E bem, BIDI está com vocês e vos saúda.
Nós vamos prosseguir da mesma maneira que havia explicado da última vez: vamos trocar, de forma rápida, mas eu pronunciarei as minhas frases de forma mais lenta, deixando um espaço após a minha resposta, de forma a vos fazer viver aquilo que é possível manifestar, pela vossa simples Presença e a minha Presença, no seio dum mesmo espaço.
Vamos começar.
Pergunta: É mais fácil refutar os medos que conhecemos, ou o medo duma forma geral?
Didáticamente, o primeiro elemento a realizar é a refutação dos medos que vos são expostos, conhecidos e manifestados. Porque são esses que, ao nível do saco mental, se manifestam em vós e dificultam a Liberdade.
Há uma segunda etapa onde o medo não precisa mais de estar associado a uma confrontação, a uma experiência desse saco de comida mas, bem mais, visando denunciar, refutar, a própria existência desta emoção. Porque o que está por trás de toda a procura e toda a ilusão dum caminho (espiritual ou outro), é sempre, desencadeado, estimulado, pelo medo.
O medo é isso que paralisa. O medo é, mais exatamente, o que evita e vos impede de viver o Centro e, sobretudo, o centro do Centro, presente em cada ponto. O medo, dito de outra forma, é o que paralisa o ponto de vista no saco de comida, no saco mental, e vos dá a Ilusão de ser esse saco de comida ou mental, uma vez que, eu vos recordo, esse saco de comida, esse saco mental, está construído, construído e mantido pelo medo.
Assim então, o primeiro círculo vicioso é a refutação dos medos conhecidos, ligados à experiência desta encarnação. Num segundo momento, será preciso, então, agir, não mais sobre os vossos medos conhecidos, mas certamente no que representa, realmente, a emoção “medo” para toda a consciência que vive a ilusão como a única verdade. O medo, dito de outra forma, mantém o teatro, mantém uma história sem fim, fazendo-vos participar na própria Ilusão deste mundo.
Sem medo, é extremamente simples: não haverá mundo, no sentido em que vocês o apercebem, no sentido em que o vivem como única realidade possível. Como isso vos foi dito por numerosos Anciãos, em definitivo, a última Dualidade, assim como o último Eu, se resume a duas oposições contrárias e esta é a última visão do ponto de vista confinado: o medo ou o Amor.
Porque o Amor Absoluto não é o amor humano que está, sempre, em ressonância com o medo (e subjacente, de forma permanente). O medo só existe, justamente, porque há separação, porque há o sentimento de separação, dividido, e portanto, em definitivo, o medo não é mais do que uma expressão ligada ao dominio da Ilusão sobre a Verdade.
Se vocês dão peso aos vossos medos, se os aceitam, se os vivem (no saco mental, como no saco de comida), este medo é o que vos faz querer o Amor e a Luz. Todo o medo não passa, em definitivo, do reflexo duma falta de Amor e de Luz.
O medo não é unicamente uma sombra, não é somente o que dificulta ou que dói, mas é, bem mais, um princípio constitutivo da Ilusão e do efêmero. A refutação aos poucos, do que se conhece, favorece a refutação do medo, de maneira geral, global, colectiva, impessoal.
O medo cria, ao nível dos corpos sutis, ao nível daquilo que se denomina a trama da vida (o Éter Unificado), linhas confinantes e assim uma estagnação do movimento livre da Vida, em vocês. Isto ultrapassa largamente o âmbito dos medos (pessoais, históricos) que vos são próprios.
O medo, eu já havia dito, é uma secreção do mental que visa vos fazer evitar, pelas projeções e construções, vos encontrar confrontados a uma experiência passada da vossa própria história.
Mas, no fim disso, se esconde outra coisa que projeta largamente o quadro da vossa história, das vossas vidas passadas (elas também ilusórias), e que vos mantêm em estratégias com vista a evitarem encontrar o mesmo medo. Mas vocês não farão mais que, toda a vossa vida, duma forma ou doutra, encontrar sistematicamente, os mesmos medos.
Nenhuma estratégia evidentemente pode transcender ou refutar o medo: só a forma de olhar, de aceitar, vossos medos, o que significa aceitar vê-los. Nenhuma explicação, mesmo da vossa história pessoal, tem qualquer interesse, porque vocês não podem, no seio do Conhecido, opor-vos ao que vos mantém confinados. Porque são estratégias que não se podem dissolver uma vez que vos apelam à ação e à reação permanentes, existentes no seio da Ilusão.
Crer, supor ou aderir aliás que essa é a única realidade (quaisquer que sejam os sistemas de consciência que vocês implantaram, quaisquer que sejam as percepções que vocês refinaram), não são, em definitivo, que Ilusões. Reconhecer isso, é reconhecer que nenhum conhecimento pode superar qualquer Ilusão.
Eis o que vocês devem entender sobre a questão dos medos. Se há medo, mesmo se, do vosso ponto de vista, isso não é vosso mas de ciscunstâncias históricas, isso não mudará nada.
Enquanto houver uma identificação a qualquer preservação da Ilusão, nenhuma Liberdade pode manifestar-se no seio das experiências da Consciência, ou seja do “Eu Sou” ou do “Eu Sou Um” e, naturalmente, é ainda mais dificíl para ser o que vocês São.
Pergunta: é possível ser Absoluto, definitivamente, na forma que somos?
Aquele que é Absoluto é também um Jnani, significa um Liberado Vivente. Ele não rejeita a vida nesse corpo. Ele não rejeita a vida da personalidade mas o seu ponto de vista não é mais o mesmo. Ele não está mais sujeito à Ilusão. Seja o que for que acontecer a esse corpo, seja o que for que acontecer a esses pensamentos, seja o que for que acontecer à personalidade, não estará mais absolutamente preocupado, efetivamente e realmente pela vida desse saco.
É certo, que isso não é uma negação da vida ou uma rejeição da vida porque é bem dentro desse saco (mental e de comida) que existe o que vocês são, neste momento. Ser Absoluto com forma faz, justamente, desaparecer definitivamente e de maneira cada vez mais flagrante, todo o medo, toda interrogação e todo questionamento.
Isso está ligado ao que os Anciãos e as Estrelas nomearam Transparência, que significa deixar-se atravessar, em totalidade, pela Luz, não mais se ver nem mais viver como uma pessoa, como caminho, como medo, como localização, justamente no seio da Ilusão.
O Absoluto é um reconhecimento formal. Aquele que o é, não pode nem explicar, nem racionalizar: ele pode simplesmente fazer o seu próprio testemunho. Mas, em todo o caso, a certeza da Verdade Absoluta, está inscrita, de maneira indelével, naquele que, de maneira temporária, pôde permanecer (ficar confinado) nesse corpo ou que ele tivesse tido acesso àquilo que vocês nomearam o Estado de Ser (l'Êtreté).
Isso não faz nenhuma diferença. Aquele que é Absoluto, que isso seja num outro corpo, numa outra consciência encarnada, num outro sistema solar, no Absoluto ele mesmo não vê nenhuma diferença. Isto explica que esse corpo pode desaparecer, que esse mental desaparecerá, mas isso não poderá mais interferir, de nenhuma maneira, com aquele que está Liberado.
Isso não fará cessar a vida mas Libera a Vida. Esta Liberdade não pode de forma nenhuma ser suposta, imaginada, criada, de maneira artificial.
Porque o Absoluto, mesmo no seio duma forma, vos mostra o que vocês São. Nenhuma Ilusão, nenhum carma (que só diz respeito à personalidade), pode tocar o Liberado Vivente.
Isso não modifica o princípio do efêmero desse saco mas, em todo o caso, aquele que é Absoluto não pode ser mais afetado, de nenhuma forma, por outra coisa que não seja o que ele É, quero dizer Amor e Luz. Nenhum sofrimento, nenhuma doença pode fazer desaparecer o que está estabelecido e que, mesmo o “Eu Sou”, mesmo o Si, esteja totalmente consciente, impregnado, penetrado.
Toda a diferença está aí. Aquilo que acontecer a esse saco, aquilo que acontecer a esse mundo, o que acontecer a esses pensamentos, o que acontecer às relações e interações, aquele que é Absoluto é a Verdade. E esta Verdade é Absoluta. Porque ele não está inserido numa camada de cebola dando a ver a camada de cima e a camada de baixo.
O Absoluto percorre, livremente, as camadas de cebola, na totalidade, como um jogo, sabendo perfeitamente (porque vivente) que não há cebola. Isto é muito difícil perceber, de conceitualizar pela consciência. É mesmo impossível, uma vez que quando há a extinção total de todo o sentido de ser um corpo, uma forma, uma vida, um caminho, um espírito, é que cessa o princípio de identificação à Ilusão. Isto não pode deixar nenhuma incerteza. A incerteza é ilusória. A certeza é Absoluto.
É certo que, visto do exterior por aquele que ainda está na personalidade, ou que vive o Si mas não o Absoluto, isto não pode existir. E, para ele, isto não existe. Aí podem aparecer todo tipo de pensamentos, interrogações, dúvidas, recorrer de estimativas daquele que esta no Si.
O Absoluto não é mais uma interrogação. O Absoluto, mesmo no seio duma forma, é o fim dos sistemas de conhecimentos. Aquele que é Absoluto é ignorante de todo conhecimento. Aquele ali é verdadeiramente Conhecimento com um grande “C” ou o Liberado Vivente (Jnani) porque nenhum dos sacos (fisícos como sutís) podem jamais impôr ou ditar reações, quaisquer que sejam os níveis onde se situem estas reações que se inscrevem, na ação e na reação.
Aquele que é Absoluto, além dos marcadores ilusórios presentes nesse corpo, não pode mais ser afetado seja pelo que for. Isso não é desviar-se da vida mas ser a Vida: não mais aquela limitada entre o nascimento e a morte, nem numa encarnação qualquer mas sim, na Verdade não mais, unicamente, do Instante Presente (ou Aqui e Agora) mas, bem além, ao nível da Eternidade e do Éter Liberado que vocês nomeiam o ponto ER.
