Eu sou MA ANANDA MOYI, Irmãos e Irmãs encarnados, eu
vos dou as minhas bênçãos.
Eu vou falar livremente, segundo o que eu vivi, estando encarnada, e tentar vos fazer viver, e para além disso, fazer ressoar, em vocês, o Amor, a graça e a Vida.
A Vida, onde quer que ela esteja, é Amor. Não poderia existir a mínima vida sem Amor e, no entanto, na superfície desta Terra, o que é dado a ver é tudo menos o Amor, pelo menos na aparência.
Muitos elementos entre Irmãos e Irmãs, entre nações, entre grupos não parecem, à primeira vista, exprimir o amor. E, no entanto, aqui como noutros lugares, nós somos Amor.
Então, como tentar compreender, apreender, como o que é observado não reflete e não exprime a Vida e o Amor.
A guerra, qualquer que ela seja, entre dois seres, duas nações ou dois grupos, visa, à priori, destruir a vida, nega-la.
E, no entanto, isso não muda estritamente nada ao que nós somos: Amor.
A vida, nem começa, nem acaba na morte. A vida está em todo o lado. Ela é, ao mesmo tempo, a própria expressão da consciência, da não-consciência e o encontro de tudo o que é possível como interação, como troca, mesmo se a aparência é o oposto.
O ser humano encarnado passa a vida a procurar o Amor, e o que se relaciona com o Amor, quer isso seja através das religiões, através de um trabalho. É muito raro encontrar um ser humano que, em alguns dos setores habituais da vida na Terra, não experimente o Amor.
E no entanto, o que pode parecer o oposto do Amor não é na realidade senão a falta de Amor e, portanto, a procura deste Amor, do qual todos estamos privados, numa certa medida, embora estando vivos.
Então certamente, existem tantas variedades de Amor como de humanos. Existe, além disso, e nós todos o sabemos, quando estamos nessa carne, uma paleta infinita de amor.
Nós vos demos, desde há uns anos, uma outra ideia, uma outra concepção e uma outra Vibração do Amor. Este Amor, que é denominado, muitas vezes, incondicional, mas que é bem mais que isso, que é, como eu o dizia, a própria Vida.
Todos os comportamentos (que são manifestados pelos nosso Irmãos e as nossas Irmãs, pelos grupos, pelas nações) que chegam a parecer como contrários ao Amor, não são senão o reflexo do medo. Este medo não é, ele mesmo, senão o reflexo de certas manifestações ligadas ao vazio, à ausência, à necessidade de se proteger e à necessidade de não sofrer.
Então, como explicar que esta necessidade de não sofrer, na maioria das vezes, se exprime, justamente, pelo sofrimento? Porque existe um círculo vicioso. Porque o Amor, qualquer que seja, em todas as suas declinações, na superfície deste mundo, não poderá jamais preencher, de maneira definitiva, o que nós somos: este Amor, esta essência de Amor e esta Vida.
Quer isto dizer que esta vida está mal feita? Não, nenhuma vida está mal feita. Existem simplesmente circunstâncias que afastam do Amor e que têm, por nome: medo, avidez, falta.
Eles próprios resultam de uma incompreensão, de uma forma de corte com o Amor que nós somos, e bem para além desta passagem entre a vida e a morte, sobre este mundo.
Tudo o que o ser humano manifesta e exprime, desde as esferas aparentemente as mais áridas (no que toca ao dinheiro, à organização da vida) é também a expressão desta falta de Amor, é também a expressão do que foi, realmente, amputado.
O que foi amputado, é a livre circulação do Amor, o que nós chamamos a Comunhão. A impossibilidade, por razões diversas, de comungar, vai induzir, por si mesma, um medo. Que não se recorda de ter frente a si alguém que é amado, e que, no entanto, não nos compreende, não parece responder à nossa expectativa, não comunga conosco.
Porque, claro, o Amor não estará nunca em nenhuma palavra, e eu diria mesmo, num comportamento, porque o Amor é a nossa natureza. Ele deveria, muito logicamente, existir e se manifestar independentemente de qualquer palavra, de qualquer ligação, de qualquer compreensão ou incompreensão de palavras ou de comportamentos.
E, no entanto, nós todos sabemos que isso não é geralmente o caso, porque o Amor é sempre procurado através de uma falta, através de um medo, através de uma insuficiência. Porque o Amor, tal como nós o definimos, quando nós estamos encarnados, é, frequentemente, a tradução de uma falta, a tradução de uma projeção, como se, a essência que nós somos não estivesse visível e nos fizesse, sem exceção, procurar no exterior este Amor.
Qualquer que seja a relação que se estabeleça (quer ela seja a mais amorosa, a mais romântica, quer ela seja a mais autêntica), ela não faz, definitivamente, senão traduzir a insuficiência e a incompletude, que estão presentes em cada um de nós.
O exemplo da minha vida, e de tantas outras, mostrou que a fonte do Amor estava, antes de tudo, no coração, quer dizer, em si mesmo. E que não se podia amar senão o que já se tinha encontrado, como Amor, em si. E que o amor que nós projetamos não é senão o reflexo daquele que, justamente, nós não encontramos.
E nós falamos, então, de complementaridade, nós falamos, então, de satisfação: este amor é sempre condicionado e condicional, porque ele deve responder a uma espera, ele deve responder a uma aspiração (encontrada no outro, numa arte, num grupo, numa filiação, pouco importa). Esta forma de amor, será sempre condicionada, porque ela não pode se estabelecer na Comunhão. E a Comunhão só pode se estabelecer a partir do instante em que vocês próprios tiverem encontrado, no vosso Coração, a natureza de quem vocês São. Não através de uma história, não através de ligações, mas, bem mais, com o reconhecimento do vosso próprio Coração, da nossa própria Essência.
A partir do instante em que vocês se encontrarem, o Amor flui e flui de vocês mesmos, vos dando a viver relações bem mais profundas e bem diferentes das que são dadas a viver na falta, de toda a relação humana ou de toda a relação com um sujeito de paixão ou um objeto, que não está em acordo com este amor vivido no coração.
A partir do instante em que um ser humano, um Irmão, uma Irmã, se encontra, ele irradia, manifestando, este Amor, sem ter necessidade de procurar um outro amor. E a magia faz com que, nesse momento, o Amor flua dele, assim como flui daquele que está na frente dele, e que não tem, também ele, nenhuma falta.
O que eu quero dizer com isto é que se a essência do Amor estivesse presente, em cada um de nós, encarnados, não haveria mais nenhum problema de relação, nenhum problema de guerra, de competição, de predação ou de incompreensão. É a falta e o medo que criam as desarmonias e, todas as guerras.
Foi dito em numerosos textos: «tu amarás o teu próximo como a ti mesmo». E se vocês olharem objetivamente, vocês constatarão que vocês não podem dar senão aquilo que vocês encontraram em vocês.
Qualquer que seja a vestimenta que vocês lhe deem, qualquer que seja a expressão que vocês lhe deem, vocês não podem dar senão o que vocês são. Vocês não podem dar o que vocês não são, isso é impossível.
E é desta falta, desta incompletude, que está presente em vocês, que fluem todas as abordagens amorosas, sem exceção.
A partir do instante em que vocês estiverem preenchidos do Amor de vocês mesmos, e não dessa pessoa, mas no sentido mais autêntico, não pode existir a mínima projeção de espera, a mínima projeção de falta, a mínima interrogação. Porque vocês substituíram, de qualquer modo, a relação pela Comunhão.
E esta Comunhão não tem o que fazer, definitivamente, com as faltas do outro, quer elas sejam aparentes ou escondidas, porque o que é emanado de vocês, nesse momento, não pode, em caso algum, ser alterado por uma relação, qualquer que ela seja (de dependência, de filiação, ou mesmo no amor o mais equilibrado).
Enquanto vocês não se encontrarem a si mesmos, na vossa natureza de Amor, vocês não farão mais do que reproduzir situações de falta que, inexoravelmente, se traduzirão por desequilíbrios porque eles são pré-existentes do próprio fato, da falta.
Alguns dos vossos provérbios, no Ocidente, dizem: «caridade bem ordenada, começa por si mesmo».
Como podem vocês esperar encontrar, noutro lugar que não em vocês mesmos, qualquer coisa que vos satisfaça, enquanto vocês não tiverem realizado o que vocês São, e que o conjunto de todos os outros Irmãos e Irmãs, situações, estão já em vocês?
É impossível encontrar um contentamento: no máximo ele irá de um dado momento da vossa vida até ao fim da vossa vida.
E vocês acham-se eternos, mas vocês sabem que este amor não é nunca eterno, porque ele se dissolve aquando da morte. E aí, se produz, de novo, a falta, a insuficiência, o sentimento de perda, o sentimento de abandono e de ter perdido qualquer coisa de essencial. Isso é profundamente diferente se vocês forem, vocês mesmos, a própria natureza do Amor. Se vocês se tiverem encontrado, jamais poderá existir, através de um desaparecimento, qualquer que ele seja, um sentimento de falta.
O Amor é, portanto, no sentido mais humano, a tradução de uma falta, a tradução de um medo, de uma insuficiência. Quando o Amor mais autêntico está aí, ele se basta a si mesmo. Não é por isso que ele se fecha, bem pelo contrário, é justamente nesse momento que ele é libertado e que ele pode efetivamente emanar do Ser para todo o Ser.
E este Amor é chamado incondicional. Ele só traduz a realidade do Amor, que está para além de toda a relação, mas que se estabelece (como vocês o vivem, talvez, agora) no seio das diversas Comunhões que nós vivemos com vocês, que vocês vivem entre vocês, e que acontece com as palavras, com as faltas, porque há uma completude possível, e presente, em cada lado.
O Amor é o motor da vida, ele dela é combinação, ele é, ao mesmo tempo, a justificação, o pretexto e o fundamento. Então, o humano procura (muitas vezes, no outro, ou noutro lugar, ou noutras Dimensões) o Amor que ele próprio é.
Como vocês sabem, há uma forma de restrição ao Amor, o simples fato de perder a consciência entre a vida e a morte, e a morte e a vida, não permite encontrar uma continuidade.
