Eu sou THERESA DE LISIEUX.
Irmãos e Irmãs encarnados, eu vos apresento as minhas homenagens e os meus respeitos.
Eu venho exprimir-me, hoje, a pedido das Estrelas e, de qualquer modo, prosseguir o que eu já tive ocasião de exprimir relativamente ao Pequeno Caminho ou ao Caminho da Infância. Eu venho falar-vos de se apagar do efêmero para viver na Luz. Isso junta, certamente, o Caminho da Infância, a Humildade e a Simplicidade, o que eu denominei, na minha encarnação: «O Pequeno Caminho».
Na verdade o Caminho pode ser cada vez mais fácil, mas também mais difícil, dependendo, de certa forma, do lugar onde vocês se situam. Apagar-se do efêmero não quer dizer fazer desaparecer esse corpo ou fazer desaparecer a vossa vida. Também não é abandonar a vossa vida, mas é antes desaparecer da vossa vontade, desaparecer também do efêmero desta história.
É considerar-se como nada menos que um grão de poeira, numa Verdadeira Humildade, na capacidade de se fazer pequeno para deixar todo o espaço para a Luz e Viver na Luz.
Certamente, conforme o local onde vocês se situam, isso pode representar qualquer coisa que é uma abnegação difícil. Para isso, é preciso aceitar que vocês não podem nada conhecer da Verdade, da Luz. Vocês não podem senão exprimir uma sede, uma sede de Luz, uma sede de Absoluto, uma sede de Verdade, mas vocês não podem tocá-la com o dedo ou com o olhar. Só o Coração o pode.
Então, se apagar do efêmero, é reconhecer que vocês não são nada, é reconhecer que aquilo em que vocês creem, aquilo que vocês vivem, aquilo a que vocês aspiram, de fato, não é senão qualquer coisa de muito limitada, relativamente à imensidão da Luz.
Foi dito que a Luz não é deste mundo, porque a Luz que sustem os Mundos, que sustem a vida, não pode ser exprimida ou vista aqui mesmo. Então, claro, existem numerosos Caminhos: quer isso seja a devoção, quer isso seja a oração.
Mas, hoje mais do que nunca, com a aproximação dos prazos que talvez vocês percebam e sintam, ligados à Libertação da Terra, é talvez muito mais fácil porque a Luz está efetivamente muito mais próxima, muito mais presente, se o posso dizer, nos seus efeitos, nas suas manifestações através desse corpo e através da vossa Consciência. Se apagar do efêmero, é já aceitar que nada do que vocês conhecem, do que vocês vivem, pode durar e pode existir, uma vez que vocês tenham atravessado as portas que se chamavam a morte, mas que vocês podem chamar o vosso Re-nascimento.
Como isso foi dito, de muitas formas, vocês não podem manter-se uma lagarta e tornar-se uma borboleta. Aí também, apagar-se do efêmero, é apagar-se da lagarta. É não por fim à lagarta, porque isso seria contrário à Luz, mas é simplesmente deixar a vossa vida viver-se, deixar a Luz agir.
Viver na Luz, é, justamente, não mais interferir, por si mesmo, com a Luz. É deixar à Luz todo o espaço, a fim de que a sua Inteligência aja na vossa vida. É não mais querer agir por si mesmo, mas deixar a Luz agir. É não mais desejar por si mesmo, mas deixar o desejo da Luz trabalhar através de vocês.
Este apagamento, é o que vai estabelecer (através da Humildade, da Simplicidade) essa famosa Transparência, que vai fazer com que nada do que é efêmero (e, em particular, a vossa própria história, qualquer que seja a vossa idade), nada do que pertence ao que é o vosso hábito, vosso conhecido, possa travar ou atrasar a ação da Luz. Viver na Luz é efetivamente (e sobretudo hoje, neste mundo dito moderno) não mais fazer prova de uma vontade pessoal, mas antes deixar exprimir-se a vontade da Luz. Ora, quem pode dizer que conhece a vontade da Luz, enquanto não a viveu, na totalidade?
Tornar-se novamente uma Criança, é tornar-se essa espontaneidade, é reconhecer que o que vocês vivem, na vossa vida vulgar, não pode de forma nenhuma dar-vos acesso à Luz. Mas é muito mais não renunciar a tudo o que vocês têm para fazer. É fazê-lo, de qualquer forma, como diriam os nossos Irmãos e Irmãs orientais, e não estar implicado na Ilusão. Mas é também, a cada minuto da vossa vida, estar preenchido com este pensamento da Luz.
Estar preenchido com esta Luz e Viver na Luz, é não ter mais do que isso, em si. É bem para além de um simples objetivo. Isso se aproxima mais dessa famosa tensão para o Abandono à Luz. É não mais deixar exprimir-se em si o mínimo rancor, o mínimo julgamento. É deixar verdadeiramente agir esta Inteligência total da Luz, porque a Inteligência da Luz agirá sempre para vocês, muito melhor do que vocês mesmos. Está bem para além da confiança e da Fé, porque vocês podem verificar e vocês podem ter a prova desta ação da Luz no tempo que vocês vivem.
E para isso, é preciso apagarem-se, apagar a toda a vontade pessoal, apagar todo o desejo, não para desaparecer, de qualquer forma, os vossos próprios desejos mas, simplesmente, para os deixar trabalhar, não para a vossa própria vontade, mas a própria Luz agirá no vosso lugar.
Quando isto ocorre, quer isso seja por momentos ou de maneira mais durável, vocês o sabem instantaneamente. E vocês o sabem por uma razão que é muito simples: porque nesse momento a Luz vai preencher o que vocês criam ser antes.
E aí vai se manifestar esse estado de beatitude, esse estado que é chamado a Morada da Paz Suprema, que está para além do Êxtase, que é simplesmente uma satisfação total, não uma satisfação do ego que realizou um trabalho mas antes, realmente, a beatitude procurada pela Luz. E esta beatitude é ela mesma (e nela mesma) o motor mais eficaz para se apagar do efêmero, deixando o efêmero se fazer, sem querer pôr fim ao que quer que seja, voltando a dizer, de qualquer forma, e a vos perguntar quem dirige o que vocês São? Será que são vocês? Será que é o que vocês viveram? Será que é o que vocês querem viver? Ou então será que é a Vida da Luz, em vocês, que vive em vós e por vós?
Nesse momento vocês são Transparentes à Luz e cada minuto da vossa vida está preenchido por essa Luz, cada minuto da vossa vida faz com que o que é mais importante, para vocês, seja a Luz, até se tornar não unicamente uma obsessão, mas qualquer coisa que se torna cada vez mais vasta e que vai tomar, de qualquer forma, o relé, em relação às vossas dúvidas, às vossas apreensões, ao que vocês eram capazes de fazer por si mesmos.
Assim, por exemplo, cozinhar pode se fazer pelo conhecimento de uma receita ou outra, mas vocês podem também deixar a Luz agir, através de vocês, na vossa Transparência, e aí colocar todo o Amor do mundo, sem nada conhecer de uma receita e, nesse momento, vocês realizaram o que a Luz realiza em vós, isto é, uma forma de perfeição que não depende de vocês. Está bem para além da intuição ou da espontaneidade.
Isto funciona tão bem para uma receita como para todos os acontecimentos da vossa vida. Aceitar isso, está bem para além de ter a Fé na Luz. É viver realmente na Luz. É Viver realmente a ação da Inteligência da Luz, bem para além das simples coisas agradáveis, bem para além da simples sincronicidade ou facilidade que pode ser conferida pela Luz.
É ver, a cada minuto da vossa vida, a ação da Luz e isso vos preenche de Alegria, isso vos preenche de Beatitude e sobretudo, como dizia MARIA. Isso vos preenche de Paz. O que quer que se manifeste em vocês, a Paz permanece. Nenhum elemento pode contrariar-vos, porque vocês realmente apagaram o efêmero. De qualquer forma, vocês Transcenderam a Ilusão, como diriam os nosso Irmãos e Irmãs orientais mas, antes de tudo, vocês vivem realmente a Luz.
Então, viver a Luz, não é fazer obras extraordinárias. Viver a Luz, não é falar da Luz. Viver a Luz, não é ter uma vida diferente do comum dos nossos Irmãos e Irmãs que não a vivem, mas é simplesmente viver as mesmas coisas, numa outra qualidade, numa outra quantidade.
É o instante onde mais nenhuma dúvida se pode manifestar em vós. É o instante em que vocês não procuram mais qualquer outra coisa senão o que é vivido na Luz. Com efeito, quando vocês deixam a Luz agir através da vossa Transparência, da vossa Simplicidade, mais a Luz vos fecunda, mais a Luz está aí, mais vocês têm consciência disso e mais as dúvidas não se podem manifestar.
Os pensamentos não podem mais ser outra coisa senão pensamentos de Luz. Para além, claro, dos preceitos de não julgar, de não condenar, o que vocês vivem é a Graça, o que vocês vivem é o fato de estar preenchido, não pela satisfação de um desejo, mas preenchido, realmente, pela Luz.