Há assim um deslocamento da Consciência do Si (representado pelo que nós nomeamos chacra do Coração) numa zona que está imediatamente acima que é o que vocês nomeiam a Porta ER. Porque o Coração não precisa mais de cabeça. Porque o Coração é a última evidência, vos restituindo à Verdade da Imortalidade, além de toda Consciência, de toda forma, de todo papel ou de toda atribuição de uma tarefa além da forma.
Viver isso permite, como vocês sabem, realizar à vontade, a Passagem entre a Personalidade, o Si e o Absoluto. Vocês são, ao mesmo tempo, aquele que desempenha a cena de teatro. Vocês são, ao mesmo tempo, o observador e o espectador que assiste no camarote mas vocês são também aquele que sabe que o teatro não existe. Vocês não dependem mais dum centro localizado (o saco de comida ou a vossa história) mas vocês São o Centro de todo Centro.
No Absoluto, não existe alguma diferença de percepção entre o silêncio e a palavra porque a palavra se tornou o Verbo. E o Verbo não é mais unicamente palavras mas bem a característica (antes e essêncial) da Morada da Paz Suprema. É, justamente, o momento em que ele não existe mais (no saco mental como nas ilusões do mundo) não precisa mais procurar um sentido, não precisa mais procurar uma explicação, não precisa mais duma linearidade qualquer de tempo, ou, ainda menos, de justificação qualquer que seja.
Isso desencadeia, se se pode dizer, esta famosa certeza absoluta, não como uma crença, não mais do que uma experiência mas bem, Revelação Última, além de toda Passagem, da natureza essêncial daquilo que Somos, além da Consciência.
Pergunta: O efeito vibratório ao ouvir-vos pode ser exercido no sono profundo?
Como vos havia dito: dormir, é apagar-se desse mundo (no sono, sem sonho, sem pesadelo, sem a consciência da personalidade ou do “Eu Sou”), é Absoluto.
Assim então, o sono profundo, da mesma maneira que não compreende nada daquilo que eu poderia dizer, é já uma grande etapa entre as últimas etapas. O que eu digo tem um sentido. O sentido visa permear, descarrilar o mental e o saco, pondo, de certa forma, suspensa, a Ilusão.
É exatamente isto que pode ocorrer enquanto se escuta, não as minhas palavras mas a minha voz. Em meditação ou no sono profundo. A compreensão é (e será) uma etapa. A incompreensão é uma etapa ainda mais evoluída. O adormecimento está antes da última etapa. E claro, nada compreender e nada captar daquilo que eu digo permite à Transparência tocar-vos.
Este instante em que a consciência do Si se realiza de certa forma ela não é nada e somente o observador do Si pode prosseguir a cena do teatro. Uma vez que isso é visto, não se põe mais a questão de compreender o que quer que seja. O saco de comida e o saco mental vai continuar a dizer, a cumprir com as obrigações, as regras de condução duma viatura, as regras, sejam elas quais forem.
Mas vocês não estão mais submetidos a regras, não porque rejeitaram as regras mas, porque, aí também, o vosso ponto de vista não é mais o de uma pessoa, nem duma personalidade, nem do Si. A dificuldade está, efetivamente, no funcionamento da consciência (quer ela seja separada ou unificada) surgirá sempre a noção de projeção no seio duma experiência.
Mas vocês não São a experiência. Enquanto que vocês não tiverem compreendido isso, enquanto esta não for a vossa Verdade, pela vivência, vocês continuarão confinados. O silêncio, o sono, são, se me posso exprimir assim, o melhor dos yogas porque você não se apropria de nada: nem na vontade de viver experiências, nem duma vontade de meditação, nem duma vontade de ação, nem do que quer que seja que se traduza numa aplicação sobre o efêmero.
Quando vocês apreendem que aquilo que é nomeado Abandono à Luz, a Fluidez da Unidade, a Sincronicidade e Absoluto, quando estão aí, eles governam a vossa vida (mesmo no seio desse saco) de acordo com o que foi nomeado: a Graça. Mas, como querem vocês viver a Graça, enquanto quiserem possuir o que quer que seja? É impossível. É certo, o mental vai dizer-vos, que é o inverso. Ele vai vos fazer crer, com uma série de justificações e de raciocinios que é melhor continuar a manter as coisas, que é melhor continuar a viver. É aí que vocês são enganados porque este gênero de estratégia, ligada ao medo, vos impedirá, sistematicamente, de ser Absoluto.
Isso vos confinará no “Eu Sou” que é, efetivamente, uma caminhada essencial, mas não é um objetivo. Enquanto que vocês consideram isso como um objetivo, vocês estão submetidos (mesmo no seio da Graça presente nesta consciência) ao princípio da Ilusão.
A maior dificuldade é, justamente, além de toda a compreensão racional, de apreender o alcance do que representa o abandono do Si, de o viver e de o realizar. É o que tentam mostrar-vos todas as Irmãs e Irmãos que viveram a Unidade. E, além dos processos da Unidade, alguns dentre eles viveram aquilo que vocês nomeiam Shantinilaya, a Morada da Paz Suprema.
Mas isso não impede a vida no seio da Ilusão, mesmo se o mental e o orgulho espiritual vão fazer-vos crer que isso é impossível: é o papel deles. Então, certamente, dito por outras palavras, isso poder-se-à nomear a Humildade e a Simplicidade, mas não a humildade e simplicidade do orgulho espiritual que se quer apagar, mas bem aquele que realmente viveu, pela Transparência total cujos sinais vocês conhecem.
A Transparência não será jamais uma convenção social, uma convenção moral, obedecendo às regras da Ilusão, mas bem aquilo que está além de todo estado. E quando vocês o são, vocês não podem, enganar-se, nem serem enganados.
Não esqueçam nunca que é sempre o mental, os pensamentos e a alma que vos conduzem sempre a mais projeção, a um ideal, ao Amor e à Luz, mas que não poderão, em definitivo, estar jamais presentes, enquanto isso permanecer inscrito num ideal ou uma projeção de Amor e de Luz. Porque vocês não podem projetar, no seio do que vocês São e no exterior, um Amor qualquer, uma satisfação qualquer, pois isso permanece na morada das projecões.
Aquele que é Amor, é Absoluto, além de toda contingência, de toda referência, de todo confinamento e de toda Ilusão. Em que irá ele precisar duma qualquer justificação, pelo seu próprio mental ou por um outro olhar, qualificado exterior, dum Irmão ou Irmã qualquer que seja?
Quando vocês descobrem o vosso estado, que é Absoluto, vocês não têm necessidade de projetar o que quer que seja (nem ideal, nem Amor, nem Luz, nem o que quer que seja) porque vocês tornaram-se a Fonte de vocês mesmos, que está bem além desse saco, bem além das vossas interações, bem além da vossa vida, aqui, sobre a Terra. Vocês são a Vida, vocês não são mais a vossa vida. É profundamente diferente.
Porque a vossa vida pertence-vos? Aí está a Ilusão, uma vez que a Vida, vocês o São. Mas, para o Ser, não seria preciso mais do que ser a vossa vida. Apreendam bem o “não é preciso mais”, não como uma crença a adotar, muito menos como uma experiência a ter, mas bem como uma renúncia, total e absoluta, a tudo o que é efêmero.
Enquanto vocês permanecerem nessa pele (em todos os sentidos do termo), vocês estão presos. Como já foi dito, tudo aquilo que vocês imaginam possuir (seja em que nível for e de maneira definitiva), vos possuirá para sempre.
Então certamente, o ego vai dizer-vos que não podem abandonar isto ou aquilo mas ele engana-vos. Quem fala em abandonar o que quer que seja? Por que motivo um Absoluto com forma iria abandonar o que quer que seja?
A frase chave (além da refutação), é a mudança de ponto de vista. Mas não um ponto de vista como uma ideia ou uma crença, mas bem mais um deslocamento, do observador inicialmente (que se encontrou) e o desaparecimento mesmo do observador, deixando esse saco de comida, esse saco de ideias e as interações da vida no seio da Ilusão, se desenrolarem.
Isso, eu creio, foi nomeado (em todo o caso no Ocidente) A Divina Providência. Vocês são capazes? Isso não exige coragem, nem uma decisão qualquer. Não há nenhum caminho para isso, nenhuma evolução para isso, nenhuma espiritualidade para isso, mas simplesmente estabelecerem-se nisso. E isso não pode ser uma experiência, significa que vocês não podem experimentar isso com o Si e voltar depois, tranquilamente, para o saco.
É, como já foi dito, esta espécie de transformação última, resultando na não consciência, na não separação, e eu digo mesmo, mais longe, na transcendência do “Eu Sou Um”, vocês descobrem a natureza do que vocês São. Como já tinha dito: o que é que vocês sabem daquilo que vocês Eram, antes de nascer? O que é que vocês sabem daquilo que vocês São, após a morte?
Vocês só têm fragmentos sejam das vossas próprias experiências sejam das vossas leituras. Mas enquanto vocês estiverem confinados numa forma (fosse ela a mais vasta possível: um sol), vocês estão ainda projetados. O Absoluto não pode, em nenhum caso, ser uma projeção do que quer que seja porque este centro do Centro, mesmo que haja um movimento da Vida, está sempre lá, em todos os pontos e portanto, imóvel.
É a roda do Samsara que vos fez crer que teriam uma sequência lógica de encarnações, devendo dar resposta, permanentemente, à lei da ação e reação.
Isso é uma crença para os vigaristas espirituais.
O Absoluto não é nada disso.
Pergunta: depois de tê-lo escutado no momento do adormecimento, eu tive perdas seminais, mas não relacionadas à uma atividade sexual.
O Absoluto é um Êxtase e uma Íntase. O que acontece no nível do que eu chamei (em minha encarnação) os Pés do Senhor, quer dizer, o que vocês chamam, hoje, a Onda da Vida, é claro, atravessa os locais onde estão situados, nesse saco, os diferentes medos. Os medos têm ressonância direta com o sexo, mas o sexo sem sexo.