Também não há uma continuidade da pessoa: no máximo existe uma continuidade através do que é denominado Carma. E no entanto, todos os seres que escaparam a esse corpo, por uma razão ou por outra, realmente consciencializaram a natureza do que eles são. Mesmo sem ir muito longe, fora desse corpo, mesmo sem ir muito longe, fora dessa Dimensão, o Amor é onipresente.
É como se, no seio deste mundo, a carne fosse um amortecedor, um freio, um travão, que impediu viver a realidade do Amor, tal como algumas experiências podem dá-las, obtê-las. Mesmo no seio da carne, há sempre a noção de procurar um complemento, e nós sabemos todos que esse complemento, quando é encontrado, não dura mais do que uns instantes. Porque se ele durasse eternamente, ele não teria nenhuma necessidade de se reproduzir na carne, ele estaria presente em todos os tempos.
Então, evidentemente, o que é que faz com que a humanidade, nesta carne, esteja sempre nesta falta, neste medo? É evidentemente, a dificuldade de se amar a si mesmo, mas, não de se amar enquanto pessoa, mas antes de se amar enquanto Princípio da Vida.
Ora, este Principio da Vida foi justamente, em algum lugar, alterado, uma vez que, na maioria das vezes, nenhum ser humano, salvo exceções, até ao presente, teve a possibilidade de viver este tipo de Amor.
Então, evidentemente, através desta falta, desta insuficiência, todas as relações (quaisquer que elas sejam) não farão mais do que traduzir uma idealização, ou uma projeção da falta que tem necessidade de ser preenchida. Mas todos nós temos muita dificuldade em encontrá-lo no outro, qualquer que seja a relação.
Enquanto nós permanecermos ao nível de uma relação de falta, jamais essa falta será preenchida.
Então, certamente, existem amores de tal maneira fortes, que quando vocês dão todo o vosso amor, quando vocês se projetam totalmente no que vocês dão ao outro, pode vos parecer estarem preenchidos de qualquer coisa que vem pôr fim a toda a falta.
Este Amor, qualquer que seja o seu aspecto, não poderá nunca durar para além de um certo tempo, porque, efetivamente, existe um esgotamento dessa projeção. Ninguém pode estar, em permanência, nessa projeção, sem se esgotar. Ninguém pode estar, em permanência, nesse dom de Amor, sem se esgotar a si mesmo.
E depois, vocês têm o exemplo de pessoas que foram capazes de dar e de ser este Amor em permanência, e muitas vezes o que eles disseram foi que eles eram alimentados por um Amor que vinha de algum lugar, mas não do seu coração, mas simplesmente que o seu coração estava preenchido de Amor, sem que tivesse necessidade de justificação, sem que tivesse necessidade de ligações, sem que tivesse necessidade de traduzir um qualquer sofrimento ou uma qualquer falta.
Isso era profundamente verdade para muitos místicos, na sua forma de adoração à Luz ou a uma personagem tendo vivido este Amor, tendo-o manifestado. Nesse momento, para esses seres, o Amor não tinha necessidade de ser projetado porque ele emanava deles espontaneamente, para além de toda a vontade e para além da noção de fazer o bem, porque eles eram o Bem, e porque o que irradiava deles não tinha necessidade, de qualquer modo, de se justificar, de se mostrar ou de se demonstrar.
Então, certamente, no estado deste mundo, no qual vocês vivem, e talvez com o que vocês viveram, as coisas são profundamente diferentes. Porque o Amor incondicional, o Amor Vibral, vos permitiu, de qualquer modo, reconectar a natureza profunda da Vida e hoje, talvez, vocês vivem os estados de graça, mais ou menos intensos, mais ou menos pronunciados, mais ou menos evidentes.
A partir do instante em que vocês encontraram, sem ter procurado, a partir do momento em que vocês reconheçam o que vocês São, o Amor está aí. Não há nenhuma alteração deste mundo que permaneça. Não há nenhuma limitação deste mundo que possa vos impedir de encontrar o que vocês São, quaisquer que sejam as circunstâncias, mesmo as mais dolorosas, de uma vida humana. E além disso, nós sabemos todos que é nos momentos mais difíceis, nos momentos de grande sofrimento, nos momentos de grande perda, que um ser humano é capaz, na maioria das vezes, de manifestar o que ele É, para além de todo o artifício.
Porque, nesses momentos, os mecanismos de projeção são aniquilados. Porque nesse momento, todos os sonhos (tudo o que foi construído por uma razão importante) parecem devastados e destruídos. E é, no entanto, nesses momentos que eclode o verdadeiro Amor, aquele que não depende de nenhuma circunstância, nem exterior, nem relacional.
Os Irmãos e as Irmãs que viveram as experiências denominadas «as portas da morte», trouxeram a lembrança deste Amor que se mantém para além do visível, ilustrado por um grande Ser, por um membro da família que partiu, ou ainda, por aquilo que se mantém por trás de tudo isso, ou seja, o Sol, a Luz.
Então, certamente, a lembrança dessa experiência em si mesma, fosse ela a mais imponente e a mais poderosa, não é a causa da mudança destas pessoas, destes Irmãos e destas Irmãs que viveram isso. E no entanto, permanece neles, para além da lembrança, esta emanação de Amor tão particular, que não depende de nenhum contexto e, sobretudo, de nenhum vazio Interior, de nenhum sofrimento, de nenhum medo, de nenhuma perda, isso todos nós conhecemos à nossa volta.
E depois, vocês têm também seres que, por uma razão ou por outra, se encontram a emanar este Amor e a viver o que é denominado as graças, os êxtases, os Samadhi, que não dependem de nenhuma circunstância exterior, mas simplesmente de uma circunstância Interior. Estes Seres são então capazes, sem o decidirem, sem o quererem ou sem se desviarem, de emanarem, em permanência, esta qualidade particular de Vida que é o Amor autêntico, incondicionado e incondicional.
Hoje, cada vez mais, Irmãos e Irmãs se despertam para esta Verdade e a vivem. Isso se faz através de um certo número de referências, estas referências vocês as conhecem; são os Pilares, são as Vibrações, são o que se passa ao nível do que é chamado energia, a Vibração, a consciência. A consciência é, ela própria, Amor.
E, no entanto, as guerras estão também sempre presentes, no entanto os conflitos estão também sempre presentes. As coisas mudam, porque, para aqueles, entre vós, que vivem os contatos conosco, vocês sabem bem que o que vocês vivem não tem nada a ver com um amor condicionado ou condicionante, vivido neste mundo, mesmo na ligação mais forte existente entre uma mãe e o seu filho: não há comparação com o que vocês podem viver em Comunhão.
Isso acontece e isso é cada vez mais frequente. Vocês o constatam, em vocês e à vossa volta, além disso, vocês estão aqui para isso.
É importante aceitar, antes de poder irradiar, que o único Amor possível se situa no Interior do Si, e que, quanto mais a pessoa que vocês creem ser se apaga (através de um choque, ou através de um processo), tanto mais este Amor pode irradiar, se manifestar.
É como se a ausência de interação com a natureza do que nós somos, se limitando (por uma razão, desta vez, exterior), impedisse toda a alteração do que irradia. É nestas circunstâncias, que se produzem o acesso ao Si, o Despertar, a Realização. É a este nível que se realiza o Samadhi, a Paz.
E depois, nós vos falamos da Morada da Paz Suprema, que ela é este estado e vem transcender tudo o que pode ser conhecido, em todo o amor projetado, como em todo o amor encontrado em si e irradiado. É ainda qualquer outra coisa, que remete para além do humano e que, no entanto, permanece totalmente humano.
Então, certamente, tudo isso podem parecer experiências, tudo isso pode parecer muito complexo, muito difícil, sobretudo através das experiências da vida desse lado. Existe contudo a possibilidade, hoje, de não mais ser afetado pelo que quer que seja deste mundo, sem no entanto se desviar disso, sem no entanto condenar este mundo, mas antes estando aí, seja ele o que for.
Ninguém disse que seria fácil, mas em todo o caso, é o que muito de vocês experimentaram, ou continuam a experimentar, mesmo a viver: este Amor não condicionante porque ele não é o reflexo de uma falta mas ele é o reflexo do que foi conhecido no Si, redescoberto em Si, e que permite portanto uma irradiação, para além de todo o desejo, para além de toda a falta projetada no exterior do Si. Isso é o Amor porque é a Vida.
E quando a Vida é encontrada, a graça está ai. Quaisquer que sejam as palavras que vocês aí afixarem, é sempre este mesmo sentimento de estar pleno e que nada vos poder esvaziar. Esta plenitude, quer vocês lhe chamem Alegria, Samadhi, Shantinilaya, resulta, de fato, disso, quer dizer, desta plenitude, deste sentimento de estar completo, de não ter nada a fazer senão amar.
Porque, a partir do instante em que o Amor serve qualquer coisa de lógico (uma filiação, uma relação a uma criança, a um parente, uma relação de casal), este amor será sempre uma projeção. Ele não encontrará, senão raramente, o equilíbrio. Então, certamente, existem casais que passam a vida inteira um com o outro, mas isso não é o Amor Vibral, é um amor que encontrou um equilíbrio estável e vocês sabem muito bem que isto está longe de ser o mais frequente, e longe de ser o mais fácil de viver, para toda a gente.
E depois, hoje, vocês são capazes de estabelecer Comunhões, quer isso seja com outros Irmãos e Irmãs, conosco, Estrelas, Anciãos, Arcanjos, com o Sol e com a Terra. Tudo isso tem diferentes nomes, tudo isso vos foi explicado. E quando isso acontece, em vocês, mesmo se isso não for permanente, isso vos dá a viver qualquer coisa de diferente onde a necessidade de projetar um amor, a necessidade de amar (no seu sentido o mais nobre) não existe mais, porque vocês São Amor. Sendo Amor, vocês não têm necessidade de amar na projeção: é suficiente simplesmente Ser, deixar a vossa natureza se manifestar.
É, aliás, através deste ato de deixar se manifestar a vossa natureza, que se realiza, mais facilmente, aquilo de que nós falamos incessantemente desde há algum tempo, que é o Abandono: Abandono à Luz, Abandono do Si, ou seja, o momento em que a vontade do Eu não existe mais.