Estando preenchidos pela Luz então, nesse momento, tudo o que é proposto na vossa vida não pode alterar o fato de estarem preenchidos, mesmo que venham a estar privados do que quer que seja ou a ter falta do que quer que seja. De fato, vocês permanecem e ficam preenchidos pela Luz. Nenhuma circunstância, mesmo desagradável, pode fazê-los desviarem-se desta Luz que está em vós e que vive em vós.
Qualquer que seja a tarefa, qualquer que seja a ocupação, qualquer que seja o prazer ou qualquer que seja o desprazer do que a vida vos oferece, vocês sabem que não são vocês que agem, que não são vocês que reagem, porque o elemento mais importante não é o acontecimento agradável ou desagradável que chega à vossa vida, mas antes a Luz que está aí, durante o que chega. Então, chamar isso «mudar de olhar» é uma coisa importante mas não é um objetivo, nem um ideal porque isso não pode ser levado para um tempo futuro. Isso depende unicamente da vossa capacidade e da vossa vontade de não mais fazer uso da vontade.
O Caminho da Infância. O Pequeno Caminho. Apagar-se do efêmero, é aceitar que tudo o que é dado a viver, a perceber, a sentir e a experimentar, mesmo na vossa vida, não é senão uma passagem, tanto de alegria como de dor. E nós sabemos todos que uma alegria ou uma dor não são nunca eternas.
Nós estamos contentes quando obtemos qualquer coisa, nós estamos tristes quando alguma coisa nos deixa, quer isso seja um objeto, uma pessoa, uma relação. Mas nós sabemos todos que, também os nossos pais, os nossos filhos, nós próprios, somos mortais e efêmeros. Ora, nada do que é mortal e efêmero pode satisfazer verdadeiramente.
Isso resta apenas limitado num tempo, ele também, efêmero. Resta apenas qualquer coisa que toca e que não pode nunca durar. Só a Luz dura. Só o apagamento deste efêmero, sem o renegar e sem o rejeitar, permite essa vivência da Luz que é a única fonte de contentamento que nunca se apaga.
Se vocês aceitarem isso (e sobretudo neste momento) vocês constatarão, rapidamente, esta ação da Luz, pela Paz, pelo contentamento e a Beatitude, quer vocês estejam em vias de fazer qualquer coisa que vos dá prazer ou quer vocês sejam obrigados a fazer qualquer coisa que não vos dá prazer, isso não mudará estritamente nada na Paz da Luz.
Enquanto vocês estiverem dependentes de uma circunstância, denominada exterior, para estar em Paz, isso não pode ser a Paz, isso não pode ser senão temporário. Quer isso seja uma certeza material, uma certeza afetiva, ou qualquer outra forma de certeza, está submetida, é claro, à presença desta certeza exterior. O que não é o caso na Vida na Luz.
Na Vida da Luz, é a Luz que vos satisfaz, não são as circunstâncias da vossa vida, as aprovações ou os inconvenientes do que vocês têm para viver. Estas aprovações ou estes inconvenientes não mudam nada, estritamente nada, tanto o vosso humor, a vossa Consciência, como a Alegria que está em vocês. Vocês não dependem mais do que quer que seja do efêmero. Vocês sabem que vocês são efêmeros e, no entanto, vocês transcenderam esse efêmero.
E no entanto, mesmo se um acontecimento nocivo ou fatal chegar, vocês não podem ser alterados de forma nenhuma por esse acontecimento. Aí está o poder e a força da Luz. Aí está a Verdade da Vontade da Luz. Mas não pode coexistir, em vocês, uma vontade pessoal e a Vontade da Luz. Isso será sempre uma ou outra que estará na frente. Isso será sempre uma ou outra que será manifestada. Pelo poder da Luz, atualmente, tornar-se-á (e é já esse o caso) cada vez mais fácil constatar o que se exprime de vocês porque, se vocês flutuam de um estado de humor a outro, estejam certos de que isso não é a Luz.
Se a Luz está aí, se vocês vivem na Luz, e vocês se apagaram do efêmero, vocês serão preenchidos a cada minuto, independentemente do que quer que vos chegue, do que quer que chegue à vossa vida, do que quer que chegue aos seus familiares. A única força verdadeira está aqui, justamente porque esta força não depende de nenhuma circunstância exterior, de nenhuma afeição, de nenhuma relação. Ela se gera a si mesma e é a Luz que faz isso.
Vocês, vocês não podem fazê-lo, vocês não podem realizá-lo, isso permanece efêmero e submetido, justamente, às condições exteriores. Então quando vocês vivem na Luz, nenhuma circunstância exterior pode afetar o Interior. E como isso foi dito ontem, nesse momento, mesmo os limites entre o Interior e o exterior desaparecem. Isso quer dizer o quê? Isso quer dizer que, qualquer que seja o olhar que vocês tragam, o que quer que seja que vos seja dado a viver, a mesma Graça está presente. Mesmo que, à priori, isso possa atacar, vocês sabem que é a Luz a trabalhar.
Vocês não têm mais nenhuma dúvida sobre o que vocês vivem. Vocês não têm mais nenhuma dúvida sobre a Luz, quaisquer que sejam as circunstâncias da vossa vida. E além disso, estas se conformarão rapidamente com a vontade da Luz e a vossa Consciência não poderá nunca manifestar uma qualquer alteração. Isso é verdadeiramente a estrita Verdade do Caminho da Infância na condição, claro, de se apagar do efêmero.
A Luz está para além do poder, mesmo se ela é muito poderosa. Ela é o vetor e o motor do Amor, do Absoluto. Ela é o que preenche tudo. E o vosso olhar não poderá nunca mais ser o mesmo, ele não poderá nunca mais julgar nem condenar, mesmo que haja por vezes que viver elementos que podem vos parecer, num primeiro tempo, totalmente oposto à Luz. Vocês sabem, no vosso forte interior, na vossa Beatitude e na vossa Paz, que isso não é verdade. E isso não é verdade.
É o que vos propõe a Luz, hoje, e ela vai vos propor de maneira cada vez mais intensa, de maneira cada vez mais importante. É aí que será preciso fazer prova da vossa capacidade de não resistir, de não querer dirigir, de não querer controlar, mas antes de deixar fazer, em vós, a Luz. Então, nos primeiros tempos, para aqueles que não estão instalados nesta Vida de Luz, isso pode parecer por vezes incompreensível ou difícil, mas desde que os primeiros passos tenham sido dados, vocês ganham; e ganham a que nível? E bem, claro, na Paz. Vocês ganham em Verdade. Vocês ganham na Tranquilidade. Vocês ganham mesmo no desenrolar da vossa vida, porque tudo o que, antes, podia ser chamado um obstáculo, vai desaparecer, realmente, como por encanto.
Vocês não estão mais preocupados com outra coisa senão a Luz. Viver a Luz, é isso. É, a cada minuto, Ser na Luz. É, a cada minuto, colocar a Luz à frente e não atrás. Não encontrar pretexto justificando a implementação da vossa personalidade ou da reação, qualquer que seja. É manifestar esta confiança total na Luz, porque a Luz é realmente a única coisa que é digna de confiança, na totalidade, e que, quaisquer que sejam as aparências, não poderá nunca vos fazer mal. Mesmo se existirem resistências, mesmo que haja o que, à primeira vista, possa vos parecer como detestável.
Se vocês ultrapassarem, vocês constatarão, muito rapidamente, que a Luz sabe muito melhor do que vocês o que ela tem a fazer, através de vocês, bem mais facilmente que todas as vossas reflexões, bem mais facilmente que todas as vossas ações que vocês possam tomar.
Viver na Luz, é aceitá-la totalmente. Viver na Luz, é não colocar condições ou suposições à sua Presença. E aí, dito com outras palavras (quer vocês denominam isso Absoluto, ou que vocês não o denominam), isso não tem mais nenhuma importância porque vocês se apagaram do efêmero.
O efêmero, claro, continua a viver-se, mas vocês não são mais isso. Vocês tornaram-se a Luz. Não como uma procura do que quer que seja, porque, à custa de desaparecerem de si mesmos, à custa de se apagarem a si mesmos, se tornaram esta Eternidade e esta Felicidade. Não há senão a Luz para trazer um contentamento permanente. Não há senão a Luz para trazer esta Felicidade permanente. Nenhuma relação, nenhuma satisfação, nenhum prazer, pode rivalizar com a Luz, porque tudo o que é satisfação é efêmero. A única coisa que nunca é efêmera, é a Luz que é independente, mesmo da vossa presença neste mundo.
Mas Acolher e Viver a Luz, nesse corpo, tendo a chance de estar encarnado, durante este período, é um privilégio enorme, porque este privilégio vos dá a oportunidade (como isso foi dito) de transmutar esse corpo, de transmutar essa matéria, de fazer Ascender o que era sombra, pela transcendência da Luz. O contentamento da Luz não cessa nunca, porque ele é permanente.
