Vem,
Te direi em segredo
Aonde leva esta dança.

Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
Giram desnorteados.

Cada átomo
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do sol.

Jalal al-Din Husain Rumi - Poema Sufi

Faltam-te pés para viajar?

Viaja dentro de ti mesmo,

E reflete, como a mina de rubis,

Os raios de sol para fora de ti.

A viagem conduzirá a teu ser,

transmutará teu pó em ouro puro.

Morgenstern?! Ao final do Blog!


sábado, 18 de agosto de 2012

O.M. AÏVANHOV - 16 de agosto de 2012 - AUTRES DIMENSIONS



Bem caros amigos, eu estou extremamente contente por vos encontrar. Eu vos transmito todas as minhas Bênçãos, todo o meu Amor e eu venho, como é hábito, para tentar interagir convosco, ver se vocês têm questões palpitantes para me colocar. Então, eu vos escuto, como é hábito. Nós vamos compartilhar juntos.

Pergunta: De onde vêm os sonhos? Será que é uma projeção? Ou outra coisa?
Então, cara Amiga, os sonhos podem ser de diferentes naturezas: eles podem ser, como dizer, segregados, criados pelo mental. Eles podem ser intuitivos. Eles podem estar ligados às atividades que foram vividas na véspera.

Há múltiplas origens dos sonhos. Mas eles estão ligados a um estado da consciência particular (chamado o estado de sonho) que não é mais real do que o que vocês vivem aqui, neste mundo.

E, no entanto, através dos sonhos (como através da vossa vida, do conjunto das coisas que se produzem tanto na vossa vida como nos vossos sonhos) há, sempre, elementos que podem trazer informações, iluminação. Mas eu não te posso dizer de onde vêm os sonhos.

Agora, talvez um neurologista te dissesse que isso vem do cérebro. Certamente, é uma atividade elétrica (como eles dizem) que se produz no teu cérebro, mas cuja origem tem numerosas possibilidades: há os sonhos premonitórios, os sonhos intuitivos, os sonhos ligados às preocupações do momento, há sonhos simbólicos (claro), sonhos a cores, sonhos a preto e branco, sonhos que não têm nem pés nem cabeça (nem corpo, aliás). Há diferentes tipos de sonhos. Claro, nem sempre é fácil saber de onde eles vêm.

Pergunta: A que pode corresponder, por exemplo, o fato de sonhar que alguém morre?
Aí também, não há apenas uma explicação. Ver alguém morrer pode ser profético ou anunciador da morte da pessoa. Mas, na maioria das vezes, não é isso, com exceção de alguns irmãos e irmãs que estão habituados a este tipo de sonhos. Ou, vocês têm pessoas que estão habituadas a serem prevenidas da morte de familiares, ou então, de pessoas conhecidas.

Mas, na maioria das vezes, isso assinala, seja uma transformação para essa pessoa, seja que essa pessoa tenha ligações com vocês (ou coisas a resolver com vocês). Mas, para o mesmo sonho, eu diria (para o mesmo conteúdo do sonho), não há apenas uma significação, porque isso depende profundamente das circunstâncias em que o sonho ocorre.

E isso depende também, eu diria, da forma de abertura da pessoa que vive esse sonho. Portanto, não há 1 + 1 = 2. Isso não existe nos sonhos, mesmo se, claro, grandes psicólogos tenham tentado escrever sobre o simbolismo dos sonhos. Mas mesmo este simbolismo dos sonhos, não é só para um conteúdo, um só sentido.

Podem existir numerosas explicações. Vocês têm também seres que sonham muito e outros, em todo o caso, que não se lembram dos seus sonhos. Eu vos lembro que os povos (que nós chamamos, nós, Ocidentais, primitivos) chamam à vida, um sonho.

Pergunta: Onde estamos nós durante o espaço dos sonhos?
Tu estás na tua cabeça.

Pergunta: E portanto, não no Absoluto?
Não. O sono, como vos diria BIDI, é o Absoluto. Mas o sonho, certamente não.