E vocês sabem todos que há pessoas que procuram o Amor em permanência e outras que não procuraram nada. Mas enquanto houver uma procura do Amor, vocês não podem Ser Amor. De fato, é como se o processo ocorresse no sentido inverso.
A falta induz esta procura, a procura induz uma projeção, a procura de um ideal (mais uma vez, quer isso seja uma pessoa, ou uma profissão ou o que quer que seja) que vos vai alimentar. E o que vos alimenta e vos preenche, vem sempre do exterior, neste caso. Mesmo se vocês sentirem o vosso coração, por qualquer um, para qualquer coisa, se vocês olharem, de maneira objetiva, vocês verão bem que é sempre a mesma coisa: qualquer que seja a expressão deste amor, qualquer que seja o objeto deste amor, há definitivamente, sempre subjacente, uma falta, uma necessidade de completar, uma necessidade de intercâmbio, também.
Isto é profundamente diferente do que se vive quando a vossa natureza se revela a vocês, porque, nesse momento, a fonte do Amor são vocês mesmos. Não há mais que se colocar a questão de dar o Amor. Não há mais que se colocar a questão de saber se se ama ou não, porque o Amor é a vossa natureza e não é mais, nem uma projeção, nem uma ocupação, nem um ideal.
Não há senão este Amor, que é, se o posso dizer, autêntico, porque este, justamente, não depende de nenhuma causa exterior: ele não depende de uma relação, ele não depende de uma pessoa, ele não depende de ninguém. Ele é o que vocês São. E
ntão, neste momento, não há mais esforços a fazer, não há mais que dar atenção ao que quer que seja: vocês se tornaram, realmente, o que vocês são, e nesse momento, o Amor emana de vocês como ele é, ou seja, a vossa natureza.
E o que se vive, nesse momento, através dos seres, através das situações, das ocupações, não tem mais o mesmo sabor, não tem mais a mesma coloração que qualquer coisa a preencher, de qualquer coisa que falta. O que vocês vivem, nesse momento, é profundamente diferente.
E no entanto, apesar disso, muitas vezes o ser humano tem necessidade de completar, porque o corpo é assim feito, aqui neste mundo, ele é incompleto.
Chega de falar de complementaridade, de olhar a própria constituição dos corpos para se dar conta que um é feito para o outro. Mesmo ao nível da carne, independentemente dos sentimentos, independentemente mesmo da natureza dos sexos.
Tudo isso não representa, definitivamente, senão qualquer coisa que exprime uma falta. E, pelo contrário, no momento em que vocês descobrirem ou redescobrirem a natureza que vocês São, então, nesse momento, não existe mais sentimento de incompletude, mesmo se existirem ainda relações, mesmos se existir uma necessidade de não estar sozinho, mas é profundamente diferente. Porque a fonte do Amor são vocês mesmos, e aí, vocês estão prontos a Comungar, com vocês mesmos e com o outro, e também a irradiar esse Amor, sem o querer, em tudo o que vocês tocam, em tudo o que vocês olham. Aí, não pode existir nenhuma falta.
Não pode existir nenhuma traição, nenhuma incerteza, e vocês não podem dar, lembrem-se, senão o que vocês encontraram. Vocês não podem dar o que vocês não adquiriram, mas não «adquirir» no sentido de possuir, não «adquirir» no sentido de guardar para si, mas antes reconhecer a natureza da Vida, a natureza da graça, a natureza do Amor, que é, de fato, a única natureza possível.
Nesse momento, vocês vão constatar (e vocês o constatam cada vez mais, nesta época particular na qual vocês estão encarnados) que, evidentemente, as regras do jogo, se assim se pode dizer, não se exprimem da mesma forma a todos os níveis. Existem muitas coisas que são chamadas de progresso, que são chamadas de evolução que, sem falar da sua realidade, traduzem, em todo o caso, a modificação do jogo amoroso, e eu entendo jogo amoroso, não unicamente o jogo entre dois seres, mas o jogo amoroso de toda a vida.
Enquanto o jogo amoroso estiver baseado no que eu chamo o medo, o sofrimento, a perda, ele não pode ser saciado. A partir do instante em que o jogo amoroso se exprime, no momento em que vocês tiverem reconhecido o que vocês São, pelo Fogo do Coração, pela Coroa Radiante, por muitas coisas que vos foram longamente explicitadas, então, vocês notam que, nesse momento, as coisas mudam, porque não existe mais falta. Existem, certamente, interrogações sobre o próprio sentido da vida, existe um questionamento relativamente a outros medos, quer seja o trabalho, aí também, o medo da falta, o medo de não ter para comer, de não ter teto.
Quando o Amor emana de vocês, tendo encontrado a vossa natureza, tudo se torna diferente. Porque se vão exprimir as leis que vos fazem sair da ação / reação permanente, quer isso seja o que vocês denominaram a Fluidez da Unidade, as sincronicidades, as leis da Atração e da Ressonância.
Quando vocês são Amor, o Amor vem a vocês. E este Amor exprime-se não unicamente através das pessoas ou das situações agradáveis, mas tudo o que é necessário, para vocês, então, é proporcionado.
Porque é exatamente o que se passa, se vocês são Amor: nada pode faltar, o que quer que se passe no exterior ou no Interior, tudo vos aparecerá e será vivido da forma mais justa, sem perda e sem medo.
Isso quer dizer também, e ilustra, o que nós vos dizemos: que não há senão duas escolhas: o medo ou o Amor. O medo, traduzindo unicamente a falta, a insuficiência e os diversos medos. E o Amor, certamente, que não é o seu oposto, nem mesmo a outra vertente, mas que é antes a expressão de qualquer coisa que se encontrou. Tendo encontrado a Vida, a Vida vos encontra. E as circunstâncias da vossa vida vão-se desenrolar de forma diferente.
É impossível, para aquele que vive o Amor no seu Coração (no sentido o mais Vibral), que acede ao Samadhi, que acede à Comunhão, poder exprimir a mínima falta, a mínima incompletude e o mínimo medo. É neste sentido que nós sempre vos dizemos: medo ou Amor. Porque, muitas vezes, vocês têm a impressão que os dois coexistem: um dia, há o Amor, outro dia há o medo. Mas quando o Amor está aí, não pode existir o medo. Não pode existir o sofrimento, quer ele esteja no psiquismo ou no corpo.
Porque, o que quer que se produza na cabeça, no corpo, nas relações, o Amor está aí. Em vocês, mesmo se qualquer coisa termine numa relação, ou no que quer que seja, se vocês se reconhecerem no Amor, nada pode faltar. Se alguma coisa faltar, então isso vos remete para as vossas próprias faltas e para o que vocês projetaram, através de um ideal, através de uma necessidade, ou de uma falta. Quer isso seja uma necessidade, uma falta, um desejo, ou um ideal, não muda estritamente nada ao que isso é.
Enquanto o Amor permanecer, para vocês, uma busca, ele não traduzirá senão uma falta. Enquanto, para vocês, o Amor estiver longe do Aqui e Agora, mesmo através de uma busca espiritual, vocês se afastam de vocês mesmos.
O Amor, como isso foi dito de diferentes formas, não tem que ser procurado, uma vez que é o que nós Somos. De fato, é preciso, simplesmente, realizar o que nós Somos. E quando nós realizamos o que nós Somos, mais nenhuma falta pode ocorrer.
Nós estamos bem longe, eu vos garanto, do processo comum, tanto no Ocidente, como no Oriente, da evolução das relações entre os homens e as mulheres, entre os homens e as mulheres e a sociedade, ou mesmo nas relações que deveriam ser as mais duráveis, como as relações ligadas ao sangue, ao DNA, à família.
Existe, portanto, uma inquietação: é que enquanto o humano não se virar para ele próprio, não para se procurar mas antes para manifestar o que ele é, tudo o que se manifestar no exterior será insuficiente, deficiente, e isso é normal.
Outros disseram: «procurem o reino dos céus e todo o resto vos será dado».
O reino dos céus está no interior de vocês; é, portanto, em vocês que é preciso procurar, não como uma busca no exterior, num qualquer conhecimento, numa qualquer relação, mas antes encontrando a natureza que nos anima e que nós somos. Realizando isto, todas as contrariedades deste mundo não representarão nada, porque à medida que este reconhecimento se fizer, o conjunto das circunstâncias da vida vão estar em harmonia com isso. E isso diz respeito absolutamente a todos os setores. Porque o Amor é Abundância, ele não pode jamais ser privação.
Então, certamente, existem situações em que um grande sofrimento pode fazer aparecer o Amor. Mas, justamente, o Amor aparece nestes casos de sofrimento, porque há um vazio de tal maneira intolerável, que o Irmão, a Irmã a quem isso acontece, não pode senão encontrar, nele, a ressonância. E esta não se encontra, ela emerge, a partir do instante em que vocês não procurem mais.
O mais frequente, quando eu falo de acontecimentos traumatizantes, pode ser a perda de um próximo, de um trabalho, ou de qualquer coisa que é julgada como importante, que tem valor para aquele que o vive, e que desapareceu. Como o diz, muitas vezes, um interveniente, mudem o olhar, aceitem que vocês são Amor, porque esta aceitação, não esta crença, vai se traduzir pela plenitude (ndr: BIDI). E nesta plenitude há lugar para todos, já que esta plenitude não se pode esgotar nunca. Ela não depende das circunstâncias exteriores, ela não depende do sentimento de gratificação que vocês possam obter, mas ela só depende de vocês mesmos, não num confinamento, mas numa verdadeira abertura, que não é mais a projeção de uma falta ou de uma insuficiência.
Então, nesse momento, vocês descobrem a Liberdade. Vocês não têm mais necessidade de amar ou de não amar. Vocês descobrem que o Amor é a vossa natureza e tudo se torna profundamente diferente. É isso, a Liberdade que conduz à Libertação. Esta independência, esta autonomia, está em ressonância direta com a Liberdade e com o Amor.
É isto que vocês precisam realizar, não procurar, não compreender, mas viver, uns e outros. Nós vos dizemos que a compreensão não serve para nada; ela não é senão justificação para o mental, ela não é senão cálculo, ela não é senão lógica.
