Eu sou o Mestre PHILIPPE DE LYON.
Irmãos e Irmãs encarnados, eu vos apresento a minha Paz e eu acolho a vossa Graça.
Eu me apresento a vocês enquanto Melquisedeque da Terra e eu começarei a minha intervenção por estas palavras: «O que vem da carne, pertence e retorna à carne. O que vem do Espírito, retorna ao Espírito».
Sobre esta Terra, onde vocês estão presentes, foi-me pedido para vos exprimir algumas noções que visam, nestes tempos, vos situar, vos colocar e se reconhecerem, no seio do Amor e de qual Amor. Para conveniência da minha exposição, eu falarei do amor dos homens, do Amor do CRISTO (ou Princípio Solar) e enfim, do Amor Absoluto.
Para além do que pode estar veiculado a esta palavra, além da Consciência que está em relevo, todo o Amor presente sobre esta Terra será qualificado (de maneira espontânea, natural e, eu diria, obrigatória), seja em função da experiência que vocês tenham tido, seja em função das vossas crenças, seja em função de um ideal e seja, justamente, este amor que não pode mais ser definido nem em si, nem no exterior de si.
A personalização do amor concerne, certamente, ao amor dos homens e ao Amor do CRISTO. A particularidade deste amor, quaisquer que sejam a expressão e a manifestação, será, de maneira indissolúvel, religada à experiência, à Fé, ao ideal, à vivência. Este amor se exprimirá através da carne, ou através de um ideal ou de uma crença.
Ele é, portanto, de maneira lógica, portador de certas qualidades e, eu diria mesmo, de uma certa quantidade. Aquando da minha última encarnação, eu queria um Amor sem falha (perfeito) ao CRISTO. Era, portanto, um ideal de Espírito. Esta tensão para ele levou-me rapidamente a compreender o sentido das suas palavras, relativamente ao Amor, que lhe foram atribuídas. E tudo, ao longo da minha vida, manifestou esta frase essencial: «Amem-se Uns aos Outros como eu vos Amei».
Para além do ideal, a minha memória de vida na encarnação, sem entrar nos detalhes, me permitiu, para além do ideal, consciencializar certas experiências passadas, «Amem-se uns aos outros como eu vos Amei», apela a uma interrogação: Como é que o CRISTO nos amou? Para além de qualquer disputa partidária, para além de toda a religião, qual é a particularidade deste Amor?
Qualquer que seja a forma com que se queira definir ou situar, quaisquer que sejam os qualificativos aplicados à palavra Amor (quer seja ilimitado, incondicional, divino, espiritual), o que, portanto, fez de mais, o que, portanto, manifestou de mais, este Princípio Crístico, que o comum dos mortais, para além da sua crença em CRISTO, ou não, de uma maneira adequada ou inadequada, tenta expressar? A resposta, para além da minha memória, me mostrou que a melhor forma de Amar, como ele nos Amou, era, portanto, tornar-se Ele.
Tornar-se Ele, para além da imitação e da compreensão, se traduziu, nessa encarnação, como a evidência da noção de serviço e de devoção. E era preciso resolver este paradoxo que, na época, foi um para mim. Quando o Princípio Crístico, ou quando um dos nossos Irmãos ou Irmãs orientais, com palavras certamente diferentes, dizem e afirmam: «Eu e o meu Pai somos UM», ou ainda: «O que vocês fizerem ao mais pequeno de vós, é a mim que o fazem».
A este nível se situa um mistério que a razão não pode nem apreender nem mesmo entender, para além de toda a teologia e de toda a fé. Existe, portanto, no homem, uma possibilidade, esta possibilidade que é a de viver em Unidade com o Pai ou A Fonte.
Esta possibilidade de viver o que é chamado a Não separatividade e de viver, efetivamente, para além de toda a crença ou de toda a adesão, o Princípio de Unidade expresso através de todas as formas e todas as Consciências encarnadas sobre esta Terra.
Naturalmente, isso é um imenso desafio porque, a partir do instante em que vocês se aproximam, a partir do instante em que vocês dão a mostrar, pela vossa vida, que este gênero de Amor está aí, muito rapidamente as circunstâncias da vossa vida fazem com que o que se opunha, num primeiro tempo, ao que vocês estabelecem, vá aumentar.
O Amor dos homens como o Amor do CRISTO, necessita de uma forma de apagamento que vai bem além do sentido do serviço e de dedicação. Este apagamento vos faz colocar, no interior de vocês, um princípio. Este princípio, eu, aí também, o anunciei claramente na minha última vida. Quando me perguntavam como eu podia curar desta maneira, eu respondia invariavelmente: «É porque eu sou o mais pequeno entre vós». E a resposta está, efetivamente, a esse nível.
Nos ensinamentos e preceitos que vos são dados, tanto pelos Anciãos como pelas Estrelas, vocês o notaram, vêm sempre os Quatro Pilares ao nível do Coração: a Humildade e a Simplicidade, a Transparência e a Infância. Isto serve para dizer que qualquer que seja a vossa vivência, quaisquer que sejam as vossas experiências, qualquer que seja a vossa aproximação Vibratória, intelectual ou mesmo simplesmente da fé, a mais bem sucedida, nós somos todos confrontados, a um dado momento, com o que eu chamaria um princípio de realidade, que está onipresente sobre esta Terra, ainda por enquanto, que é, claro, a competição e a predação.
Como é que o que os sentidos dão a viver, o que a razão dá a experimentar, onde o amor permanece um ideal que pode ser encontrado no outro (seja ele uma companheiro ou uma companheira, seja ele o CRISTO), pode encontrar existência apesar, justamente, do que é dado a perceber como competição e predação?
A única verdadeira maneira de chegar aí não pode ser, em nenhum caso, uma ascese, não pode ser, em nenhum caso, considerada como uma lei que, se ela for seguida em função dos seus próprios conceitos, vai permitir viver este Amor. É preciso antes admitir que o amor dos homens é, antes de tudo, condicionado e condicionante, pela vivência de cada um.
E vocês sabem muito bem que, mesmo no que se refere ao Amor do CRISTO, cada um vai idealizar uma vida (que ele não conheceu) ou através dos escritos e, mesmo para alguns, como foi o caso para mim, através de certas memórias. Qualquer que seja a forma de se dirigir para este Amor, que isso seja por ideal, quer isso seja pela experiência, quer isso seja pela reminiscência, num dia ou noutro, vocês não poderão senão tirar a conclusão seguinte: é que este amor, por definição, é sempre condicionado, condicionante.
Na vossa época, o ideal foi chamado amor incondicional, amor Vibral, amor Luz. Foi-vos também relatado, longamente e antes de tudo, que a consciência era Vibração e que o verdadeiro amor não se podia expressar sem estarem presentes, em vocês, a Coroa Radiante do Coração, o Fogo do Coração, em ressonância, portanto, aí também, com os aspectos da percepção Vibratória.
