdade.



Mensagem de BIDI PARTE 1 no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1603
17de setembro de 2012 (Publicado em 19 de setembro de 2012)
Tradução para o português: Margarida Antunes 
http://minhamestria.blogspot.com/

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