O Amor não tem que ser lógico: ele É, muito simplesmente. Enquanto vocês colocarem a lógica à frente, isso corresponde a uma falta. Enquanto vocês colocarem uma organização à frente, isso também corresponde a uma falta. Porque o Amor, na sua espontaneidade, não tem que estar numa lógica ou numa razão. Ele é o que se exprime o mais naturalmente no mundo porque, mais uma vez, é o que nós Somos. Mesmo a guerra não aniquila o que nós Somos. Mesmo a morte não pode aniquilar o que nós Somos. E é justamente o que nós somos que é Amor.
Enquanto vocês projetarem no exterior (mesmo através de uma busca, qualquer que seja), vocês mantêm a falta, vocês jamais a preencherão. E isso, a vossa vida, e tudo o que é humano, representa isso.
Enquanto o humano não for humano, enquanto ele não encontrar a sua natureza, toda a sua vida vai estar submetida ao que é denominado ação/ reação; e a ação/ reação mantém a perpetuação. A ação/ reação mantém o que vocês denominam o livre arbítrio, o qual não é a Liberdade. E assim, de reação em reação, de busca em busca, o ser humano se afasta, cada vez mais, da sua natureza.
É esta exteriorização da consciência, através desta busca, que cria a aparência da falta de amor, que cria as guerras, que cria as insuficiências, as rupturas, as chantagens. Não há outra alternativa senão se encontrar a si próprio.
Então, certamente, a época que é para viver, e que vocês vivem, é nisso diferente, porque o Amor veio até vocês, ele veio vos despertar.
Muitos se despertam hoje e descobrem (um pouco como ao despertar, de manhã) que eles despertam de um pesadelo onde tudo era fictício, onde o sentido dos valores era completamente redistribuído. Mesmo se isso não é chamado Amor, é o Amor que age.
Enquanto o Amor estiver ausente, haverá sempre competição, haverá sempre comparação, haverá sempre falta e insuficiência e haverá sempre medo.
Quando o Amor estiver aí, tudo se transforma, tudo se torna diferente. A Liberdade se torna real. A Autonomia se torna real. Não pode existir insuficiência. E, nesse momento, o conjunto dos medos que estavam presentes, quaisquer que sejam, desaparece na totalidade, porque não há nada a preservar. Quando a natureza do Amor é reencontrada, a Vida flui por si mesma.
Quaisquer que sejam as circunstâncias, não podem existir privações, no seio do Amor, mesmo se vocês não tiverem para comer, mesmo se vocês não tiverem teto. É a ausência de Amor que vos faz procurar, ativamente, para se preservarem destas desgraças. Mas quando o Amor for encontrado, como dizia o Cristo: «será que o pássaro se preocupa com o que ele vai comer amanhã?».
O Amor não se preocupa com nada. Ele é Vida. Ele é a Verdade e, quando vocês estiverem sob esta Verdade, a ação/ reação desaparece. É substituída pela graça; e a graça é ativa, ela fará tudo para que a vossa vida seja a Vida.
A abordagem é profundamente diferente. Num caso, há a projeção. No outro caso, há Acolhimento e Dom. É um ou o outro. Não há outra alternativa e vocês vão vivê-lo, se vocês não o vivem já, porque as circunstâncias deste mundo vão fazer que este mundo se encontre face ao que ele construiu, em relação às suas faltas.
Tudo o que é o progresso moderno, tudo o que foi inventado e construído (na matéria como na cabeça) não tinha senão por função evitar a falta, conferir o que vocês chamam conforto. Conforto que vocês obtiveram no Ocidente (ou, em todo o caso, nos países ricos). Mas o que vale este conforto, se há a falta? O que vale este conforto, se não há reconhecimento do Amor? Ele não vale estritamente nada, porque ele vos apaga, ele vos adormece, ele vos anestesia e vos afasta do que vocês São. E isso cria uma avidez e isso faz com que a alma vá procurar experiências que possam satisfazê-la, através de um outro, através de um filho, através de uma profissão, através de uma atividade, qualquer que seja.
Quanto mais o Amor crescer e quanto mais o Amor emanar e irradiar de vocês, menos isso vos pode preocupar. E quando vocês chegam ao Último, vocês permanecem Amor e todo o resto desaparece. É o que eu manifestei, em certos momentos da minha vida, e, no entanto, talvez vocês o saibam, eu fui casada, eu tinha muitas pessoas à minha volta. Todas essas pessoas que se vinham alimentar, não de mim, mas do Amor, porque havia uma ressonância que se criava.
Certamente, nem toda a gente teve a ressonância suficiente para encontrar o que ele era, porque as faltas e as projeções criam, de qualquer modo, uma barreira que se torna cada vez mais rígida, porque isso é construído sobre o medo e o medo enrijece. Ele impede o Amor, que nós Somos, de se exprimir.
Então, certamente, enquanto vocês olharem para a falta, vocês procuram combatê-la. Enquanto vocês olharem para o objeto do vosso desejo, vocês desejam possui-lo.
Mas se vocês fizerem parar tudo isso, então o Amor estará aí. Não aquele que vocês querem, não aquele que vocês esperam, mas aquele que sempre esteve aí, no meio do vosso peito. Hoje, isso se descobre, cada vez mais facilmente, porque as circunstâncias querem isso, vocês o sabem.
Então, eu não posso senão convidar-vos a viver, não segundo os vossos desejos, não segundo as vossas faltas, mas segundo o Amor e segundo a graça. Porque, na graça, há a Vida e a Vida não vos falhará nunca, o que quer que vocês tenham a viver. É sempre o mental, a falta, que vai induzir as ações de preservação da ilusão através da segurança, através das ligações que vocês criam, através dos nascimentos, através das criações.
Tudo isso, de fato, não é destinado senão a projetar o vosso próprio Amor e a mascarar a falta da natureza, que nós somos todos. Assim, portanto, há também, a este nível, uma espécie de Reversão e de inversão. O apelo da Luz, hoje, é o de vos fazer viver isso. Então, quaisquer que sejam as circunstâncias da vossa vida, não se atormentem, não as rejeitem, porque a vossa visão não se inscreve, frequentemente, senão nas emoções do momento, ou na compreensão intelectual e lógica do que vocês tinham e do que vocês já não tinham.
Se o tempo fluir, vocês constatarão por vocês mesmos, e todos vocês tiveram disso a experiência, que o que vocês perderam, um dia, através de uma perda e de um luto, acaba sempre, sempre, por desaparecer. E qual é o agente que o faz desaparecer? O tempo. Porque a falta, a perda, está sempre inscrita no tempo. O Amor não está inscrito em nenhum tempo. Ele vos faz escapar às consequências do tempo.
O Amor Vibral: o Amor que se dá. Reflitam sobre isso, porque estes mecanismos estão a trabalhar, absolutamente para todos.
Ora, hoje, o que se passa, e que se passará cada vez mais, é que vocês são regados pela Fonte e pela Natureza do que vocês São, quer vocês denominem isso Supramental, Onda da Vida, Êxtase, Samadhi, Shantinilaya, e suas múltiplas declinações, isso não tem nenhuma espécie de importância. Tudo isto não é senão um convite para se darem, a vocês próprios, ao que vocês São, a não esperar nada, porque, quando não se espera nada, tudo está aí, e não há falta.
Nós somos, todos, o Amor, a Vida e a graça, o Caminho, a Verdade e a Vida. Sem nenhuma exceção. Apenas os filtros e os Véus, as experiências do passado, os traumatismos, a falta, o medo, nos afastam disso. Então, não há senão o Amor para preencher isso. Não há senão o Amor para ser o que nós Somos, de maneira infinita, para além deste tempo, como de todo o tempo.
Este Amor, quando ele é encontrado, não pode ser limitado, não pode ser amputado e não desaparece com a morte. Porque vocês encontraram o que vocês São: vocês são Eternidade. Antes, em nenhum momento, vocês podiam viver; vocês só podiam supor ou imaginar. Mas a partir do instante em que o Amor está, realmente, aí, vocês são a Totalidade, vocês são o Todo.
Eis os elementos que eu queria vos trazer e que resultam, talvez não do que se passa agora, mas do que eu, realmente, vivi, na minha encarnação passada. Aí está o essencial, porque, se vocês aceitarem olhar objetivamente, vocês se aperceberão que, realmente, é a única Verdade. Ela não é relativa, ela traduz o Absoluto de todas as relações e tudo o que pode existir neste mundo e mais além.
O que é diferente, nos outros mundos, nos mundos que nós denominamos unificados ou multidimensionais, é que a expressão do Amor não está contaminada por nada, travada por nada: não há nem opacidade, nem cálculo, nem lógica, nem razão, nem apego, há Liberdade total de movimentos, de ressonância, de Comunhão. Não existe nenhum confinamento possível.
Então, tudo o que foi constituído sobre este mundo, desde há muito tempo, obriga a separar, a confinar. Isso é visível mesmo nos mundos de vida. Isso é visível em tudo o que é dado a ver, em tudo o que vos é dado a experimentar neste mundo.
Olhem claramente e vocês compreenderão, nesse momento, vocês apreenderão, que o Amor não é qualquer coisa que se tome, nem que se troque. O Amor é Dom, porque a Vida é Dom e porque a Vida é graça. Encontrar a graça, viver a graça e o Êxtase, é a essência da vossa Natureza, quer dizer que vocês se encontraram. Tendo-se encontrado, vocês encontraram o resto do mundo, vocês encontraram o Amor.
Eu terminei a minha intervenção.
Estabeleçamo-nos, se vocês o quiserem, todos juntos, neste Dom, neste acolhimento, no Amor que nós somos, para além de toda a consideração, para além de toda a expectativa, de toda a projeção, mesmo de toda a esperança, simplesmente, nos instalando neste tempo presente que não depende de nenhum tempo e que, portanto, escapa ao tempo. Assim é o Amor, assim é a Verdade.
MA NANDA MOYI vos ama porque é a sua Natureza. Vocês me amam porque é a vossa Natureza, sem cálculo e sem condições, sem suposição.
Eu vos amo, até breve.