Isso quer dizer que pode existir, e na maioria das vezes é o caso, fenômenos de êxtase que tomam a sua fonte, efetivamente, seja nos Pés do Senhor, seja no nível do primeiro chacra. Isso pode induzir ao que você nomeia “perdas seminais”, que são, de fato, evacuações, aí também, de certos programas, de certos enquistamentos (envoltórios), ligados ao medo da morte que representa o sexo.
O sexo, até prova em contrário, (além de todo prazer e de todo gozo) é certamente o órgão que é o mais próprio a manter a Ilusão e o sonho coletivo, através do que vocês chamam a fecundação.
Assim, portanto, viver um Êxtase (que, contudo, não pode te estimular completamente, ou então te estimula, ou então ocorre continuamente) não é senão um reflexo, no nível do saco de comida, do desenvolvimento (se podemos dizer) de sua própria natureza.
Esse processo não é nem uma polução noturna, nem um sonho (no sentido fantasia), mas é realmente uma alquimia podendo se produzir (no homem como na mulher) sem nenhuma estimulação sexual. Ouvir minha voz pode (por Vibração e ressonância) te impelir, quando da ocultação da consciência ordinária ou do Si, a deixar esse saco viver o que há para viver. Essas perdas seminais, existem também nas mulheres (mesmo se isso leva outro nome), não é senão o reflexo da Onda da Vida.
Se meu órgão vocal desencadeia isso, então é perfeito.
Pergunta: a subida da Onda da Vida pode provocar dores, como cãibras, nas pernas?
É possível. Isso também pode estar ligado, não às resistências, mas, bem mais, à intensificação do Absoluto da Terra. No entanto, esses processos de cãibras ou outros (nas pernas) não devem atrair sua atenção ou sua ação.
Aí também, aproveitar o que se manifesta no saco, não para estar na negação da dor, mas sim vê-la pelo que ela é: nesse momento, isso não é uma negação, é passar ao observador ou ao testemunho. A passagem ao observador e ao testemunho é, certamente, uma etapa importante, permitindo-lhes não mais serem afetados pelo que se desenrola na cena do teatro. Prossigamos.
Pergunta: a Comunhão, de Presença a Presença, com uma Consciência Absoluta, nos permite ser Absoluto?
Nenhuma consciência pode ser Absoluta, pois é precisamente o desaparecimento da própria consciência que realiza, se podemos dizer, o Absoluto. Como já foi dito pelos Arcanjos: estabelecer Comunhões pode lhes mostrar, de forma velada, o Absoluto.
Podemos dizer que todos os processos que lhes foram detalhados por aqueles que se ocupam de vocês, desde um longo tempo, são um convite para ir além (ndr: as Consciência de outros Planos Dimensionais das quais vocês encontram as intervenções, em particular, em "ler as mensagens").
Os processos chamados deslocalizações, que, justamente, os fazem mudar de olhar e de ponto de vista, são certamente estimulantes ao Abandono do Si. Porque, quando de uma Comunhão com um Irmão ou uma Irmã, com o que é chamado comumente um Duplo, qualquer que ele seja, pode se dizer, efetivamente, que há como um antegosto de desaparecimento.
É justamente esse desaparecimento da própria consciência que é favorecido, mas que só vocês podem desencadear. As resistências ao desencadeamento são apenas ignorância: o que vocês nomeiam, de seu ponto de vista, seus próprios conhecimentos de vocês mesmos, de sua história, de suas vidas passadas, de suas crenças, de suas ideias e de seus quadros.
Enquanto um desses elementos assim nomeados está presente, vocês ficam apenas no antegosto. É renunciando e refutando a tudo isso que vocês podem viver o Absoluto. Da mesma maneira que vocês podem aderir às doutrinas da Unidade, sem viver, de maneira alguma, a quintessência.
Qual será a diferença entre aquele que projeta o Absoluto e aquele que é Absoluto?
Aquele que projeta o Absoluto pode viver o Si, pode sentir as Vibrações. Mas ele recairá sempre na dúvida e na interrogação. Aquele que está estabelecido no Absoluto, não pode ser submetido, de nenhuma maneira, a qualquer interrogação que seja. É claro, ele pode manter as questões sobre o tempo que vai fazer amanhã, mas, em nenhum caso, sobre a natureza do que ele É.
Pergunta: como fazer para não mais se sentir impotente e poder avançar?
Quem é que se sente impotente? Quem é que quer avançar? Avançar para onde? Para ir onde? Não há nenhum lugar aonde ir. Todo movimento de um ponto a outro da consciência mantém a Ilusão.
O sentimento de impotência, a necessidade de avançar, não é senão o reflexo da ação do medo ou do Si. Dormir ou morrer é Absoluto. É o mental discursivo (aquele da razão e das ideias) que vai fazê-lo acreditar que é necessário avançar, que vai fazê-lo acreditar que você é impotente.
Substitua a palavra “impotência”, por “ignorância”. Se você reconhece sua ignorância quanto ao que corresponde o fato de querer avançar ou crer avançar, então é já um grande passo. Porque quem a não ser o ego acredita avançar?
É claro, o tempo avança e sua vida se desenrola. Mas nenhum elemento desta vida, nenhum avanço pode existir, exceto para o efêmero. É, justamente, que se você se mantém tranquilo, nesses momentos, e não é complacente ou submisso com esse sentimento de impotência, se você aceita que o fato de avançar não quer dizer nada (e, de fato, o faz recuar), se você vê isso claramente (sem julgar, sem condenar, sem buscar reagir, simplesmente ser o observador), então, você constatará, muito rápido, que algo para de avançar, que algo muda sem que haja a expressão da menor vontade pessoal, do menor desejo pessoal. E aí, você estará próximo do último, mas não antes.
Enquanto você considera que é necessário eliminar essa impotência, enquanto você considera que você deve avançar para um objetivo, você apenas se distancia de seu próprio objetivo, porque não há objetivo.
Tudo isso são apenas os jogos da consciência, chamados os Leilas.
Mas esses Leilas não têm nenhum sentido. Eles são somente distrações, ocupações, cujo único objetivo é impedi-lo de viver o que você É. E, contudo, a maior parte dos seres humanos alimentam sua vida dessa esperança, dessa ideia de avançar, para ir em algum lugar.
A maior das potências é já reconhecer sua impotência, total, a qualquer ideia, a qualquer pensamento, a qualquer conhecimento, a toda vivência apta a desencadear, ainda que seja de outro, apenas uma outra Ilusão.
Se você vê isso claramente, então, o ponto de vista mudará ele próprio, sem que você tenha de mudar ou buscar o que quer que seja.
Essa forma de capitulação, mais uma vez, não é uma renúncia ao que quer que seja, a não ser, justamente, ao fato de aderir aquilo, não como ilusões, mas como a verdade. Enquanto você se submete, você mesmo, a esse gênero de crenças, ou a esse gênero de experiência, você não pode ser Livre. E você não pode, por consequência, de modo algum se Liberar. Porque tudo o que lhe é conhecido deve ser Liberado. E se Liberar de tudo o que é conhecido é, já, aceitar sua própria ignorância.
Uma vez que nenhum efêmero (seja sua personalidade, seja seu saco de comida, seja o Si) permanece, uma vez que você passou do outro lado das portas da morte.
Para que isso te servirá? O que você fará de sua kundalini, quando esse corpo não existir mais? O que você fará do Fogo do Coração, quando esse corpo tiver desaparecido?
É necessário ir ao coração do Coração. O que não é mais, nem o Fogo do Coração, nem a Coroa Radiante do Coração, nem as Três lareiras, nem mesmo o Canal do Éter, nem mesmo o Manto Azul da Graça: é alem.
Nós temos lhes mostrado uma escada. Vocês têm visto os corrimãos, vocês têm subido a escada. É necessário vocês aceitarem, agora, que não há escada, e que não há ninguém que sobe essa escada. Aceitar e viver isso, é o Absoluto.
Pergunta: porque manter o saco de comida em vida, quando se está Liberado?
Qualquer ação visando fazer desaparecer esse saco, apenas faz reaparecer a ilusão. Por que se você coloca o interesse, e se você quer dar fim à ilusão suprimindo um saco de comida, de uma maneira ou de outra, você lhe criou uma outra existência.
A Ilusão tem apenas de ser Vista. Bater-se contra uma ilusão apenas a reforça. Portanto, considerar intervir no saco de comida, de uma maneira ou de outra, só pode alimentar e reforçar a ilusão.
Aquele que é Absoluto não tem o que fazer do desaparecimento, ou não, do saco de comida: ele não é mais uma fonte de cuidado, nem uma fonte de preocupação. Nem mesmo o mental pode vir a ser uma causa de preocupação. Aí está toda a diferença daquele que é Absoluto, que jamais consideraria colocar fim a esse saco de comida, antes de seu fim natural.
Não por que há prazer ou desprazer, mas realmente e concretamente, seu ponto de vista e seu olhar não têm mais nada a fazer com qualquer limite.
Toda a diferença situa-se nesse nível. Aquele que não é Absoluto vai dizer que isso é absurdo. E, de seu ponto de vista, limitado e relativo, é realmente absurdo. Não há possibilidade de passagem ou de comunicação. Enquanto não houver o Abandono total do Si, o Absoluto não pode ser. Portanto, mesmo no Si, cujo orgulho pode se deleitar, há necessariamente o medo, há necessariamente, em alguma parte, a vontade de aderir a qualquer ilusão.
Mas para aquele que é Absoluto, na forma, jamais lhe viria ao espírito, jamais poderia aparecer uma ideia sobre o sentido, mesmo, da existência desse saco. Um dia, ele apareceu, um dia, ele desaparece. O que aparece, desaparece. O que desaparece, reaparecerá, sob uma forma ou outra. Somente o que É, além de todo Ser, além de todo “Eu Sou”, além de toda consciência, nem aparece, nem desaparece, nem se move.