É uma atividade que, qualquer que seja o sonho (mesmo se vocês sonham com paisagens fantasmagóricas que não existem nesta realidade), se liga sempre a uma atividade do mental, qualquer que seja esse nível (quer seja um mental intuitivo, quer sejam emoções ou contrariedades do dia anterior). Mas o sono não é o sonho.

Eu te remeto para isso, para o que foi explicado, há algum tempo (faz agora mais de um ano), sobre os 4 estados da consciência: o estado de vigília, o estado de sono, o estado de sonho e o estado Turiya.

Pergunta: Da mesma forma que podemos chamar MARIA, MIGUEL, Os Anciãos, podemos chamar a Fonte?
Tu e a Fonte são UM. Portanto chamá-la, é colocar em ressonância, em ti, uma certa estrutura.

Nós especificamos, efetivamente, que vocês podiam chamar as Entidades, ainda com uma forma. A Fonte não tem mais forma. Quer isto dizer que, no Canal Mariano, não pode apresentar-se senão o que eu chamei uma Entidade de Luz, isto é, as Estrelas, isto é, Nós, Anciãos (tu podes chamar-me também, eu virei, não te inquietes), ou, então, os Arcanjos. Porque há ainda um certo antropomorfismo, uma certa qualidade Vibratória particular, ligada à forma (o que não é mais o caso da Fonte).

Pergunta: Enquanto se sonha, não se está no Absoluto?
De fato. Tu sais do Absoluto. Nenhum sonho pode pretender ser Absoluto.

É excessivamente raro manifestar sonhos, para um ser humano (como diria BIDI), que é Absoluto numa forma. Ou então, não é mais um sonho, mas é um estado de desencarnação, de viagem no Estado de Ser, eventualmente.

Mas o recordar não tem nada a ver: não é mais um sonho. Aquele que é Absoluto não tem mais necessidade de segregar sonhos, de maneira nenhuma. E além disso, se os vossos cientistas tivessem conseguido apanhar BIDI e lhe fizessem um eletro [eletroencefalograma] (como vocês chamam isso: que mede as ondas cerebrais?), vocês se aperceberiam de que ele tinha anomalias muito particulares, funcionamentos do cérebro profundamente diferentes.

Eu vos lembro (e isso foi dito, eu creio, por ANAEL), que existem zonas precisas ligadas às Estrelas, que correspondem ao cérebro.

Para viver o estado Absoluto, há modificações consideráveis ao nível da organização do cérebro e é visível, claro. Isso passa-se num mundo quimérico: isso passa-se nesse corpo, e isso transforma, evidentemente, o cérebro. Isso transforma, também, o coração e muitas outras coisas (já que os ciclos do sono não são mais os mesmos, a alimentação não é mais a mesma e a necessidade do sono não existe mais).

Pergunta: Por que este afluxo do mental, de pensamentos, de recordações, de manhã, ao acordar?
A Luz tem efeitos, por vezes (como vocês sabem, neste momento), que eliminam as últimas sombras, as últimas resistências. Para alguns, isso pode ser um afluxo do mental ou recordações (desagradáveis por vezes) do vosso próprio passado desta encarnação. O mais frequente é isso.

Pergunta: Quando se está absorvido em meditação, que se esquece o espaço-tempo, o que é que nos faz recuperar a consciência?

Como diria BIDI: o teu saco de comida, que te chama.

Pergunta: O som ouvido na orelha esquerda está sempre na mesma frequência?
Não, absolutamente. Ele modula extremamente. É, além disso, o que foi dado pelo meu Amigo JOÃO, SRI AUROBINDO, quando ele vos falou das flutuações dos sons nas orelhas. Eles flutuam também em função das radiações cósmicas, das radiações solares, das pessoas de quem se aproximam, do vosso estado Interior. Há numerosos sons na vossa orelha esquerda.

Pergunta: Trata-se de sons que estão ligados à abertura do Canal Mariano?
Eu falava também desses. Eles estão em sobreposição com o que foi chamado o Som da alma: os Nadas. O Canal Mariano é, simplesmente, a implantação, de qualquer modo, dessa ampola da clara audição, que não volta mais à horizontal, mas se torna vertical.