Mensagem de Ma Ananda Moyi no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1544
21 de julho de 2012
(Publicado em 22 de julho de 2012)
Tradução para o português: Cristina Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com
Eu vou falar livremente, segundo o que eu vivi, estando encarnada, e tentar vos fazer viver, e para além disso, fazer ressoar, em vocês, o Amor, a graça e a Vida.
A Vida, onde quer que ela esteja, é Amor. Não poderia existir a mínima vida sem Amor e, no entanto, na superfície desta Terra, o que é dado a ver é tudo menos o Amor, pelo menos na aparência.
Muitos elementos entre Irmãos e Irmãs, entre nações, entre grupos não parecem, à primeira vista, exprimir o amor. E, no entanto, aqui como noutros lugares, nós somos Amor.
Então, como tentar compreender, apreender, como o que é observado não reflete e não exprime a Vida e o Amor.
A guerra, qualquer que ela seja, entre dois seres, duas nações ou dois grupos, visa, à priori, destruir a vida, nega-la.
E, no entanto, isso não muda estritamente nada ao que nós somos: Amor.
A vida, nem começa, nem acaba na morte. A vida está em todo o lado. Ela é, ao mesmo tempo, a própria expressão da consciência, da não-consciência e o encontro de tudo o que é possível como interação, como troca, mesmo se a aparência é o oposto.
O ser humano encarnado passa a vida a procurar o Amor, e o que se relaciona com o Amor, quer isso seja através das religiões, através de um trabalho. É muito raro encontrar um ser humano que, em alguns dos setores habituais da vida na Terra, não experimente o Amor.
E no entanto, o que pode parecer o oposto do Amor não é na realidade senão a falta de Amor e, portanto, a procura deste Amor, do qual todos estamos privados, numa certa medida, embora estando vivos.
Então certamente, existem tantas variedades de Amor como de humanos. Existe, além disso, e nós todos o sabemos, quando estamos nessa carne, uma paleta infinita de amor.
Nós vos demos, desde há uns anos, uma outra ideia, uma outra concepção e uma outra Vibração do Amor. Este Amor, que é denominado, muitas vezes, incondicional, mas que é bem mais que isso, que é, como eu o dizia, a própria Vida.
Todos os comportamentos (que são manifestados pelos nosso Irmãos e as nossas Irmãs, pelos grupos, pelas nações) que chegam a parecer como contrários ao Amor, não são senão o reflexo do medo. Este medo não é, ele mesmo, senão o reflexo de certas manifestações ligadas ao vazio, à ausência, à necessidade de se proteger e à necessidade de não sofrer.
Então, como explicar que esta necessidade de não sofrer, na maioria das vezes, se exprime, justamente, pelo sofrimento? Porque existe um círculo vicioso. Porque o Amor, qualquer que seja, em todas as suas declinações, na superfície deste mundo, não poderá jamais preencher, de maneira definitiva, o que nós somos: este Amor, esta essência de Amor e esta Vida.
Quer isto dizer que esta vida está mal feita? Não, nenhuma vida está mal feita. Existem simplesmente circunstâncias que afastam do Amor e que têm, por nome: medo, avidez, falta.
Eles próprios resultam de uma incompreensão, de uma forma de corte com o Amor que nós somos, e bem para além desta passagem entre a vida e a morte, sobre este mundo.
Tudo o que o ser humano manifesta e exprime, desde as esferas aparentemente as mais áridas (no que toca ao dinheiro, à organização da vida) é também a expressão desta falta de Amor, é também a expressão do que foi, realmente, amputado.
O que foi amputado, é a livre circulação do Amor, o que nós chamamos a Comunhão. A impossibilidade, por razões diversas, de comungar, vai induzir, por si mesma, um medo. Que não se recorda de ter frente a si alguém que é amado, e que, no entanto, não nos compreende, não parece responder à nossa expectativa, não comunga conosco.
Porque, claro, o Amor não estará nunca em nenhuma palavra, e eu diria mesmo, num comportamento, porque o Amor é a nossa natureza. Ele deveria, muito logicamente, existir e se manifestar independentemente de qualquer palavra, de qualquer ligação, de qualquer compreensão ou incompreensão de palavras ou de comportamentos.
E, no entanto, nós todos sabemos que isso não é geralmente o caso, porque o Amor é sempre procurado através de uma falta, através de um medo, através de uma insuficiência. Porque o Amor, tal como nós o definimos, quando nós estamos encarnados, é, frequentemente, a tradução de uma falta, a tradução de uma projeção, como se, a essência que nós somos não estivesse visível e nos fizesse, sem exceção, procurar no exterior este Amor.
Qualquer que seja a relação que se estabeleça (quer ela seja a mais amorosa, a mais romântica, quer ela seja a mais autêntica), ela não faz, definitivamente, senão traduzir a insuficiência e a incompletude, que estão presentes em cada um de nós.
O exemplo da minha vida, e de tantas outras, mostrou que a fonte do Amor estava, antes de tudo, no coração, quer dizer, em si mesmo. E que não se podia amar senão o que já se tinha encontrado, como Amor, em si. E que o amor que nós projetamos não é senão o reflexo daquele que, justamente, nós não encontramos.
E nós falamos, então, de complementaridade, nós falamos, então, de satisfação: este amor é sempre condicionado e condicional, porque ele deve responder a uma espera, ele deve responder a uma aspiração (encontrada no outro, numa arte, num grupo, numa filiação, pouco importa). Esta forma de amor, será sempre condicionada, porque ela não pode se estabelecer na Comunhão. E a Comunhão só pode se estabelecer a partir do instante em que vocês próprios tiverem encontrado, no vosso Coração, a natureza de quem vocês São. Não através de uma história, não através de ligações, mas, bem mais, com o reconhecimento do vosso próprio Coração, da nossa própria Essência.
A partir do instante em que vocês se encontrarem, o Amor flui e flui de vocês mesmos, vos dando a viver relações bem mais profundas e bem diferentes das que são dadas a viver na falta, de toda a relação humana ou de toda a relação com um sujeito de paixão ou um objeto, que não está em acordo com este amor vivido no coração.
A partir do instante em que um ser humano, um Irmão, uma Irmã, se encontra, ele irradia, manifestando, este Amor, sem ter necessidade de procurar um outro amor. E a magia faz com que, nesse momento, o Amor flua dele, assim como flui daquele que está na frente dele, e que não tem, também ele, nenhuma falta.
O que eu quero dizer com isto é que se a essência do Amor estivesse presente, em cada um de nós, encarnados, não haveria mais nenhum problema de relação, nenhum problema de guerra, de competição, de predação ou de incompreensão. É a falta e o medo que criam as desarmonias e, todas as guerras.
Foi dito em numerosos textos: «tu amarás o teu próximo como a ti mesmo». E se vocês olharem objetivamente, vocês constatarão que vocês não podem dar senão aquilo que vocês encontraram em vocês.
Qualquer que seja a vestimenta que vocês lhe deem, qualquer que seja a expressão que vocês lhe deem, vocês não podem dar senão o que vocês são. Vocês não podem dar o que vocês não são, isso é impossível.
E é desta falta, desta incompletude, que está presente em vocês, que fluem todas as abordagens amorosas, sem exceção.
A partir do instante em que vocês estiverem preenchidos do Amor de vocês mesmos, e não dessa pessoa, mas no sentido mais autêntico, não pode existir a mínima projeção de espera, a mínima projeção de falta, a mínima interrogação. Porque vocês substituíram, de qualquer modo, a relação pela Comunhão.
E esta Comunhão não tem o que fazer, definitivamente, com as faltas do outro, quer elas sejam aparentes ou escondidas, porque o que é emanado de vocês, nesse momento, não pode, em caso algum, ser alterado por uma relação, qualquer que ela seja (de dependência, de filiação, ou mesmo no amor o mais equilibrado).
Enquanto vocês não se encontrarem a si mesmos, na vossa natureza de Amor, vocês não farão mais do que reproduzir situações de falta que, inexoravelmente, se traduzirão por desequilíbrios porque eles são pré-existentes do próprio fato, da falta.
Alguns dos vossos provérbios, no Ocidente, dizem: «caridade bem ordenada, começa por si mesmo».
Como podem vocês esperar encontrar, noutro lugar que não em vocês mesmos, qualquer coisa que vos satisfaça, enquanto vocês não tiverem realizado o que vocês São, e que o conjunto de todos os outros Irmãos e Irmãs, situações, estão já em vocês?
É impossível encontrar um contentamento: no máximo ele irá de um dado momento da vossa vida até ao fim da vossa vida.
E vocês acham-se eternos, mas vocês sabem que este amor não é nunca eterno, porque ele se dissolve aquando da morte. E aí, se produz, de novo, a falta, a insuficiência, o sentimento de perda, o sentimento de abandono e de ter perdido qualquer coisa de essencial. Isso é profundamente diferente se vocês forem, vocês mesmos, a própria natureza do Amor. Se vocês se tiverem encontrado, jamais poderá existir, através de um desaparecimento, qualquer que ele seja, um sentimento de falta.
O Amor é, portanto, no sentido mais humano, a tradução de uma falta, a tradução de um medo, de uma insuficiência. Quando o Amor mais autêntico está aí, ele se basta a si mesmo. Não é por isso que ele se fecha, bem pelo contrário, é justamente nesse momento que ele é libertado e que ele pode efetivamente emanar do Ser para todo o Ser.
E este Amor é chamado incondicional. Ele só traduz a realidade do Amor, que está para além de toda a relação, mas que se estabelece (como vocês o vivem, talvez, agora) no seio das diversas Comunhões que nós vivemos com vocês, que vocês vivem entre vocês, e que acontece com as palavras, com as faltas, porque há uma completude possível, e presente, em cada lado.
O Amor é o motor da vida, ele dela é combinação, ele é, ao mesmo tempo, a justificação, o pretexto e o fundamento. Então, o humano procura (muitas vezes, no outro, ou noutro lugar, ou noutras Dimensões) o Amor que ele próprio é.
Como vocês sabem, há uma forma de restrição ao Amor, o simples fato de perder a consciência entre a vida e a morte, e a morte e a vida, não permite encontrar uma continuidade.