Também vos foi dado, durante estes anos, um certo número de elementos que, pelo que foi chamado a resposta do coração, o switch da Consciência e, mais recentemente, o Manto Azul da Graça e a Onda da Vida, vos deram a viver ou a aproximar um Amor que está muito além de toda a forma, além de todo o conceito, de toda a experiência e, eu diria mesmo, de todo o humanismo. Aquele que vive este Amor (e eu não voltarei a isto), vocês têm, eu diria, um perceptor admirável que é BIDI.
A Liberdade do homem, nesta carne que é prisão, vai ser simplesmente um livre arbítrio lhe permitindo se definir, se estabelecer e manifestar o amor dos homens, o Amor do CRISTO ou o Amor Absoluto. Existe uma espécie, não de hierarquia, mas de gradação, indo do mais condicionado e condicionante, ao mais Livre.
O amor levado sobre um objeto (e eu entendo por objeto, uma forma consciente, quer isso seja um humano, quer isso seja um hobby, quer isso seja um filho ou um familiar) está, por essência e por natureza, condicionado pela própria experiência, pelo próprio passado. Estas experiências e estas vivências condicionantes vão representar, quaisquer que elas sejam, felizes ou infelizes, os limites e os quadros, da expressão do vosso amor, da manifestação do vosso amor, da vida, vos dando a viver, muito precisamente, o que vocês criaram ou o que vocês pensam ter sofrido.
Existem, portanto, condições e uma quota deste tipo de amor, porque ele se inscreve (quer vocês o queiram, quer não, quer haja uma ligação do espírito ou não, mesmo que não haja uma relação física, propriamente dita) na carne.
A pergunta que eu me coloquei, e qualquer que seja o amor que eu pude levar (tanto aqueles que eu tratei como à minha esposa), foi de saber se esse amor aí permitia ser uma porta de acesso, tanto ao Amor do CRISTO como ao Amor Absoluto.
O conjunto das religiões e dos sistemas filosóficos e espirituais vão, todos, com raras exceções, falar-vos deste amor, sob uma forma ou sob outra, vos convidando a levar a vossa Atenção, a vossa Consciência, sobre as formas de se comportar e de se manifestar o amor, a fim de chegar a qualquer coisa que, segundo os lugares, pode ser chamado o Nirvana, o Céu ou, em todo o caso, o Espírito. Não existem muitas maneiras de passar do amor dos homens ao Amor do CRISTO e ao Amor Absoluto. E isto, eu o resumi nesta frase que vos dei.
Aceitar desaparecer, aceitar não ser mais nada, se apagar completamente, a fim de deixar todo o espaço ao Princípio Solar, a fim de poder, um dia, viver-se este Amor Absoluto. Viver o Amor Absoluto, é fazer cessar toda a condição, não por um desejo, não por uma vontade, mas antes o momento em que há uma espécie de rendição, de capitulação, mesmo à vontade de Amar.
Esta capitulação não é uma negação do amor humano e ainda menos do CRISTO, mas antes uma maturidade que vos faz apreender, no espaço de um instante, que, qualquer que seja este amor que vocês tenham, qualquer que seja a empatia, a compaixão e o carisma que vocês possam manifestar, pela vossa própria natureza ou por um ideal trazido, qualquer que seja a vossa tensão para o CRISTO, e se vocês olharem razoavelmente para o Ocidente, sem mesmo falar de religião, o número de pessoas que tendem, em ideal, para o CRISTO e quais são capazes de manifestar o CRISTO: quer isso seja segundo um modo antigo pelos estigmas, quer isso seja pelos milagres, quer isso seja pela identificação total, eles são efetivamente muito pouco numerosos.
O que é que diferencia, portanto, estes seres, pouco numerosos, do conjunto de todos os humanos virados, no entanto, para o mesmo ideal, a mesma Fé ou a mesma crença? Ora bem, é simplesmente a capacidade, para além da vontade, de desaparecer. Isso vos foi expresso, noutros termos, mas com o mesmo sentido, por algumas Estrelas.
A vontade de agir e a vontade de se conformar a um ideal, de aí aplicar as regras dadas por esse ideal, na Vossa vida, é uma etapa mas não pode, nunca, bastar. O Amor do CRISTO, do Duplo, o Amor Mariano ou o Amor de todo o Ancião, de toda a Estrela ou de todo o ser pertencente aos Mundos Unificados e Livres, (da mesma forma se realiza convosco, através do que vos foi dado, nas experiências de Comunhão e naquelas que se seguem), não pode realizar-se senão o que vocês são, no espaço de um instante, não existe mais.
Esta aprendizagem das diferentes formas de Comunhão (e as que se seguem: Fusão, Dissolução), não é possível (e vocês se aperceberão cada vez mais) senão nos momentos em que, justamente, vocês não existirem mais enquanto pessoa. Os momentos em que vocês não existem mais enquanto pessoa, são certamente os momentos em que vocês dormem, os momentos em que vocês desaparecem e onde o que vocês vivem não pode ser referenciado a nenhuma vivência, a nenhuma anterioridade, a nenhuma comparação. Certamente, nos momentos em que o que é nomeado mental, cessa a sua ação preponderante.
O Amor do Cristo conduz ao Amor Absoluto, a partir do instante em que o CRISTO não é somente um ideal, mas onde este Princípio Solar se torna o que foi nomeado por HILDEGARDE: essa tensão para o Abandono. É efetivamente o momento em que vocês reconhecem, por uma espécie de maturidade, que não há nada a procurar, que não há nada a esperar, que não há nada a pedir, que não há nada a dar, que não há nada a servir.
É o momento, como eu dizia, em que vocês capitulam todo o ideal, todo o elemento exterior. É o momento em que, finalmente e realmente, vocês tomam consciência, Abandonando-o, justamente, que o mundo, o universo e tudo o que não vos é sensível, não está no exterior de vocês, mas em vocês. Ver isso e viver isso é, efetivamente, desaparecer de toda a ilusão.
Este é um passo a atravessar, nomeado Porta Estreita, Porta OD, que enquanto Melquisedeque da Terra eu levo (como ANA, mãe de MARIA e Estrela OD), nos puderam, talvez, permitir, não como uma recusa da carne mas antes, aceitando, justamente, esta fraqueza da carne, a sua falibilidade, a sua insuficiência, nos permitiram, num momento, esquecermo-nos.
E é neste esquecimento, neste desaparecimento, que se encontra a Humildade e a Simplicidade. E é neste desaparecimento que vocês renascem em CRISTO e em Absoluto. Aceitar ver, aceitar compreender e, portanto, vivê-lo, por um mecanismo que eu nomeei maturidade, que qualquer busca, qualquer procura, não faz senão afastar-vos do vosso objetivo: aceitar isso faz, mesmo, desaparecer o caminho e a busca.