É isso que nós vos propomos, nas Comunhões, nos nossos contatos. É isto que é capaz de superar todos os sofrimentos, as resistências, as hesitações, os adiamentos. Deixar trabalhar a Luz em vós, apagar-se de si mesmo, é Viver na Luz. E Viver na Luz vos permite, sem renunciar a essa situação ou a essa condição humana, transcendê-la, muito largamente. Isso dá um novo sopro. Isso dá uma Alegria, bem para além de toda a alegria usual. Isso dá, efetivamente, uma permanência e o sentimento de que, nesta permanência, existe qualquer coisa de indestrutível, que não depende nem da vossa idade nem do que quer que seja de exterior, nem mesmo de interior, ao nível do vosso estado.
É a isto que, cada vez mais, a Luz vai chamar. É a isto que, cada vez mais, vocês vão estar submetidos ou não submetidos. Esta submissão não é a perda do que quer que seja, mas antes pelo contrário, a redescoberta do que vocês São, para além deste efêmero. Então, claro, se vocês preferirem permanecer neste efêmero, é a vossa Liberdade. Porque a Luz não vos pode convencer. Ela simplesmente está aí e cabe a vocês reconhecê-la. Cabe a vocês aceitarem que o efêmero é efêmero e que a Luz é Eterna.
Eu já exprimi este Caminho da Infância, através da Humildade e da Simplicidade. Mais do que nunca, hoje, isso é cada vez mais verdadeiro. Não somente cada vez mais verdadeiro, mas cada vez mais evidente. Se vocês aceitarem, simplesmente, não mais ver o vosso interesse pessoal, mesmo se esse interesse é aquele que vocês chamam de espiritual, mas antes se remeterem completamente à Graça. Se vocês fizerem isso, vocês constatarão que os medos, que ainda possam estar presentes, se afastam de vocês muito rapidamente.
Vocês constatarão também que vocês não têm que os compreender, nem lutar contra, mas que eles se afastam de vocês, como todas as sombras se afastam de vocês pela própria ação da Luz. A Vida na Luz põe fim às sombras. A Vida na Luz põe fim às perdas, às interrogações. A Vida na Luz põe fim ao efêmero, permanecendo neste efêmero, por enquanto. Cabe a vocês decidirem.
Como nós o repetimos (uns e outros, assim como os Anciãos) ninguém pode atravessar essa Porta no vosso lugar. Lembrem-se, também, que neste momento, se trata de uma Porta coletiva, para o conjunto da Humanidade que está encarnada, que se aproxima de vocês a grandes passos. Então certamente, para o conjunto dos nossos Irmãos e Irmãs que estão encarnados e que não estão, eu diria, nas mesmas disposições, ver isso é por vezes (e será para muitos) uma renúncia impossível, porque eles estão de tal maneira confiantes do dever conduzir as suas rédeas, de conduzir as suas vidas, de dirigir as suas vidas, pagar os frutos das suas ações passadas ou futuras, embora não seja nada disso.
Tudo isso não representa senão crenças e ilusões. Cabe a vocês exterminá-las e cabe a vocês, também (através do que vocês São, sendo Transparentes à Luz e vivendo em Luz e na Luz) mostrar que isso é a Verdade, o Caminho e a Vida e que nunca, de forma nenhuma, a vontade da pessoa poderá igualar, ou mesmo se aproximar da Verdade da Luz. Ser Humilde, para reconhecer isso, é pôr fim ao pesadelo, é pôr fim ao sofrimento, é pôr fim a todas as ilusões. Não por uma qualquer vontade pessoal mas antes pela ação direta da Graça na Luz.
Ora, certamente, como vocês o sabem, existem resistências. Estas resistências que não são sempre o resultado da vossa vivência, das vossas experiências, mas que estão inscritas no próprio fato da vossa presença no efêmero desta vida. Mas vocês sabem que este efêmero não dura, uma vez que ele é efêmero. Então, por que não virarem-se imediatamente para a Luz deixando-a trabalhar em vocês?
Lembrem-se de que vocês não podem apropriar-se da Luz. Lembrem-se de que vocês se tornam Luz, deixando-a simplesmente atravessá-los, quer dizer, vivendo na Luz e não acreditando gerenciar, controlar ou dirigir a mínima Luz. Porque, enquanto vocês fizerem isso, vocês afastam-se da Liberdade, vocês afastam-se da autonomia e vocês afastam-se, sobretudo, da Humildade.
A Humildade é Transparência. Deixar trabalhar a Luz, e Viver na Luz, é certamente a maior prova de inteligência, quando se está encarnado. Mas, certamente, os medos são elementos que podem por vezes impedir de ver isso. Mas isso será cada vez menos verdadeiro, porque é muito simples, definitivamente: seja vocês tornarem-se Luz e viverem na Luz, seja vocês resistirem à Luz. E as marcas disso são muito evidentes: porque se vocês resistirem à Luz, vocês não estão em Paz. Se vocês viverem na Luz, vocês estão em Paz.
Não há outra alternativa. E é muito simples saber se estamos em Paz ou não. Não é preciso colocar-se a questão, interrogar-se. Não é necessário medir a sua temperatura ou olhar-se ao espelho. A Paz está aí ou ela não está. E se a Paz estiver aí, vocês vivem na Luz. E se a Paz não estiver aí, então, vocês resistem. Isto vai tornar-se, para vocês, muito fácil de ver, cada vez mais evidente, para vocês como para todos os Irmãos e Irmãs com que vocês se cruzarem neste mundo.
As circunstâncias exteriores (da Dissolução final deste mundo) não poderão nunca afetar-vos. Os elementos, quando eles trabalham através dos Cavaleiros, como isso foi nomeado, não poderão tocar nenhum de vossos cabelos. Vocês podem estar ao lado de um relâmpago, vocês podem estar ao lado de vulcão e vocês não serão afetados de forma nenhuma.
Aí está a Paz e o Poder da Luz, que necessita do desaparecimento de todo o poder da pessoa. E de fato, definitivamente, se apagar do efêmero e viver na Luz é renunciar ao seu poder. A Verdadeira Mestria está aí. Ela não está na expressão de um poder sobre vocês ou sobre um outro. Vocês estão, efetivamente, no que foi chamado o Abandono do Si. Então, o que podia, talvez, vos parecer difícil de apreender ou de viver, durante estes poucos meses que se seguem, vai se apresentar a vocês com uma tal evidência e uma tal clareza que, brevemente, nunca mais vocês poderão dizer que não sabiam; e isto bem antes do Anúncio de MARIA. Isto desenrola-se neste momento.
A ação dos Cavaleiros é esta: ela permite justamente ver-se, ver-se claramente, e, de qualquer modo, medir-se sem se julgar. E esta medida está ligada à qualidade e à quantidade de Paz que vocês têm, que vocês são (ou que vocês não têm ou que vocês não são). De fato, isto é extremamente simples, mas extremamente complicado para aquele que permanecer confinado nas suas crenças, confinado na sua personalidade, confinado nos seus medos.
Os Anciãos (e, em particular, na sua filosofia oriental) vos disseram que vocês não eram esses medos, que nada do que se pode manifestar na vossa Consciência, relativamente ao medo, a um sofrimento ou a uma doença, não vos concerne. Isso não concerne senão ao efêmero, o efêmero desse corpo, o efêmero da vossa história. Mas nem a vossa história, nem o vosso corpo, são Eternos. Só a Luz é Eterna.
Então, viver na Luz é não mais ser afetado, de maneira nenhuma, pela vontade pessoal, pelos sofrimentos pessoais, pelos sofrimentos que vos rodeiam. Viver isso é estar Libertado. Viver isso tem por testemunha a Paz. É a vocês que cabe fazer a Paz, em vocês, mas é também a vocês que cabe deixar a Paz instalar-se e manifestar-se.
Vocês não podem controlar a Paz. Vocês não podem controlar, da mesma forma, certas funções desse corpo. Se vocês aceitarem e compreenderem isto, então tudo se tornará cada vez mais fácil. Assim é o Caminho da Humildade, o Caminho da Simplicidade. Então, vocês ousarão Ser o que vocês São? Então, vocês ousarão renunciar a todo o poder, renunciar a toda a vontade?
Então, claro, o ego vai dizer-vos que é impossível. Claro, o que é ordinário e efêmero vai vos dizer que vocês têm que fazer isto ou aquilo, que vocês têm obrigações, que vocês têm a necessidade de controlar tal coisa ou tal pessoa e vocês vão apegar-se a estas noções. Mas a Verdadeira Vida não está aí. Isso não vos impedirá depois, efetivamente, de exercer o que a Luz vos diz. É simplesmente, como vos disse BIDI, uma questão de olhar e de ponto de vista; mas não o ponto de vista superficial: seja o ponto de vista da pessoa, seja o ponto de vista da Luz. E a Luz será sempre muito mais Inteligente que o mais inteligente dos nossos Irmãos e das nossas Irmãs.