Também não há uma continuidade da pessoa: no máximo existe uma continuidade através do que é denominado Carma. E no entanto, todos os seres que escaparam a esse corpo, por uma razão ou por outra, realmente consciencializaram a natureza do que eles são. Mesmo sem ir muito longe, fora desse corpo, mesmo sem ir muito longe, fora dessa Dimensão, o Amor é onipresente.
É como se, no seio deste mundo, a carne fosse um amortecedor, um freio, um travão, que impediu viver a realidade do Amor, tal como algumas experiências podem dá-las, obtê-las. Mesmo no seio da carne, há sempre a noção de procurar um complemento, e nós sabemos todos que esse complemento, quando é encontrado, não dura mais do que uns instantes. Porque se ele durasse eternamente, ele não teria nenhuma necessidade de se reproduzir na carne, ele estaria presente em todos os tempos.
Então, evidentemente, o que é que faz com que a humanidade, nesta carne, esteja sempre nesta falta, neste medo? É evidentemente, a dificuldade de se amar a si mesmo, mas, não de se amar enquanto pessoa, mas antes de se amar enquanto Princípio da Vida.
Ora, este Principio da Vida foi justamente, em algum lugar, alterado, uma vez que, na maioria das vezes, nenhum ser humano, salvo exceções, até ao presente, teve a possibilidade de viver este tipo de Amor.
Então, evidentemente, através desta falta, desta insuficiência, todas as relações (quaisquer que elas sejam) não farão mais do que traduzir uma idealização, ou uma projeção da falta que tem necessidade de ser preenchida. Mas todos nós temos muita dificuldade em encontrá-lo no outro, qualquer que seja a relação.
Enquanto nós permanecermos ao nível de uma relação de falta, jamais essa falta será preenchida.
Então, certamente, existem amores de tal maneira fortes, que quando vocês dão todo o vosso amor, quando vocês se projetam totalmente no que vocês dão ao outro, pode vos parecer estarem preenchidos de qualquer coisa que vem pôr fim a toda a falta.
Este Amor, qualquer que seja o seu aspecto, não poderá nunca durar para além de um certo tempo, porque, efetivamente, existe um esgotamento dessa projeção. Ninguém pode estar, em permanência, nessa projeção, sem se esgotar. Ninguém pode estar, em permanência, nesse dom de Amor, sem se esgotar a si mesmo.
E depois, vocês têm o exemplo de pessoas que foram capazes de dar e de ser este Amor em permanência, e muitas vezes o que eles disseram foi que eles eram alimentados por um Amor que vinha de algum lugar, mas não do seu coração, mas simplesmente que o seu coração estava preenchido de Amor, sem que tivesse necessidade de justificação, sem que tivesse necessidade de ligações, sem que tivesse necessidade de traduzir um qualquer sofrimento ou uma qualquer falta.
Isso era profundamente verdade para muitos místicos, na sua forma de adoração à Luz ou a uma personagem tendo vivido este Amor, tendo-o manifestado. Nesse momento, para esses seres, o Amor não tinha necessidade de ser projetado porque ele emanava deles espontaneamente, para além de toda a vontade e para além da noção de fazer o bem, porque eles eram o Bem, e porque o que irradiava deles não tinha necessidade, de qualquer modo, de se justificar, de se mostrar ou de se demonstrar.
Então, certamente, no estado deste mundo, no qual vocês vivem, e talvez com o que vocês viveram, as coisas são profundamente diferentes. Porque o Amor incondicional, o Amor Vibral, vos permitiu, de qualquer modo, reconectar a natureza profunda da Vida e hoje, talvez, vocês vivem os estados de graça, mais ou menos intensos, mais ou menos pronunciados, mais ou menos evidentes.
A partir do instante em que vocês encontraram, sem ter procurado, a partir do momento em que vocês reconheçam o que vocês São, o Amor está aí. Não há nenhuma alteração deste mundo que permaneça. Não há nenhuma limitação deste mundo que possa vos impedir de encontrar o que vocês São, quaisquer que sejam as circunstâncias, mesmo as mais dolorosas, de uma vida humana. E além disso, nós sabemos todos que é nos momentos mais difíceis, nos momentos de grande sofrimento, nos momentos de grande perda, que um ser humano é capaz, na maioria das vezes, de manifestar o que ele É, para além de todo o artifício.
Porque, nesses momentos, os mecanismos de projeção são aniquilados. Porque nesse momento, todos os sonhos (tudo o que foi construído por uma razão importante) parecem devastados e destruídos. E é, no entanto, nesses momentos que eclode o verdadeiro Amor, aquele que não depende de nenhuma circunstância, nem exterior, nem relacional.
Os Irmãos e as Irmãs que viveram as experiências denominadas «as portas da morte», trouxeram a lembrança deste Amor que se mantém para além do visível, ilustrado por um grande Ser, por um membro da família que partiu, ou ainda, por aquilo que se mantém por trás de tudo isso, ou seja, o Sol, a Luz.
Então, certamente, a lembrança dessa experiência em si mesma, fosse ela a mais imponente e a mais poderosa, não é a causa da mudança destas pessoas, destes Irmãos e destas Irmãs que viveram isso. E no entanto, permanece neles, para além da lembrança, esta emanação de Amor tão particular, que não depende de nenhum contexto e, sobretudo, de nenhum vazio Interior, de nenhum sofrimento, de nenhum medo, de nenhuma perda, isso todos nós conhecemos à nossa volta.
E depois, vocês têm também seres que, por uma razão ou por outra, se encontram a emanar este Amor e a viver o que é denominado as graças, os êxtases, os Samadhi, que não dependem de nenhuma circunstância exterior, mas simplesmente de uma circunstância Interior. Estes Seres são então capazes, sem o decidirem, sem o quererem ou sem se desviarem, de emanarem, em permanência, esta qualidade particular de Vida que é o Amor autêntico, incondicionado e incondicional.
Hoje, cada vez mais, Irmãos e Irmãs se despertam para esta Verdade e a vivem. Isso se faz através de um certo número de referências, estas referências vocês as conhecem; são os Pilares, são as Vibrações, são o que se passa ao nível do que é chamado energia, a Vibração, a consciência. A consciência é, ela própria, Amor.
E, no entanto, as guerras estão também sempre presentes, no entanto os conflitos estão também sempre presentes. As coisas mudam, porque, para aqueles, entre vós, que vivem os contatos conosco, vocês sabem bem que o que vocês vivem não tem nada a ver com um amor condicionado ou condicionante, vivido neste mundo, mesmo na ligação mais forte existente entre uma mãe e o seu filho: não há comparação com o que vocês podem viver em Comunhão.
Isso acontece e isso é cada vez mais frequente. Vocês o constatam, em vocês e à vossa volta, além disso, vocês estão aqui para isso.
É importante aceitar, antes de poder irradiar, que o único Amor possível se situa no Interior do Si, e que, quanto mais a pessoa que vocês creem ser se apaga (através de um choque, ou através de um processo), tanto mais este Amor pode irradiar, se manifestar.
É como se a ausência de interação com a natureza do que nós somos, se limitando (por uma razão, desta vez, exterior), impedisse toda a alteração do que irradia. É nestas circunstâncias, que se produzem o acesso ao Si, o Despertar, a Realização. É a este nível que se realiza o Samadhi, a Paz.
E depois, nós vos falamos da Morada da Paz Suprema, que ela é este estado e vem transcender tudo o que pode ser conhecido, em todo o amor projetado, como em todo o amor encontrado em si e irradiado. É ainda qualquer outra coisa, que remete para além do humano e que, no entanto, permanece totalmente humano.
Então, certamente, tudo isso podem parecer experiências, tudo isso pode parecer muito complexo, muito difícil, sobretudo através das experiências da vida desse lado. Existe contudo a possibilidade, hoje, de não mais ser afetado pelo que quer que seja deste mundo, sem no entanto se desviar disso, sem no entanto condenar este mundo, mas antes estando aí, seja ele o que for.
Ninguém disse que seria fácil, mas em todo o caso, é o que muito de vocês experimentaram, ou continuam a experimentar, mesmo a viver: este Amor não condicionante porque ele não é o reflexo de uma falta mas ele é o reflexo do que foi conhecido no Si, redescoberto em Si, e que permite portanto uma irradiação, para além de todo o desejo, para além de toda a falta projetada no exterior do Si. Isso é o Amor porque é a Vida.
E quando a Vida é encontrada, a graça está ai. Quaisquer que sejam as palavras que vocês aí afixarem, é sempre este mesmo sentimento de estar pleno e que nada vos poder esvaziar. Esta plenitude, quer vocês lhe chamem Alegria, Samadhi, Shantinilaya, resulta, de fato, disso, quer dizer, desta plenitude, deste sentimento de estar completo, de não ter nada a fazer senão amar.
Porque, a partir do instante em que o Amor serve qualquer coisa de lógico (uma filiação, uma relação a uma criança, a um parente, uma relação de casal), este amor será sempre uma projeção. Ele não encontrará, senão raramente, o equilíbrio. Então, certamente, existem casais que passam a vida inteira um com o outro, mas isso não é o Amor Vibral, é um amor que encontrou um equilíbrio estável e vocês sabem muito bem que isto está longe de ser o mais frequente, e longe de ser o mais fácil de viver, para toda a gente.
E depois, hoje, vocês são capazes de estabelecer Comunhões, quer isso seja com outros Irmãos e Irmãs, conosco, Estrelas, Anciãos, Arcanjos, com o Sol e com a Terra. Tudo isso tem diferentes nomes, tudo isso vos foi explicado. E quando isso acontece, em vocês, mesmo se isso não for permanente, isso vos dá a viver qualquer coisa de diferente onde a necessidade de projetar um amor, a necessidade de amar (no seu sentido o mais nobre) não existe mais, porque vocês São Amor. Sendo Amor, vocês não têm necessidade de amar na projeção: é suficiente simplesmente Ser, deixar a vossa natureza se manifestar.
É, aliás, através deste ato de deixar se manifestar a vossa natureza, que se realiza, mais facilmente, aquilo de que nós falamos incessantemente desde há algum tempo, que é o Abandono: Abandono à Luz, Abandono do Si, ou seja, o momento em que a vontade do Eu não existe mais.