Como eu já disse, o Absoluto não é uma busca, e ele não pode ser uma busca. Enquanto vocês buscam, enquanto vocês procuram, vocês estão na ilusão. Por que toda busca, mesmo a mais louvável, mesmo a mais honorável, não é senão um medo da morte e uma procura (noutro lugar do que onde isso está) da Imortalidade.
A Imortalidade não pode ser compreendida em uma forma. Vocês estão sobre este mundo, vocês aí apareceram, vocês aí agiram, vocês aí buscaram. Mudar de olhar e de ponto de vista, é não mais estar submetido, de maneira alguma, a esse corpo, a essa vida. O que não é recusar a vida, ou um questionamento sobre o sentido da vida, uma vez que, justamente, não há mais submissão a uma forma, mas sim, uma transubstanciação de qualquer forma, como de qualquer consciência.
Pergunta: seria necessário chegar à passividade?
Enquanto há ação, dirigida pela pessoa ou pelo Si, há ilusão. Falar de passividade recorda, ao escutar o que você diz, que há atividade e passividade. O Absoluto não é nem passividade nem atividade: é justamente a perda de qualquer identificação com o que quer que seja.
Uma vez que falar de passividade, como de atividade, apenas se refere à sua pessoa, no ego ou no Si, mas à sua pessoa. Ora, a expressão que foi empregada: “ficar Tranquilo”, quer dizer bem o que isso quer dizer (ndr: ver em particular sobre esse tema a intervenção de UM AMIGO de 2 de Julho de 2012).
Você pode “ficar Tranquilo” estando tanto passivo, como ativo.
A passividade não é uma demissão de qualquer aspecto de sua vida: novamente, é o olhar que muda, o ponto de vista, e não o fato de ser ativo ou passivo. Por que a atividade, como a passividade os remete a um movimento.
Ficar Tranquilo não tem o que fazer do movimento: é, desde o início, colocar-se onde vocês podem considerar outra coisa: colocando-se na Infinita Presença. Não lhes é pedido para serem legumes, mas sim para não serem mais nada de tudo o que lhes é conhecido. Isso quer dizer que seu olhar, seu ponto de vista, não está mais situado em nenhuma parte da ilusão.
Isso não quer dizer, nem ser ativo, nem passivo, isso não quer dizer ficar em algum lugar e nada fazer. É mudar de olhar. Mudar de olhar não pode acontecer, enquanto vocês olham com os mesmos olhos, com o mesmo pequeno orifício da luneta, que corresponde à sua vida.
O Absoluto com forma pode, de maneira não hierarquizada, passar anos em Maha Samadhi ou em Shantinilaya, como exercer as atividades as mais frustrantes e as mais desvalorizadas para a personalidade. Em um caso como no outro, o Absoluto não pode ser afetado, por que não há diferença entre Shantinilaya e limpar os banheiros: a Consciência não está mais, nem nos banheiros, nem em Shantinilaya.
Vocês são tributários do olhar, porque vocês fazem uma diferença entre limpar os banheiros e viver a Paz Suprema. Vocês podem muito bem, no Absoluto, fazer exatamente a mesma coisa, no mesmo estado, como fazer coisas diametralmente opostas, sem perder o que quer que seja.
Pergunta: o que é chamado de um inocente (por exemplo, uma criança sempre feliz, mas não parecendo muito inteligente) ele é Absoluto?
Foi dito no Ocidente: "felizes, os simples de espírito, pois eles não conhecem o pecado".
Então, mesmo que isso tenha conotações religiosas, aquele que é Transparente em uma forma, qualquer que ela seja, nunca mais está separado do que quer que seja. Foi dito também: "tornar-se como uma criança", que quer dizer a Espontaneidade, o Instante Presente, que permitem viver o “Eu Sou”.
Mas é necessário prestar atenção para não ser subjugado pela ilusão do “Eu Sou”: o que ficará do “Eu Sou”, quando esse corpo não existir mais? Mesmo que exista um outro Corpo, um conjunto de Corpos, um dos quais pode ser o Duplo, ou o Corpo de Estado de Ser (Êtreté), ou qualquer que seja o Duplo. Isso está destinado, simplesmente, a fazê-los viver que vocês não são esse corpo, nem nenhum outro corpo, uma vez que vocês podem ser não importa qual corpo.
O que é que muda, nesse caso? Enquanto é a Consciência que se move, há o Si, ou a Última Presença. A partir do instante em que vocês cessam qualquer identificação a qualquer forma, vocês são Absoluto. Isso não os impede de viajarem, sem se deslocarem, de forma em forma, mas vocês sabem pertinentemente que vocês não São nada de tudo isso.
Porque todas essas formas, todas essas consciências, são apenas projeções, separadas ou unificadas, de qualquer outra coisa: da FONTE, em um primeiro momento, mas a FONTE, Ela própria, é uma emanação Dela mesma no Absoluto.
É o que essa palavra que foi empregada, Duplo, está destinada a lhes mostrar, e não a fazê-los buscar qualquer Duplo, mas o Duplo chega a vocês. Por sua vacuidade, pelo fato de ficar Tranquilo, pelo fato de nada buscar, por que vocês compreenderam que não há nada a buscar, que nenhuma experiência pode levá-los ao que vocês São.
É a ilusão suprema de crer que um sistema de conhecimentos, ou de experiências, vai levá-los ao Último. Vocês não podem ser levados ou conduzidos ao Último, por qualquer um, nem mesmo por vocês mesmos, por que é, justamente, vocês mesmos que desaparecem, quando o Absoluto está aí. E ele sempre esteve aí.
Pergunta: para que serve, então, a Merkabah?
Para construir a escada. Para esclarecer, de maneira diferente, a cena do teatro, como o teatro. Para fazê-lo tomar consciência que você não É o que está na cena, que você não É nem ator, nem mesmo espectador.
É uma estrutura de Vibração, que, como toda Vibração, é uma emanação do Absoluto. Não enquanto emanação ou projeção, como para a consciência, mas sim a entretela (se posso empregar essa palavra) do Absoluto.
Pergunta: é verdadeiramente grave, se o Absoluto não vem para nós?
Mas ele não tem de vir. Considerar que ele deve vir, é já um erro. Exprimir isso: considerar que algo deve vir o coloca, de início, à distância do que você É. O que é que pode ser grave, na ilusão?
Exceto ao que você se prende, qualquer que seja o apego.
Quem é que considera que isso é grave? Senão a posição em que você se situa. Portanto, mude de posição. E não considere isso como um deslocamento, ou um movimento: não é nem um nem outro.
Este mundo é Maya (ilusão), o tempo é Maya, então, como é que isso poderia ser grave, diferentemente do que conhecido e percebido pela pessoa?
Você pergunta se isso é grave.
Da mesma maneira, se olharmos o que vocês conhecem, a personalidade e o Si: aquele cuja vida está voltada, unicamente, para o efêmero e o ilusório (então, na personalidade) vai buscar, de uma maneira ou de outra, uma forma de satisfação, em qualquer campo que seja. Com mais ou menos intensidade, mais ou menos acuidade, segundo um programa, que é o programa da alma e do carma.
Aquele que realiza o Si (que vive as Coroas Radiantes, os diferentes elementos, os diferentes sinais e estigmas do Despertar) é um louco para aquele que corre atrás de seus desejos.
Qual dos dois tem razão? Nem um, nem o outro.
Aquele que está no Si vai considerar que é grave agir de tal maneira, ou de tal outra maneira. Do mesmo modo que aquele que está na personalidade, mesmo a mais equilibrada, vai considerar que aquele que lhe fala do Instante Presente, e da não separação, é um louco.
E ele terá razão. Por que vocês não mudam de ponto de vista. E tudo o que não entra em seu ponto de vista, em seu quadro de referências, é excluído imediatamente. Portanto não há nada de grave, exceto para aquele que o crê.
Pergunta: no momento do Choque da Humanidade, todo mundo vai Ascensionar?
Tudo está Liberado. Como já foi dito pelo Comandante (ndr: O.M. Aivanhov) e é certamente a melhor frase: "não são vocês que desaparecem, é o mundo”.
Vocês não podem desaparecer no que vocês São. O que aparece e desaparece é esse corpo, esse saco de comida e esse saco mental, que é delimitado pelo nascimento e a morte. Tudo está Liberado, onde quer que vocês estejam: na pessoa, como no Si, como no Absoluto.
Agora, o mais importante, é deixar o outro ser o que ele quer. Vocês não podem convencer ninguém, vocês não podem conduzir ninguém. Portanto, a questão do que é nomeado a Ascensão, é uma resposta de geometria variável.
Em nome do que, se você quer ir de férias à montanha, você levará todo o mundo à montanha? Há quem prefira o mar.
Respeitem isso: cada um de vocês é livre. A melhor resposta é aquela: o que desaparece, é o mundo, não são vocês.
A consciência joga, qualquer que seja o jogo, em uma relação íntima, nos jogos de sua tela de vídeo, é o mesmo jogo, é a satisfação de uma curiosidade. É o mesmo sentido da falta, que está presente na não atualização do Absoluto Último. Mas quando o Absoluto Último está aí, vocês veem claramente a Verdade. E a única Verdade, que não sofre exceção, é a Liberdade de cada um, de ir onde quiser, de pensar como quiser, de crer no que quiser, e de agir e de interagir sobre todas as outras ilusões.
O princípio da Liberação lhes foi explicado, lhes foi dado a viver por meio da Unidade e do Si, por meio da Última Presença e os diferentes marcadores. Mas também, eu lhes dei alguns elementos, que devem lhes permitir, se é sua Liberdade e sua escolha, de Ser Absoluto. Prossigamos.
Nós não temos mais perguntas, agradecemos.
Então BIDI os saúda.
Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1575
29 de agosto de 2012
(Publicado em 28 de agosto de 2012)
Tradução para o português: Margarida Antunes e Ligia Borges
http://minhamestria.blogspot.com/
Nós vamos prosseguir da mesma maneira que havia explicado da última vez: vamos trocar, de forma rápida, mas eu pronunciarei as minhas frases de forma mais lenta, deixando um espaço após a minha resposta, de forma a vos fazer viver aquilo que é possível manifestar, pela vossa simples Presença e a minha Presença, no seio dum mesmo espaço.
Vamos começar.
Pergunta: É mais fácil refutar os medos que conhecemos, ou o medo duma forma geral?
Didáticamente, o primeiro elemento a realizar é a refutação dos medos que vos são expostos, conhecidos e manifestados. Porque são esses que, ao nível do saco mental, se manifestam em vós e dificultam a Liberdade.
Há uma segunda etapa onde o medo não precisa mais de estar associado a uma confrontação, a uma experiência desse saco de comida mas, bem mais, visando denunciar, refutar, a própria existência desta emoção. Porque o que está por trás de toda a procura e toda a ilusão dum caminho (espiritual ou outro), é sempre, desencadeado, estimulado, pelo medo.
O medo é isso que paralisa. O medo é, mais exatamente, o que evita e vos impede de viver o Centro e, sobretudo, o centro do Centro, presente em cada ponto. O medo, dito de outra forma, é o que paralisa o ponto de vista no saco de comida, no saco mental, e vos dá a Ilusão de ser esse saco de comida ou mental, uma vez que, eu vos recordo, esse saco de comida, esse saco mental, está construído, construído e mantido pelo medo.
Assim então, o primeiro círculo vicioso é a refutação dos medos conhecidos, ligados à experiência desta encarnação. Num segundo momento, será preciso, então, agir, não mais sobre os vossos medos conhecidos, mas certamente no que representa, realmente, a emoção “medo” para toda a consciência que vive a ilusão como a única verdade. O medo, dito de outra forma, mantém o teatro, mantém uma história sem fim, fazendo-vos participar na própria Ilusão deste mundo.
Sem medo, é extremamente simples: não haverá mundo, no sentido em que vocês o apercebem, no sentido em que o vivem como única realidade possível. Como isso vos foi dito por numerosos Anciãos, em definitivo, a última Dualidade, assim como o último Eu, se resume a duas oposições contrárias e esta é a última visão do ponto de vista confinado: o medo ou o Amor.
Porque o Amor Absoluto não é o amor humano que está, sempre, em ressonância com o medo (e subjacente, de forma permanente). O medo só existe, justamente, porque há separação, porque há o sentimento de separação, dividido, e portanto, em definitivo, o medo não é mais do que uma expressão ligada ao dominio da Ilusão sobre a Verdade.
Se vocês dão peso aos vossos medos, se os aceitam, se os vivem (no saco mental, como no saco de comida), este medo é o que vos faz querer o Amor e a Luz. Todo o medo não passa, em definitivo, do reflexo duma falta de Amor e de Luz.
O medo não é unicamente uma sombra, não é somente o que dificulta ou que dói, mas é, bem mais, um princípio constitutivo da Ilusão e do efêmero. A refutação aos poucos, do que se conhece, favorece a refutação do medo, de maneira geral, global, colectiva, impessoal.
O medo cria, ao nível dos corpos sutis, ao nível daquilo que se denomina a trama da vida (o Éter Unificado), linhas confinantes e assim uma estagnação do movimento livre da Vida, em vocês. Isto ultrapassa largamente o âmbito dos medos (pessoais, históricos) que vos são próprios.
O medo, eu já havia dito, é uma secreção do mental que visa vos fazer evitar, pelas projeções e construções, vos encontrar confrontados a uma experiência passada da vossa própria história.
Mas, no fim disso, se esconde outra coisa que projeta largamente o quadro da vossa história, das vossas vidas passadas (elas também ilusórias), e que vos mantêm em estratégias com vista a evitarem encontrar o mesmo medo. Mas vocês não farão mais que, toda a vossa vida, duma forma ou doutra, encontrar sistematicamente, os mesmos medos.
Nenhuma estratégia evidentemente pode transcender ou refutar o medo: só a forma de olhar, de aceitar, vossos medos, o que significa aceitar vê-los. Nenhuma explicação, mesmo da vossa história pessoal, tem qualquer interesse, porque vocês não podem, no seio do Conhecido, opor-vos ao que vos mantém confinados. Porque são estratégias que não se podem dissolver uma vez que vos apelam à ação e à reação permanentes, existentes no seio da Ilusão.
Crer, supor ou aderir aliás que essa é a única realidade (quaisquer que sejam os sistemas de consciência que vocês implantaram, quaisquer que sejam as percepções que vocês refinaram), não são, em definitivo, que Ilusões. Reconhecer isso, é reconhecer que nenhum conhecimento pode superar qualquer Ilusão.
Eis o que vocês devem entender sobre a questão dos medos. Se há medo, mesmo se, do vosso ponto de vista, isso não é vosso mas de ciscunstâncias históricas, isso não mudará nada.
Enquanto houver uma identificação a qualquer preservação da Ilusão, nenhuma Liberdade pode manifestar-se no seio das experiências da Consciência, ou seja do “Eu Sou” ou do “Eu Sou Um” e, naturalmente, é ainda mais dificíl para ser o que vocês São.
Pergunta: é possível ser Absoluto, definitivamente, na forma que somos?
Aquele que é Absoluto é também um Jnani, significa um Liberado Vivente. Ele não rejeita a vida nesse corpo. Ele não rejeita a vida da personalidade mas o seu ponto de vista não é mais o mesmo. Ele não está mais sujeito à Ilusão. Seja o que for que acontecer a esse corpo, seja o que for que acontecer a esses pensamentos, seja o que for que acontecer à personalidade, não estará mais absolutamente preocupado, efetivamente e realmente pela vida desse saco.
É certo, que isso não é uma negação da vida ou uma rejeição da vida porque é bem dentro desse saco (mental e de comida) que existe o que vocês são, neste momento. Ser Absoluto com forma faz, justamente, desaparecer definitivamente e de maneira cada vez mais flagrante, todo o medo, toda interrogação e todo questionamento.
Isso está ligado ao que os Anciãos e as Estrelas nomearam Transparência, que significa deixar-se atravessar, em totalidade, pela Luz, não mais se ver nem mais viver como uma pessoa, como caminho, como medo, como localização, justamente no seio da Ilusão.
O Absoluto é um reconhecimento formal. Aquele que o é, não pode nem explicar, nem racionalizar: ele pode simplesmente fazer o seu próprio testemunho. Mas, em todo o caso, a certeza da Verdade Absoluta, está inscrita, de maneira indelével, naquele que, de maneira temporária, pôde permanecer (ficar confinado) nesse corpo ou que ele tivesse tido acesso àquilo que vocês nomearam o Estado de Ser (l'Êtreté).
Isso não faz nenhuma diferença. Aquele que é Absoluto, que isso seja num outro corpo, numa outra consciência encarnada, num outro sistema solar, no Absoluto ele mesmo não vê nenhuma diferença. Isto explica que esse corpo pode desaparecer, que esse mental desaparecerá, mas isso não poderá mais interferir, de nenhuma maneira, com aquele que está Liberado.
Isso não fará cessar a vida mas Libera a Vida. Esta Liberdade não pode de forma nenhuma ser suposta, imaginada, criada, de maneira artificial.
Porque o Absoluto, mesmo no seio duma forma, vos mostra o que vocês São. Nenhuma Ilusão, nenhum carma (que só diz respeito à personalidade), pode tocar o Liberado Vivente.
Isso não modifica o princípio do efêmero desse saco mas, em todo o caso, aquele que é Absoluto não pode ser mais afetado, de nenhuma forma, por outra coisa que não seja o que ele É, quero dizer Amor e Luz. Nenhum sofrimento, nenhuma doença pode fazer desaparecer o que está estabelecido e que, mesmo o “Eu Sou”, mesmo o Si, esteja totalmente consciente, impregnado, penetrado.
Toda a diferença está aí. Aquilo que acontecer a esse saco, aquilo que acontecer a esse mundo, o que acontecer a esses pensamentos, o que acontecer às relações e interações, aquele que é Absoluto é a Verdade. E esta Verdade é Absoluta. Porque ele não está inserido numa camada de cebola dando a ver a camada de cima e a camada de baixo.
O Absoluto percorre, livremente, as camadas de cebola, na totalidade, como um jogo, sabendo perfeitamente (porque vivente) que não há cebola. Isto é muito difícil perceber, de conceitualizar pela consciência. É mesmo impossível, uma vez que quando há a extinção total de todo o sentido de ser um corpo, uma forma, uma vida, um caminho, um espírito, é que cessa o princípio de identificação à Ilusão. Isto não pode deixar nenhuma incerteza. A incerteza é ilusória. A certeza é Absoluto.
É certo que, visto do exterior por aquele que ainda está na personalidade, ou que vive o Si mas não o Absoluto, isto não pode existir. E, para ele, isto não existe. Aí podem aparecer todo tipo de pensamentos, interrogações, dúvidas, recorrer de estimativas daquele que esta no Si.
O Absoluto não é mais uma interrogação. O Absoluto, mesmo no seio duma forma, é o fim dos sistemas de conhecimentos. Aquele que é Absoluto é ignorante de todo conhecimento. Aquele ali é verdadeiramente Conhecimento com um grande “C” ou o Liberado Vivente (Jnani) porque nenhum dos sacos (fisícos como sutís) podem jamais impôr ou ditar reações, quaisquer que sejam os níveis onde se situem estas reações que se inscrevem, na ação e na reação.
Aquele que é Absoluto, além dos marcadores ilusórios presentes nesse corpo, não pode mais ser afetado seja pelo que for. Isso não é desviar-se da vida mas ser a Vida: não mais aquela limitada entre o nascimento e a morte, nem numa encarnação qualquer mas sim, na Verdade não mais, unicamente, do Instante Presente (ou Aqui e Agora) mas, bem além, ao nível da Eternidade e do Éter Liberado que vocês nomeiam o ponto ER.