Apagar-se para viver na Luz é renunciar ao efêmero. Esta renúncia, mais uma vez, não é levar à morte da vossa vida ou do que quer que seja. É simplesmente ter a Lucidez de aceitar a ação da Luz. Então, como vocês sabem, esta Luz veio do alto, do Céu, ela veio da Terra, veio da ação da Graça, ela veio, também, justamente, do que vocês são, para além deste efêmero e do qual, muitos, tínhamos perdido a Consciência.
Não restava senão a esperança de um futuro melhor, ou de um caminho que iria levar-nos até à nossa Verdade. E isso está aí, agora, isso está totalmente aí. Só precisam desviarem-se de vocês mesmos, desviarem-se das vossas dúvidas, do que vocês chamam os vossos medos, das vossas crenças, dos vossos pertences do que quer que seja ou de quem quer que seja.
Aí está a Autonomia e a Liberdade, como dizia o Ancião, IRMÃO K. Cabe a vocês ver. Cabe a vocês decidir. Cabe a vocês se instalarem na Luz ou no efêmero. A consequência não é a mesma. Vocês estão em Paz? Se vocês estão na Luz, vocês não podem senão estar em Paz.
Quaisquer que sejam as circunstâncias, quaisquer que sejam os acontecimentos, quaisquer que sejam as dores, quaisquer que sejam os sofrimentos, eles não vos dizem respeito. Há na Luz, e na vida na Luz, bem mais que uma esperança: há uma plenitude. Esta plenitude não pode ser comparada ao que quer que seja de humano e no entanto ela é bem real. Então, cabe a vocês ver.
Mas o Apelo da Luz, o Apelo de MARIA, vai tornar-se cada vez mais premente e também cada vez mais evidente. E, aí também, são vocês que atravessam a Porta, são vocês que permanecem na resistência, no medo e no sofrimento, ou são vocês que se colocam diretamente, na vida, na Luz. Para isso, é preciso renunciarem a vocês mesmos, à vossa história, à toda a posse. Vocês são capazes? Sim, vocês todos o são.
E isso vai tornar-se cada vez mais evidente. Então, quando é cada vez mais evidente, isso deveria tornar-se, para vocês, cada vez mais fácil, a todos os níveis. Se isso se tornar cada vez mais difícil, então olhem para vocês, olhem para o que está sendo trabalhado em vocês, sem julgamento mas sem complacência, sem condenar. Simplesmente, estar lúcido do que se passa, em vocês, neste efêmero: a manutenção do efêmero, a resistência, o medo e o sofrimento ou então a Paz, a Plenitude e a Alegria da Luz.
Vocês estão apegados a vocês mesmos? Vocês estão apegados ao que quer que seja? Ou então, vocês aceitam ser separados de tudo, pela vontade da Luz? Não haverá mais meia medida. Isso será, cada vez mais, ou um ou o outro. Como isso foi dito pelos Anciãos, por outras Estrelas: vocês não podem permanecer lagarta e borboleta e isso vai tornar-se cada vez mais evidente, cada vez mais poderoso, porque o Amor quer-vos por inteiro.
O Amor quer-vos por inteiro porque é o que nós somos todos. Mas este Amor não é o amor tal como vocês o viveram. Este Amor não é o que vocês pensam do amor. Este Amor não é de meias tintas (meio tom). Ele não é um apego. Ele não é mesmo uma relação. Ele é um Dom total, do Si. Vocês estão prontos a renunciar a tudo? Vocês estão prontos a responder ao CRISTO, quando ele dizia: «Deixem os mortos enterrar os mortos. Vem e segue-me». Não há outra alternativa.
Vocês não poderão (e cada vez mais), vocês não poderão mais procrastinar, adiar, temporizar, vocês não poderão mais negociar, vocês não podem mais e vocês não poderão mais adiar para mais tarde, porque a Luz está cada vez mais premente. Ela quer-vos na totalidade, ela quer-vos, não no sentido de uma posse, mas para vos restituir àquilo que vocês São.
E para isso é preciso ser Humilde, para isso é preciso apagar-se do efêmero. É preciso aceitar desaparecer. Aí está a grandeza. Aí está a mestria. Ela não está em qualquer outra coisa e isso, vocês irão ver verdadeiramente, face a face. Vocês não poderão mais ignorá-lo. Vocês serão obrigados a enfrentá-lo, mesmo se vocês o recusarem.
Aí está o que poderíamos denominar, no tempo antigo e no meu tempo, o julgamento final. Mas não há nenhum julgamento. Isto será, quer vocês vivam na Luz, quer vocês resistam. Quer a Paz esteja aí. Quer o medo esteja aí. E isso será cada vez mais distinto: é um ou o outro, mas isto será cada vez menos os dois, ou a alternância entre os dois. Cabe, portanto, a vocês se posicionarem. Cabe, portanto, a vocês decidirem. Ninguém, como nós lhes dissemos, o pode fazer no vosso lugar.
Estar na Luz, é aceitar perder tudo o que pertence ao efêmero, não no sentido de um luto, mas é sobretudo a perda de todas as ilusões. Pela vivência direta, tudo o que vocês vivem (quer isso seja as vossas atividades, os vossos pais, os vossos filhos, os vossos familiares, o mundo) não é senão efêmero, enquanto que o que nós somos todos, não tem nada de efêmero.
Um dia, um dos Anciãos vos disse: «Não são vocês que desaparecem, mas o mundo». Vocês devem desaparecer, de vocês próprios, nesta parte limitada que está preocupada com o mundo e com as suas interações. Vocês irão ver, tudo isso, cada vez mais claramente e lembrem-se de que, para além dos Sons nas vossas orelhas, nas diferentes comunicações, para além do que é chamado as vossas Vibrações, nas diferentes partes do vosso corpo, o testemunho maior não é outro senão a Paz, ou a não-Paz.
Isso será o vosso guia para verem se estão instalados na Luz, ou se vocês ainda não estão. Deste ponto de vista, não se julguem, não se condenem. Aceitem simplesmente que as coisas são assim, no momento preciso em que tomam consciência disso e, simplesmente, adaptem o que deve sê-lo. Apagar-se do efêmero. Manter o efêmero. Viver na Luz ou viver sem Luz. Isto faz parte destes tempos da Dissolução Última.
Lembrem-se do que vos disse MARIA: quanto mais este tempo durar, mais vocês devem agradecer. Não estejam apressados, porque quanto mais este tempo durar, mais vocês têm a oportunidade – vocês como o conjunto dos Irmãos e Irmãs que estão encarnados – de realizar a Luz. Então, rendam graças a este templo que se alarga. Rendam graças ao lugar onde vocês estão, aí onde vocês estão neste mundo. Rendam graças pelo que ocorre na vossa vida, mesmo se isso vos pareça terrível. Isso não é senão o olhar do instante, mas não da Eternidade. Porque o que pode parecer como terrível, no presente, concorre, de maneira total, para a vossa Liberdade. Mesmo se isso não vos parecer assim, num primeiro tempo.
Lembrem-se de que vocês não podem ver tudo no efêmero. Porque vocês são afetados pelo efêmero, pelos medos, pelas perdas, pelos apegos e os desapegos. Mas, como nós lhes dissemos, o que vem é verdadeiramente a Luz. O que vem não é um julgamento, ainda menos uma punição, mas antes o retorno total da Vida, na Luz. Se vocês aceitarem este princípio (não como uma crença, mas começando a Vivê-lo), tudo se tornará cada vez mais simples, cada vez mais fácil, e vocês constatarão, por si mesmos, que só o medo cria uma resistência, que só o medo vos pode levar, de novo, para o efêmero.
Lembrem-se: o medo ou a Paz. Todo o resto é fútil, todo o resto não tem importância. Será que a vossa vida, será que o vosso pensamento, será que o curso da vossa vida está na Luz? Não segundo o que vocês pensariam que devia ser a luz. Mas, será que a vossa Consciência está preenchida de Luz? Será que os vossos pensamentos estão preenchidos de Luz? Se sim, então a Paz está aí. Se a Paz não estiver aí, é porque o medo está lá, mesmo se vocês não o quiserem admitir ou reconhecer.
É preciso admitir, é preciso reconhecer, sem julgar, porque, desde que vocês aceitem ver, é já colocar na Luz. Desde que vocês aceitem reconhecer, a Luz está aí.
Eis alguns elementos que eu tinha para vos transmitir.
Permitam-me oferecer-vos a minha Presença, ao vosso lado, neste ato de Comunhão e de Abandono à Luz.
Façamos isso, agora, se vocês o quiserem, e eu vos digo até outro dia.
… Compartilhando o Dom da Graça …
Eu sou THERESA e eu vos abraço.
Mensagem de THERESA DE LISIEUX no site francês Autres Dimensions:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1555
17 de agosto de 2012
(Publicado em 18 de agosto de 2012)
Tradução para o português: Cristina Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com
Irmãos e Irmãs encarnados, eu vos apresento as minhas homenagens e os meus respeitos.