E vocês sabem todos que há pessoas que procuram o Amor em permanência e outras que não procuraram nada. Mas enquanto houver uma procura do Amor, vocês não podem Ser Amor. De fato, é como se o processo ocorresse no sentido inverso.
A falta induz esta procura, a procura induz uma projeção, a procura de um ideal (mais uma vez, quer isso seja uma pessoa, ou uma profissão ou o que quer que seja) que vos vai alimentar. E o que vos alimenta e vos preenche, vem sempre do exterior, neste caso. Mesmo se vocês sentirem o vosso coração, por qualquer um, para qualquer coisa, se vocês olharem, de maneira objetiva, vocês verão bem que é sempre a mesma coisa: qualquer que seja a expressão deste amor, qualquer que seja o objeto deste amor, há definitivamente, sempre subjacente, uma falta, uma necessidade de completar, uma necessidade de intercâmbio, também.
Isto é profundamente diferente do que se vive quando a vossa natureza se revela a vocês, porque, nesse momento, a fonte do Amor são vocês mesmos. Não há mais que se colocar a questão de dar o Amor. Não há mais que se colocar a questão de saber se se ama ou não, porque o Amor é a vossa natureza e não é mais, nem uma projeção, nem uma ocupação, nem um ideal.
Não há senão este Amor, que é, se o posso dizer, autêntico, porque este, justamente, não depende de nenhuma causa exterior: ele não depende de uma relação, ele não depende de uma pessoa, ele não depende de ninguém. Ele é o que vocês São. E
ntão, neste momento, não há mais esforços a fazer, não há mais que dar atenção ao que quer que seja: vocês se tornaram, realmente, o que vocês são, e nesse momento, o Amor emana de vocês como ele é, ou seja, a vossa natureza.
E o que se vive, nesse momento, através dos seres, através das situações, das ocupações, não tem mais o mesmo sabor, não tem mais a mesma coloração que qualquer coisa a preencher, de qualquer coisa que falta. O que vocês vivem, nesse momento, é profundamente diferente.
E no entanto, apesar disso, muitas vezes o ser humano tem necessidade de completar, porque o corpo é assim feito, aqui neste mundo, ele é incompleto.
Chega de falar de complementaridade, de olhar a própria constituição dos corpos para se dar conta que um é feito para o outro. Mesmo ao nível da carne, independentemente dos sentimentos, independentemente mesmo da natureza dos sexos.
Tudo isso não representa, definitivamente, senão qualquer coisa que exprime uma falta. E, pelo contrário, no momento em que vocês descobrirem ou redescobrirem a natureza que vocês São, então, nesse momento, não existe mais sentimento de incompletude, mesmo se existirem ainda relações, mesmos se existir uma necessidade de não estar sozinho, mas é profundamente diferente. Porque a fonte do Amor são vocês mesmos, e aí, vocês estão prontos a Comungar, com vocês mesmos e com o outro, e também a irradiar esse Amor, sem o querer, em tudo o que vocês tocam, em tudo o que vocês olham. Aí, não pode existir nenhuma falta.
Não pode existir nenhuma traição, nenhuma incerteza, e vocês não podem dar, lembrem-se, senão o que vocês encontraram. Vocês não podem dar o que vocês não adquiriram, mas não «adquirir» no sentido de possuir, não «adquirir» no sentido de guardar para si, mas antes reconhecer a natureza da Vida, a natureza da graça, a natureza do Amor, que é, de fato, a única natureza possível.
Nesse momento, vocês vão constatar (e vocês o constatam cada vez mais, nesta época particular na qual vocês estão encarnados) que, evidentemente, as regras do jogo, se assim se pode dizer, não se exprimem da mesma forma a todos os níveis. Existem muitas coisas que são chamadas de progresso, que são chamadas de evolução que, sem falar da sua realidade, traduzem, em todo o caso, a modificação do jogo amoroso, e eu entendo jogo amoroso, não unicamente o jogo entre dois seres, mas o jogo amoroso de toda a vida.
Enquanto o jogo amoroso estiver baseado no que eu chamo o medo, o sofrimento, a perda, ele não pode ser saciado. A partir do instante em que o jogo amoroso se exprime, no momento em que vocês tiverem reconhecido o que vocês São, pelo Fogo do Coração, pela Coroa Radiante, por muitas coisas que vos foram longamente explicitadas, então, vocês notam que, nesse momento, as coisas mudam, porque não existe mais falta. Existem, certamente, interrogações sobre o próprio sentido da vida, existe um questionamento relativamente a outros medos, quer seja o trabalho, aí também, o medo da falta, o medo de não ter para comer, de não ter teto.
Quando o Amor emana de vocês, tendo encontrado a vossa natureza, tudo se torna diferente. Porque se vão exprimir as leis que vos fazem sair da ação / reação permanente, quer isso seja o que vocês denominaram a Fluidez da Unidade, as sincronicidades, as leis da Atração e da Ressonância.
Quando vocês são Amor, o Amor vem a vocês. E este Amor exprime-se não unicamente através das pessoas ou das situações agradáveis, mas tudo o que é necessário, para vocês, então, é proporcionado.
Porque é exatamente o que se passa, se vocês são Amor: nada pode faltar, o que quer que se passe no exterior ou no Interior, tudo vos aparecerá e será vivido da forma mais justa, sem perda e sem medo.
Isso quer dizer também, e ilustra, o que nós vos dizemos: que não há senão duas escolhas: o medo ou o Amor. O medo, traduzindo unicamente a falta, a insuficiência e os diversos medos. E o Amor, certamente, que não é o seu oposto, nem mesmo a outra vertente, mas que é antes a expressão de qualquer coisa que se encontrou. Tendo encontrado a Vida, a Vida vos encontra. E as circunstâncias da vossa vida vão-se desenrolar de forma diferente.
É impossível, para aquele que vive o Amor no seu Coração (no sentido o mais Vibral), que acede ao Samadhi, que acede à Comunhão, poder exprimir a mínima falta, a mínima incompletude e o mínimo medo. É neste sentido que nós sempre vos dizemos: medo ou Amor. Porque, muitas vezes, vocês têm a impressão que os dois coexistem: um dia, há o Amor, outro dia há o medo. Mas quando o Amor está aí, não pode existir o medo. Não pode existir o sofrimento, quer ele esteja no psiquismo ou no corpo.
Porque, o que quer que se produza na cabeça, no corpo, nas relações, o Amor está aí. Em vocês, mesmo se qualquer coisa termine numa relação, ou no que quer que seja, se vocês se reconhecerem no Amor, nada pode faltar. Se alguma coisa faltar, então isso vos remete para as vossas próprias faltas e para o que vocês projetaram, através de um ideal, através de uma necessidade, ou de uma falta. Quer isso seja uma necessidade, uma falta, um desejo, ou um ideal, não muda estritamente nada ao que isso é.
Enquanto o Amor permanecer, para vocês, uma busca, ele não traduzirá senão uma falta. Enquanto, para vocês, o Amor estiver longe do Aqui e Agora, mesmo através de uma busca espiritual, vocês se afastam de vocês mesmos.
O Amor, como isso foi dito de diferentes formas, não tem que ser procurado, uma vez que é o que nós Somos. De fato, é preciso, simplesmente, realizar o que nós Somos. E quando nós realizamos o que nós Somos, mais nenhuma falta pode ocorrer.
Nós estamos bem longe, eu vos garanto, do processo comum, tanto no Ocidente, como no Oriente, da evolução das relações entre os homens e as mulheres, entre os homens e as mulheres e a sociedade, ou mesmo nas relações que deveriam ser as mais duráveis, como as relações ligadas ao sangue, ao DNA, à família.
Existe, portanto, uma inquietação: é que enquanto o humano não se virar para ele próprio, não para se procurar mas antes para manifestar o que ele é, tudo o que se manifestar no exterior será insuficiente, deficiente, e isso é normal.
Outros disseram: «procurem o reino dos céus e todo o resto vos será dado».
O reino dos céus está no interior de vocês; é, portanto, em vocês que é preciso procurar, não como uma busca no exterior, num qualquer conhecimento, numa qualquer relação, mas antes encontrando a natureza que nos anima e que nós somos. Realizando isto, todas as contrariedades deste mundo não representarão nada, porque à medida que este reconhecimento se fizer, o conjunto das circunstâncias da vida vão estar em harmonia com isso. E isso diz respeito absolutamente a todos os setores. Porque o Amor é Abundância, ele não pode jamais ser privação.
Então, certamente, existem situações em que um grande sofrimento pode fazer aparecer o Amor. Mas, justamente, o Amor aparece nestes casos de sofrimento, porque há um vazio de tal maneira intolerável, que o Irmão, a Irmã a quem isso acontece, não pode senão encontrar, nele, a ressonância. E esta não se encontra, ela emerge, a partir do instante em que vocês não procurem mais.
O mais frequente, quando eu falo de acontecimentos traumatizantes, pode ser a perda de um próximo, de um trabalho, ou de qualquer coisa que é julgada como importante, que tem valor para aquele que o vive, e que desapareceu. Como o diz, muitas vezes, um interveniente, mudem o olhar, aceitem que vocês são Amor, porque esta aceitação, não esta crença, vai se traduzir pela plenitude (ndr: BIDI). E nesta plenitude há lugar para todos, já que esta plenitude não se pode esgotar nunca. Ela não depende das circunstâncias exteriores, ela não depende do sentimento de gratificação que vocês possam obter, mas ela só depende de vocês mesmos, não num confinamento, mas numa verdadeira abertura, que não é mais a projeção de uma falta ou de uma insuficiência.
Então, nesse momento, vocês descobrem a Liberdade. Vocês não têm mais necessidade de amar ou de não amar. Vocês descobrem que o Amor é a vossa natureza e tudo se torna profundamente diferente. É isso, a Liberdade que conduz à Libertação. Esta independência, esta autonomia, está em ressonância direta com a Liberdade e com o Amor.
É isto que vocês precisam realizar, não procurar, não compreender, mas viver, uns e outros. Nós vos dizemos que a compreensão não serve para nada; ela não é senão justificação para o mental, ela não é senão cálculo, ela não é senão lógica.