O Amor Absoluto não é mais do que realizar, para além de toda a vontade e de todo o ideal, que o que vocês procuram, justamente, através dessa carne ou deste ideal está, de toda a Eternidade, presente, aqui. A linearidade do tempo que podia vos afetar, não vos afeta mais. É nesse momento aí que, para os místicos, no passado, o envelope do Coração era rompido, pondo fim à ilusão, seja pelo Princípio Crístico, seja pelo Princípio Micaélico, seja, hoje e desde há um ano, pelo impulso Metatrónico que abre a porta KI-RIS-TI.
Assim, portanto, aceitar, em Consciência, desaparecer, em si mesmo, sem qualquer tentativa de ação de Bem, implica uma espécie de resolução e de libertação da carne e do espírito, que revela mesmo a essência do que nós somos: Amor. Realizando isso, não há mais nada a demonstrar, não há mais nada a projetar, não há mais nada a querer. Isso passa por uma maturidade.
Esta maturidade não está ligada à idade nem mesmo à antiguidade das encarnações: é, eu diria, uma atitude do Espírito que aceita, efetivamente, fazer e dizer como o CRISTO: «Pai, eu entrego o meu Espírito em tuas mãos». Certamente, não há mãos. Certamente, Pai, na linguagem ocidental de hoje, está bem longe do sentido original que era ABBA.
O que acontece, no momento da maturidade, ocorre mais frequentemente no decurso de um sentimento de abandono, de um sentimento «do que é bom», que ocorre, mais frequentemente, no seio de um amor dos homens como de um Amor do CRISTO (ou Princípio Solar, se a palavra vos incomoda).
Num momento de lucidez em que a própria Consciência se olha a si mesma como agindo, como operando e vendo que esta ação, estas ações e estas operações, não conduzem, definitivamente, a parte nenhuma. Isso não põe em causa a vivência inicial. Isso não põe em causa a vivência do Serviço. Isso não põe em causa as virtudes do Amor CRISTO, mas vem, efetivamente, transmutá-las com uma clareza totalmente nova, que não depende, precisamente, de nenhum dos conceitos, de nenhum ideal e de nenhuma carne, nem de nenhuma lógica, no sentido humano.
A Libertação da Terra e a Vossa Liberdade passam inevitavelmente pela recordação, a reminiscência, do que foi chamado, por ABBA, A Fonte, ela própria, a Semente e a Promessa. É o momento fulgurante em que vocês tomam realmente consciência, pela maturidade, que vocês não são nada, aqui, sobre esta Terra, mas que vocês são Tudo, em Espírito.
É mesmo, efetivamente, uma capitulação, uma rendição, sem nenhuma condição, de todos os status anteriores, de todas as realizações anteriores e de todas as experiências anteriores. Como isso já vos foi expressado, muitas vezes: apenas vocês podem fazer esta transmutação, apenas vocês podem cruzar esta Porta, apenas vocês podem renunciar.
A lembrança do Juramento e da Promessa (quer isso seja ao nível dos sinais do Céu e da Terra, quer isso seja ao nível dos vossos sinais Vibratórios, quer isso seja nas vossas interrogações), esta Passagem – que não é uma – é indispensável, não como uma provação, não como um exame de Passagem do que quer que seja, mas antes como o momento em que vocês param de buscar o que quer que seja e em que vocês descobrem que Tudo está aí.
É neste momento que o Fogo Micaélico, Metatrónico e, mais recentemente, a Onda da Vida e o Manto Azul da Graça, põem fim à ilusão, à separação e à condição, qualquer que seja esta condição.
O Amor Absoluto não é um Amor que possa ser imaginado, idealizado, levado ao conjunto do criado e do incriado. Também não é, somente, o fim da separação que, ela, aparece a partir do instante em que o Amor CRISTO for ideal ou idealizado. É esta noção de desaparecimento e de maturidade que ocorre e ocorrerá, inevitavelmente, que ocorre individualmente, num dado momento, e que ocorre, inevitavelmente, neste fim de ciclo que vocês vivem.
Enquanto o amor for considerado como devendo ser virado e manifestado para um exterior (objeto, consciente, forma, humana ou não), enquanto existir um ideal virado, ele também, para o exterior (seja ele o CRISTO), então, paradoxalmente, esta exteriorização e esta manifestação (mesmo sob a forma de altruísmo, de carisma, de compaixão e de empatia) não faz senão afastar-vos do Amor Absoluto.
O Amor Absoluto não é uma busca, uma missão, e ainda menos uma etapa a escalar, representa antes esta maturidade e esta capitulação do efêmero, da carne e da projeção. Claro, os nossos Irmãos e Irmãs orientais realçaram a meditação e as suas diferentes formas.
A meditação tem por objetivo, finalmente, vos permitir consciencializar que vocês não são, nem esse corpo, nem o que anima esse corpo, enquanto emoção e mental, e vos permite, finalmente, libertar aquele que observa. Ir além daquele que observa é, justamente, não mais mover, é, justamente, não mais querer compreender nem se apreender do que quer que seja, é, portanto, como eu o disse, esta espécie de capitulação, de rendição sem condição, que leva ao Amor Absoluto, ou se vocês preferirem, à Morada da Paz Suprema. Esta Morada da Paz Suprema não vem de outro lugar senão do que vocês São, para além da identidade.
O Amor Absoluto não se decreta, não se procura. Ele depende justamente, se o podemos dizer, do desaparecimento de todas as condições prévias, vividas, colocadas ou idealizadas. É nesta espécie do que a personalidade poderia chamar o Nada, que se encontra o Todo.
Isto é consistente com o que eu disse, na minha última encarnação: «é porque eu era o mais pequeno que os milagres se realizavam».
Não era, nem eu, nem a minha vontade, nem a ação direta sobre qualquer coisa exterior (chamada um outro Irmão ou um outro ser humano). É antes, realmente, aquilo que eu chamaria, na falta de um melhor termo, a interiorização desta Consciência que me aparecia numa forma exterior, que eu pude viver a realidade Última: Que aquilo que eu tratava, que aquele ao qual eu dava a minha afeição, o meu interesse, o meu Amor, era eu.
Não como uma crença, não como um ideal, mas antes como a verdade íntima.
As experiências que os nossos Planos talvez vos tenham permitido viver, não têm senão um só objetivo: para além do Apelo de MARIA, para além do contato com tal Ancião, tal Estrela, ou tal Arcanjo, é antes, efetivamente, de vos fazer descobrir a Verdade, aquela que não está sujeita a nenhuma condição e nenhum limite.
E isto passa-se nessa carne que vocês habitam; quer vocês denominem essa carne, um Templo (mas eu vos lembro que um Templo não é nada, se ele estiver vazio), quer vocês chamem a esse corpo, um saco, isso não tem, definitivamente, nenhuma espécie de importância porque, tanto um como o outro, no momento da maturidade, vos vão fazer aparecer o que vocês São, para além de toda a projeção e de todo o ideal. Vocês encontrarão, através do que eu completo hoje, o que vos foi dito por outros Anciãos, desde há muitos meses.