Eu venho exprimir-me, hoje, a pedido das Estrelas e, de qualquer modo, prosseguir o que eu já tive ocasião de exprimir relativamente ao Pequeno Caminho ou ao Caminho da Infância. Eu venho falar-vos de se apagar do efêmero para viver na Luz. Isso junta, certamente, o Caminho da Infância, a Humildade e a Simplicidade, o que eu denominei, na minha encarnação: «O Pequeno Caminho».
Na verdade o Caminho pode ser cada vez mais fácil, mas também mais difícil, dependendo, de certa forma, do lugar onde vocês se situam. Apagar-se do efêmero não quer dizer fazer desaparecer esse corpo ou fazer desaparecer a vossa vida. Também não é abandonar a vossa vida, mas é antes desaparecer da vossa vontade, desaparecer também do efêmero desta história.
É considerar-se como nada menos que um grão de poeira, numa Verdadeira Humildade, na capacidade de se fazer pequeno para deixar todo o espaço para a Luz e Viver na Luz.
Certamente, conforme o local onde vocês se situam, isso pode representar qualquer coisa que é uma abnegação difícil. Para isso, é preciso aceitar que vocês não podem nada conhecer da Verdade, da Luz. Vocês não podem senão exprimir uma sede, uma sede de Luz, uma sede de Absoluto, uma sede de Verdade, mas vocês não podem tocá-la com o dedo ou com o olhar. Só o Coração o pode.
Então, se apagar do efêmero, é reconhecer que vocês não são nada, é reconhecer que aquilo em que vocês creem, aquilo que vocês vivem, aquilo a que vocês aspiram, de fato, não é senão qualquer coisa de muito limitada, relativamente à imensidão da Luz.
Foi dito que a Luz não é deste mundo, porque a Luz que sustem os Mundos, que sustem a vida, não pode ser exprimida ou vista aqui mesmo. Então, claro, existem numerosos Caminhos: quer isso seja a devoção, quer isso seja a oração.
Mas, hoje mais do que nunca, com a aproximação dos prazos que talvez vocês percebam e sintam, ligados à Libertação da Terra, é talvez muito mais fácil porque a Luz está efetivamente muito mais próxima, muito mais presente, se o posso dizer, nos seus efeitos, nas suas manifestações através desse corpo e através da vossa Consciência. Se apagar do efêmero, é já aceitar que nada do que vocês conhecem, do que vocês vivem, pode durar e pode existir, uma vez que vocês tenham atravessado as portas que se chamavam a morte, mas que vocês podem chamar o vosso Re-nascimento.
Como isso foi dito, de muitas formas, vocês não podem manter-se uma lagarta e tornar-se uma borboleta. Aí também, apagar-se do efêmero, é apagar-se da lagarta. É não por fim à lagarta, porque isso seria contrário à Luz, mas é simplesmente deixar a vossa vida viver-se, deixar a Luz agir.
Viver na Luz, é, justamente, não mais interferir, por si mesmo, com a Luz. É deixar à Luz todo o espaço, a fim de que a sua Inteligência aja na vossa vida. É não mais querer agir por si mesmo, mas deixar a Luz agir. É não mais desejar por si mesmo, mas deixar o desejo da Luz trabalhar através de vocês.
Este apagamento, é o que vai estabelecer (através da Humildade, da Simplicidade) essa famosa Transparência, que vai fazer com que nada do que é efêmero (e, em particular, a vossa própria história, qualquer que seja a vossa idade), nada do que pertence ao que é o vosso hábito, vosso conhecido, possa travar ou atrasar a ação da Luz. Viver na Luz é efetivamente (e sobretudo hoje, neste mundo dito moderno) não mais fazer prova de uma vontade pessoal, mas antes deixar exprimir-se a vontade da Luz. Ora, quem pode dizer que conhece a vontade da Luz, enquanto não a viveu, na totalidade?
Tornar-se novamente uma Criança, é tornar-se essa espontaneidade, é reconhecer que o que vocês vivem, na vossa vida vulgar, não pode de forma nenhuma dar-vos acesso à Luz. Mas é muito mais não renunciar a tudo o que vocês têm para fazer. É fazê-lo, de qualquer forma, como diriam os nossos Irmãos e Irmãs orientais, e não estar implicado na Ilusão. Mas é também, a cada minuto da vossa vida, estar preenchido com este pensamento da Luz.
Estar preenchido com esta Luz e Viver na Luz, é não ter mais do que isso, em si. É bem para além de um simples objetivo. Isso se aproxima mais dessa famosa tensão para o Abandono à Luz. É não mais deixar exprimir-se em si o mínimo rancor, o mínimo julgamento. É deixar verdadeiramente agir esta Inteligência total da Luz, porque a Inteligência da Luz agirá sempre para vocês, muito melhor do que vocês mesmos. Está bem para além da confiança e da Fé, porque vocês podem verificar e vocês podem ter a prova desta ação da Luz no tempo que vocês vivem.
E para isso, é preciso apagarem-se, apagar a toda a vontade pessoal, apagar todo o desejo, não para desaparecer, de qualquer forma, os vossos próprios desejos mas, simplesmente, para os deixar trabalhar, não para a vossa própria vontade, mas a própria Luz agirá no vosso lugar.
Quando isto ocorre, quer isso seja por momentos ou de maneira mais durável, vocês o sabem instantaneamente. E vocês o sabem por uma razão que é muito simples: porque nesse momento a Luz vai preencher o que vocês criam ser antes.
E aí vai se manifestar esse estado de beatitude, esse estado que é chamado a Morada da Paz Suprema, que está para além do Êxtase, que é simplesmente uma satisfação total, não uma satisfação do ego que realizou um trabalho mas antes, realmente, a beatitude procurada pela Luz. E esta beatitude é ela mesma (e nela mesma) o motor mais eficaz para se apagar do efêmero, deixando o efêmero se fazer, sem querer pôr fim ao que quer que seja, voltando a dizer, de qualquer forma, e a vos perguntar quem dirige o que vocês São? Será que são vocês? Será que é o que vocês viveram? Será que é o que vocês querem viver? Ou então será que é a Vida da Luz, em vocês, que vive em vós e por vós?
Nesse momento vocês são Transparentes à Luz e cada minuto da vossa vida está preenchido por essa Luz, cada minuto da vossa vida faz com que o que é mais importante, para vocês, seja a Luz, até se tornar não unicamente uma obsessão, mas qualquer coisa que se torna cada vez mais vasta e que vai tomar, de qualquer forma, o relé, em relação às vossas dúvidas, às vossas apreensões, ao que vocês eram capazes de fazer por si mesmos.
Assim, por exemplo, cozinhar pode se fazer pelo conhecimento de uma receita ou outra, mas vocês podem também deixar a Luz agir, através de vocês, na vossa Transparência, e aí colocar todo o Amor do mundo, sem nada conhecer de uma receita e, nesse momento, vocês realizaram o que a Luz realiza em vós, isto é, uma forma de perfeição que não depende de vocês. Está bem para além da intuição ou da espontaneidade.
Isto funciona tão bem para uma receita como para todos os acontecimentos da vossa vida. Aceitar isso, está bem para além de ter a Fé na Luz. É viver realmente na Luz. É Viver realmente a ação da Inteligência da Luz, bem para além das simples coisas agradáveis, bem para além da simples sincronicidade ou facilidade que pode ser conferida pela Luz.
É ver, a cada minuto da vossa vida, a ação da Luz e isso vos preenche de Alegria, isso vos preenche de Beatitude e sobretudo, como dizia MARIA. Isso vos preenche de Paz. O que quer que se manifeste em vocês, a Paz permanece. Nenhum elemento pode contrariar-vos, porque vocês realmente apagaram o efêmero. De qualquer forma, vocês Transcenderam a Ilusão, como diriam os nosso Irmãos e Irmãs orientais mas, antes de tudo, vocês vivem realmente a Luz.
Então, viver a Luz, não é fazer obras extraordinárias. Viver a Luz, não é falar da Luz. Viver a Luz, não é ter uma vida diferente do comum dos nossos Irmãos e Irmãs que não a vivem, mas é simplesmente viver as mesmas coisas, numa outra qualidade, numa outra quantidade.
É o instante onde mais nenhuma dúvida se pode manifestar em vós. É o instante em que vocês não procuram mais qualquer outra coisa senão o que é vivido na Luz. Com efeito, quando vocês deixam a Luz agir através da vossa Transparência, da vossa Simplicidade, mais a Luz vos fecunda, mais a Luz está aí, mais vocês têm consciência disso e mais as dúvidas não se podem manifestar.
Os pensamentos não podem mais ser outra coisa senão pensamentos de Luz. Para além, claro, dos preceitos de não julgar, de não condenar, o que vocês vivem é a Graça, o que vocês vivem é o fato de estar preenchido, não pela satisfação de um desejo, mas preenchido, realmente, pela Luz.
Estando preenchidos pela Luz então, nesse momento, tudo o que é proposto na vossa vida não pode alterar o fato de estarem preenchidos, mesmo que venham a estar privados do que quer que seja ou a ter falta do que quer que seja. De fato, vocês permanecem e ficam preenchidos pela Luz. Nenhuma circunstância, mesmo desagradável, pode fazê-los desviarem-se desta Luz que está em vós e que vive em vós.
Qualquer que seja a tarefa, qualquer que seja a ocupação, qualquer que seja o prazer ou qualquer que seja o desprazer do que a vida vos oferece, vocês sabem que não são vocês que agem, que não são vocês que reagem, porque o elemento mais importante não é o acontecimento agradável ou desagradável que chega à vossa vida, mas antes a Luz que está aí, durante o que chega. Então, chamar isso «mudar de olhar» é uma coisa importante mas não é um objetivo, nem um ideal porque isso não pode ser levado para um tempo futuro. Isso depende unicamente da vossa capacidade e da vossa vontade de não mais fazer uso da vontade.
O Caminho da Infância. O Pequeno Caminho. Apagar-se do efêmero, é aceitar que tudo o que é dado a viver, a perceber, a sentir e a experimentar, mesmo na vossa vida, não é senão uma passagem, tanto de alegria como de dor. E nós sabemos todos que uma alegria ou uma dor não são nunca eternas.
Nós estamos contentes quando obtemos qualquer coisa, nós estamos tristes quando alguma coisa nos deixa, quer isso seja um objeto, uma pessoa, uma relação. Mas nós sabemos todos que, também os nossos pais, os nossos filhos, nós próprios, somos mortais e efêmeros. Ora, nada do que é mortal e efêmero pode satisfazer verdadeiramente.
Isso resta apenas limitado num tempo, ele também, efêmero. Resta apenas qualquer coisa que toca e que não pode nunca durar. Só a Luz dura. Só o apagamento deste efêmero, sem o renegar e sem o rejeitar, permite essa vivência da Luz que é a única fonte de contentamento que nunca se apaga.
Se vocês aceitarem isso (e sobretudo neste momento) vocês constatarão, rapidamente, esta ação da Luz, pela Paz, pelo contentamento e a Beatitude, quer vocês estejam em vias de fazer qualquer coisa que vos dá prazer ou quer vocês sejam obrigados a fazer qualquer coisa que não vos dá prazer, isso não mudará estritamente nada na Paz da Luz.
Enquanto vocês estiverem dependentes de uma circunstância, denominada exterior, para estar em Paz, isso não pode ser a Paz, isso não pode ser senão temporário. Quer isso seja uma certeza material, uma certeza afetiva, ou qualquer outra forma de certeza, está submetida, é claro, à presença desta certeza exterior. O que não é o caso na Vida na Luz.
Na Vida da Luz, é a Luz que vos satisfaz, não são as circunstâncias da vossa vida, as aprovações ou os inconvenientes do que vocês têm para viver. Estas aprovações ou estes inconvenientes não mudam nada, estritamente nada, tanto o vosso humor, a vossa Consciência, como a Alegria que está em vocês. Vocês não dependem mais do que quer que seja do efêmero. Vocês sabem que vocês são efêmeros e, no entanto, vocês transcenderam esse efêmero.
E no entanto, mesmo se um acontecimento nocivo ou fatal chegar, vocês não podem ser alterados de forma nenhuma por esse acontecimento. Aí está o poder e a força da Luz. Aí está a Verdade da Vontade da Luz. Mas não pode coexistir, em vocês, uma vontade pessoal e a Vontade da Luz. Isso será sempre uma ou outra que estará na frente. Isso será sempre uma ou outra que será manifestada. Pelo poder da Luz, atualmente, tornar-se-á (e é já esse o caso) cada vez mais fácil constatar o que se exprime de vocês porque, se vocês flutuam de um estado de humor a outro, estejam certos de que isso não é a Luz.
Se a Luz está aí, se vocês vivem na Luz, e vocês se apagaram do efêmero, vocês serão preenchidos a cada minuto, independentemente do que quer que vos chegue, do que quer que chegue à vossa vida, do que quer que chegue aos seus familiares. A única força verdadeira está aqui, justamente porque esta força não depende de nenhuma circunstância exterior, de nenhuma afeição, de nenhuma relação. Ela se gera a si mesma e é a Luz que faz isso.
Vocês, vocês não podem fazê-lo, vocês não podem realizá-lo, isso permanece efêmero e submetido, justamente, às condições exteriores. Então quando vocês vivem na Luz, nenhuma circunstância exterior pode afetar o Interior. E como isso foi dito ontem, nesse momento, mesmo os limites entre o Interior e o exterior desaparecem. Isso quer dizer o quê? Isso quer dizer que, qualquer que seja o olhar que vocês tragam, o que quer que seja que vos seja dado a viver, a mesma Graça está presente. Mesmo que, à priori, isso possa atacar, vocês sabem que é a Luz a trabalhar.
Vocês não têm mais nenhuma dúvida sobre o que vocês vivem. Vocês não têm mais nenhuma dúvida sobre a Luz, quaisquer que sejam as circunstâncias da vossa vida. E além disso, estas se conformarão rapidamente com a vontade da Luz e a vossa Consciência não poderá nunca manifestar uma qualquer alteração. Isso é verdadeiramente a estrita Verdade do Caminho da Infância na condição, claro, de se apagar do efêmero.
A Luz está para além do poder, mesmo se ela é muito poderosa. Ela é o vetor e o motor do Amor, do Absoluto. Ela é o que preenche tudo. E o vosso olhar não poderá nunca mais ser o mesmo, ele não poderá nunca mais julgar nem condenar, mesmo que haja por vezes que viver elementos que podem vos parecer, num primeiro tempo, totalmente oposto à Luz. Vocês sabem, no vosso forte interior, na vossa Beatitude e na vossa Paz, que isso não é verdade. E isso não é verdade.
É o que vos propõe a Luz, hoje, e ela vai vos propor de maneira cada vez mais intensa, de maneira cada vez mais importante. É aí que será preciso fazer prova da vossa capacidade de não resistir, de não querer dirigir, de não querer controlar, mas antes de deixar fazer, em vós, a Luz. Então, nos primeiros tempos, para aqueles que não estão instalados nesta Vida de Luz, isso pode parecer por vezes incompreensível ou difícil, mas desde que os primeiros passos tenham sido dados, vocês ganham; e ganham a que nível? E bem, claro, na Paz. Vocês ganham em Verdade. Vocês ganham na Tranquilidade. Vocês ganham mesmo no desenrolar da vossa vida, porque tudo o que, antes, podia ser chamado um obstáculo, vai desaparecer, realmente, como por encanto.
Vocês não estão mais preocupados com outra coisa senão a Luz. Viver a Luz, é isso. É, a cada minuto, Ser na Luz. É, a cada minuto, colocar a Luz à frente e não atrás. Não encontrar pretexto justificando a implementação da vossa personalidade ou da reação, qualquer que seja. É manifestar esta confiança total na Luz, porque a Luz é realmente a única coisa que é digna de confiança, na totalidade, e que, quaisquer que sejam as aparências, não poderá nunca vos fazer mal. Mesmo se existirem resistências, mesmo que haja o que, à primeira vista, possa vos parecer como detestável.
Se vocês ultrapassarem, vocês constatarão, muito rapidamente, que a Luz sabe muito melhor do que vocês o que ela tem a fazer, através de vocês, bem mais facilmente que todas as vossas reflexões, bem mais facilmente que todas as vossas ações que vocês possam tomar.
Viver na Luz, é aceitá-la totalmente. Viver na Luz, é não colocar condições ou suposições à sua Presença. E aí, dito com outras palavras (quer vocês denominam isso Absoluto, ou que vocês não o denominam), isso não tem mais nenhuma importância porque vocês se apagaram do efêmero.
O efêmero, claro, continua a viver-se, mas vocês não são mais isso. Vocês tornaram-se a Luz. Não como uma procura do que quer que seja, porque, à custa de desaparecerem de si mesmos, à custa de se apagarem a si mesmos, se tornaram esta Eternidade e esta Felicidade. Não há senão a Luz para trazer um contentamento permanente. Não há senão a Luz para trazer esta Felicidade permanente. Nenhuma relação, nenhuma satisfação, nenhum prazer, pode rivalizar com a Luz, porque tudo o que é satisfação é efêmero. A única coisa que nunca é efêmera, é a Luz que é independente, mesmo da vossa presença neste mundo.
Mas Acolher e Viver a Luz, nesse corpo, tendo a chance de estar encarnado, durante este período, é um privilégio enorme, porque este privilégio vos dá a oportunidade (como isso foi dito) de transmutar esse corpo, de transmutar essa matéria, de fazer Ascender o que era sombra, pela transcendência da Luz. O contentamento da Luz não cessa nunca, porque ele é permanente.
É isso que nós vos propomos, nas Comunhões, nos nossos contatos. É isto que é capaz de superar todos os sofrimentos, as resistências, as hesitações, os adiamentos. Deixar trabalhar a Luz em vós, apagar-se de si mesmo, é Viver na Luz. E Viver na Luz vos permite, sem renunciar a essa situação ou a essa condição humana, transcendê-la, muito largamente. Isso dá um novo sopro. Isso dá uma Alegria, bem para além de toda a alegria usual. Isso dá, efetivamente, uma permanência e o sentimento de que, nesta permanência, existe qualquer coisa de indestrutível, que não depende nem da vossa idade nem do que quer que seja de exterior, nem mesmo de interior, ao nível do vosso estado.
É a isto que, cada vez mais, a Luz vai chamar. É a isto que, cada vez mais, vocês vão estar submetidos ou não submetidos. Esta submissão não é a perda do que quer que seja, mas antes pelo contrário, a redescoberta do que vocês São, para além deste efêmero. Então, claro, se vocês preferirem permanecer neste efêmero, é a vossa Liberdade. Porque a Luz não vos pode convencer. Ela simplesmente está aí e cabe a vocês reconhecê-la. Cabe a vocês aceitarem que o efêmero é efêmero e que a Luz é Eterna.
Eu já exprimi este Caminho da Infância, através da Humildade e da Simplicidade. Mais do que nunca, hoje, isso é cada vez mais verdadeiro. Não somente cada vez mais verdadeiro, mas cada vez mais evidente. Se vocês aceitarem, simplesmente, não mais ver o vosso interesse pessoal, mesmo se esse interesse é aquele que vocês chamam de espiritual, mas antes se remeterem completamente à Graça. Se vocês fizerem isso, vocês constatarão que os medos, que ainda possam estar presentes, se afastam de vocês muito rapidamente.
Vocês constatarão também que vocês não têm que os compreender, nem lutar contra, mas que eles se afastam de vocês, como todas as sombras se afastam de vocês pela própria ação da Luz. A Vida na Luz põe fim às sombras. A Vida na Luz põe fim às perdas, às interrogações. A Vida na Luz põe fim ao efêmero, permanecendo neste efêmero, por enquanto. Cabe a vocês decidirem.
Como nós o repetimos (uns e outros, assim como os Anciãos) ninguém pode atravessar essa Porta no vosso lugar. Lembrem-se, também, que neste momento, se trata de uma Porta coletiva, para o conjunto da Humanidade que está encarnada, que se aproxima de vocês a grandes passos. Então certamente, para o conjunto dos nossos Irmãos e Irmãs que estão encarnados e que não estão, eu diria, nas mesmas disposições, ver isso é por vezes (e será para muitos) uma renúncia impossível, porque eles estão de tal maneira confiantes do dever conduzir as suas rédeas, de conduzir as suas vidas, de dirigir as suas vidas, pagar os frutos das suas ações passadas ou futuras, embora não seja nada disso.
Tudo isso não representa senão crenças e ilusões. Cabe a vocês exterminá-las e cabe a vocês, também (através do que vocês São, sendo Transparentes à Luz e vivendo em Luz e na Luz) mostrar que isso é a Verdade, o Caminho e a Vida e que nunca, de forma nenhuma, a vontade da pessoa poderá igualar, ou mesmo se aproximar da Verdade da Luz. Ser Humilde, para reconhecer isso, é pôr fim ao pesadelo, é pôr fim ao sofrimento, é pôr fim a todas as ilusões. Não por uma qualquer vontade pessoal mas antes pela ação direta da Graça na Luz.
Ora, certamente, como vocês o sabem, existem resistências. Estas resistências que não são sempre o resultado da vossa vivência, das vossas experiências, mas que estão inscritas no próprio fato da vossa presença no efêmero desta vida. Mas vocês sabem que este efêmero não dura, uma vez que ele é efêmero. Então, por que não virarem-se imediatamente para a Luz deixando-a trabalhar em vocês?
Lembrem-se de que vocês não podem apropriar-se da Luz. Lembrem-se de que vocês se tornam Luz, deixando-a simplesmente atravessá-los, quer dizer, vivendo na Luz e não acreditando gerenciar, controlar ou dirigir a mínima Luz. Porque, enquanto vocês fizerem isso, vocês afastam-se da Liberdade, vocês afastam-se da autonomia e vocês afastam-se, sobretudo, da Humildade.
A Humildade é Transparência. Deixar trabalhar a Luz, e Viver na Luz, é certamente a maior prova de inteligência, quando se está encarnado. Mas, certamente, os medos são elementos que podem por vezes impedir de ver isso. Mas isso será cada vez menos verdadeiro, porque é muito simples, definitivamente: seja vocês tornarem-se Luz e viverem na Luz, seja vocês resistirem à Luz. E as marcas disso são muito evidentes: porque se vocês resistirem à Luz, vocês não estão em Paz. Se vocês viverem na Luz, vocês estão em Paz.
Não há outra alternativa. E é muito simples saber se estamos em Paz ou não. Não é preciso colocar-se a questão, interrogar-se. Não é necessário medir a sua temperatura ou olhar-se ao espelho. A Paz está aí ou ela não está. E se a Paz estiver aí, vocês vivem na Luz. E se a Paz não estiver aí, então, vocês resistem. Isto vai tornar-se, para vocês, muito fácil de ver, cada vez mais evidente, para vocês como para todos os Irmãos e Irmãs com que vocês se cruzarem neste mundo.
As circunstâncias exteriores (da Dissolução final deste mundo) não poderão nunca afetar-vos. Os elementos, quando eles trabalham através dos Cavaleiros, como isso foi nomeado, não poderão tocar nenhum de vossos cabelos. Vocês podem estar ao lado de um relâmpago, vocês podem estar ao lado de vulcão e vocês não serão afetados de forma nenhuma.
Aí está a Paz e o Poder da Luz, que necessita do desaparecimento de todo o poder da pessoa. E de fato, definitivamente, se apagar do efêmero e viver na Luz é renunciar ao seu poder. A Verdadeira Mestria está aí. Ela não está na expressão de um poder sobre vocês ou sobre um outro. Vocês estão, efetivamente, no que foi chamado o Abandono do Si. Então, o que podia, talvez, vos parecer difícil de apreender ou de viver, durante estes poucos meses que se seguem, vai se apresentar a vocês com uma tal evidência e uma tal clareza que, brevemente, nunca mais vocês poderão dizer que não sabiam; e isto bem antes do Anúncio de MARIA. Isto desenrola-se neste momento.
A ação dos Cavaleiros é esta: ela permite justamente ver-se, ver-se claramente, e, de qualquer modo, medir-se sem se julgar. E esta medida está ligada à qualidade e à quantidade de Paz que vocês têm, que vocês são (ou que vocês não têm ou que vocês não são). De fato, isto é extremamente simples, mas extremamente complicado para aquele que permanecer confinado nas suas crenças, confinado na sua personalidade, confinado nos seus medos.
Os Anciãos (e, em particular, na sua filosofia oriental) vos disseram que vocês não eram esses medos, que nada do que se pode manifestar na vossa Consciência, relativamente ao medo, a um sofrimento ou a uma doença, não vos concerne. Isso não concerne senão ao efêmero, o efêmero desse corpo, o efêmero da vossa história. Mas nem a vossa história, nem o vosso corpo, são Eternos. Só a Luz é Eterna.
Então, viver na Luz é não mais ser afetado, de maneira nenhuma, pela vontade pessoal, pelos sofrimentos pessoais, pelos sofrimentos que vos rodeiam. Viver isso é estar Libertado. Viver isso tem por testemunha a Paz. É a vocês que cabe fazer a Paz, em vocês, mas é também a vocês que cabe deixar a Paz instalar-se e manifestar-se.
Vocês não podem controlar a Paz. Vocês não podem controlar, da mesma forma, certas funções desse corpo. Se vocês aceitarem e compreenderem isto, então tudo se tornará cada vez mais fácil. Assim é o Caminho da Humildade, o Caminho da Simplicidade. Então, vocês ousarão Ser o que vocês São? Então, vocês ousarão renunciar a todo o poder, renunciar a toda a vontade?
Então, claro, o ego vai dizer-vos que é impossível. Claro, o que é ordinário e efêmero vai vos dizer que vocês têm que fazer isto ou aquilo, que vocês têm obrigações, que vocês têm a necessidade de controlar tal coisa ou tal pessoa e vocês vão apegar-se a estas noções. Mas a Verdadeira Vida não está aí. Isso não vos impedirá depois, efetivamente, de exercer o que a Luz vos diz. É simplesmente, como vos disse BIDI, uma questão de olhar e de ponto de vista; mas não o ponto de vista superficial: seja o ponto de vista da pessoa, seja o ponto de vista da Luz. E a Luz será sempre muito mais Inteligente que o mais inteligente dos nossos Irmãos e das nossas Irmãs.
Apagar-se para viver na Luz é renunciar ao efêmero. Esta renúncia, mais uma vez, não é levar à morte da vossa vida ou do que quer que seja. É simplesmente ter a Lucidez de aceitar a ação da Luz. Então, como vocês sabem, esta Luz veio do alto, do Céu, ela veio da Terra, veio da ação da Graça, ela veio, também, justamente, do que vocês são, para além deste efêmero e do qual, muitos, tínhamos perdido a Consciência.
Não restava senão a esperança de um futuro melhor, ou de um caminho que iria levar-nos até à nossa Verdade. E isso está aí, agora, isso está totalmente aí. Só precisam desviarem-se de vocês mesmos, desviarem-se das vossas dúvidas, do que vocês chamam os vossos medos, das vossas crenças, dos vossos pertences do que quer que seja ou de quem quer que seja.
Aí está a Autonomia e a Liberdade, como dizia o Ancião, IRMÃO K. Cabe a vocês ver. Cabe a vocês decidir. Cabe a vocês se instalarem na Luz ou no efêmero. A consequência não é a mesma. Vocês estão em Paz? Se vocês estão na Luz, vocês não podem senão estar em Paz.
Quaisquer que sejam as circunstâncias, quaisquer que sejam os acontecimentos, quaisquer que sejam as dores, quaisquer que sejam os sofrimentos, eles não vos dizem respeito. Há na Luz, e na vida na Luz, bem mais que uma esperança: há uma plenitude. Esta plenitude não pode ser comparada ao que quer que seja de humano e no entanto ela é bem real. Então, cabe a vocês ver.
Mas o Apelo da Luz, o Apelo de MARIA, vai tornar-se cada vez mais premente e também cada vez mais evidente. E, aí também, são vocês que atravessam a Porta, são vocês que permanecem na resistência, no medo e no sofrimento, ou são vocês que se colocam diretamente, na vida, na Luz. Para isso, é preciso renunciarem a vocês mesmos, à vossa história, à toda a posse. Vocês são capazes? Sim, vocês todos o são.
E isso vai tornar-se cada vez mais evidente. Então, quando é cada vez mais evidente, isso deveria tornar-se, para vocês, cada vez mais fácil, a todos os níveis. Se isso se tornar cada vez mais difícil, então olhem para vocês, olhem para o que está sendo trabalhado em vocês, sem julgamento mas sem complacência, sem condenar. Simplesmente, estar lúcido do que se passa, em vocês, neste efêmero: a manutenção do efêmero, a resistência, o medo e o sofrimento ou então a Paz, a Plenitude e a Alegria da Luz.
Vocês estão apegados a vocês mesmos? Vocês estão apegados ao que quer que seja? Ou então, vocês aceitam ser separados de tudo, pela vontade da Luz? Não haverá mais meia medida. Isso será, cada vez mais, ou um ou o outro. Como isso foi dito pelos Anciãos, por outras Estrelas: vocês não podem permanecer lagarta e borboleta e isso vai tornar-se cada vez mais evidente, cada vez mais poderoso, porque o Amor quer-vos por inteiro.
O Amor quer-vos por inteiro porque é o que nós somos todos. Mas este Amor não é o amor tal como vocês o viveram. Este Amor não é o que vocês pensam do amor. Este Amor não é de meias tintas (meio tom). Ele não é um apego. Ele não é mesmo uma relação. Ele é um Dom total, do Si. Vocês estão prontos a renunciar a tudo? Vocês estão prontos a responder ao CRISTO, quando ele dizia: «Deixem os mortos enterrar os mortos. Vem e segue-me». Não há outra alternativa.
Vocês não poderão (e cada vez mais), vocês não poderão mais procrastinar, adiar, temporizar, vocês não poderão mais negociar, vocês não podem mais e vocês não poderão mais adiar para mais tarde, porque a Luz está cada vez mais premente. Ela quer-vos na totalidade, ela quer-vos, não no sentido de uma posse, mas para vos restituir àquilo que vocês São.
E para isso é preciso ser Humilde, para isso é preciso apagar-se do efêmero. É preciso aceitar desaparecer. Aí está a grandeza. Aí está a mestria. Ela não está em qualquer outra coisa e isso, vocês irão ver verdadeiramente, face a face. Vocês não poderão mais ignorá-lo. Vocês serão obrigados a enfrentá-lo, mesmo se vocês o recusarem.
Aí está o que poderíamos denominar, no tempo antigo e no meu tempo, o julgamento final. Mas não há nenhum julgamento. Isto será, quer vocês vivam na Luz, quer vocês resistam. Quer a Paz esteja aí. Quer o medo esteja aí. E isso será cada vez mais distinto: é um ou o outro, mas isto será cada vez menos os dois, ou a alternância entre os dois. Cabe, portanto, a vocês se posicionarem. Cabe, portanto, a vocês decidirem. Ninguém, como nós lhes dissemos, o pode fazer no vosso lugar.
Estar na Luz, é aceitar perder tudo o que pertence ao efêmero, não no sentido de um luto, mas é sobretudo a perda de todas as ilusões. Pela vivência direta, tudo o que vocês vivem (quer isso seja as vossas atividades, os vossos pais, os vossos filhos, os vossos familiares, o mundo) não é senão efêmero, enquanto que o que nós somos todos, não tem nada de efêmero.
Um dia, um dos Anciãos vos disse: «Não são vocês que desaparecem, mas o mundo». Vocês devem desaparecer, de vocês próprios, nesta parte limitada que está preocupada com o mundo e com as suas interações. Vocês irão ver, tudo isso, cada vez mais claramente e lembrem-se de que, para além dos Sons nas vossas orelhas, nas diferentes comunicações, para além do que é chamado as vossas Vibrações, nas diferentes partes do vosso corpo, o testemunho maior não é outro senão a Paz, ou a não-Paz.
Isso será o vosso guia para verem se estão instalados na Luz, ou se vocês ainda não estão. Deste ponto de vista, não se julguem, não se condenem. Aceitem simplesmente que as coisas são assim, no momento preciso em que tomam consciência disso e, simplesmente, adaptem o que deve sê-lo. Apagar-se do efêmero. Manter o efêmero. Viver na Luz ou viver sem Luz. Isto faz parte destes tempos da Dissolução Última.
Lembrem-se do que vos disse MARIA: quanto mais este tempo durar, mais vocês devem agradecer. Não estejam apressados, porque quanto mais este tempo durar, mais vocês têm a oportunidade – vocês como o conjunto dos Irmãos e Irmãs que estão encarnados – de realizar a Luz. Então, rendam graças a este templo que se alarga. Rendam graças ao lugar onde vocês estão, aí onde vocês estão neste mundo. Rendam graças pelo que ocorre na vossa vida, mesmo se isso vos pareça terrível. Isso não é senão o olhar do instante, mas não da Eternidade. Porque o que pode parecer como terrível, no presente, concorre, de maneira total, para a vossa Liberdade. Mesmo se isso não vos parecer assim, num primeiro tempo.
Lembrem-se de que vocês não podem ver tudo no efêmero. Porque vocês são afetados pelo efêmero, pelos medos, pelas perdas, pelos apegos e os desapegos. Mas, como nós lhes dissemos, o que vem é verdadeiramente a Luz. O que vem não é um julgamento, ainda menos uma punição, mas antes o retorno total da Vida, na Luz. Se vocês aceitarem este princípio (não como uma crença, mas começando a Vivê-lo), tudo se tornará cada vez mais simples, cada vez mais fácil, e vocês constatarão, por si mesmos, que só o medo cria uma resistência, que só o medo vos pode levar, de novo, para o efêmero.
Lembrem-se: o medo ou a Paz. Todo o resto é fútil, todo o resto não tem importância. Será que a vossa vida, será que o vosso pensamento, será que o curso da vossa vida está na Luz? Não segundo o que vocês pensariam que devia ser a luz. Mas, será que a vossa Consciência está preenchida de Luz? Será que os vossos pensamentos estão preenchidos de Luz? Se sim, então a Paz está aí. Se a Paz não estiver aí, é porque o medo está lá, mesmo se vocês não o quiserem admitir ou reconhecer.
É preciso admitir, é preciso reconhecer, sem julgar, porque, desde que vocês aceitem ver, é já colocar na Luz. Desde que vocês aceitem reconhecer, a Luz está aí.
Eis alguns elementos que eu tinha para vos transmitir.
Permitam-me oferecer-vos a minha Presença, ao vosso lado, neste ato de Comunhão e de Abandono à Luz.
Façamos isso, agora, se vocês o quiserem, e eu vos digo até outro dia.
… Compartilhando o Dom da Graça …
Eu sou THERESA e eu vos abraço.
Mensagem de THERESA DE LISIEUX no site francês Autres Dimensions:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1555
17 de agosto de 2012
(Publicado em 18 de agosto de 2012)
Tradução para o português: Cristina Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com
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