O Amor não tem que ser lógico: ele É, muito simplesmente. Enquanto vocês colocarem a lógica à frente, isso corresponde a uma falta. Enquanto vocês colocarem uma organização à frente, isso também corresponde a uma falta. Porque o Amor, na sua espontaneidade, não tem que estar numa lógica ou numa razão. Ele é o que se exprime o mais naturalmente no mundo porque, mais uma vez, é o que nós Somos. Mesmo a guerra não aniquila o que nós Somos. Mesmo a morte não pode aniquilar o que nós Somos. E é justamente o que nós somos que é Amor.
Enquanto vocês projetarem no exterior (mesmo através de uma busca, qualquer que seja), vocês mantêm a falta, vocês jamais a preencherão. E isso, a vossa vida, e tudo o que é humano, representa isso.
Enquanto o humano não for humano, enquanto ele não encontrar a sua natureza, toda a sua vida vai estar submetida ao que é denominado ação/ reação; e a ação/ reação mantém a perpetuação. A ação/ reação mantém o que vocês denominam o livre arbítrio, o qual não é a Liberdade. E assim, de reação em reação, de busca em busca, o ser humano se afasta, cada vez mais, da sua natureza.
É esta exteriorização da consciência, através desta busca, que cria a aparência da falta de amor, que cria as guerras, que cria as insuficiências, as rupturas, as chantagens. Não há outra alternativa senão se encontrar a si próprio.
Então, certamente, a época que é para viver, e que vocês vivem, é nisso diferente, porque o Amor veio até vocês, ele veio vos despertar.
Muitos se despertam hoje e descobrem (um pouco como ao despertar, de manhã) que eles despertam de um pesadelo onde tudo era fictício, onde o sentido dos valores era completamente redistribuído. Mesmo se isso não é chamado Amor, é o Amor que age.
Enquanto o Amor estiver ausente, haverá sempre competição, haverá sempre comparação, haverá sempre falta e insuficiência e haverá sempre medo.
Quando o Amor estiver aí, tudo se transforma, tudo se torna diferente. A Liberdade se torna real. A Autonomia se torna real. Não pode existir insuficiência. E, nesse momento, o conjunto dos medos que estavam presentes, quaisquer que sejam, desaparece na totalidade, porque não há nada a preservar. Quando a natureza do Amor é reencontrada, a Vida flui por si mesma.
Quaisquer que sejam as circunstâncias, não podem existir privações, no seio do Amor, mesmo se vocês não tiverem para comer, mesmo se vocês não tiverem teto. É a ausência de Amor que vos faz procurar, ativamente, para se preservarem destas desgraças. Mas quando o Amor for encontrado, como dizia o Cristo: «será que o pássaro se preocupa com o que ele vai comer amanhã?».
O Amor não se preocupa com nada. Ele é Vida. Ele é a Verdade e, quando vocês estiverem sob esta Verdade, a ação/ reação desaparece. É substituída pela graça; e a graça é ativa, ela fará tudo para que a vossa vida seja a Vida.
A abordagem é profundamente diferente. Num caso, há a projeção. No outro caso, há Acolhimento e Dom. É um ou o outro. Não há outra alternativa e vocês vão vivê-lo, se vocês não o vivem já, porque as circunstâncias deste mundo vão fazer que este mundo se encontre face ao que ele construiu, em relação às suas faltas.
Tudo o que é o progresso moderno, tudo o que foi inventado e construído (na matéria como na cabeça) não tinha senão por função evitar a falta, conferir o que vocês chamam conforto. Conforto que vocês obtiveram no Ocidente (ou, em todo o caso, nos países ricos). Mas o que vale este conforto, se há a falta? O que vale este conforto, se não há reconhecimento do Amor? Ele não vale estritamente nada, porque ele vos apaga, ele vos adormece, ele vos anestesia e vos afasta do que vocês São. E isso cria uma avidez e isso faz com que a alma vá procurar experiências que possam satisfazê-la, através de um outro, através de um filho, através de uma profissão, através de uma atividade, qualquer que seja.
Quanto mais o Amor crescer e quanto mais o Amor emanar e irradiar de vocês, menos isso vos pode preocupar. E quando vocês chegam ao Último, vocês permanecem Amor e todo o resto desaparece. É o que eu manifestei, em certos momentos da minha vida, e, no entanto, talvez vocês o saibam, eu fui casada, eu tinha muitas pessoas à minha volta. Todas essas pessoas que se vinham alimentar, não de mim, mas do Amor, porque havia uma ressonância que se criava.
Certamente, nem toda a gente teve a ressonância suficiente para encontrar o que ele era, porque as faltas e as projeções criam, de qualquer modo, uma barreira que se torna cada vez mais rígida, porque isso é construído sobre o medo e o medo enrijece. Ele impede o Amor, que nós Somos, de se exprimir.
Então, certamente, enquanto vocês olharem para a falta, vocês procuram combatê-la. Enquanto vocês olharem para o objeto do vosso desejo, vocês desejam possui-lo.
Mas se vocês fizerem parar tudo isso, então o Amor estará aí. Não aquele que vocês querem, não aquele que vocês esperam, mas aquele que sempre esteve aí, no meio do vosso peito. Hoje, isso se descobre, cada vez mais facilmente, porque as circunstâncias querem isso, vocês o sabem.
Então, eu não posso senão convidar-vos a viver, não segundo os vossos desejos, não segundo as vossas faltas, mas segundo o Amor e segundo a graça. Porque, na graça, há a Vida e a Vida não vos falhará nunca, o que quer que vocês tenham a viver. É sempre o mental, a falta, que vai induzir as ações de preservação da ilusão através da segurança, através das ligações que vocês criam, através dos nascimentos, através das criações.
Tudo isso, de fato, não é destinado senão a projetar o vosso próprio Amor e a mascarar a falta da natureza, que nós somos todos. Assim, portanto, há também, a este nível, uma espécie de Reversão e de inversão. O apelo da Luz, hoje, é o de vos fazer viver isso. Então, quaisquer que sejam as circunstâncias da vossa vida, não se atormentem, não as rejeitem, porque a vossa visão não se inscreve, frequentemente, senão nas emoções do momento, ou na compreensão intelectual e lógica do que vocês tinham e do que vocês já não tinham.
Se o tempo fluir, vocês constatarão por vocês mesmos, e todos vocês tiveram disso a experiência, que o que vocês perderam, um dia, através de uma perda e de um luto, acaba sempre, sempre, por desaparecer. E qual é o agente que o faz desaparecer? O tempo. Porque a falta, a perda, está sempre inscrita no tempo. O Amor não está inscrito em nenhum tempo. Ele vos faz escapar às consequências do tempo.
O Amor Vibral: o Amor que se dá. Reflitam sobre isso, porque estes mecanismos estão a trabalhar, absolutamente para todos.
Ora, hoje, o que se passa, e que se passará cada vez mais, é que vocês são regados pela Fonte e pela Natureza do que vocês São, quer vocês denominem isso Supramental, Onda da Vida, Êxtase, Samadhi, Shantinilaya, e suas múltiplas declinações, isso não tem nenhuma espécie de importância. Tudo isto não é senão um convite para se darem, a vocês próprios, ao que vocês São, a não esperar nada, porque, quando não se espera nada, tudo está aí, e não há falta.
Nós somos, todos, o Amor, a Vida e a graça, o Caminho, a Verdade e a Vida. Sem nenhuma exceção. Apenas os filtros e os Véus, as experiências do passado, os traumatismos, a falta, o medo, nos afastam disso. Então, não há senão o Amor para preencher isso. Não há senão o Amor para ser o que nós Somos, de maneira infinita, para além deste tempo, como de todo o tempo.
Este Amor, quando ele é encontrado, não pode ser limitado, não pode ser amputado e não desaparece com a morte. Porque vocês encontraram o que vocês São: vocês são Eternidade. Antes, em nenhum momento, vocês podiam viver; vocês só podiam supor ou imaginar. Mas a partir do instante em que o Amor está, realmente, aí, vocês são a Totalidade, vocês são o Todo.
Eis os elementos que eu queria vos trazer e que resultam, talvez não do que se passa agora, mas do que eu, realmente, vivi, na minha encarnação passada. Aí está o essencial, porque, se vocês aceitarem olhar objetivamente, vocês se aperceberão que, realmente, é a única Verdade. Ela não é relativa, ela traduz o Absoluto de todas as relações e tudo o que pode existir neste mundo e mais além.
O que é diferente, nos outros mundos, nos mundos que nós denominamos unificados ou multidimensionais, é que a expressão do Amor não está contaminada por nada, travada por nada: não há nem opacidade, nem cálculo, nem lógica, nem razão, nem apego, há Liberdade total de movimentos, de ressonância, de Comunhão. Não existe nenhum confinamento possível.
Então, tudo o que foi constituído sobre este mundo, desde há muito tempo, obriga a separar, a confinar. Isso é visível mesmo nos mundos de vida. Isso é visível em tudo o que é dado a ver, em tudo o que vos é dado a experimentar neste mundo.
Olhem claramente e vocês compreenderão, nesse momento, vocês apreenderão, que o Amor não é qualquer coisa que se tome, nem que se troque. O Amor é Dom, porque a Vida é Dom e porque a Vida é graça. Encontrar a graça, viver a graça e o Êxtase, é a essência da vossa Natureza, quer dizer que vocês se encontraram. Tendo-se encontrado, vocês encontraram o resto do mundo, vocês encontraram o Amor.
Eu terminei a minha intervenção.
Estabeleçamo-nos, se vocês o quiserem, todos juntos, neste Dom, neste acolhimento, no Amor que nós somos, para além de toda a consideração, para além de toda a expectativa, de toda a projeção, mesmo de toda a esperança, simplesmente, nos instalando neste tempo presente que não depende de nenhum tempo e que, portanto, escapa ao tempo. Assim é o Amor, assim é a Verdade.
MA NANDA MOYI vos ama porque é a sua Natureza. Vocês me amam porque é a vossa Natureza, sem cálculo e sem condições, sem suposição.
Eu vos amo, até breve.
Mensagem de Ma Ananda Moyi no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1544
21 de julho de 2012
(Publicado em 22 de julho de 2012)
Tradução para o português: Cristina Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com
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