Pergunta: O que acontece quando esses sons são ouvidos não nas orelhas mas antes no alto da cabeça?
É exatamente a mesma coisa. A um dado momento, vocês poderão ouvir mesmo o som do vosso corpo. E eu também sei que, uns Anciãos (eu creio que foi UM AMIGO) vos falaram da difusão da Vibração, que une a Onda da Vida com o Manto Azul da Graça e que dá essa espécie de respiração celular.

As células também têm sons. Portanto, quer seja na cabeça, no ventre, não importa onde, isso faz parte do processo normal, mesmo se for mais lógico, efetivamente, ouvi-lo ao redor do Canal Mariano.

Pergunta: O que é esta espécie de ronronar, ouvido na orelha esquerda, quando vivi uma subida da Onda da Vida?
Isso está ligado à Onda da Vida. Da mesma forma que antes de fazer uma saída no corpo astral, há uma modificação dos sons nas orelhas, um tipo de rugidos. Quando há uma saída no Corpo de Estado de Ser, também, há uma espécie de ronronar que ocorre.

É semelhante para a Onda da Vida. Tudo emite um som. O problema é que a orelha humana está limitada (como os olhos), a uma gama de frequências. Certamente, as transformações que vocês viveram vão modificar estas gamas de frequência às quais vocês são sensíveis.

Isso pode afetar também a visão: vocês tiveram o que foi explicado através da visão Etérica. Vocês têm a mesma coisa ao nível dos sons. Os chacras também emitem sons. Além disso, se (como vos disse novamente MARIA, ontem) alguns de vocês ouvem o seu nome, à noite (foram chamados), e outros não o ouviram: isso quer dizer o quê? Que o vosso Canal Mariano é permeável a esta frequência que é a voz de MARIA. O que ainda não é o caso de toda a Terra.

Pergunta: Ao lado de uma pessoa em extremo sofrimento, é bom manifestar o poder de chamar MARIA ou um outro Ser de Luz para ela?
É muito diferente, conforme o caso. Mas é preciso ter atenção para não cair na dualidade, na vontade do bem.

É preferível chamá-lo para si e, nesse momento, estar alinhado
, em meditação, em oração (chama isso como quiseres), ao lado dessa pessoa. E ela beneficiará da justa radiação que for necessária para ela, ou não, em função do que tu emites, tu, nesse contato.

Sem isso, vocês recaem nas orações, nos exorcismos, nos apelos dos seres para agirem sobre alguém. Tudo isso é a dualidade
. Isso não quer dizer que é preciso deixar o outro sofrer. É a forma de proceder que te reenviará para a dualidade, ou não.

Pergunta: Se estiver longe dessa pessoa, o que acabou de descrever será sentido?
Será que a distância pode afetar a Luz Vibral? É o quê, esta história? Da mesma maneira que vocês podem fazer, por exemplo, os diferentes Yogas, a Nova Aliança, estando à distância.

O que é que a distância tem a ver com isso? Não é a energia vital. É a Luz Vibral. Nós não estamos nas energias do magnetismo, portanto, é perfeitamente possível estar do outro lado da Terra. O espaço não existe, no sentido que vocês entendem, estando encarnados.

Pergunta: Há ainda muitas pessoas que fazem orações junto das pessoas em sofrimento. Pode ser também importante proceder de forma diferente?
É muito importante proceder de forma diferente. Mas vocês não podem impedir as pessoas de fazer as orações, para a Terra, para a cura da Terra, para a cura de uma pessoa.

Se vocês forem verdadeiramente Absoluto, vocês não terão nenhuma necessidade de mudar o que quer que seja, já que vocês são Absoluto. Deixem cada um viver o seu caminho para aquilo que ele é.

Certamente, o sofrimento apela à compaixão, apela à empatia e apela, sobretudo, à ação (quer seja para si ou para qualquer outro). Mas tudo depende, como diria BIDI, do vosso ponto de vista, isto é, da vossa consciência.

A partir do instante em que vocês quiserem fazer o bem, que vocês agirem unicamente na vontade do bem, vocês se afastam da Unidade e vocês se afastam do Absoluto. O Absoluto é, digamos, o Bem Último.