Definitivamente, e nestes tempos de Revelação, a questão que vos deveria tocar não é a de um eventual destino em relação à Ascensão, mas, bem mais, no instante presente, livre de toda a espera, livre de toda a esperança e de toda a projeção: «quem sou eu e o que sou eu?».
Não nos meus atos, nas minhas ações e na minha vida, mas bem mais fundamentalmente, bem mais intimamente, para além de toda a aparência, mesmo para além desta forma (quer eu lhe chame um saco ou um templo), para além de toda a crença, para além de toda a carne: «o que é que está aí?».
Elementos de resposta vos foram dados pelas Portas e as Estrelas, estruturas Vibratórias, pelo Manto Azul da Graça e pelo Canal Mariano. Esta questão, se, pelo processo da maturidade vos conduz à renúncia real – e não fingida –, vos revela então o Último, o Amor Absoluto.
O Amor Absoluto é bem mais do que o amor incondicional e incondicionado; ele é, muito exatamente, reencontrar o que nós somos, na Eternidade, para além da carne e mesmo para além do Espírito, para além de todo o princípio de identidade e de identificação, de toda a Comunhão, de toda a Fusão ou Dissolução, e mesmo que todo o Duplo.
Isto foi também expressado pelo bem amado João ou SRI AUROBINDO, relativamente à distinção entre Interior e Exterior. Isto foi expressado, também, de uma outra forma, por NO EYES, relativamente a esta Visão do Coração que não tem o que fazer com os olhos.
A única verdadeira Liberdade está aí. Todo o resto são apenas aparências de Liberdade, quer vocês as denominem caminhos, quer vocês as denominem Livre Arbítrio, evolução, ou iniciação. O conjunto destes elementos não são senão ilusões, que apenas aí estão, definitivamente, para vos permitir esperar o tempo da maturidade e da renúncia.
Isso não é uma meditação, isso não é uma iniciação ou um exercício, qualquer que seja, mas é justamente o momento em que a maturidade, com uma acuidade inigualável, vos faz largar a totalidade do que vocês acreditavam ter mantido e ter realizado. O retorno da Luz, total e completo, está destinado, se vocês o aceitarem, a vos permitir ser este Amor Absoluto, que não depende de nenhuma causa, de nenhum efeito, de nenhuma circunstância e, sobretudo, de nenhuma condição.
É, portanto, a vocês que cabe olhar atentamente – para além dos vossos sinais Interiores, para além dos sinais do Céu e da Terra, para além de toda a espera, de toda a esperança –, se situarem inteiramente neste famoso instante presente do Aqui e Agora, que não depende de nenhuma causa, de nenhum amanhã, e que, para além do observador ou da testemunha, para além do ideal CRISTO, vai romper o confinamento.
Esta ruptura permite-vos se definirem entre um antes e um depois. Isto é a Ressurreição. O Amor Absoluto, tal como o Absoluto, não pode ser posto em forma, nem mesmo explicado. Isso faz parte do que é vivido, ou não, mesmo se os seus efeitos forem traduzíveis e explicáveis. Mas este explicável, pelo fato de ser a personalidade que o exprime, será, necessariamente, condicionado pela vivência anterior, mesmo se esta for transcendida.
Um Absoluto com forma cuja cultura é oriental, não terá a mesma expressão num sufi como num ocidental, mas a vivência para além da experiência é estritamente a mesma. Não é senão, quando isso é conceitualizado e posto em palavras ou em ideias, que a diferença aparece. O fim da identidade, enquanto pessoa, põe fim à preeminência do amor dos homens e do amor do CRISTO.
Só o Amor Absoluto, que, mais uma vez, não é, nem condicionado, nem condicionante, se torna, não a expressão mas o estado normal do ser que o vive. Este estado normal não pede nenhum esforço, nenhuma vontade, nenhuma dualidade, transformando o que poder ser vivido, no seio do Si, como Fluidez ou Sincronicidade, substituindo-o pela Graça e a Paz Suprema.
Este Abandono do Si, esta renúncia, tal como eu a apresentei, não é, em caso algum, um abandono da vida, mas é, justamente, enfim, estar na Vida. Sair dos condicionamentos do amor e dos traumatismos do amor dos homens, apela a ser e a viver esta maturidade, num dado momento ou noutro.
E não é senão quando houver capitulação (como, por exemplo, vos descreveu o nosso Irmão Ancião UM AMIGO ou ainda o IRMÃO K) que vocês chegam, de qualquer modo, a este Choque da Humanidade – que põe em jogo, de maneira formal, o prognóstico vital do indivíduo e do coletivo humano –, que se realiza esta maturidade, de maneira mais natural.
O que é considerado como impossível (enquanto a personalidade existir), tornando-se possível pelos fatos mostrados, vistos e vividos, pode viver-se enquanto Última possibilidade: o Abandono do Si. Esta data não é um qualquer fim, mas antes o fim da consciência separada, o fim de um Ciclo, ao nível coletivo, e não ainda o que vocês poderiam chamar, do ponto de vista da personalidade, o fim do mundo, mas antes o Último Apelo e Último aviso.
Isto corresponde ao vosso encontro com MARIA e o Arcanjo MIGUEL (ndr: ver, particularmente, as intervenções de MARIA de 21 de agosto de 2012, e MIGUEL, de 18 de agosto de 2012). Vejam para além do que os vossos olhos da pessoa quererão ver. Penetrem a essência da vivência e não simplesmente o aspecto aparente do que vem do Céu ou do que vem da Terra. Eu vos remeto (e eu concluo logo a seguir) para esta frase que o Comandante (ndr: Omraam Mickaël AÏVANHOV) usou largamente e que vos vem bater de forma inevitável: «o que a lagarta chama morte, a borboleta chama nascimento».
O que vocês são chamados a manifestar, durante este período, o que vocês são chamados a viver, representa, para cada um de vocês, a melhor das oportunidades, o que seja que a vida tenha decidido manifestar para vocês. Vejam para além do simples fato, da simples explicação. Aí se situa a possibilidade da vossa Ressurreição. Vivam isso com uma serenidade e uma Paz que permitirá não ser, de maneira nenhuma, desestabilizado.
Eu diria: sentem-se em vocês, frente a vocês. Vejam-se claramente, sem trapaça. Eu não peço um exame de consciência mas, simplesmente, o fato de estar Lúcido, porque a Lucidez participa da maturidade.
Se há, em vocês, perguntas específicas sobre as minhas palavras de hoje, então, Irmãos e Irmãs, eu vos escuto.
Nós não temos perguntas, nós vos agradecemos.
Irmãos e Irmãs, aqui, pela minha posição de Melquisedeque da Terra, vivamos, em conjunto, um instante de Graça e Silêncio, na Consciência da Dissolução, se vocês o quiserem, fechando os olhos…
… Partilhamento do Dom da Graça …
Eu saúdo, em vocês, a vossa Presença.
E eu vos digo até uma próxima vez.