Há assim um deslocamento da Consciência do Si (representado pelo que nós nomeamos chacra do Coração) numa zona que está imediatamente acima que é o que vocês nomeiam a Porta ER. Porque o Coração não precisa mais de cabeça. Porque o Coração é a última evidência, vos restituindo à Verdade da Imortalidade, além de toda Consciência, de toda forma, de todo papel ou de toda atribuição de uma tarefa além da forma.
Viver isso permite, como vocês sabem, realizar à vontade, a Passagem entre a Personalidade, o Si e o Absoluto. Vocês são, ao mesmo tempo, aquele que desempenha a cena de teatro. Vocês são, ao mesmo tempo, o observador e o espectador que assiste no camarote mas vocês são também aquele que sabe que o teatro não existe. Vocês não dependem mais dum centro localizado (o saco de comida ou a vossa história) mas vocês São o Centro de todo Centro.
No Absoluto, não existe alguma diferença de percepção entre o silêncio e a palavra porque a palavra se tornou o Verbo. E o Verbo não é mais unicamente palavras mas bem a característica (antes e essêncial) da Morada da Paz Suprema. É, justamente, o momento em que ele não existe mais (no saco mental como nas ilusões do mundo) não precisa mais procurar um sentido, não precisa mais procurar uma explicação, não precisa mais duma linearidade qualquer de tempo, ou, ainda menos, de justificação qualquer que seja.
Isso desencadeia, se se pode dizer, esta famosa certeza absoluta, não como uma crença, não mais do que uma experiência mas bem, Revelação Última, além de toda Passagem, da natureza essêncial daquilo que Somos, além da Consciência.
Pergunta: O efeito vibratório ao ouvir-vos pode ser exercido no sono profundo?
Como vos havia dito: dormir, é apagar-se desse mundo (no sono, sem sonho, sem pesadelo, sem a consciência da personalidade ou do “Eu Sou”), é Absoluto.
Assim então, o sono profundo, da mesma maneira que não compreende nada daquilo que eu poderia dizer, é já uma grande etapa entre as últimas etapas. O que eu digo tem um sentido. O sentido visa permear, descarrilar o mental e o saco, pondo, de certa forma, suspensa, a Ilusão.
É exatamente isto que pode ocorrer enquanto se escuta, não as minhas palavras mas a minha voz. Em meditação ou no sono profundo. A compreensão é (e será) uma etapa. A incompreensão é uma etapa ainda mais evoluída. O adormecimento está antes da última etapa. E claro, nada compreender e nada captar daquilo que eu digo permite à Transparência tocar-vos.
Este instante em que a consciência do Si se realiza de certa forma ela não é nada e somente o observador do Si pode prosseguir a cena do teatro. Uma vez que isso é visto, não se põe mais a questão de compreender o que quer que seja. O saco de comida e o saco mental vai continuar a dizer, a cumprir com as obrigações, as regras de condução duma viatura, as regras, sejam elas quais forem.
Mas vocês não estão mais submetidos a regras, não porque rejeitaram as regras mas, porque, aí também, o vosso ponto de vista não é mais o de uma pessoa, nem duma personalidade, nem do Si. A dificuldade está, efetivamente, no funcionamento da consciência (quer ela seja separada ou unificada) surgirá sempre a noção de projeção no seio duma experiência.
Mas vocês não São a experiência. Enquanto que vocês não tiverem compreendido isso, enquanto esta não for a vossa Verdade, pela vivência, vocês continuarão confinados. O silêncio, o sono, são, se me posso exprimir assim, o melhor dos yogas porque você não se apropria de nada: nem na vontade de viver experiências, nem duma vontade de meditação, nem duma vontade de ação, nem do que quer que seja que se traduza numa aplicação sobre o efêmero.
Quando vocês apreendem que aquilo que é nomeado Abandono à Luz, a Fluidez da Unidade, a Sincronicidade e Absoluto, quando estão aí, eles governam a vossa vida (mesmo no seio desse saco) de acordo com o que foi nomeado: a Graça. Mas, como querem vocês viver a Graça, enquanto quiserem possuir o que quer que seja? É impossível. É certo, o mental vai dizer-vos, que é o inverso. Ele vai vos fazer crer, com uma série de justificações e de raciocinios que é melhor continuar a manter as coisas, que é melhor continuar a viver. É aí que vocês são enganados porque este gênero de estratégia, ligada ao medo, vos impedirá, sistematicamente, de ser Absoluto.
Isso vos confinará no “Eu Sou” que é, efetivamente, uma caminhada essencial, mas não é um objetivo. Enquanto que vocês consideram isso como um objetivo, vocês estão submetidos (mesmo no seio da Graça presente nesta consciência) ao princípio da Ilusão.
A maior dificuldade é, justamente, além de toda a compreensão racional, de apreender o alcance do que representa o abandono do Si, de o viver e de o realizar. É o que tentam mostrar-vos todas as Irmãs e Irmãos que viveram a Unidade. E, além dos processos da Unidade, alguns dentre eles viveram aquilo que vocês nomeiam Shantinilaya, a Morada da Paz Suprema.
Mas isso não impede a vida no seio da Ilusão, mesmo se o mental e o orgulho espiritual vão fazer-vos crer que isso é impossível: é o papel deles. Então, certamente, dito por outras palavras, isso poder-se-à nomear a Humildade e a Simplicidade, mas não a humildade e simplicidade do orgulho espiritual que se quer apagar, mas bem aquele que realmente viveu, pela Transparência total cujos sinais vocês conhecem.
A Transparência não será jamais uma convenção social, uma convenção moral, obedecendo às regras da Ilusão, mas bem aquilo que está além de todo estado. E quando vocês o são, vocês não podem, enganar-se, nem serem enganados.
Não esqueçam nunca que é sempre o mental, os pensamentos e a alma que vos conduzem sempre a mais projeção, a um ideal, ao Amor e à Luz, mas que não poderão, em definitivo, estar jamais presentes, enquanto isso permanecer inscrito num ideal ou uma projeção de Amor e de Luz. Porque vocês não podem projetar, no seio do que vocês São e no exterior, um Amor qualquer, uma satisfação qualquer, pois isso permanece na morada das projecões.
Aquele que é Amor, é Absoluto, além de toda contingência, de toda referência, de todo confinamento e de toda Ilusão. Em que irá ele precisar duma qualquer justificação, pelo seu próprio mental ou por um outro olhar, qualificado exterior, dum Irmão ou Irmã qualquer que seja?
Quando vocês descobrem o vosso estado, que é Absoluto, vocês não têm necessidade de projetar o que quer que seja (nem ideal, nem Amor, nem Luz, nem o que quer que seja) porque vocês tornaram-se a Fonte de vocês mesmos, que está bem além desse saco, bem além das vossas interações, bem além da vossa vida, aqui, sobre a Terra. Vocês são a Vida, vocês não são mais a vossa vida. É profundamente diferente.
Porque a vossa vida pertence-vos? Aí está a Ilusão, uma vez que a Vida, vocês o São. Mas, para o Ser, não seria preciso mais do que ser a vossa vida. Apreendam bem o “não é preciso mais”, não como uma crença a adotar, muito menos como uma experiência a ter, mas bem como uma renúncia, total e absoluta, a tudo o que é efêmero.
Enquanto vocês permanecerem nessa pele (em todos os sentidos do termo), vocês estão presos. Como já foi dito, tudo aquilo que vocês imaginam possuir (seja em que nível for e de maneira definitiva), vos possuirá para sempre.
Então certamente, o ego vai dizer-vos que não podem abandonar isto ou aquilo mas ele engana-vos. Quem fala em abandonar o que quer que seja? Por que motivo um Absoluto com forma iria abandonar o que quer que seja?
A frase chave (além da refutação), é a mudança de ponto de vista. Mas não um ponto de vista como uma ideia ou uma crença, mas bem mais um deslocamento, do observador inicialmente (que se encontrou) e o desaparecimento mesmo do observador, deixando esse saco de comida, esse saco de ideias e as interações da vida no seio da Ilusão, se desenrolarem.
Isso, eu creio, foi nomeado (em todo o caso no Ocidente) A Divina Providência. Vocês são capazes? Isso não exige coragem, nem uma decisão qualquer. Não há nenhum caminho para isso, nenhuma evolução para isso, nenhuma espiritualidade para isso, mas simplesmente estabelecerem-se nisso. E isso não pode ser uma experiência, significa que vocês não podem experimentar isso com o Si e voltar depois, tranquilamente, para o saco.
É, como já foi dito, esta espécie de transformação última, resultando na não consciência, na não separação, e eu digo mesmo, mais longe, na transcendência do “Eu Sou Um”, vocês descobrem a natureza do que vocês São. Como já tinha dito: o que é que vocês sabem daquilo que vocês Eram, antes de nascer? O que é que vocês sabem daquilo que vocês São, após a morte?
Vocês só têm fragmentos sejam das vossas próprias experiências sejam das vossas leituras. Mas enquanto vocês estiverem confinados numa forma (fosse ela a mais vasta possível: um sol), vocês estão ainda projetados. O Absoluto não pode, em nenhum caso, ser uma projeção do que quer que seja porque este centro do Centro, mesmo que haja um movimento da Vida, está sempre lá, em todos os pontos e portanto, imóvel.
É a roda do Samsara que vos fez crer que teriam uma sequência lógica de encarnações, devendo dar resposta, permanentemente, à lei da ação e reação.
Isso é uma crença para os vigaristas espirituais.
O Absoluto não é nada disso.
Pergunta: depois de tê-lo escutado no momento do adormecimento, eu tive perdas seminais, mas não relacionadas à uma atividade sexual.
O Absoluto é um Êxtase e uma Íntase. O que acontece no nível do que eu chamei (em minha encarnação) os Pés do Senhor, quer dizer, o que vocês chamam, hoje, a Onda da Vida, é claro, atravessa os locais onde estão situados, nesse saco, os diferentes medos. Os medos têm ressonância direta com o sexo, mas o sexo sem sexo.