Porque há uma Transparência tal que a Luz não encontra nenhum obstáculo, nenhuma resistência e nenhuma personalidade. Então, nesse momento, a Luz age pela sua Inteligência mas não pela inteligência humana que, no seu orgulho desmesurado, vai acreditar que colocando a Luz sobre uma pessoa, pela sua vontade egóica, vai curar alguém: isso não existe.

É preciso ter chegado ao nível da matriz (como o CRISTO e como tantos outros) para caçar os demônios em nome da Luz, não estando na dualidade. É toda a problemática, se vocês quiserem, do que vocês chamam a Nova Era (New Age), onde toda a gente tem a impressão que vai poder enviar a Luz para toda a parte. Mas o que é que vocês enviam realmente, se não a vossa própria projeção da Luz? Tudo depende de qual é o vosso objetivo.

Mas apreendam bem que, em qualquer lugar, ou vocês mantêm a dualidade bem/mal (ação/reação), ou vocês estão na Ação da Graça. O CRISTO, por exemplo, disse: «quem me tocou?» E a mulher ficou curada porque ela tocou o CRISTO. Será que o CRISTO emitiu uma qualquer intenção? É profundamente diferente, quanto às consequências e quanto ao estado daquele que trabalha (ou daquele que é o objeto disso).

Agora, façam como quiserem. Se vocês sentem que, para vocês, é preciso enviar Luz à Terra: façam-no. Se vocês sentem que é preciso orar à MARIA para curar tal pessoa: façam-no. Mas tudo o que fizerem não pode ser ditado senão pela vossa consciência.

A questão que tem que ser colocada é: por que estão vocês na compaixão quando um ser humano sofre? Por que querem vocês enviar Luz à Terra? O que é que, em vocês, quer isso? Então eu sei, claro, toda a gente vai responder: o Amor, fazer o bem, etc… Mas, atrás disso, o que é que há? A que jogo jogam vocês? Cabe a vocês definir (e jogo, eu preciso, como eu não sou BIDI, j-e-u, hein). [Obs.: alusão a um trocadilho de BIDI entre as palavras «je» (eu) e «jeu» (jogo)]

Pergunta: O que é a intase e como se manifesta no nosso corpo?

O que é a intase? Primeiro, etimologicamente, é o inverso de êxtase. A intase é um estado profundo de absorção no Absoluto. Isso vos foi contado, por exemplo, por MA ANANDA MOYI (ou ainda por HILDEGARDE DE BINGEN), faz agora muito tempo.

A intase é um estado de absorção tal, da consciência, que não pode existir mais nenhuma manifestação exteriorizada da consciência. Não há, mesmo, mais radiação da Luz. A pessoa, como dizer, como que desertou desse corpo. O que explica, por exemplo, que nesse caso, o corpo possa estar completamente colado ao chão.

Não podemos descolá-lo do chão porque a consciência se extraiu, na totalidade, da Ilusão. Isso é a intase. Ao nível do corpo não há mais nenhuma percepção.

Pergunta: O que quer dizer: Eu sou o Caminho, a Verdade, a Vida?
Isso é muito metafísico. É o CRISTO que é suposto ter dito isso e ele disse: «eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida».

Quer dizer que ele exprimiu, através disso (ou como quando ele dizia: «eu sou o Alfa e o Ômega», é a mesma coisa), é que imitando o CRISTO, vocês tornam-se como Ele.

Agindo, no Amor, como o CRISTO, dizendo a Verdade, dizendo o que é a Vida, mostrando o Caminho, ele pode dizer: «eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida».

Não como seguir um Mestre mas, simplesmente, imitando-o, isto é, tornando-se como ele. E, além disso, tornar-se ele, para alguns. Lembrem-se: KI-RIS-TI é o Filho Ardente do Sol. É o Logos Solar. É CRISTO/ MIGUEL, para além da personagem histórica. É, como dizer, uma espécie de molde energético e de uma tela energética, no qual vocês se vão identificar, para além, claro, da pessoa.