Mensagem de PHILIPPE DE LYON no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1576
28 de agosto de 2012
(publicado em 29 de agosto de 2012)
Tradução para o português: Cris Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com
Irmãos e Irmãs encarnados, eu vos apresento a minha Paz e eu acolho a vossa Graça.
Eu me apresento a vocês enquanto Melquisedeque da Terra e eu começarei a minha intervenção por estas palavras: «O que vem da carne, pertence e retorna à carne. O que vem do Espírito, retorna ao Espírito».
Sobre esta Terra, onde vocês estão presentes, foi-me pedido para vos exprimir algumas noções que visam, nestes tempos, vos situar, vos colocar e se reconhecerem, no seio do Amor e de qual Amor. Para conveniência da minha exposição, eu falarei do amor dos homens, do Amor do CRISTO (ou Princípio Solar) e enfim, do Amor Absoluto.
Para além do que pode estar veiculado a esta palavra, além da Consciência que está em relevo, todo o Amor presente sobre esta Terra será qualificado (de maneira espontânea, natural e, eu diria, obrigatória), seja em função da experiência que vocês tenham tido, seja em função das vossas crenças, seja em função de um ideal e seja, justamente, este amor que não pode mais ser definido nem em si, nem no exterior de si.
A personalização do amor concerne, certamente, ao amor dos homens e ao Amor do CRISTO. A particularidade deste amor, quaisquer que sejam a expressão e a manifestação, será, de maneira indissolúvel, religada à experiência, à Fé, ao ideal, à vivência. Este amor se exprimirá através da carne, ou através de um ideal ou de uma crença.
Ele é, portanto, de maneira lógica, portador de certas qualidades e, eu diria mesmo, de uma certa quantidade. Aquando da minha última encarnação, eu queria um Amor sem falha (perfeito) ao CRISTO. Era, portanto, um ideal de Espírito. Esta tensão para ele levou-me rapidamente a compreender o sentido das suas palavras, relativamente ao Amor, que lhe foram atribuídas. E tudo, ao longo da minha vida, manifestou esta frase essencial: «Amem-se Uns aos Outros como eu vos Amei».
Para além do ideal, a minha memória de vida na encarnação, sem entrar nos detalhes, me permitiu, para além do ideal, consciencializar certas experiências passadas, «Amem-se uns aos outros como eu vos Amei», apela a uma interrogação: Como é que o CRISTO nos amou? Para além de qualquer disputa partidária, para além de toda a religião, qual é a particularidade deste Amor?
Qualquer que seja a forma com que se queira definir ou situar, quaisquer que sejam os qualificativos aplicados à palavra Amor (quer seja ilimitado, incondicional, divino, espiritual), o que, portanto, fez de mais, o que, portanto, manifestou de mais, este Princípio Crístico, que o comum dos mortais, para além da sua crença em CRISTO, ou não, de uma maneira adequada ou inadequada, tenta expressar? A resposta, para além da minha memória, me mostrou que a melhor forma de Amar, como ele nos Amou, era, portanto, tornar-se Ele.
Tornar-se Ele, para além da imitação e da compreensão, se traduziu, nessa encarnação, como a evidência da noção de serviço e de devoção. E era preciso resolver este paradoxo que, na época, foi um para mim. Quando o Princípio Crístico, ou quando um dos nossos Irmãos ou Irmãs orientais, com palavras certamente diferentes, dizem e afirmam: «Eu e o meu Pai somos UM», ou ainda: «O que vocês fizerem ao mais pequeno de vós, é a mim que o fazem».
A este nível se situa um mistério que a razão não pode nem apreender nem mesmo entender, para além de toda a teologia e de toda a fé. Existe, portanto, no homem, uma possibilidade, esta possibilidade que é a de viver em Unidade com o Pai ou A Fonte.
Esta possibilidade de viver o que é chamado a Não separatividade e de viver, efetivamente, para além de toda a crença ou de toda a adesão, o Princípio de Unidade expresso através de todas as formas e todas as Consciências encarnadas sobre esta Terra.
Naturalmente, isso é um imenso desafio porque, a partir do instante em que vocês se aproximam, a partir do instante em que vocês dão a mostrar, pela vossa vida, que este gênero de Amor está aí, muito rapidamente as circunstâncias da vossa vida fazem com que o que se opunha, num primeiro tempo, ao que vocês estabelecem, vá aumentar.
O Amor dos homens como o Amor do CRISTO, necessita de uma forma de apagamento que vai bem além do sentido do serviço e de dedicação. Este apagamento vos faz colocar, no interior de vocês, um princípio. Este princípio, eu, aí também, o anunciei claramente na minha última vida. Quando me perguntavam como eu podia curar desta maneira, eu respondia invariavelmente: «É porque eu sou o mais pequeno entre vós». E a resposta está, efetivamente, a esse nível.
Nos ensinamentos e preceitos que vos são dados, tanto pelos Anciãos como pelas Estrelas, vocês o notaram, vêm sempre os Quatro Pilares ao nível do Coração: a Humildade e a Simplicidade, a Transparência e a Infância. Isto serve para dizer que qualquer que seja a vossa vivência, quaisquer que sejam as vossas experiências, qualquer que seja a vossa aproximação Vibratória, intelectual ou mesmo simplesmente da fé, a mais bem sucedida, nós somos todos confrontados, a um dado momento, com o que eu chamaria um princípio de realidade, que está onipresente sobre esta Terra, ainda por enquanto, que é, claro, a competição e a predação.
Como é que o que os sentidos dão a viver, o que a razão dá a experimentar, onde o amor permanece um ideal que pode ser encontrado no outro (seja ele uma companheiro ou uma companheira, seja ele o CRISTO), pode encontrar existência apesar, justamente, do que é dado a perceber como competição e predação?
A única verdadeira maneira de chegar aí não pode ser, em nenhum caso, uma ascese, não pode ser, em nenhum caso, considerada como uma lei que, se ela for seguida em função dos seus próprios conceitos, vai permitir viver este Amor. É preciso antes admitir que o amor dos homens é, antes de tudo, condicionado e condicionante, pela vivência de cada um.
E vocês sabem muito bem que, mesmo no que se refere ao Amor do CRISTO, cada um vai idealizar uma vida (que ele não conheceu) ou através dos escritos e, mesmo para alguns, como foi o caso para mim, através de certas memórias. Qualquer que seja a forma de se dirigir para este Amor, que isso seja por ideal, quer isso seja pela experiência, quer isso seja pela reminiscência, num dia ou noutro, vocês não poderão senão tirar a conclusão seguinte: é que este amor, por definição, é sempre condicionado, condicionante.
Na vossa época, o ideal foi chamado amor incondicional, amor Vibral, amor Luz. Foi-vos também relatado, longamente e antes de tudo, que a consciência era Vibração e que o verdadeiro amor não se podia expressar sem estarem presentes, em vocês, a Coroa Radiante do Coração, o Fogo do Coração, em ressonância, portanto, aí também, com os aspectos da percepção Vibratória.