Isso quer dizer que pode existir, e na maioria das vezes é o caso, fenômenos de êxtase que tomam a sua fonte, efetivamente, seja nos Pés do Senhor, seja no nível do primeiro chacra. Isso pode induzir ao que você nomeia “perdas seminais”, que são, de fato, evacuações, aí também, de certos programas, de certos enquistamentos (envoltórios), ligados ao medo da morte que representa o sexo.
O sexo, até prova em contrário, (além de todo prazer e de todo gozo) é certamente o órgão que é o mais próprio a manter a Ilusão e o sonho coletivo, através do que vocês chamam a fecundação.
Assim, portanto, viver um Êxtase (que, contudo, não pode te estimular completamente, ou então te estimula, ou então ocorre continuamente) não é senão um reflexo, no nível do saco de comida, do desenvolvimento (se podemos dizer) de sua própria natureza.
Esse processo não é nem uma polução noturna, nem um sonho (no sentido fantasia), mas é realmente uma alquimia podendo se produzir (no homem como na mulher) sem nenhuma estimulação sexual. Ouvir minha voz pode (por Vibração e ressonância) te impelir, quando da ocultação da consciência ordinária ou do Si, a deixar esse saco viver o que há para viver. Essas perdas seminais, existem também nas mulheres (mesmo se isso leva outro nome), não é senão o reflexo da Onda da Vida.
Se meu órgão vocal desencadeia isso, então é perfeito.
Pergunta: a subida da Onda da Vida pode provocar dores, como cãibras, nas pernas?
É possível. Isso também pode estar ligado, não às resistências, mas, bem mais, à intensificação do Absoluto da Terra. No entanto, esses processos de cãibras ou outros (nas pernas) não devem atrair sua atenção ou sua ação.
Aí também, aproveitar o que se manifesta no saco, não para estar na negação da dor, mas sim vê-la pelo que ela é: nesse momento, isso não é uma negação, é passar ao observador ou ao testemunho. A passagem ao observador e ao testemunho é, certamente, uma etapa importante, permitindo-lhes não mais serem afetados pelo que se desenrola na cena do teatro. Prossigamos.
Pergunta: a Comunhão, de Presença a Presença, com uma Consciência Absoluta, nos permite ser Absoluto?
Nenhuma consciência pode ser Absoluta, pois é precisamente o desaparecimento da própria consciência que realiza, se podemos dizer, o Absoluto. Como já foi dito pelos Arcanjos: estabelecer Comunhões pode lhes mostrar, de forma velada, o Absoluto.
Podemos dizer que todos os processos que lhes foram detalhados por aqueles que se ocupam de vocês, desde um longo tempo, são um convite para ir além (ndr: as Consciência de outros Planos Dimensionais das quais vocês encontram as intervenções, em particular, em "ler as mensagens").
Os processos chamados deslocalizações, que, justamente, os fazem mudar de olhar e de ponto de vista, são certamente estimulantes ao Abandono do Si. Porque, quando de uma Comunhão com um Irmão ou uma Irmã, com o que é chamado comumente um Duplo, qualquer que ele seja, pode se dizer, efetivamente, que há como um antegosto de desaparecimento.
É justamente esse desaparecimento da própria consciência que é favorecido, mas que só vocês podem desencadear. As resistências ao desencadeamento são apenas ignorância: o que vocês nomeiam, de seu ponto de vista, seus próprios conhecimentos de vocês mesmos, de sua história, de suas vidas passadas, de suas crenças, de suas ideias e de seus quadros.
Enquanto um desses elementos assim nomeados está presente, vocês ficam apenas no antegosto. É renunciando e refutando a tudo isso que vocês podem viver o Absoluto. Da mesma maneira que vocês podem aderir às doutrinas da Unidade, sem viver, de maneira alguma, a quintessência.
Qual será a diferença entre aquele que projeta o Absoluto e aquele que é Absoluto?
Aquele que projeta o Absoluto pode viver o Si, pode sentir as Vibrações. Mas ele recairá sempre na dúvida e na interrogação. Aquele que está estabelecido no Absoluto, não pode ser submetido, de nenhuma maneira, a qualquer interrogação que seja. É claro, ele pode manter as questões sobre o tempo que vai fazer amanhã, mas, em nenhum caso, sobre a natureza do que ele É.
Pergunta: como fazer para não mais se sentir impotente e poder avançar?
Quem é que se sente impotente? Quem é que quer avançar? Avançar para onde? Para ir onde? Não há nenhum lugar aonde ir. Todo movimento de um ponto a outro da consciência mantém a Ilusão.
O sentimento de impotência, a necessidade de avançar, não é senão o reflexo da ação do medo ou do Si. Dormir ou morrer é Absoluto. É o mental discursivo (aquele da razão e das ideias) que vai fazê-lo acreditar que é necessário avançar, que vai fazê-lo acreditar que você é impotente.
Substitua a palavra “impotência”, por “ignorância”. Se você reconhece sua ignorância quanto ao que corresponde o fato de querer avançar ou crer avançar, então é já um grande passo. Porque quem a não ser o ego acredita avançar?
É claro, o tempo avança e sua vida se desenrola. Mas nenhum elemento desta vida, nenhum avanço pode existir, exceto para o efêmero. É, justamente, que se você se mantém tranquilo, nesses momentos, e não é complacente ou submisso com esse sentimento de impotência, se você aceita que o fato de avançar não quer dizer nada (e, de fato, o faz recuar), se você vê isso claramente (sem julgar, sem condenar, sem buscar reagir, simplesmente ser o observador), então, você constatará, muito rápido, que algo para de avançar, que algo muda sem que haja a expressão da menor vontade pessoal, do menor desejo pessoal. E aí, você estará próximo do último, mas não antes.
Enquanto você considera que é necessário eliminar essa impotência, enquanto você considera que você deve avançar para um objetivo, você apenas se distancia de seu próprio objetivo, porque não há objetivo.
Tudo isso são apenas os jogos da consciência, chamados os Leilas.
Mas esses Leilas não têm nenhum sentido. Eles são somente distrações, ocupações, cujo único objetivo é impedi-lo de viver o que você É. E, contudo, a maior parte dos seres humanos alimentam sua vida dessa esperança, dessa ideia de avançar, para ir em algum lugar.
A maior das potências é já reconhecer sua impotência, total, a qualquer ideia, a qualquer pensamento, a qualquer conhecimento, a toda vivência apta a desencadear, ainda que seja de outro, apenas uma outra Ilusão.
Se você vê isso claramente, então, o ponto de vista mudará ele próprio, sem que você tenha de mudar ou buscar o que quer que seja.
Essa forma de capitulação, mais uma vez, não é uma renúncia ao que quer que seja, a não ser, justamente, ao fato de aderir aquilo, não como ilusões, mas como a verdade. Enquanto você se submete, você mesmo, a esse gênero de crenças, ou a esse gênero de experiência, você não pode ser Livre. E você não pode, por consequência, de modo algum se Liberar. Porque tudo o que lhe é conhecido deve ser Liberado. E se Liberar de tudo o que é conhecido é, já, aceitar sua própria ignorância.
Uma vez que nenhum efêmero (seja sua personalidade, seja seu saco de comida, seja o Si) permanece, uma vez que você passou do outro lado das portas da morte.
Para que isso te servirá? O que você fará de sua kundalini, quando esse corpo não existir mais? O que você fará do Fogo do Coração, quando esse corpo tiver desaparecido?
É necessário ir ao coração do Coração. O que não é mais, nem o Fogo do Coração, nem a Coroa Radiante do Coração, nem as Três lareiras, nem mesmo o Canal do Éter, nem mesmo o Manto Azul da Graça: é alem.
Nós temos lhes mostrado uma escada. Vocês têm visto os corrimãos, vocês têm subido a escada. É necessário vocês aceitarem, agora, que não há escada, e que não há ninguém que sobe essa escada. Aceitar e viver isso, é o Absoluto.
Pergunta: porque manter o saco de comida em vida, quando se está Liberado?
Qualquer ação visando fazer desaparecer esse saco, apenas faz reaparecer a ilusão. Por que se você coloca o interesse, e se você quer dar fim à ilusão suprimindo um saco de comida, de uma maneira ou de outra, você lhe criou uma outra existência.
A Ilusão tem apenas de ser Vista. Bater-se contra uma ilusão apenas a reforça. Portanto, considerar intervir no saco de comida, de uma maneira ou de outra, só pode alimentar e reforçar a ilusão.
Aquele que é Absoluto não tem o que fazer do desaparecimento, ou não, do saco de comida: ele não é mais uma fonte de cuidado, nem uma fonte de preocupação. Nem mesmo o mental pode vir a ser uma causa de preocupação. Aí está toda a diferença daquele que é Absoluto, que jamais consideraria colocar fim a esse saco de comida, antes de seu fim natural.
Não por que há prazer ou desprazer, mas realmente e concretamente, seu ponto de vista e seu olhar não têm mais nada a fazer com qualquer limite.
Toda a diferença situa-se nesse nível. Aquele que não é Absoluto vai dizer que isso é absurdo. E, de seu ponto de vista, limitado e relativo, é realmente absurdo. Não há possibilidade de passagem ou de comunicação. Enquanto não houver o Abandono total do Si, o Absoluto não pode ser. Portanto, mesmo no Si, cujo orgulho pode se deleitar, há necessariamente o medo, há necessariamente, em alguma parte, a vontade de aderir a qualquer ilusão.
Mas para aquele que é Absoluto, na forma, jamais lhe viria ao espírito, jamais poderia aparecer uma ideia sobre o sentido, mesmo, da existência desse saco. Um dia, ele apareceu, um dia, ele desaparece. O que aparece, desaparece. O que desaparece, reaparecerá, sob uma forma ou outra. Somente o que É, além de todo Ser, além de todo “Eu Sou”, além de toda consciência, nem aparece, nem desaparece, nem se move.
Como eu já disse, o Absoluto não é uma busca, e ele não pode ser uma busca. Enquanto vocês buscam, enquanto vocês procuram, vocês estão na ilusão. Por que toda busca, mesmo a mais louvável, mesmo a mais honorável, não é senão um medo da morte e uma procura (noutro lugar do que onde isso está) da Imortalidade.
A Imortalidade não pode ser compreendida em uma forma. Vocês estão sobre este mundo, vocês aí apareceram, vocês aí agiram, vocês aí buscaram. Mudar de olhar e de ponto de vista, é não mais estar submetido, de maneira alguma, a esse corpo, a essa vida. O que não é recusar a vida, ou um questionamento sobre o sentido da vida, uma vez que, justamente, não há mais submissão a uma forma, mas sim, uma transubstanciação de qualquer forma, como de qualquer consciência.
Pergunta: seria necessário chegar à passividade?
Enquanto há ação, dirigida pela pessoa ou pelo Si, há ilusão. Falar de passividade recorda, ao escutar o que você diz, que há atividade e passividade. O Absoluto não é nem passividade nem atividade: é justamente a perda de qualquer identificação com o que quer que seja.
Uma vez que falar de passividade, como de atividade, apenas se refere à sua pessoa, no ego ou no Si, mas à sua pessoa. Ora, a expressão que foi empregada: “ficar Tranquilo”, quer dizer bem o que isso quer dizer (ndr: ver em particular sobre esse tema a intervenção de UM AMIGO de 2 de Julho de 2012).
Você pode “ficar Tranquilo” estando tanto passivo, como ativo.
A passividade não é uma demissão de qualquer aspecto de sua vida: novamente, é o olhar que muda, o ponto de vista, e não o fato de ser ativo ou passivo. Por que a atividade, como a passividade os remete a um movimento.
Ficar Tranquilo não tem o que fazer do movimento: é, desde o início, colocar-se onde vocês podem considerar outra coisa: colocando-se na Infinita Presença. Não lhes é pedido para serem legumes, mas sim para não serem mais nada de tudo o que lhes é conhecido. Isso quer dizer que seu olhar, seu ponto de vista, não está mais situado em nenhuma parte da ilusão.
Isso não quer dizer, nem ser ativo, nem passivo, isso não quer dizer ficar em algum lugar e nada fazer. É mudar de olhar. Mudar de olhar não pode acontecer, enquanto vocês olham com os mesmos olhos, com o mesmo pequeno orifício da luneta, que corresponde à sua vida.
O Absoluto com forma pode, de maneira não hierarquizada, passar anos em Maha Samadhi ou em Shantinilaya, como exercer as atividades as mais frustrantes e as mais desvalorizadas para a personalidade. Em um caso como no outro, o Absoluto não pode ser afetado, por que não há diferença entre Shantinilaya e limpar os banheiros: a Consciência não está mais, nem nos banheiros, nem em Shantinilaya.
Vocês são tributários do olhar, porque vocês fazem uma diferença entre limpar os banheiros e viver a Paz Suprema. Vocês podem muito bem, no Absoluto, fazer exatamente a mesma coisa, no mesmo estado, como fazer coisas diametralmente opostas, sem perder o que quer que seja.
Pergunta: o que é chamado de um inocente (por exemplo, uma criança sempre feliz, mas não parecendo muito inteligente) ele é Absoluto?
Foi dito no Ocidente: "felizes, os simples de espírito, pois eles não conhecem o pecado".
Então, mesmo que isso tenha conotações religiosas, aquele que é Transparente em uma forma, qualquer que ela seja, nunca mais está separado do que quer que seja. Foi dito também: "tornar-se como uma criança", que quer dizer a Espontaneidade, o Instante Presente, que permitem viver o “Eu Sou”.
Mas é necessário prestar atenção para não ser subjugado pela ilusão do “Eu Sou”: o que ficará do “Eu Sou”, quando esse corpo não existir mais? Mesmo que exista um outro Corpo, um conjunto de Corpos, um dos quais pode ser o Duplo, ou o Corpo de Estado de Ser (Êtreté), ou qualquer que seja o Duplo. Isso está destinado, simplesmente, a fazê-los viver que vocês não são esse corpo, nem nenhum outro corpo, uma vez que vocês podem ser não importa qual corpo.
O que é que muda, nesse caso? Enquanto é a Consciência que se move, há o Si, ou a Última Presença. A partir do instante em que vocês cessam qualquer identificação a qualquer forma, vocês são Absoluto. Isso não os impede de viajarem, sem se deslocarem, de forma em forma, mas vocês sabem pertinentemente que vocês não São nada de tudo isso.
Porque todas essas formas, todas essas consciências, são apenas projeções, separadas ou unificadas, de qualquer outra coisa: da FONTE, em um primeiro momento, mas a FONTE, Ela própria, é uma emanação Dela mesma no Absoluto.
É o que essa palavra que foi empregada, Duplo, está destinada a lhes mostrar, e não a fazê-los buscar qualquer Duplo, mas o Duplo chega a vocês. Por sua vacuidade, pelo fato de ficar Tranquilo, pelo fato de nada buscar, por que vocês compreenderam que não há nada a buscar, que nenhuma experiência pode levá-los ao que vocês São.
É a ilusão suprema de crer que um sistema de conhecimentos, ou de experiências, vai levá-los ao Último. Vocês não podem ser levados ou conduzidos ao Último, por qualquer um, nem mesmo por vocês mesmos, por que é, justamente, vocês mesmos que desaparecem, quando o Absoluto está aí. E ele sempre esteve aí.
Pergunta: para que serve, então, a Merkabah?
Para construir a escada. Para esclarecer, de maneira diferente, a cena do teatro, como o teatro. Para fazê-lo tomar consciência que você não É o que está na cena, que você não É nem ator, nem mesmo espectador.
É uma estrutura de Vibração, que, como toda Vibração, é uma emanação do Absoluto. Não enquanto emanação ou projeção, como para a consciência, mas sim a entretela (se posso empregar essa palavra) do Absoluto.
Pergunta: é verdadeiramente grave, se o Absoluto não vem para nós?
Mas ele não tem de vir. Considerar que ele deve vir, é já um erro. Exprimir isso: considerar que algo deve vir o coloca, de início, à distância do que você É. O que é que pode ser grave, na ilusão?
Exceto ao que você se prende, qualquer que seja o apego.
Quem é que considera que isso é grave? Senão a posição em que você se situa. Portanto, mude de posição. E não considere isso como um deslocamento, ou um movimento: não é nem um nem outro.
Este mundo é Maya (ilusão), o tempo é Maya, então, como é que isso poderia ser grave, diferentemente do que conhecido e percebido pela pessoa?
Você pergunta se isso é grave.
Da mesma maneira, se olharmos o que vocês conhecem, a personalidade e o Si: aquele cuja vida está voltada, unicamente, para o efêmero e o ilusório (então, na personalidade) vai buscar, de uma maneira ou de outra, uma forma de satisfação, em qualquer campo que seja. Com mais ou menos intensidade, mais ou menos acuidade, segundo um programa, que é o programa da alma e do carma.
Aquele que realiza o Si (que vive as Coroas Radiantes, os diferentes elementos, os diferentes sinais e estigmas do Despertar) é um louco para aquele que corre atrás de seus desejos.
Qual dos dois tem razão? Nem um, nem o outro.
Aquele que está no Si vai considerar que é grave agir de tal maneira, ou de tal outra maneira. Do mesmo modo que aquele que está na personalidade, mesmo a mais equilibrada, vai considerar que aquele que lhe fala do Instante Presente, e da não separação, é um louco.
E ele terá razão. Por que vocês não mudam de ponto de vista. E tudo o que não entra em seu ponto de vista, em seu quadro de referências, é excluído imediatamente. Portanto não há nada de grave, exceto para aquele que o crê.
Pergunta: no momento do Choque da Humanidade, todo mundo vai Ascensionar?
Tudo está Liberado. Como já foi dito pelo Comandante (ndr: O.M. Aivanhov) e é certamente a melhor frase: "não são vocês que desaparecem, é o mundo”.
Vocês não podem desaparecer no que vocês São. O que aparece e desaparece é esse corpo, esse saco de comida e esse saco mental, que é delimitado pelo nascimento e a morte. Tudo está Liberado, onde quer que vocês estejam: na pessoa, como no Si, como no Absoluto.
Agora, o mais importante, é deixar o outro ser o que ele quer. Vocês não podem convencer ninguém, vocês não podem conduzir ninguém. Portanto, a questão do que é nomeado a Ascensão, é uma resposta de geometria variável.
Em nome do que, se você quer ir de férias à montanha, você levará todo o mundo à montanha? Há quem prefira o mar.
Respeitem isso: cada um de vocês é livre. A melhor resposta é aquela: o que desaparece, é o mundo, não são vocês.
A consciência joga, qualquer que seja o jogo, em uma relação íntima, nos jogos de sua tela de vídeo, é o mesmo jogo, é a satisfação de uma curiosidade. É o mesmo sentido da falta, que está presente na não atualização do Absoluto Último. Mas quando o Absoluto Último está aí, vocês veem claramente a Verdade. E a única Verdade, que não sofre exceção, é a Liberdade de cada um, de ir onde quiser, de pensar como quiser, de crer no que quiser, e de agir e de interagir sobre todas as outras ilusões.
O princípio da Liberação lhes foi explicado, lhes foi dado a viver por meio da Unidade e do Si, por meio da Última Presença e os diferentes marcadores. Mas também, eu lhes dei alguns elementos, que devem lhes permitir, se é sua Liberdade e sua escolha, de Ser Absoluto. Prossigamos.
Nós não temos mais perguntas, agradecemos.
Então BIDI os saúda.
Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1575
29 de agosto de 2012
(Publicado em 28 de agosto de 2012)
Tradução para o português: Margarida Antunes e Ligia Borges
http://minhamestria.blogspot.com/
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