E, nesse momento, vocês são o Caminho, a Verdade e a Vida. Não porque vocês tenham boas palavras, não porque vocês tratem tal pessoa ou porque vocês cacem demônios: porque vocês se tornaram totalmente Transparentes. Não há nada, em vocês, que pare a Luz porque vocês não existem mais, enquanto pessoa. Ou Absoluto, se vocês preferirem.

Pergunta: BIDI afirmou que não somos os nossos sofrimentos, esta personalidade. Mas, no quotidiano, eu sou confrontada com medos, com aspectos da minha personalidade.

Isso quer dizer, simplesmente, que tu não és Absoluto. Porque se tu fores Absoluto, tu podes morrer, tu podes sofrer, tu podes viver não importa o quê: tu não és afetada. O que é afetado, sempre e sempre, é a personalidade.

Se tu estás na personalidade, tu sofrerás sempre, tu terás emoções, todo o tempo. Se tu és Absoluto, as emoções não fazem senão passar. Tu não estás mais instalada nesse corpo, tu estás totalmente presente, eu diria, no Universo (é uma representação).

Mas, o que quer que aconteça na tua vida, o que quer que aconteça a esse corpo, isso não pode mais perturbar-te. Se tu estás perturbada, é porque tu estás na tua personalidade: é tão simples quanto isso. A vida de muitos místicos, de muitos santos (no Oriente e no Ocidente), vos mostrou isso, de forma evidente. E mesmo BIDI, quando esteve encarnado, teve um cancro que foi extremamente ruim, mas ele nunca sofreu.

Mais uma vez, o que quer que vos afete, o que é afetado, é sempre a personalidade. Quando a consciência está na Última Presença ou quando há (como ele diz, já?) não-consciência. Não, na não-consciência, mas quando vocês são Absoluto ou Último, o que quer que aconteça a esse corpo, o que quer que aconteça ao que tu nomeias esse concreto, não pode perturbar o que tu És.

E, além disso, não há nenhuma razão para que o quotidiano seja afetado do que quer que seja, quando tu és Absoluto, já que nesse momento, há uma tal Transparência, que não pode haver aí nenhum sofrimento. Pode haver fadigas, pode haver ainda humores. Mas, em caso algum, o concreto pode ocorrer e provocar alterações ao que tu És. Se houver uma alteração do que tu És, é simplesmente a personalidade.

Pergunta: Portanto, concretamente, nesta vida quotidiana, como ultrapassar os seus medos?
Não se pode fazer nada. É exatamente o que eu disse. Quer tu estejas na personalidade, quer tu não estejas mais na personalidade. Mas reflete bem: se, na tua vida, tu exprimes um medo ou alguma coisa que te perturba, o que é que exprime este medo? O que é que exprime esta contrariedade ou o que te perturba?

É, evidentemente, a personalidade. Aquele que está no Samadhi (e que está na Morada da Paz Suprema), não pode mesmo ser afetado por uma dor (por mais violenta que ela seja). Ele pode ter aí a surpresa. E mais uma vez, eu te digo: não há nenhuma razão para que isso se manifeste. Isto foi dito: o medo é o obstáculo principal ao Absoluto.

Se vocês manifestarem medos, vocês não podem ser Absoluto. É impossível. Portanto, o concreto (como tu dizes), o quotidiano (como tu dizes), se este quotidiano te afeta, te incomoda, o que é que é incomodado, se não a personalidade?

O Absoluto não pode ser incomodado pelo que quer que seja, mesmo numa forma. Vocês têm numerosos exemplos. E os místicos, podiam ser queimados. Podia fazer-se-lhes não importa o quê, que eles permaneciam neste estado particular.

Portanto, concretamente, não há nada a fazer: quer tu saias da personalidade, quer tu aí permaneças. Portanto, o objetivo não é não ver o que está aí, mas ser Transparente. Porque quando tu és Transparente, nada pode afetar esta Transparência, o que quer que aconteça na tua vida.

Portanto, se existem medos, se existem resistências, isso quer dizer o quê? Que a personalidade está aí.

Lembrem-se: vocês não podem permanecer na personalidade (qualquer que ela seja, mesmo a mais equilibrada) e viver o Absoluto; isto não é possível. Enquanto não houver esta revolução da consciência (que vos conduz à Presença, ao Eu Sou, à Última Presença), vocês serão afetados.

Por que MARIA vos falou sem parar da palavra Paz? Quantas vezes foi pronunciada esta palavra Paz, ontem? A Paz, não é qualquer coisa que se vá tentar cultivar, não vendo os problemas, negando-os, ou o que quer que seja.


É qualquer coisa que se estabelece em si, que faz com que haja esta famosa Transparência. Mas, enquanto tu te prenderes à tua própria vida, enquanto tu te prenderes à tua própria pessoa (isto foi dito de muitas formas, desde há vários meses), enquanto tu creres que tu tens uma história, uma profissão, um ofício, uma função: tu não és Absoluto.

É preciso largar tudo isso. Isto não quer dizer, mais uma vez, abandonar o trabalho, abandonar a família. Como disse BIDI, é mudar o ponto de vista. Nesse momento, a Transparência se instala, mas não antes. Portanto (sobretudo hoje), se permanecem medos em vocês, apreensões, interrogações, se vocês querem aí levar uma solução (o que é lógico): vocês vão se comportar na dualidade (qualquer que seja a expressão do que vos perturbe, quer isso vos diga respeito ou quer isso diga respeito a alguém que esteja no seu ambiente).

Vocês não podem Abandonar-se (Abandonar-se à Luz, Abandonar a personalidade) e, ao mesmo tempo, querer agir no seio dessa personalidade. É lógico, não? É o dilema com que vocês são confrontados.

E só há uma única solução (isto foi dito e repetido): Humildade, Simplicidade, Desidentificação, Refutação, etc., etc… O Samadhi, a Última Presença, o Absoluto, não são fugas à realidade (ou ao concreto), são uma Transcendência total do concreto, não pela vontade pessoal, não por uma reação, mas por um estado de Ser (ou um estado de Não Ser) para o Absoluto.

Enquanto vocês procurarem uma solução na personalidade, vocês não resolverão a equação da personalidade.
É tão simples quanto isto. Ora, CRISTO disse: «Procurem os Reinos dos Céus e o resto vos será dado por acréscimo». É estritamente a Verdade.

Pergunta: Se se alcançar este estado de Paz, será que isso impede os estados de doença?
Por que razão? Esse corpo é mortal. Pelo contrário, qualquer que seja a perturbação, a doença, as contrariedades ou outros, a consciência (e a Entidade) que está aí, não é de maneira nenhuma afetada. É uma questão de sensibilidade.

Vocês têm seres que são hipersensíveis ao nível do coração, do corpo: se eles tiverem uma pequena dor, eles vão se pôr a gritar. Vocês têm pessoas que são muito resistentes: eles vão sentir a dor mas eles não vão manifestar nada. E depois, vocês têm aqueles que são Absoluto ou na Última Presença: «sim, vá, uma dor e então?». É a identificação ao corpo que é responsável pela dor e pelo sofrimento, nenhum outro. E, mais uma vez, isto não quer dizer que é preciso negar o corpo.

A Paz é isso. E (também), quando foi explicada a Morada da Paz Suprema (Shantinilaya), quando MARIA falou, ontem, de Paz, e tudo o que foi dito por UM AMIGO sobre «estar tranquilo». Isto, vocês irão poder verificá-lo por vocês mesmos, com o que se vai agitar.

É fácil falar de espiritualidade, falar de Vibração, quando tudo vai bem. Mas quando tudo vai mal, o que é que se passa? Será que vocês são capazes de permanecer na mesma Paz, ou não? Se sim, então vocês estão na Última Presença ou Absoluto. Se vocês estão contrariados, ou afetados, ou no medo, ou no sofrimento, ou na emoção, isso quer dizer, simplesmente, que a personalidade está ainda à frente da cena.

Pergunta: Após um regime quase monástico, de repente eu sinto vontade de comer o que eu não costumava comer. O que eu faço, não querendo parecer o que eu não sou. Isto é do campo das resistências ou é outra coisa?

É unicamente do campo da personalidade. Como diz esta pessoa, ela fez um regime monástico, quer dizer que ela se fechou, ela mesma, em regras, esperando que se confinando nestas regras, isso ia como por acaso, desaparecer.

O natural voltou a galope. Como vocês dizem: «cacem (persigam) o natural, ele volta a galope».

Tudo aquilo a que vocês se forem opor, com a personalidade (é exatamente a mesma questão que em relação aos constrangimentos ou às contrariedades da vida quotidiana), tudo o que vocês quiserem preparar, antecipar, controlar, vai vos explodir na cara cada vez mais.

Então, era muito bom para a vida 3D, até ao presente, controlar as coisas, prevenir as coisas, preparar, antecipar. Mas isso era bom para manter uma aparência de segurança. Mas a verdadeira segurança, ela não está aí dentro. Isso não faz senão traduzir os medos.

E aquele que se contraria com um regime monástico, como aquele, ele se encontra confrontado com o quê? Com o retrocesso. Mas é normal. Lembrem-se bem que todo o excesso (qualquer que seja) tem por base a personalidade. E toda a privação também.

A espontaneidade do comportamento, a espontaneidade da consciência, se exprime diferentemente, justamente, dependendo se tivermos agido através da personalidade ou, dependendo se estivermos na Última Presença, na Paz, ou no Absoluto. A diferença é flagrante.

Quando vocês são Transparentes, Absoluto, Última Presença, quando vocês estão na Presença, o que é que foi dito? Que é a Ação da Graça, a Divina Providência (vocês chamem-na como quiserem), a Inteligência da Luz, que vai reger a vossa vida.

Portanto, em nome de quê vocês agiriam pela personalidade? Cabe a vocês ver. E isso, isso vai ser cada vez mais evidente e violento.

Na altura, eu falava de pôr debaixo do tapete, vocês se lembram. Depois, eu disse: «foi retirado o tapete». Agora é cada vez mais evidente.

Se alguma coisa se manifestar na vossa vida, o que quer que se manifeste na vossa vida, primeiro apreendam (mesmo se vocês não o compreenderem) que é sempre para ir para a Luz, mesmo se o elemento que se desencadeia vos pareça horrível (eu já disse isso, há pouco tempo, há cerca de um mês).

Mas, hoje mais do que nunca, a Luz, ela está cada vez mais intensa. Portanto, deixem trabalhar a Luz, que não quer dizer renunciar à sua vida, mas tornar-se Transparente à sua própria vida.

Então, claro, a Luz não vos vai fazer uma verificação. Mas, se vocês forem para o que nós dissemos há anos – a Fluidez da Unidade, a Sincronicidade –, se vocês estiverem na confiança, no Abandono da personalidade, para além do Abandono à Luz, certamente que a vossa vida se vai desenrolar sem nenhuma contrariedade.

Mas se vocês resistirem, o que é que vai se passar? Isso vai tornar-se cada vez mais complicado. Portanto, em resumo: quer vocês sejam ainda uma pessoa submetida à personalidade, quer vocês não sejam mais uma pessoa. E o que diz esta pessoa é perfeitamente exato: ela controlou, dirigiu, a sua vida, para um regime monástico (eu creio, ela o disse), para se aperceber que tudo lhe explodiu na cara. E ela tem bem consciência disso dizendo: «Oh bem, é preciso deixar fazer; é a Luz». Não, isso não é a Luz: é a personalidade.

Pergunta: A personalidade é, apesar de tudo, um elemento útil? Por exemplo, as pessoas, no fim da vida, podem desenvolver mais Paz para a sua passagem se elas tomarem ações relacionadas à personalidade, como gerenciar a sua herança?
Mas útil para quem e para quê? Para a herança, sim. É um problema da personalidade, estamos de acordo. É uma paz ilusória. O que vocês não apreendem, verdadeiramente, é que: quem controla? É a personalidade ou o que vocês São, na Verdade? Quem dirige esse saco de comida (como diria BIDI)? O vosso mental, a vossa pessoa ou o que vocês São, na Verdade?

As implicações, as consequências, não são nada as mesmas. A paz de que tu falas, é a ordenação dos seus assuntos. Qual a relação com o Absoluto, já que, de todo o modo, esse saco (como tu o dizes) está em vias de morrer para essa pessoa? Ela parte de consciência tranquila, como se diz. Mas de que paz se trata? Se vocês procuram a paz da personalidade, vocês não têm nada a fazer aqui.

A Paz de que fala MARIA não tem nada a ver com este gênero de paz. Espero que, pelo menos, vocês tenham apreendido isso. Quer tu controles os teus assuntos ou não, isso não mudará nada no desaparecimento da consciência da personalidade, estamos bem de acordo. Isso mudará sempre alguma coisa, para aqueles que ficarem, sobretudo se, eles também, estiverem na personalidade.

Aí, não estamos a falar das mesmas coisas. A Paz espiritual não tem nada a ver com a paz da pessoa. Aquele que é Absoluto (e que está na Morada da Paz Suprema) não está em nenhum caso preocupado com a morte desse corpo, nem com o sofrimento, eu o disse. É profundamente diferente.

Pergunta: As famílias espirituais existem somente ao nível da alma ou podem existir também ao nível da Essência?

Absolutamente, não. As famílias espirituais podem ser, por exemplo, ressonâncias de linhagens ou referências, ressonâncias, de origem estelar. Mas é tudo.

A noção da palavra família é extremamente limitadora. Então, efetivamente, vocês têm alianças, digamos (familiares, se se pode dizer), entre diversas origens estelares, com óperas cósmicas, digamos. Mas, tudo isso é extremamente limitado em relação ao Absoluto, uma vez que o Absoluto não reconhece separação.

Ao nível do Absoluto, não há mesmo linhagem, não há mesmo origem estelar. Agora, cabe a vocês se estabelecerem onde vocês quiserem. Mais uma vez, não há uma que é verdadeira e outra que é falsa. É uma Verdade que está em diferentes níveis. E o que está num nível é verdadeiro para aquele que aí está, mas não é verdadeiro para aquele que não está aí. E isto não é absolutamente contraditório.

Tenham atenção com esta noção de família espiritual. Também aí havia uma história de famílias de almas. É muito engraçado encontrar almas gêmeas, pessoas com quem se crê que se teve coisas lá em cima, etc., etc.… Mas, muitas vezes, isso são álibis.

Não esqueçam que as leis que regem o Universo, ao nível dos Mundos Unificados, não têm nenhuma correlação possível com as leis deste mundo.


Portanto, enquanto vocês se basearem na experiência e na vivência do que vocês conhecem, sobre este mundo, vocês não fazem senão transpor para os outros mundos.
Não é assim que isso funciona. Além disso, a problemática do ser humano, quando ele morre, é crer que ele vai continuar a fazer as mesmas coisas.

Então, não leva o seu dinheiro, ele não leva o seu marido ou a sua mulher, ele não leva os seus filhos nem a sua casa: o que é que ele faz? Ele vai reproduzir a mesma coisa do outro lado. Ele não saiu da ilusão, nem da pousada (entre aspas). Mas tudo isso vai mudar, já que vocês sabem: vocês estão todos Libertados.

Mas não confundam as coisas: a palavra Paz, a Paz espiritual, Shantinilaya, não tem nada a ver com a consciência tranquila
(como o exemplo anterior, de colocar os seus assuntos em ordem, para partir tranquilo).

Nós não temos mais perguntas, nós vos agradecemos
.

Em todo o caso, eu vos agradeço muito por todas as perguntas que são sempre muito enriquecedoras para aqueles que ouvem e lerão esta conversa.

Portanto, eu vos transmito todas as minhas Bênçãos, todo o meu Amor.

Portem-se bem.

Até breve.


Mensagem de O. M. AÏVANHOV no site francês Autres Dimensions:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1552
16 de agosto de 2012
(Publicado em 17 de agosto de 2012)
Tradução para o português: Cristina Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com

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