Também vos foi dado, durante estes anos, um certo número de elementos que, pelo que foi chamado a resposta do coração, o switch da Consciência e, mais recentemente, o Manto Azul da Graça e a Onda da Vida, vos deram a viver ou a aproximar um Amor que está muito além de toda a forma, além de todo o conceito, de toda a experiência e, eu diria mesmo, de todo o humanismo. Aquele que vive este Amor (e eu não voltarei a isto), vocês têm, eu diria, um perceptor admirável que é BIDI.
A Liberdade do homem, nesta carne que é prisão, vai ser simplesmente um livre arbítrio lhe permitindo se definir, se estabelecer e manifestar o amor dos homens, o Amor do CRISTO ou o Amor Absoluto. Existe uma espécie, não de hierarquia, mas de gradação, indo do mais condicionado e condicionante, ao mais Livre.
O amor levado sobre um objeto (e eu entendo por objeto, uma forma consciente, quer isso seja um humano, quer isso seja um hobby, quer isso seja um filho ou um familiar) está, por essência e por natureza, condicionado pela própria experiência, pelo próprio passado. Estas experiências e estas vivências condicionantes vão representar, quaisquer que elas sejam, felizes ou infelizes, os limites e os quadros, da expressão do vosso amor, da manifestação do vosso amor, da vida, vos dando a viver, muito precisamente, o que vocês criaram ou o que vocês pensam ter sofrido.
Existem, portanto, condições e uma quota deste tipo de amor, porque ele se inscreve (quer vocês o queiram, quer não, quer haja uma ligação do espírito ou não, mesmo que não haja uma relação física, propriamente dita) na carne.
A pergunta que eu me coloquei, e qualquer que seja o amor que eu pude levar (tanto aqueles que eu tratei como à minha esposa), foi de saber se esse amor aí permitia ser uma porta de acesso, tanto ao Amor do CRISTO como ao Amor Absoluto.
O conjunto das religiões e dos sistemas filosóficos e espirituais vão, todos, com raras exceções, falar-vos deste amor, sob uma forma ou sob outra, vos convidando a levar a vossa Atenção, a vossa Consciência, sobre as formas de se comportar e de se manifestar o amor, a fim de chegar a qualquer coisa que, segundo os lugares, pode ser chamado o Nirvana, o Céu ou, em todo o caso, o Espírito. Não existem muitas maneiras de passar do amor dos homens ao Amor do CRISTO e ao Amor Absoluto. E isto, eu o resumi nesta frase que vos dei.
Aceitar desaparecer, aceitar não ser mais nada, se apagar completamente, a fim de deixar todo o espaço ao Princípio Solar, a fim de poder, um dia, viver-se este Amor Absoluto. Viver o Amor Absoluto, é fazer cessar toda a condição, não por um desejo, não por uma vontade, mas antes o momento em que há uma espécie de rendição, de capitulação, mesmo à vontade de Amar.
Esta capitulação não é uma negação do amor humano e ainda menos do CRISTO, mas antes uma maturidade que vos faz apreender, no espaço de um instante, que, qualquer que seja este amor que vocês tenham, qualquer que seja a empatia, a compaixão e o carisma que vocês possam manifestar, pela vossa própria natureza ou por um ideal trazido, qualquer que seja a vossa tensão para o CRISTO, e se vocês olharem razoavelmente para o Ocidente, sem mesmo falar de religião, o número de pessoas que tendem, em ideal, para o CRISTO e quais são capazes de manifestar o CRISTO: quer isso seja segundo um modo antigo pelos estigmas, quer isso seja pelos milagres, quer isso seja pela identificação total, eles são efetivamente muito pouco numerosos.
O que é que diferencia, portanto, estes seres, pouco numerosos, do conjunto de todos os humanos virados, no entanto, para o mesmo ideal, a mesma Fé ou a mesma crença? Ora bem, é simplesmente a capacidade, para além da vontade, de desaparecer. Isso vos foi expresso, noutros termos, mas com o mesmo sentido, por algumas Estrelas.
A vontade de agir e a vontade de se conformar a um ideal, de aí aplicar as regras dadas por esse ideal, na Vossa vida, é uma etapa mas não pode, nunca, bastar. O Amor do CRISTO, do Duplo, o Amor Mariano ou o Amor de todo o Ancião, de toda a Estrela ou de todo o ser pertencente aos Mundos Unificados e Livres, (da mesma forma se realiza convosco, através do que vos foi dado, nas experiências de Comunhão e naquelas que se seguem), não pode realizar-se senão o que vocês são, no espaço de um instante, não existe mais.
Esta aprendizagem das diferentes formas de Comunhão (e as que se seguem: Fusão, Dissolução), não é possível (e vocês se aperceberão cada vez mais) senão nos momentos em que, justamente, vocês não existirem mais enquanto pessoa. Os momentos em que vocês não existem mais enquanto pessoa, são certamente os momentos em que vocês dormem, os momentos em que vocês desaparecem e onde o que vocês vivem não pode ser referenciado a nenhuma vivência, a nenhuma anterioridade, a nenhuma comparação. Certamente, nos momentos em que o que é nomeado mental, cessa a sua ação preponderante.
O Amor do Cristo conduz ao Amor Absoluto, a partir do instante em que o CRISTO não é somente um ideal, mas onde este Princípio Solar se torna o que foi nomeado por HILDEGARDE: essa tensão para o Abandono. É efetivamente o momento em que vocês reconhecem, por uma espécie de maturidade, que não há nada a procurar, que não há nada a esperar, que não há nada a pedir, que não há nada a dar, que não há nada a servir.
É o momento, como eu dizia, em que vocês capitulam todo o ideal, todo o elemento exterior. É o momento em que, finalmente e realmente, vocês tomam consciência, Abandonando-o, justamente, que o mundo, o universo e tudo o que não vos é sensível, não está no exterior de vocês, mas em vocês. Ver isso e viver isso é, efetivamente, desaparecer de toda a ilusão.
Este é um passo a atravessar, nomeado Porta Estreita, Porta OD, que enquanto Melquisedeque da Terra eu levo (como ANA, mãe de MARIA e Estrela OD), nos puderam, talvez, permitir, não como uma recusa da carne mas antes, aceitando, justamente, esta fraqueza da carne, a sua falibilidade, a sua insuficiência, nos permitiram, num momento, esquecermo-nos.
E é neste esquecimento, neste desaparecimento, que se encontra a Humildade e a Simplicidade. E é neste desaparecimento que vocês renascem em CRISTO e em Absoluto. Aceitar ver, aceitar compreender e, portanto, vivê-lo, por um mecanismo que eu nomeei maturidade, que qualquer busca, qualquer procura, não faz senão afastar-vos do vosso objetivo: aceitar isso faz, mesmo, desaparecer o caminho e a busca.
O Amor Absoluto não é mais do que realizar, para além de toda a vontade e de todo o ideal, que o que vocês procuram, justamente, através dessa carne ou deste ideal está, de toda a Eternidade, presente, aqui. A linearidade do tempo que podia vos afetar, não vos afeta mais. É nesse momento aí que, para os místicos, no passado, o envelope do Coração era rompido, pondo fim à ilusão, seja pelo Princípio Crístico, seja pelo Princípio Micaélico, seja, hoje e desde há um ano, pelo impulso Metatrónico que abre a porta KI-RIS-TI.
Assim, portanto, aceitar, em Consciência, desaparecer, em si mesmo, sem qualquer tentativa de ação de Bem, implica uma espécie de resolução e de libertação da carne e do espírito, que revela mesmo a essência do que nós somos: Amor. Realizando isso, não há mais nada a demonstrar, não há mais nada a projetar, não há mais nada a querer. Isso passa por uma maturidade.
Esta maturidade não está ligada à idade nem mesmo à antiguidade das encarnações: é, eu diria, uma atitude do Espírito que aceita, efetivamente, fazer e dizer como o CRISTO: «Pai, eu entrego o meu Espírito em tuas mãos». Certamente, não há mãos. Certamente, Pai, na linguagem ocidental de hoje, está bem longe do sentido original que era ABBA.
O que acontece, no momento da maturidade, ocorre mais frequentemente no decurso de um sentimento de abandono, de um sentimento «do que é bom», que ocorre, mais frequentemente, no seio de um amor dos homens como de um Amor do CRISTO (ou Princípio Solar, se a palavra vos incomoda).
Num momento de lucidez em que a própria Consciência se olha a si mesma como agindo, como operando e vendo que esta ação, estas ações e estas operações, não conduzem, definitivamente, a parte nenhuma. Isso não põe em causa a vivência inicial. Isso não põe em causa a vivência do Serviço. Isso não põe em causa as virtudes do Amor CRISTO, mas vem, efetivamente, transmutá-las com uma clareza totalmente nova, que não depende, precisamente, de nenhum dos conceitos, de nenhum ideal e de nenhuma carne, nem de nenhuma lógica, no sentido humano.
A Libertação da Terra e a Vossa Liberdade passam inevitavelmente pela recordação, a reminiscência, do que foi chamado, por ABBA, A Fonte, ela própria, a Semente e a Promessa. É o momento fulgurante em que vocês tomam realmente consciência, pela maturidade, que vocês não são nada, aqui, sobre esta Terra, mas que vocês são Tudo, em Espírito.
É mesmo, efetivamente, uma capitulação, uma rendição, sem nenhuma condição, de todos os status anteriores, de todas as realizações anteriores e de todas as experiências anteriores. Como isso já vos foi expressado, muitas vezes: apenas vocês podem fazer esta transmutação, apenas vocês podem cruzar esta Porta, apenas vocês podem renunciar.
A lembrança do Juramento e da Promessa (quer isso seja ao nível dos sinais do Céu e da Terra, quer isso seja ao nível dos vossos sinais Vibratórios, quer isso seja nas vossas interrogações), esta Passagem – que não é uma – é indispensável, não como uma provação, não como um exame de Passagem do que quer que seja, mas antes como o momento em que vocês param de buscar o que quer que seja e em que vocês descobrem que Tudo está aí.
É neste momento que o Fogo Micaélico, Metatrónico e, mais recentemente, a Onda da Vida e o Manto Azul da Graça, põem fim à ilusão, à separação e à condição, qualquer que seja esta condição.
O Amor Absoluto não é um Amor que possa ser imaginado, idealizado, levado ao conjunto do criado e do incriado. Também não é, somente, o fim da separação que, ela, aparece a partir do instante em que o Amor CRISTO for ideal ou idealizado. É esta noção de desaparecimento e de maturidade que ocorre e ocorrerá, inevitavelmente, que ocorre individualmente, num dado momento, e que ocorre, inevitavelmente, neste fim de ciclo que vocês vivem.
Enquanto o amor for considerado como devendo ser virado e manifestado para um exterior (objeto, consciente, forma, humana ou não), enquanto existir um ideal virado, ele também, para o exterior (seja ele o CRISTO), então, paradoxalmente, esta exteriorização e esta manifestação (mesmo sob a forma de altruísmo, de carisma, de compaixão e de empatia) não faz senão afastar-vos do Amor Absoluto.
O Amor Absoluto não é uma busca, uma missão, e ainda menos uma etapa a escalar, representa antes esta maturidade e esta capitulação do efêmero, da carne e da projeção. Claro, os nossos Irmãos e Irmãs orientais realçaram a meditação e as suas diferentes formas.
A meditação tem por objetivo, finalmente, vos permitir consciencializar que vocês não são, nem esse corpo, nem o que anima esse corpo, enquanto emoção e mental, e vos permite, finalmente, libertar aquele que observa. Ir além daquele que observa é, justamente, não mais mover, é, justamente, não mais querer compreender nem se apreender do que quer que seja, é, portanto, como eu o disse, esta espécie de capitulação, de rendição sem condição, que leva ao Amor Absoluto, ou se vocês preferirem, à Morada da Paz Suprema. Esta Morada da Paz Suprema não vem de outro lugar senão do que vocês São, para além da identidade.
O Amor Absoluto não se decreta, não se procura. Ele depende justamente, se o podemos dizer, do desaparecimento de todas as condições prévias, vividas, colocadas ou idealizadas. É nesta espécie do que a personalidade poderia chamar o Nada, que se encontra o Todo.
Isto é consistente com o que eu disse, na minha última encarnação: «é porque eu era o mais pequeno que os milagres se realizavam».
Não era, nem eu, nem a minha vontade, nem a ação direta sobre qualquer coisa exterior (chamada um outro Irmão ou um outro ser humano). É antes, realmente, aquilo que eu chamaria, na falta de um melhor termo, a interiorização desta Consciência que me aparecia numa forma exterior, que eu pude viver a realidade Última: Que aquilo que eu tratava, que aquele ao qual eu dava a minha afeição, o meu interesse, o meu Amor, era eu.
Não como uma crença, não como um ideal, mas antes como a verdade íntima.
As experiências que os nossos Planos talvez vos tenham permitido viver, não têm senão um só objetivo: para além do Apelo de MARIA, para além do contato com tal Ancião, tal Estrela, ou tal Arcanjo, é antes, efetivamente, de vos fazer descobrir a Verdade, aquela que não está sujeita a nenhuma condição e nenhum limite.
E isto passa-se nessa carne que vocês habitam; quer vocês denominem essa carne, um Templo (mas eu vos lembro que um Templo não é nada, se ele estiver vazio), quer vocês chamem a esse corpo, um saco, isso não tem, definitivamente, nenhuma espécie de importância porque, tanto um como o outro, no momento da maturidade, vos vão fazer aparecer o que vocês São, para além de toda a projeção e de todo o ideal. Vocês encontrarão, através do que eu completo hoje, o que vos foi dito por outros Anciãos, desde há muitos meses.
Definitivamente, e nestes tempos de Revelação, a questão que vos deveria tocar não é a de um eventual destino em relação à Ascensão, mas, bem mais, no instante presente, livre de toda a espera, livre de toda a esperança e de toda a projeção: «quem sou eu e o que sou eu?».
Não nos meus atos, nas minhas ações e na minha vida, mas bem mais fundamentalmente, bem mais intimamente, para além de toda a aparência, mesmo para além desta forma (quer eu lhe chame um saco ou um templo), para além de toda a crença, para além de toda a carne: «o que é que está aí?».
Elementos de resposta vos foram dados pelas Portas e as Estrelas, estruturas Vibratórias, pelo Manto Azul da Graça e pelo Canal Mariano. Esta questão, se, pelo processo da maturidade vos conduz à renúncia real – e não fingida –, vos revela então o Último, o Amor Absoluto.
O Amor Absoluto é bem mais do que o amor incondicional e incondicionado; ele é, muito exatamente, reencontrar o que nós somos, na Eternidade, para além da carne e mesmo para além do Espírito, para além de todo o princípio de identidade e de identificação, de toda a Comunhão, de toda a Fusão ou Dissolução, e mesmo que todo o Duplo.
Isto foi também expressado pelo bem amado João ou SRI AUROBINDO, relativamente à distinção entre Interior e Exterior. Isto foi expressado, também, de uma outra forma, por NO EYES, relativamente a esta Visão do Coração que não tem o que fazer com os olhos.
A única verdadeira Liberdade está aí. Todo o resto são apenas aparências de Liberdade, quer vocês as denominem caminhos, quer vocês as denominem Livre Arbítrio, evolução, ou iniciação. O conjunto destes elementos não são senão ilusões, que apenas aí estão, definitivamente, para vos permitir esperar o tempo da maturidade e da renúncia.
Isso não é uma meditação, isso não é uma iniciação ou um exercício, qualquer que seja, mas é justamente o momento em que a maturidade, com uma acuidade inigualável, vos faz largar a totalidade do que vocês acreditavam ter mantido e ter realizado. O retorno da Luz, total e completo, está destinado, se vocês o aceitarem, a vos permitir ser este Amor Absoluto, que não depende de nenhuma causa, de nenhum efeito, de nenhuma circunstância e, sobretudo, de nenhuma condição.
É, portanto, a vocês que cabe olhar atentamente – para além dos vossos sinais Interiores, para além dos sinais do Céu e da Terra, para além de toda a espera, de toda a esperança –, se situarem inteiramente neste famoso instante presente do Aqui e Agora, que não depende de nenhuma causa, de nenhum amanhã, e que, para além do observador ou da testemunha, para além do ideal CRISTO, vai romper o confinamento.
Esta ruptura permite-vos se definirem entre um antes e um depois. Isto é a Ressurreição. O Amor Absoluto, tal como o Absoluto, não pode ser posto em forma, nem mesmo explicado. Isso faz parte do que é vivido, ou não, mesmo se os seus efeitos forem traduzíveis e explicáveis. Mas este explicável, pelo fato de ser a personalidade que o exprime, será, necessariamente, condicionado pela vivência anterior, mesmo se esta for transcendida.
Um Absoluto com forma cuja cultura é oriental, não terá a mesma expressão num sufi como num ocidental, mas a vivência para além da experiência é estritamente a mesma. Não é senão, quando isso é conceitualizado e posto em palavras ou em ideias, que a diferença aparece. O fim da identidade, enquanto pessoa, põe fim à preeminência do amor dos homens e do amor do CRISTO.
Só o Amor Absoluto, que, mais uma vez, não é, nem condicionado, nem condicionante, se torna, não a expressão mas o estado normal do ser que o vive. Este estado normal não pede nenhum esforço, nenhuma vontade, nenhuma dualidade, transformando o que poder ser vivido, no seio do Si, como Fluidez ou Sincronicidade, substituindo-o pela Graça e a Paz Suprema.
Este Abandono do Si, esta renúncia, tal como eu a apresentei, não é, em caso algum, um abandono da vida, mas é, justamente, enfim, estar na Vida. Sair dos condicionamentos do amor e dos traumatismos do amor dos homens, apela a ser e a viver esta maturidade, num dado momento ou noutro.
E não é senão quando houver capitulação (como, por exemplo, vos descreveu o nosso Irmão Ancião UM AMIGO ou ainda o IRMÃO K) que vocês chegam, de qualquer modo, a este Choque da Humanidade – que põe em jogo, de maneira formal, o prognóstico vital do indivíduo e do coletivo humano –, que se realiza esta maturidade, de maneira mais natural.
O que é considerado como impossível (enquanto a personalidade existir), tornando-se possível pelos fatos mostrados, vistos e vividos, pode viver-se enquanto Última possibilidade: o Abandono do Si. Esta data não é um qualquer fim, mas antes o fim da consciência separada, o fim de um Ciclo, ao nível coletivo, e não ainda o que vocês poderiam chamar, do ponto de vista da personalidade, o fim do mundo, mas antes o Último Apelo e Último aviso.
Isto corresponde ao vosso encontro com MARIA e o Arcanjo MIGUEL (ndr: ver, particularmente, as intervenções de MARIA de 21 de agosto de 2012, e MIGUEL, de 18 de agosto de 2012). Vejam para além do que os vossos olhos da pessoa quererão ver. Penetrem a essência da vivência e não simplesmente o aspecto aparente do que vem do Céu ou do que vem da Terra. Eu vos remeto (e eu concluo logo a seguir) para esta frase que o Comandante (ndr: Omraam Mickaël AÏVANHOV) usou largamente e que vos vem bater de forma inevitável: «o que a lagarta chama morte, a borboleta chama nascimento».
O que vocês são chamados a manifestar, durante este período, o que vocês são chamados a viver, representa, para cada um de vocês, a melhor das oportunidades, o que seja que a vida tenha decidido manifestar para vocês. Vejam para além do simples fato, da simples explicação. Aí se situa a possibilidade da vossa Ressurreição. Vivam isso com uma serenidade e uma Paz que permitirá não ser, de maneira nenhuma, desestabilizado.
Eu diria: sentem-se em vocês, frente a vocês. Vejam-se claramente, sem trapaça. Eu não peço um exame de consciência mas, simplesmente, o fato de estar Lúcido, porque a Lucidez participa da maturidade.
Se há, em vocês, perguntas específicas sobre as minhas palavras de hoje, então, Irmãos e Irmãs, eu vos escuto.
Nós não temos perguntas, nós vos agradecemos.
Irmãos e Irmãs, aqui, pela minha posição de Melquisedeque da Terra, vivamos, em conjunto, um instante de Graça e Silêncio, na Consciência da Dissolução, se vocês o quiserem, fechando os olhos…
… Partilhamento do Dom da Graça …
Eu saúdo, em vocês, a vossa Presença.
E eu vos digo até uma próxima vez.
Mensagem de PHILIPPE DE LYON no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1576
28 de agosto de 2012
(publicado em 29 de agosto de 2012)
Tradução para o português: Cris Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário