Pergunta: neste contexto, o que significa o
Absoluto, como vivê-lo?
Eis o exemplo típico (e eu não tenho nada contra você) de alguém que não tenha lido nada do que eu disse.
Não se pode dizer nada do Absoluto.
Este não é um contexto nem um conceito.
Não se pode dizer nada (absolutamente nada) sobre o Absoluto, visto que, justamente, ele é Desconhecido.
Então, querer fazer uma aproximação de compreensão intelectual, mental ou imaginada, não quer dizer nada.
É o mental que faz essa pergunta.
O mental não pode se aproximar, nem duvidar, do que quer que seja a respeito do Absoluto.
O próprio princípio do Absoluto é, precisamente, o de refutar tudo o que é conhecido.
Nada pode ser explicado (dado) sobre o Absoluto. Querer fazer dele uma compreensão não significa nada.
Da mesma forma, não existe nenhum meio para lhe dar (para lhe explicar) sobre como viver, o Absoluto, porque o como implica necessariamente uma compreensão (um mecanismo intelectual de compreensão, de aproximação), o que é impossível.
Eu o aconselho, pois, a reler tudo o que eu pude dizer e até mesmo, no meu texto introdutório.
Qualquer vontade de compreensão do Absoluto está fadada ao fracasso, porque lhes é Desconhecido.
O Absoluto não pode ser exprimido em palavras, porque é o que vocês São.
Então querer viver o que você É, é um absurdo visto que você o é, de toda a Eternidade.
O mental faz este gênero de pergunta, porque ele é persuadido de que ele vai poder apropriar-se do Absoluto e vivê-lo.
Mas, precisamente, é na ausência de compreensão, no desaparecimento do interrogatório do mental em si, no desaparecimento da compreensão (ou da lógica que é, também, o desaparecimento da própria pessoa), que o Absoluto É.
Eu não posso então trazer nenhuma resposta à sua pergunta.
Seria presunçoso acreditar (ou esperar) que uma definição do que seja o Absoluto é possível.
Da mesma forma que não existe nenhuma técnica, nenhuma maneira de viver o Absoluto, formulando este gênero de pergunta.
É apenas refutando tudo o que é conhecido (ou seja: você não é este corpo, você não é estes pensamentos, você não é esta vida, você não é este mundo), deixando fazer o que é para fazer neste mundo, que o Absoluto É.
Nenhuma emoção, nenhuma imagem, nenhum símbolo, nenhum imaginário, nenhum sonho, nenhuma projeção, é de alguma utilidade para você ser Absoluto.
Muito pelo contrário.
Desvencilhe-se de tudo isso.
É só quando você se desvencilha de tudo o que cobre o que você É (isto é, o Absoluto) que o Absoluto É.
O Absoluto é Desconhecido.
É isso que eu dizia no começo.
Imaginemos (e isso é fácil), que você me diz que você não sabe o que é o ar.
Mas, você vive no ar.
Guardadas as proporções, este é exatamente o mesmo princípio.
Enquanto você faz uma projeção (do Absoluto), jamais poderá ser para você.
E, no entanto ele está aí.
O olhar exterior, a compreensão, a projeção em um sistema de conhecimentos (seja ele qual for), não pode lhe dar esse acesso.
Não existe, simplesmente.
Somente quando tudo que está ligado a sua pessoa, ao seu "Eu", ao seu Si, não existe mais, fica em silêncio, que o Absoluto está aí.
Toda palavra que eu poderia dar a você do Absoluto faria somente afastá-lo dele.
Apenas nos momentos em que o "Eu" desaparece, ou o Si desaparece completamente (isso foi chamado o Abandono do Si), é o momento em que você se libera, totalmente, de tudo o que é conhecido para você (todos os seus condicionamentos, todos os seus reflexos, todas as suas crenças, todas as suas ilusões, neste corpo, nesta vida, e nesta consciência, não existem mais) é que o Absoluto É.
Não antes.
Então, como você pode imaginar servir-se de sua própria consciência, de sua própria inteligência, de sua própria compreensão, para ser Absoluto?
É impossível.
Como esta abordagem existe: (que vocês a nomeiem psicológica, espiritual ou outra), vocês se roubam a si mesmos.
Como vocês jogam o jogo da consciência, vocês não podem ser Absoluto, visto que o Absoluto é, na verdade, tudo exceto uma consciência, tudo exceto uma compreensão, tudo exceto o que lhes pode ser conhecido.
Não há, assim nenhum meio, nenhuma possibilidade de responder, também neste tipo de questão.
Eu convido você, então, a reler atentamente, já, as respostas que eu pude dar.
O Absoluto já está aí.
É a consciência que, justamente, põe fim ao Absoluto.
O Absoluto é a-consciência.
O Absoluto não é mesmo supraconsciência.
A supraconsciência poderia ser a fase pré-última.
Mas o Absoluto não é uma fase nem uma etapa.
Ele está além de toda possibilidade da consciência.
Você queria fazer de algo que é Ilimitado, um limitado que você possa apreender-se.
Mas não há nada a apreender.
Pelo contrário.
É-lhe necessário desapreender-se de tudo, sem nenhuma exceção, viver este caos, esta morte, esta superação de todos os medos, não por uma ação qualquer, mas, bem, pela observação de tudo o que deve morrer por ser efêmero.
Passar pelas Portas da Dissolução.
O que vocês chamaram a Onda da Vida, que chega para alguns lugares do corpo ilusório e lhes explode na cara, o caos, a negação, a vontade de deixar perdurar o Si, por orgulho espiritual, por medo da morte, por medo de tudo.
Isto é o que deve ser visto.
Quando isso é visto, o Absoluto não é mais um problema, não é uma busca, não é algo para ser encontrado.
O ponto de vista muda e vocês percebem que o Absoluto sempre esteve aí.
Mas, enquanto vocês estão localizados em um corpo, em um Si, em uma história em um apego (seja ele qual for), vocês não podem ser Absolutos.
E, no entanto, já é o que vocês São.
Mas o ego os impede.
O Si também.
Vocês devem aceitar morrer.
Isso foi nomeado a Crucificação, a Ressurreição.
Temos de perder tudo, para ser Tudo.
Enquanto você se retém no que quer que seja (na sua consciência, neste corpo, no Si, em seus chacras, em sua Kundalini sabe-se lá o que mais), você se engana a si mesmo.
Você se limita a si mesmo.
Você permanece no conhecido.
Você permanece no possível, no circunscrito e, em nenhum momento o ponto de vista muda. O olhar é o mesmo, vestido por outros Véus, por outras ilusões.
Você não pode conhecer o que você é.
Você não pode mais do que Ser.
Conhecer faz apelo à consciência.
É a cessação da consciência (em uma localização, em um espaço e em um tempo, em uma história e em um corpo, em um mental, como em uma Alma ou como em um Espírito) que realiza.
Enquanto resta o que quer que seja do que eu acabo de descrever, o Absoluto o mantém afastado e, no entanto, isso é o que você É, para além de toda história, de todo corpo.
O ego só existe pela falta ligada ao efêmero.
O Absoluto põe fim ao embarreiramento, põe fim à localização, põe fim a toda ilusão, a toda crença, a todo Si, a todo "Eu".
No entanto, o saco de comida permanece.
Mas, você não está mais identificado com ele.
Não como uma crença, mas, bem, por experiência direta.
Ora, esta experiência direta não se pode viver enquanto existe a menor identificação ao que quer que seja, isto é, enquanto existe a menor projeção.
Ora, a consciência é projeção, no "Eu" como no Si.
A consciência é movimento (que este movimento seja fragmentário, no "Eu" como muito mais amplo) dando acesso a um Ilimitado do Si, chamado pomposamente, Despertar.
Mas, se vocês estão aí é que vocês já estão Despertos.
Não há nada a realizar que já não esteja Realizado.
É o ego que acredita nisso, o Si que acredita nisso.
Esta é a pior das armadilhas, porque isso os leva a manter projeções constantes, a acreditarem-se Infinitos, em uma busca infinita.
O Absoluto não é isso.
Esta é precisamente a suspensão de toda projeção, de toda consciência, de toda localização, de todo tempo e de todo espaço e de toda Dimensão.
Será que isso quer dizer, portanto, que tudo o que eu acabo de enumerar, desaparece?
Veja a cebola, em sua totalidade, com suas primeiras cascas, isso quer dizer que o núcleo da cebola, no centro, não é mais?
Esta é uma mudança de olhar.
Mas o ego não o aceitará jamais.
E o Si, menos ainda. Porque enquanto o "Eu" permanece no "Eu" da mesma forma, o Si permanece no Si.
Mas, enquanto vocês se mantêm no que quer que seja vocês não estão Livres.
Então, é claro, o ego vai sussurrar-lhes que vocês estão encarnados.
O Si vai sussurrar-lhes que vocês têm uma evolução espiritual.
O "Eu" vai dizer-lhes que vocês têm obrigações.
O Si vai dizer-lhes que vocês têm uma responsabilidade espiritual.
Mas tudo é conhecido e arqui-conhecido e não concerne em nada ao Absoluto.
É-lhes necessário passar ao outro lado, sabendo bem que não há nenhum outro ponto de passagem, exceto pela morte de tudo o que eu acabo de nomear.
Não é uma viagem: é o encerramento da viagem.
Crer que há uma viagem os afasta do Absoluto.
Enquanto vocês correm atrás de uma Kundalini, enquanto vocês correm atrás de um chacra, enquanto vocês correm atrás de qualquer coisa, vocês se iludem.
É o medo que os faz acreditar que vocês têm algo para procurar e para encontrar.
Enquanto o medo estiver aí, vocês permanecerão no "Eu" e no Si, no medo por esse corpo, no medo por uma evolução espiritual, por um carma que não existe.
Vocês permanecem nos estratos inferiores.
O seu ponto de vista não pode mudar.
Tudo o que acontece no "Eu", tudo o que acontece no Si está, naturalmente, inscrito no Absoluto, mas não é o Absoluto, porque tudo isso lhes é conhecido ou cognoscível.
É-lhes preciso renascer virgem e novo.
Isto não é porque não há mais programa, não é porque não há mais sistema, que tudo desapareceu.
É um problema de configuração, de olhar e de ponto de vista.
Enquanto vocês não tiverem tudo deixado, tudo abandonado, o Absoluto não está aí para vocês, então que ele esteja sempre aí.
Por mais que vocês abandonem tudo, na carne, coloquem-se em uma montanha, meditando durante milhares de anos, isso não mudará nada.
Vocês acreditarão chegar a algum lugar e vocês não perceberão que não há nenhum lugar aonde chegar.
Vocês continuarão a manter e criar cenas de teatro, peças novas, a construir outros teatros e tomar isso pela realidade, pelo real, pela a única verdade.
Vocês não são isso.
Vocês devem soltar tudo.
Isso se chama o Abandono do Si.
Lembrem-se de que o Absoluto não pode ser de forma alguma, um objetivo final.
É o Último.
Não é uma etapa.
Não é uma pesquisa.
Este é justamente o cessar de tudo isso.
Pergunta: pela refutação e a mudança de ponto de vista, a angústia faz-se menos presente, ou não aparece mais. Paralelamente a isso, o mental se dilui. Mas o ego se manifesta, ainda por momentos, de forma aguda. Eu refuto igualmente, mas, eu estou surpresa que alguns sentimentos estejam ainda aí. A onda está presente. Estou um pouco perdida com todos estes estados. Você pode me esclarecer?
Mas, você já está iluminada.
O que você quer como iluminação suplementar?
Desde o instante em que a conduta da refutação dá-lhe a viver essas mudanças, o que você quer mais?
Talvez você não esteja ainda suficientemente perdida o bastante.
Quando você estiver totalmente perdida, enfim, você será encontrada.
Aceite perder, totalmente, todo marcador, todo espaço.
Todos esses estados que mudam, observe-os e refute-os também.
O que você conduz (e leva) é a solução certa.
Você ilumina a si mesma.
Continue. Eu nunca disse que isso iria acontecer em um mês ou dois meses.
Alguns o vivem instantaneamente.
Outros vão para (em termo linear) durante vários meses.
Qual é a importância, em definitivo, visto que, como lhes disseram numerosos intervenientes, vocês estão, todos, Liberados?
Então, a Libertação é para todos.
Mas é diferente viver a Liberação a partir do "Eu", a partir do Si, ou a partir do Absoluto.
Porque as implicações não são as mesmas: aquele que está apegado sofre, aquele que está Liberado não sofre. Aquele que possui crenças sofre e sofrerá.
Aquele que não possui crenças, aquele que renasce na virgindade, não pode sofrer.
Não pode existir luta.
Quando vocês são Absoluto (eu o repito), vocês passam do "Eu" ao Si, e do Si ao Absoluto, como do Absoluto ao Si, e do Si ao "Eu", sem nenhum problema, à vontade.
Mas, enquanto vocês não são Absoluto, vocês não podem passar de um ao outro.
É por isso que devemos abandonar o "Eu", o Si.
Enfrentar a sua própria morte, a fim de deixar a Ilusão desaparecer, sem desaparecer a si mesmo.
Então você já está iluminada.
O que você quer mais, como iluminação?
O que você enunciou traduz que a refutação (em sua terminologia encarnada) funciona.
O testemunho dela é a Onda da Vida, bem além do que é nomeado a Kundalini, os chacras e o Supramental.
O que você quer mais?
Deixe desaparecer todo o resto.
Não procure ser mais iluminada do que o que dá a iluminação do que você vive.
Tudo está aí.
Por que querer mais?
Não há nada a procurar.
Não há nada a desejar.
Há, somente a abandonar completamente, o Si.
E a refutação é a única via possível.
Então vá em frente. Você está aí.
Claro, é lógico, no "Eu" e no Si, que o mental esteja presente.
A pacificação das emoções, a diminuição das angústias e do mental, os conduz a viver a Presença, e a Infinita Presença.
Desde esse instante, se vocês aceitam morrer em toda localização, em toda ligação, em todo apego, vocês renascem, Livres e Liberados.
Vocês são, portanto, Liberados Viventes.
Vocês são o Jnani, o Mukti.
E aí tudo se torna extremamente claro.
Tudo é iluminado. Não pode persistir nenhuma zona de sombra.
Pergunta: a consciência está identificada, recentemente, com as memórias de individualidade com um sofrimento notável durante vários dias. A refutação e a transcendência não puderam, pontualmente, efetuar-se. Por quê?
Porque é preciso reforçar a sua posição de observador.
Eu lembro a você que é a posição do observador que o faz sair do papel do ator (quaisquer que sejam os meios empregados), no caminho da refutação e da Liberação (que não é um caminho).
Frequentemente, as resistências se expressam.
Se eu posso empregar essa palavra, o desafio, naquele momento, é ver, cada vez mais claramente (aceitar, refutando-o, mais e mais claramente), suas angústias e suas manifestações.
No dado momento, você poderá dizer que você está nisso.
Isso quer dizer que você estará suficientemente distanciado desse sofrimento.
Todo sofrimento é feito para ser transcendido.
A transcendência não é a supressão do sofrimento por qualquer meio (químico, energético, psicológico ou outro).
Ela é, simplesmente, a visão mais clara e a mais lúcida do sofrimento, onde quer que ela esteja, a fim de permitir uma não identificação.
A refutação é efetivamente o meio. Mas, aí também, isso não funciona instantaneamente.
Às vezes, sim. Às vezes não.
Às vezes é preciso um pouco mais de tempo.
Quanto mais isso lhes parece árduo (para a não-resposta à não refutação), mais vocês estão próximos da Infinita Presença.
Então, não busque porquê, não busque como.
Mas, continue a refutar.
E, necessariamente, esse sofrimento vai se afastar.
A partir do instante em que você não dá mais aderência (sem rejeitar, mais uma vez), o momento não há mais engate na Consciência (para o sofrimento como para um apego, é o mesmo princípio), então, o apego ou o sofrimento acaba.
Aí está a Liberdade. Aí está a Liberação.
Claro, há sempre uma tendência a se dizer "isso não funciona", a partir do momento em que vocês estimam que um tempo suficientemente longo foi consagrado.
Mas, se isso está sempre presente é que o tempo consagrado não é suficientemente longo.
É uma injunção para continuar.
Não existe nenhum sofrimento que resista à refutação.
Contrariamente, há muito sofrimento que irá resistir à reação: quer ela seja química (por um analgésico), quer ela seja psicológica (por uma droga psíquica, na visão psíquica), ou qualquer outra técnica.
Mas eu poderia dizer a mesma coisa com relação à questão à qual eu não respondi, a respeito do medo, é a mesma coisa: se vocês querem compreender os mecanismos do medo, como do sofrimento, vocês não sairão jamais da ação / reação.
Vocês manterão, vocês nutrirão, a Dualidade.
A refutação não pode, em nenhum caso, nutrir a Dualidade, porque isso vai criar uma ruptura de equilíbrio no mental e, portanto, no cérebro.
É essa ruptura de equilíbrio, no cérebro e no mental (como é obtido durante uma experiência de quase morte, ou, ainda quando de algumas experiências fora do corpo ou místicas), que se realiza a Liberação.
É tão simples assim.
Claro que, quando há sofrimento ou medo, a primeira coisa que vem à consciência, é encontrar um remédio para fazer cessar o medo e o sofrimento.
O erro está aí, e ele é fundamental: a refutação não vai agir contra, enquanto a lógica da encarnação gostaria que se agisse contra.
A refutação é um acompanhamento, e não uma luta.
O acompanhamento vai sempre em direção às linhas de menor resistência.
A refutação vai, neste caso (como na pergunta que eu não respondi), ser, muito exatamente, o que será um agente de transcendência contribuindo para a Liberação.
Enquanto vocês querem lutar contra, enquanto vocês querem explicar medos, sofrimentos (é a mesma coisa), vocês se vão enganar.
Porque vocês induzem, neste saco de comida, neste saco de pensamentos, uma repetição no sentido do efêmero que é sem fim, até o fim do efêmero, e vocês nem se dão conta disso.
Por outro lado, a refutação, mesmo se ela não parece dar resultados, é realmente o único meio que vai fazê-los passar do ator que sofre (ou que tem medo) àquele que observa e, em definitivo, para ir além do observador.
Então eu aconselho a continuar.
Esta resposta é conjunta àquela concernente ao medo, àquela que eu não respondi por que a formulação não é a mesma.
E os aconselho a reler as duas formulações das duas questões que, no entanto, poderiam assemelhar- se mas que, ainda assim, tudo opõe.
Porque o ponto de vista da primeira questão não é o ponto de vista da segunda questão à qual eu respondi.
Toda diferença está aí.
Pergunta: Qual é o pior obstáculo para reverter em mim para fusionar, como eu fiz uma vez sem procurá-lo, isto é, repetir a experiência à vontade?
Mas nenhuma experiência à vontade fará você viver o Absoluto.
É preciso parar toda a experiência.
Além disso, a experiência espontânea que foi vivida não se produz porque há um obstáculo e é significativo: é você mesmo.
Toda experiência vê-se apropriada pelo "Eu" ou pelo Si e, enquanto há uma apropriação de uma experiência (seja ela a mais maravilhosa), bem, não há Absoluto. Esta é uma constante.
Será que alguém que tenha feito uma experiência às portas da morte renova esta experiência à vontade? Bem, não.
Por quê?
Porque há um apego à memória da experiência.
Esse apego à memória da experiência é o suficiente para bloquear a experiência futura e suficiente para bloquear o Absoluto.
Nenhuma pessoa que tenha vivido uma experiência de quase morte não pode aceder a este estado Absoluto.
Porque há um apego.
Todo apego a uma experiência (qualquer que seja ela, a mais autêntica e a mais profunda), é um grande obstáculo ao Absoluto.
Aquele que jamais viveu experiência acede mais facilmente ao Absoluto, porque ele está virgem.
É o mesmo princípio para o Si: aquele que mantém o seu Si não quer deixar o Si.
Aquele que está marcado por uma experiência mística, seja ela qual for não quer deixá-la.
Apreenda bem então, que o único obstáculo é você mesmo.
Esqueça-se. Esqueça essa experiência.
Refute-as e você será Absoluto.
A dificuldade vem do apego, novamente.
Quanto mais a experiência é profunda, e quanto mais ela é bonita, quanto mais ela é vívida, mais ela é um obstáculo no seio do que vocês são hoje.
Lembrem-se: não há progressão entre o Si e o Absoluto.
Não há passagem entre o Si e o Absoluto.
O Si é o orgulho espiritual, por excelência, daquele que se crê chegado, daquele que quer ficar fechado, que se recusa a Abandonar-se e que, no entanto clama pela necessidade de Liberdade.
Aquele que disse isso está aleijado de medos e de sofrimentos.
Nenhuma experiência deve ser reproduzida.
O Absoluto é a cessação de toda experiência.
Mas, uma vez que o Absoluto é revelado, todas as experiências tornam-se possíveis, mas não antes.
É isso que é preciso apreender.
Então, refute todas as suas experiências, mesmo esta que você vai ver.
A característica do ser humano é apegar-se a tudo o que lhe vem à mão ou sob os olhos.
E se, além disso, é uma experiência mística inabitual, isso será suficiente para o enraizamento na experiência passada e impedi-lo de ser Livre e então de viver a sua própria Liberação.
Este não é um paradoxo já que o Absoluto não é uma progressão a partir do Si.
É a ruptura do Si. Eis porque a refutação é fundamental e importante.
Enquanto vocês não refutaram mesmo os seus acessos ao corpo de Estado de Ser, enquanto vocês não tenham ainda refutado mesmo o seu acesso ao Sol, enquanto vocês não refutaram até mesmo a sua própria Dissolução, vocês não podem ser Liberados.
Ora, justamente, o Si vai acreditar, ao inverso, que ele é necessário para manter viva a experiência passada, com a sua intensidade.
Ele vai rememorar-se da experiência, vai fazê-la voltar em um giro (no mental, no Si) e vai se afastar, ainda mais, desta Liberação.
O Despertar, pomposamente assim nomeado, não é a Liberação.
A Realização não é mais do que um golpe que os mantém na Ilusão.
É assim que são nascidas as Ilusões espirituais (o que vocês chamam a Nova Era ou os ensinamentos Luciferianos) que vocês fazem refletir alguma coisa que não é verdade e que é um grande obstáculo à Liberdade e à Liberação, porque vocês ficam presos na experiência passada, na visão do terceiro olho, nos potenciais energéticos e Vibratórios.
Ao passo que mesmo isso deve ser refutado.
Caso contrário, vocês manterão o Si.
Vocês estão deleitados de Despertar, deleitados de sua auto Realização, que é, de fato, apenas o reflexo de sua autossuficiência.
Mesmo isso deve ser refutado.
E é mais fácil de refutar a vida ordinária, para uma pessoa no "Eu" que nunca viveu o Si, do que refutar o Si para aquele que está instalado no Si e no orgulho espiritual.
Eu lembro a vocês que vocês estão todos Liberados, mas que as condições e as circunstâncias desta Liberação não são as mesmas.
Que o futuro de sua própria Liberação não é o mesmo.
Portanto, o obstáculo é você.
Pergunta: Eu tenho sempre muita dificuldade de interiorizar-me corretamente quando dos alinhamentos ou das meditações. Seja porque eu durmo, seja por eu me deixar levar por pensamentos, seja por eu ser incapaz de permanecer durante o tempo indicado. Eu deduzi disto então, que tenho resistências consideráveis mas eu não as identifiquei.
Esqueça primeiramente as suas suposições as suas projeções porque o fato de dormir é excelente.
Porque o adormecimento corresponde à extinção da consciência, bem além de Turiya, então isso é um sinal forte de Alinhamento, como você o diz, tem uma eficiência.
O adormecimento é o momento em que há a ocultação da consciência como da supraconsciência.
Nesses momentos, o Absoluto desvela-se, mesmo se você não tem a consciência.
A resistência situa-se, ela, quando você não se retém em lugar e nos momentos em que os pensamentos o invadem.
Aproveite esses momentos, onde o Alinhamento dá-lhe a viver isso, para refutar esses pensamentos, sem lutar contra, mas desengajando-se, desidentificando-se desses pensamentos.
Não há, portanto, que agir, não há, portanto, que deixar fazer, mas sim aproveitar esta oportunidade que lhe está sendo oferecida, para refutar, durante estes momentos.
O que vocês nomeiam "Alinhamento" é a conjunção, doravante, da supraconsciência e da Onda, em ressonância com o Absoluto.
Aproveite então estes instantes e estes momentos para trabalhar a refutação ou então para dormir.
O resultado será o mesmo.
A forma como você expressa a questão mostra que o mental amaria muito amparar-se das experiências de Alinhamento.
O adormecimento é a melhor das formas para que o mental não possa monopolizar.
Persista então nisso, e refute enquanto você não dorme.
Você constatará então, muito rapidamente, alguma coisa acontece e que o conduz a um mecanismo de Si (chamado Infinita Presença), que é, de alguma forma, as premissas do Absoluto, ou, em todo caso, facilitação do Absoluto.
Pergunta: Desde algumas semanas, eu tenho a impressão de que o que constituía a minha atividade profissional inflama-se sob os meus olhos e que mais nada tem sentido. Eu sei que não há nada a fazer, nada a parar, mas isso cria em mim, seja um mecanismo de ação / reação, seja uma sensação de depressão, de vazio. Em ambos os casos, eu não estou nem na alegria nem na paz. Como fluidificar este processo e sair da ilusão?
A forma que você tem de apresentar: você me faz uma descrição que corresponde à saída da ilusão e, em seguida, você pergunta como sair da ilusão, então isso é o que você está vivendo.
O que você quer mais?
O fato de perder os valores de referência, o fato de não mais encontrar apego a quem quer que seja ou ao que quer que seja é bem a prova da Liberação em andamento e, portanto, a cessação da ilusão.
O que você quer trazer a mais para isso?
Porque o que é vivido aí, é o processo da Infinita Presença que os conduz ao Absoluto e ao fim da ilusão deste mundo.
Agradeça então, pelo que você vive e não mude nada.
Seja o observador do que acontece, porque o que lhe é dado a ver é justamente o fim de suas próprias ilusões, de seus próprios apegos.
Esta é a dor ou o choque.
Isto é o que vocês vivem, todos, neste momento, em graus diversos.
Então, por que vocês querem bloquear isso?
É totalmente natural.
Não há nada a melhorar.
Há somente que ver o que acontece.
O que quer que vocês tenham a impressão de perder, quem quer que vocês tenham a impressão de perder, agradeça, porque aí se encontra a sua Liberação e a sua Liberdade.
O que quer que vocês pensem, qualquer que seja o sofrimento, qualquer que seja a depressão.
Lembrem-se de que o que se expressa, pela depressão, pelo sofrimento, pelo tédio, não é senão o reflexo da agonia do ego e do Si.
Então, por que vocês querem trazer um remédio e impedir o que os libera?
Mude o olhar, aí também. Agradeça.
O que lhes parece terrível e difícil, hoje, está destinado apenas a mostrar-lhes os últimos apegos em ação.
Isto é o que os libera.
Quer isso seja o trabalho, quer isso seja um ente querido.
O que vocês vivem é a Liberdade, mesmo se lhes pareça no seio da consciência, como o inverso.
Mas, é claro, para a consciência, é o inverso.
A consciência não quer desaparecer, quer seja a consciência do eu ou a consciência do Si.
As circunstâncias de suas vidas trazem-nos a viver isso e é, muito exatamente, o que vocês precisam.
Então, por que querer remediar a sua própria Liberação?
Se vocês aceitam isso, vocês verão por si mesmos que o que lhes parecia, o antigo, o sofrimento tremendo, não é mais do que a sua Liberação, nada mais.
Vocês não estão mais no tempo de contemplação do Si e da Alegria.
Vocês estão na Liberação dos últimos apegos, das últimas ilusões.
Embora isso lhes pareça difícil, é difícil para quem e para quê? Olhem isso.
Seja o observador, em um primeiro tempo.
Refutem isso e vocês serão Liberados.
Vocês não têm que resistir.
Vocês não têm que se opor, caso contrário, vocês manteriam ou restabeleceriam uma dualidade que vocês não querem mais.
Não é mau humor ou uma depressão profunda que deve impedi-los de Ser.
Eu diria mesmo que é um sinal excelente que traduz perfeitamente a Liberação em curso.
O que vocês querem mais?
Vocês não estão mais nas etapas de acesso ao Si, de realização do Si.
O que se desenrola é a Ascensão da Terra, a Liberação final de todas as ilusões.
Quando o mundo desaparece, ao que vocês se apegam, senão ao que vocês São?
Esta é uma oportunidade e um presente, uma grande graça.
E vocês vivem isso ao inverso.
Eu o disse: quanto menos vocês compreendem, mais isso lhes parece difícil, mais isso será fácil.
Estas são apenas a expressão das resistências do ego e do Si.
Mas, se isso afeta vocês, é que deveria ser assim.
Vocês não são o que sofre, vocês não são a depressão.
O que se solta de vocês, Libera-os.
Não há nenhuma exceção a esta regra.
O que quer que se solte de vocês, mesmo se vocês não percebem disso a utilidade, mesmo se vocês não vivam disso além de um estado extremamente desagradável, vão além disso.
Não carreguem julgamento sobre o que vocês vivem porque tudo o que vocês vivem hoje é apenas o resultado de sua Liberação.
Vocês deveriam estar felizes: vocês saem do teatro, não há mais teatro.
E quanto mais o que vocês nomeiam os dias, vão passar, as semanas vão passar, mais isso vai ser evidente.
Vocês não podem voltar atrás.
O que está morto está morto.
O que nasce, nasce.
Não há nada mais do que os apegos ao que está morto que criam o sofrimento.
E o que morre não é uma perda, mais uma vez, é uma Liberação. Mudem o olhar.
É principalmente se vocês não vivem nada, ou se vocês estivessem em Alegria permanente, que vocês deveriam inquietar-se.
Eu os remeto, por isso, ao que lhes disse um dos Anciãos, há algum tempo, muito tempo mesmo, concernente ao choque da humanidade.
O que vocês acreditam que vocês vivem?
O seu choque pessoal.
O choque do ego. O choque do Si.
Isto vai ser cada vez mais evidente, mas vocês não são isso.
Vocês não têm nenhum meio (intelectual, mental, de clarividência, de intuição ou de premonição) que lhes dê meios de aceitar o que vocês vivem. Vocês devem passar por isso.
Mas, ainda uma vez, isto não é uma prova, é uma Liberdade.
Eu creio que o Comandante dos Anciãos repetiu-lhes durante anos: a lagarta se torna borboleta. Mas a lagarta, deve ceder lugar à borboleta.
De que outra forma vocês querem ser tanto uma lagarta e uma borboleta? Mudem de ponto de vista.
Não mantenham o ponto de vista da lagarta, mas o ponto de vista da borboleta.
Não encontrem um estratagema, dizendo: Eu sou encarnado, eu tenho obrigações.
Isso não se faz. Se vocês aceitam o que acontece, vocês continuarão a fazer o que é para fazer, até o último momento, mas vocês, vocês serão Liberados antes.
Então o que vocês querem? É como se vocês dissessem: "Eu quero mesmo morrer, mas eu não quero que meu coração pare", "Eu quero morrer bem, mas eu quero mesmo ficar onde estou".
Vocês sabem muito bem que é impossível.
Pergunta: o Absoluto foi revelado durante um momento de meditação e de tranquilidade, mas quando as atividades da vida foram retomadas, o véu foi recolocado. A espera e a vontade de viver novamente esse estado fazem obstáculo a este desvelamento. Como agir sobre esses obstáculos?
A revelação ocorre apenas uma vez.
O véu não pode ser recolocado porque o véu é consumido.
Não há passagem entre o Si e o Absoluto. Mas uma vez o Absoluto estabelecido, a passagem é possível em ambos os sentidos à vontade.
O que quer dizer que o que foi vivido é uma Dissolução no seio da Infinita Presença.
E esta é, aliás, a diferença com o estado Absoluto (que não é um estado), porque quando o Absoluto é tocado, vivido, realizado, conscientizado, desvelado, já não pode recolocar o véu [révoiler] ou desaparecer.
Foi, portanto, um pré-requisito, mas, como você o observou, e o disse, o desejo de agir e de reproduzir a experiência afasta você do que foi vivido.
Refute também isso. Não o procure. Não o pergunte, mas refute-o e você vai ver.
É claro que a realização da Presença Última ou da Infinita Presença presente, por assim dizer, semelhanças perturbadoras com o Absoluto.
A diferença reside precisamente nesta passagem ou nessa não passagem à vontade.
Se não houver possibilidade de reviver espontaneamente isso, como os olhos fechados, não era então Absoluto, mas sim o último estado chamado de Infinita Presença.
Portanto, devemos refutar e não desejar. E, sobretudo não agir.
O comportamento a adotar é então estritamente o oposto do que você procura fazer. Quando o Absoluto está aí vocês passam, à vontade, sem dificuldade, sem meditação, do Absoluto ao Si, do Si ao eu, do eu ao Si, e do Si ao Absoluto. O fato de que isso não aconteça assinala que isso ainda não ocorreu.
Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1494
29 de junho de 2012
(publicado em 01 de julho de 2012)
Tradução para o português: Josiane Oliveira - http://fontedeunidade.blogspot.com.br
http://minhamestria.blogspot.com/
Eis o exemplo típico (e eu não tenho nada contra você) de alguém que não tenha lido nada do que eu disse.
Não se pode dizer nada do Absoluto.
Este não é um contexto nem um conceito.
Não se pode dizer nada (absolutamente nada) sobre o Absoluto, visto que, justamente, ele é Desconhecido.
Então, querer fazer uma aproximação de compreensão intelectual, mental ou imaginada, não quer dizer nada.
É o mental que faz essa pergunta.
O mental não pode se aproximar, nem duvidar, do que quer que seja a respeito do Absoluto.
O próprio princípio do Absoluto é, precisamente, o de refutar tudo o que é conhecido.
Nada pode ser explicado (dado) sobre o Absoluto. Querer fazer dele uma compreensão não significa nada.
Da mesma forma, não existe nenhum meio para lhe dar (para lhe explicar) sobre como viver, o Absoluto, porque o como implica necessariamente uma compreensão (um mecanismo intelectual de compreensão, de aproximação), o que é impossível.
Eu o aconselho, pois, a reler tudo o que eu pude dizer e até mesmo, no meu texto introdutório.
Qualquer vontade de compreensão do Absoluto está fadada ao fracasso, porque lhes é Desconhecido.
O Absoluto não pode ser exprimido em palavras, porque é o que vocês São.
Então querer viver o que você É, é um absurdo visto que você o é, de toda a Eternidade.
O mental faz este gênero de pergunta, porque ele é persuadido de que ele vai poder apropriar-se do Absoluto e vivê-lo.
Mas, precisamente, é na ausência de compreensão, no desaparecimento do interrogatório do mental em si, no desaparecimento da compreensão (ou da lógica que é, também, o desaparecimento da própria pessoa), que o Absoluto É.
Eu não posso então trazer nenhuma resposta à sua pergunta.
Seria presunçoso acreditar (ou esperar) que uma definição do que seja o Absoluto é possível.
Da mesma forma que não existe nenhuma técnica, nenhuma maneira de viver o Absoluto, formulando este gênero de pergunta.
É apenas refutando tudo o que é conhecido (ou seja: você não é este corpo, você não é estes pensamentos, você não é esta vida, você não é este mundo), deixando fazer o que é para fazer neste mundo, que o Absoluto É.
Nenhuma emoção, nenhuma imagem, nenhum símbolo, nenhum imaginário, nenhum sonho, nenhuma projeção, é de alguma utilidade para você ser Absoluto.
Muito pelo contrário.
Desvencilhe-se de tudo isso.
É só quando você se desvencilha de tudo o que cobre o que você É (isto é, o Absoluto) que o Absoluto É.
O Absoluto é Desconhecido.
É isso que eu dizia no começo.
Imaginemos (e isso é fácil), que você me diz que você não sabe o que é o ar.
Mas, você vive no ar.
Guardadas as proporções, este é exatamente o mesmo princípio.
Enquanto você faz uma projeção (do Absoluto), jamais poderá ser para você.
E, no entanto ele está aí.
O olhar exterior, a compreensão, a projeção em um sistema de conhecimentos (seja ele qual for), não pode lhe dar esse acesso.
Não existe, simplesmente.
Somente quando tudo que está ligado a sua pessoa, ao seu "Eu", ao seu Si, não existe mais, fica em silêncio, que o Absoluto está aí.
Toda palavra que eu poderia dar a você do Absoluto faria somente afastá-lo dele.
Apenas nos momentos em que o "Eu" desaparece, ou o Si desaparece completamente (isso foi chamado o Abandono do Si), é o momento em que você se libera, totalmente, de tudo o que é conhecido para você (todos os seus condicionamentos, todos os seus reflexos, todas as suas crenças, todas as suas ilusões, neste corpo, nesta vida, e nesta consciência, não existem mais) é que o Absoluto É.
Não antes.
Então, como você pode imaginar servir-se de sua própria consciência, de sua própria inteligência, de sua própria compreensão, para ser Absoluto?
É impossível.
Como esta abordagem existe: (que vocês a nomeiem psicológica, espiritual ou outra), vocês se roubam a si mesmos.
Como vocês jogam o jogo da consciência, vocês não podem ser Absoluto, visto que o Absoluto é, na verdade, tudo exceto uma consciência, tudo exceto uma compreensão, tudo exceto o que lhes pode ser conhecido.
Não há, assim nenhum meio, nenhuma possibilidade de responder, também neste tipo de questão.
Eu convido você, então, a reler atentamente, já, as respostas que eu pude dar.
O Absoluto já está aí.
É a consciência que, justamente, põe fim ao Absoluto.
O Absoluto é a-consciência.
O Absoluto não é mesmo supraconsciência.
A supraconsciência poderia ser a fase pré-última.
Mas o Absoluto não é uma fase nem uma etapa.
Ele está além de toda possibilidade da consciência.
Você queria fazer de algo que é Ilimitado, um limitado que você possa apreender-se.
Mas não há nada a apreender.
Pelo contrário.
É-lhe necessário desapreender-se de tudo, sem nenhuma exceção, viver este caos, esta morte, esta superação de todos os medos, não por uma ação qualquer, mas, bem, pela observação de tudo o que deve morrer por ser efêmero.
Passar pelas Portas da Dissolução.
O que vocês chamaram a Onda da Vida, que chega para alguns lugares do corpo ilusório e lhes explode na cara, o caos, a negação, a vontade de deixar perdurar o Si, por orgulho espiritual, por medo da morte, por medo de tudo.
Isto é o que deve ser visto.
Quando isso é visto, o Absoluto não é mais um problema, não é uma busca, não é algo para ser encontrado.
O ponto de vista muda e vocês percebem que o Absoluto sempre esteve aí.
Mas, enquanto vocês estão localizados em um corpo, em um Si, em uma história em um apego (seja ele qual for), vocês não podem ser Absolutos.
E, no entanto, já é o que vocês São.
Mas o ego os impede.
O Si também.
Vocês devem aceitar morrer.
Isso foi nomeado a Crucificação, a Ressurreição.
Temos de perder tudo, para ser Tudo.
Enquanto você se retém no que quer que seja (na sua consciência, neste corpo, no Si, em seus chacras, em sua Kundalini sabe-se lá o que mais), você se engana a si mesmo.
Você se limita a si mesmo.
Você permanece no conhecido.
Você permanece no possível, no circunscrito e, em nenhum momento o ponto de vista muda. O olhar é o mesmo, vestido por outros Véus, por outras ilusões.
Você não pode conhecer o que você é.
Você não pode mais do que Ser.
Conhecer faz apelo à consciência.
É a cessação da consciência (em uma localização, em um espaço e em um tempo, em uma história e em um corpo, em um mental, como em uma Alma ou como em um Espírito) que realiza.
Enquanto resta o que quer que seja do que eu acabo de descrever, o Absoluto o mantém afastado e, no entanto, isso é o que você É, para além de toda história, de todo corpo.
O ego só existe pela falta ligada ao efêmero.
O Absoluto põe fim ao embarreiramento, põe fim à localização, põe fim a toda ilusão, a toda crença, a todo Si, a todo "Eu".
No entanto, o saco de comida permanece.
Mas, você não está mais identificado com ele.
Não como uma crença, mas, bem, por experiência direta.
Ora, esta experiência direta não se pode viver enquanto existe a menor identificação ao que quer que seja, isto é, enquanto existe a menor projeção.
Ora, a consciência é projeção, no "Eu" como no Si.
A consciência é movimento (que este movimento seja fragmentário, no "Eu" como muito mais amplo) dando acesso a um Ilimitado do Si, chamado pomposamente, Despertar.
Mas, se vocês estão aí é que vocês já estão Despertos.
Não há nada a realizar que já não esteja Realizado.
É o ego que acredita nisso, o Si que acredita nisso.
Esta é a pior das armadilhas, porque isso os leva a manter projeções constantes, a acreditarem-se Infinitos, em uma busca infinita.
O Absoluto não é isso.
Esta é precisamente a suspensão de toda projeção, de toda consciência, de toda localização, de todo tempo e de todo espaço e de toda Dimensão.
Será que isso quer dizer, portanto, que tudo o que eu acabo de enumerar, desaparece?
Veja a cebola, em sua totalidade, com suas primeiras cascas, isso quer dizer que o núcleo da cebola, no centro, não é mais?
Esta é uma mudança de olhar.
Mas o ego não o aceitará jamais.
E o Si, menos ainda. Porque enquanto o "Eu" permanece no "Eu" da mesma forma, o Si permanece no Si.
Mas, enquanto vocês se mantêm no que quer que seja vocês não estão Livres.
Então, é claro, o ego vai sussurrar-lhes que vocês estão encarnados.
O Si vai sussurrar-lhes que vocês têm uma evolução espiritual.
O "Eu" vai dizer-lhes que vocês têm obrigações.
O Si vai dizer-lhes que vocês têm uma responsabilidade espiritual.
Mas tudo é conhecido e arqui-conhecido e não concerne em nada ao Absoluto.
É-lhes necessário passar ao outro lado, sabendo bem que não há nenhum outro ponto de passagem, exceto pela morte de tudo o que eu acabo de nomear.
Não é uma viagem: é o encerramento da viagem.
Crer que há uma viagem os afasta do Absoluto.
Enquanto vocês correm atrás de uma Kundalini, enquanto vocês correm atrás de um chacra, enquanto vocês correm atrás de qualquer coisa, vocês se iludem.
É o medo que os faz acreditar que vocês têm algo para procurar e para encontrar.
Enquanto o medo estiver aí, vocês permanecerão no "Eu" e no Si, no medo por esse corpo, no medo por uma evolução espiritual, por um carma que não existe.
Vocês permanecem nos estratos inferiores.
O seu ponto de vista não pode mudar.
Tudo o que acontece no "Eu", tudo o que acontece no Si está, naturalmente, inscrito no Absoluto, mas não é o Absoluto, porque tudo isso lhes é conhecido ou cognoscível.
É-lhes preciso renascer virgem e novo.
Isto não é porque não há mais programa, não é porque não há mais sistema, que tudo desapareceu.
É um problema de configuração, de olhar e de ponto de vista.
Enquanto vocês não tiverem tudo deixado, tudo abandonado, o Absoluto não está aí para vocês, então que ele esteja sempre aí.
Por mais que vocês abandonem tudo, na carne, coloquem-se em uma montanha, meditando durante milhares de anos, isso não mudará nada.
Vocês acreditarão chegar a algum lugar e vocês não perceberão que não há nenhum lugar aonde chegar.
Vocês continuarão a manter e criar cenas de teatro, peças novas, a construir outros teatros e tomar isso pela realidade, pelo real, pela a única verdade.
Vocês não são isso.
Vocês devem soltar tudo.
Isso se chama o Abandono do Si.
Lembrem-se de que o Absoluto não pode ser de forma alguma, um objetivo final.
É o Último.
Não é uma etapa.
Não é uma pesquisa.
Este é justamente o cessar de tudo isso.
Pergunta: pela refutação e a mudança de ponto de vista, a angústia faz-se menos presente, ou não aparece mais. Paralelamente a isso, o mental se dilui. Mas o ego se manifesta, ainda por momentos, de forma aguda. Eu refuto igualmente, mas, eu estou surpresa que alguns sentimentos estejam ainda aí. A onda está presente. Estou um pouco perdida com todos estes estados. Você pode me esclarecer?
Mas, você já está iluminada.
O que você quer como iluminação suplementar?
Desde o instante em que a conduta da refutação dá-lhe a viver essas mudanças, o que você quer mais?
Talvez você não esteja ainda suficientemente perdida o bastante.
Quando você estiver totalmente perdida, enfim, você será encontrada.
Aceite perder, totalmente, todo marcador, todo espaço.
Todos esses estados que mudam, observe-os e refute-os também.
O que você conduz (e leva) é a solução certa.
Você ilumina a si mesma.
Continue. Eu nunca disse que isso iria acontecer em um mês ou dois meses.
Alguns o vivem instantaneamente.
Outros vão para (em termo linear) durante vários meses.
Qual é a importância, em definitivo, visto que, como lhes disseram numerosos intervenientes, vocês estão, todos, Liberados?
Então, a Libertação é para todos.
Mas é diferente viver a Liberação a partir do "Eu", a partir do Si, ou a partir do Absoluto.
Porque as implicações não são as mesmas: aquele que está apegado sofre, aquele que está Liberado não sofre. Aquele que possui crenças sofre e sofrerá.
Aquele que não possui crenças, aquele que renasce na virgindade, não pode sofrer.
Não pode existir luta.
Quando vocês são Absoluto (eu o repito), vocês passam do "Eu" ao Si, e do Si ao Absoluto, como do Absoluto ao Si, e do Si ao "Eu", sem nenhum problema, à vontade.
Mas, enquanto vocês não são Absoluto, vocês não podem passar de um ao outro.
É por isso que devemos abandonar o "Eu", o Si.
Enfrentar a sua própria morte, a fim de deixar a Ilusão desaparecer, sem desaparecer a si mesmo.
Então você já está iluminada.
O que você quer mais, como iluminação?
O que você enunciou traduz que a refutação (em sua terminologia encarnada) funciona.
O testemunho dela é a Onda da Vida, bem além do que é nomeado a Kundalini, os chacras e o Supramental.
O que você quer mais?
Deixe desaparecer todo o resto.
Não procure ser mais iluminada do que o que dá a iluminação do que você vive.
Tudo está aí.
Por que querer mais?
Não há nada a procurar.
Não há nada a desejar.
Há, somente a abandonar completamente, o Si.
E a refutação é a única via possível.
Então vá em frente. Você está aí.
Claro, é lógico, no "Eu" e no Si, que o mental esteja presente.
A pacificação das emoções, a diminuição das angústias e do mental, os conduz a viver a Presença, e a Infinita Presença.
Desde esse instante, se vocês aceitam morrer em toda localização, em toda ligação, em todo apego, vocês renascem, Livres e Liberados.
Vocês são, portanto, Liberados Viventes.
Vocês são o Jnani, o Mukti.
E aí tudo se torna extremamente claro.
Tudo é iluminado. Não pode persistir nenhuma zona de sombra.
Pergunta: a consciência está identificada, recentemente, com as memórias de individualidade com um sofrimento notável durante vários dias. A refutação e a transcendência não puderam, pontualmente, efetuar-se. Por quê?
Porque é preciso reforçar a sua posição de observador.
Eu lembro a você que é a posição do observador que o faz sair do papel do ator (quaisquer que sejam os meios empregados), no caminho da refutação e da Liberação (que não é um caminho).
Frequentemente, as resistências se expressam.
Se eu posso empregar essa palavra, o desafio, naquele momento, é ver, cada vez mais claramente (aceitar, refutando-o, mais e mais claramente), suas angústias e suas manifestações.
No dado momento, você poderá dizer que você está nisso.
Isso quer dizer que você estará suficientemente distanciado desse sofrimento.
Todo sofrimento é feito para ser transcendido.
A transcendência não é a supressão do sofrimento por qualquer meio (químico, energético, psicológico ou outro).
Ela é, simplesmente, a visão mais clara e a mais lúcida do sofrimento, onde quer que ela esteja, a fim de permitir uma não identificação.
A refutação é efetivamente o meio. Mas, aí também, isso não funciona instantaneamente.
Às vezes, sim. Às vezes não.
Às vezes é preciso um pouco mais de tempo.
Quanto mais isso lhes parece árduo (para a não-resposta à não refutação), mais vocês estão próximos da Infinita Presença.
Então, não busque porquê, não busque como.
Mas, continue a refutar.
E, necessariamente, esse sofrimento vai se afastar.
A partir do instante em que você não dá mais aderência (sem rejeitar, mais uma vez), o momento não há mais engate na Consciência (para o sofrimento como para um apego, é o mesmo princípio), então, o apego ou o sofrimento acaba.
Aí está a Liberdade. Aí está a Liberação.
Claro, há sempre uma tendência a se dizer "isso não funciona", a partir do momento em que vocês estimam que um tempo suficientemente longo foi consagrado.
Mas, se isso está sempre presente é que o tempo consagrado não é suficientemente longo.
É uma injunção para continuar.
Não existe nenhum sofrimento que resista à refutação.
Contrariamente, há muito sofrimento que irá resistir à reação: quer ela seja química (por um analgésico), quer ela seja psicológica (por uma droga psíquica, na visão psíquica), ou qualquer outra técnica.
Mas eu poderia dizer a mesma coisa com relação à questão à qual eu não respondi, a respeito do medo, é a mesma coisa: se vocês querem compreender os mecanismos do medo, como do sofrimento, vocês não sairão jamais da ação / reação.
Vocês manterão, vocês nutrirão, a Dualidade.
A refutação não pode, em nenhum caso, nutrir a Dualidade, porque isso vai criar uma ruptura de equilíbrio no mental e, portanto, no cérebro.
É essa ruptura de equilíbrio, no cérebro e no mental (como é obtido durante uma experiência de quase morte, ou, ainda quando de algumas experiências fora do corpo ou místicas), que se realiza a Liberação.
É tão simples assim.
Claro que, quando há sofrimento ou medo, a primeira coisa que vem à consciência, é encontrar um remédio para fazer cessar o medo e o sofrimento.
O erro está aí, e ele é fundamental: a refutação não vai agir contra, enquanto a lógica da encarnação gostaria que se agisse contra.
A refutação é um acompanhamento, e não uma luta.
O acompanhamento vai sempre em direção às linhas de menor resistência.
A refutação vai, neste caso (como na pergunta que eu não respondi), ser, muito exatamente, o que será um agente de transcendência contribuindo para a Liberação.
Enquanto vocês querem lutar contra, enquanto vocês querem explicar medos, sofrimentos (é a mesma coisa), vocês se vão enganar.
Porque vocês induzem, neste saco de comida, neste saco de pensamentos, uma repetição no sentido do efêmero que é sem fim, até o fim do efêmero, e vocês nem se dão conta disso.
Por outro lado, a refutação, mesmo se ela não parece dar resultados, é realmente o único meio que vai fazê-los passar do ator que sofre (ou que tem medo) àquele que observa e, em definitivo, para ir além do observador.
Então eu aconselho a continuar.
Esta resposta é conjunta àquela concernente ao medo, àquela que eu não respondi por que a formulação não é a mesma.
E os aconselho a reler as duas formulações das duas questões que, no entanto, poderiam assemelhar- se mas que, ainda assim, tudo opõe.
Porque o ponto de vista da primeira questão não é o ponto de vista da segunda questão à qual eu respondi.
Toda diferença está aí.
Pergunta: Qual é o pior obstáculo para reverter em mim para fusionar, como eu fiz uma vez sem procurá-lo, isto é, repetir a experiência à vontade?
Mas nenhuma experiência à vontade fará você viver o Absoluto.
É preciso parar toda a experiência.
Além disso, a experiência espontânea que foi vivida não se produz porque há um obstáculo e é significativo: é você mesmo.
Toda experiência vê-se apropriada pelo "Eu" ou pelo Si e, enquanto há uma apropriação de uma experiência (seja ela a mais maravilhosa), bem, não há Absoluto. Esta é uma constante.
Será que alguém que tenha feito uma experiência às portas da morte renova esta experiência à vontade? Bem, não.
Por quê?
Porque há um apego à memória da experiência.
Esse apego à memória da experiência é o suficiente para bloquear a experiência futura e suficiente para bloquear o Absoluto.
Nenhuma pessoa que tenha vivido uma experiência de quase morte não pode aceder a este estado Absoluto.
Porque há um apego.
Todo apego a uma experiência (qualquer que seja ela, a mais autêntica e a mais profunda), é um grande obstáculo ao Absoluto.
Aquele que jamais viveu experiência acede mais facilmente ao Absoluto, porque ele está virgem.
É o mesmo princípio para o Si: aquele que mantém o seu Si não quer deixar o Si.
Aquele que está marcado por uma experiência mística, seja ela qual for não quer deixá-la.
Apreenda bem então, que o único obstáculo é você mesmo.
Esqueça-se. Esqueça essa experiência.
Refute-as e você será Absoluto.
A dificuldade vem do apego, novamente.
Quanto mais a experiência é profunda, e quanto mais ela é bonita, quanto mais ela é vívida, mais ela é um obstáculo no seio do que vocês são hoje.
Lembrem-se: não há progressão entre o Si e o Absoluto.
Não há passagem entre o Si e o Absoluto.
O Si é o orgulho espiritual, por excelência, daquele que se crê chegado, daquele que quer ficar fechado, que se recusa a Abandonar-se e que, no entanto clama pela necessidade de Liberdade.
Aquele que disse isso está aleijado de medos e de sofrimentos.
Nenhuma experiência deve ser reproduzida.
O Absoluto é a cessação de toda experiência.
Mas, uma vez que o Absoluto é revelado, todas as experiências tornam-se possíveis, mas não antes.
É isso que é preciso apreender.
Então, refute todas as suas experiências, mesmo esta que você vai ver.
A característica do ser humano é apegar-se a tudo o que lhe vem à mão ou sob os olhos.
E se, além disso, é uma experiência mística inabitual, isso será suficiente para o enraizamento na experiência passada e impedi-lo de ser Livre e então de viver a sua própria Liberação.
Este não é um paradoxo já que o Absoluto não é uma progressão a partir do Si.
É a ruptura do Si. Eis porque a refutação é fundamental e importante.
Enquanto vocês não refutaram mesmo os seus acessos ao corpo de Estado de Ser, enquanto vocês não tenham ainda refutado mesmo o seu acesso ao Sol, enquanto vocês não refutaram até mesmo a sua própria Dissolução, vocês não podem ser Liberados.
Ora, justamente, o Si vai acreditar, ao inverso, que ele é necessário para manter viva a experiência passada, com a sua intensidade.
Ele vai rememorar-se da experiência, vai fazê-la voltar em um giro (no mental, no Si) e vai se afastar, ainda mais, desta Liberação.
O Despertar, pomposamente assim nomeado, não é a Liberação.
A Realização não é mais do que um golpe que os mantém na Ilusão.
É assim que são nascidas as Ilusões espirituais (o que vocês chamam a Nova Era ou os ensinamentos Luciferianos) que vocês fazem refletir alguma coisa que não é verdade e que é um grande obstáculo à Liberdade e à Liberação, porque vocês ficam presos na experiência passada, na visão do terceiro olho, nos potenciais energéticos e Vibratórios.
Ao passo que mesmo isso deve ser refutado.
Caso contrário, vocês manterão o Si.
Vocês estão deleitados de Despertar, deleitados de sua auto Realização, que é, de fato, apenas o reflexo de sua autossuficiência.
Mesmo isso deve ser refutado.
E é mais fácil de refutar a vida ordinária, para uma pessoa no "Eu" que nunca viveu o Si, do que refutar o Si para aquele que está instalado no Si e no orgulho espiritual.
Eu lembro a vocês que vocês estão todos Liberados, mas que as condições e as circunstâncias desta Liberação não são as mesmas.
Que o futuro de sua própria Liberação não é o mesmo.
Portanto, o obstáculo é você.
Pergunta: Eu tenho sempre muita dificuldade de interiorizar-me corretamente quando dos alinhamentos ou das meditações. Seja porque eu durmo, seja por eu me deixar levar por pensamentos, seja por eu ser incapaz de permanecer durante o tempo indicado. Eu deduzi disto então, que tenho resistências consideráveis mas eu não as identifiquei.
Esqueça primeiramente as suas suposições as suas projeções porque o fato de dormir é excelente.
Porque o adormecimento corresponde à extinção da consciência, bem além de Turiya, então isso é um sinal forte de Alinhamento, como você o diz, tem uma eficiência.
O adormecimento é o momento em que há a ocultação da consciência como da supraconsciência.
Nesses momentos, o Absoluto desvela-se, mesmo se você não tem a consciência.
A resistência situa-se, ela, quando você não se retém em lugar e nos momentos em que os pensamentos o invadem.
Aproveite esses momentos, onde o Alinhamento dá-lhe a viver isso, para refutar esses pensamentos, sem lutar contra, mas desengajando-se, desidentificando-se desses pensamentos.
Não há, portanto, que agir, não há, portanto, que deixar fazer, mas sim aproveitar esta oportunidade que lhe está sendo oferecida, para refutar, durante estes momentos.
O que vocês nomeiam "Alinhamento" é a conjunção, doravante, da supraconsciência e da Onda, em ressonância com o Absoluto.
Aproveite então estes instantes e estes momentos para trabalhar a refutação ou então para dormir.
O resultado será o mesmo.
A forma como você expressa a questão mostra que o mental amaria muito amparar-se das experiências de Alinhamento.
O adormecimento é a melhor das formas para que o mental não possa monopolizar.
Persista então nisso, e refute enquanto você não dorme.
Você constatará então, muito rapidamente, alguma coisa acontece e que o conduz a um mecanismo de Si (chamado Infinita Presença), que é, de alguma forma, as premissas do Absoluto, ou, em todo caso, facilitação do Absoluto.
Pergunta: Desde algumas semanas, eu tenho a impressão de que o que constituía a minha atividade profissional inflama-se sob os meus olhos e que mais nada tem sentido. Eu sei que não há nada a fazer, nada a parar, mas isso cria em mim, seja um mecanismo de ação / reação, seja uma sensação de depressão, de vazio. Em ambos os casos, eu não estou nem na alegria nem na paz. Como fluidificar este processo e sair da ilusão?
A forma que você tem de apresentar: você me faz uma descrição que corresponde à saída da ilusão e, em seguida, você pergunta como sair da ilusão, então isso é o que você está vivendo.
O que você quer mais?
O fato de perder os valores de referência, o fato de não mais encontrar apego a quem quer que seja ou ao que quer que seja é bem a prova da Liberação em andamento e, portanto, a cessação da ilusão.
O que você quer trazer a mais para isso?
Porque o que é vivido aí, é o processo da Infinita Presença que os conduz ao Absoluto e ao fim da ilusão deste mundo.
Agradeça então, pelo que você vive e não mude nada.
Seja o observador do que acontece, porque o que lhe é dado a ver é justamente o fim de suas próprias ilusões, de seus próprios apegos.
Esta é a dor ou o choque.
Isto é o que vocês vivem, todos, neste momento, em graus diversos.
Então, por que vocês querem bloquear isso?
É totalmente natural.
Não há nada a melhorar.
Há somente que ver o que acontece.
O que quer que vocês tenham a impressão de perder, quem quer que vocês tenham a impressão de perder, agradeça, porque aí se encontra a sua Liberação e a sua Liberdade.
O que quer que vocês pensem, qualquer que seja o sofrimento, qualquer que seja a depressão.
Lembrem-se de que o que se expressa, pela depressão, pelo sofrimento, pelo tédio, não é senão o reflexo da agonia do ego e do Si.
Então, por que vocês querem trazer um remédio e impedir o que os libera?
Mude o olhar, aí também. Agradeça.
O que lhes parece terrível e difícil, hoje, está destinado apenas a mostrar-lhes os últimos apegos em ação.
Isto é o que os libera.
Quer isso seja o trabalho, quer isso seja um ente querido.
O que vocês vivem é a Liberdade, mesmo se lhes pareça no seio da consciência, como o inverso.
Mas, é claro, para a consciência, é o inverso.
A consciência não quer desaparecer, quer seja a consciência do eu ou a consciência do Si.
As circunstâncias de suas vidas trazem-nos a viver isso e é, muito exatamente, o que vocês precisam.
Então, por que querer remediar a sua própria Liberação?
Se vocês aceitam isso, vocês verão por si mesmos que o que lhes parecia, o antigo, o sofrimento tremendo, não é mais do que a sua Liberação, nada mais.
Vocês não estão mais no tempo de contemplação do Si e da Alegria.
Vocês estão na Liberação dos últimos apegos, das últimas ilusões.
Embora isso lhes pareça difícil, é difícil para quem e para quê? Olhem isso.
Seja o observador, em um primeiro tempo.
Refutem isso e vocês serão Liberados.
Vocês não têm que resistir.
Vocês não têm que se opor, caso contrário, vocês manteriam ou restabeleceriam uma dualidade que vocês não querem mais.
Não é mau humor ou uma depressão profunda que deve impedi-los de Ser.
Eu diria mesmo que é um sinal excelente que traduz perfeitamente a Liberação em curso.
O que vocês querem mais?
Vocês não estão mais nas etapas de acesso ao Si, de realização do Si.
O que se desenrola é a Ascensão da Terra, a Liberação final de todas as ilusões.
Quando o mundo desaparece, ao que vocês se apegam, senão ao que vocês São?
Esta é uma oportunidade e um presente, uma grande graça.
E vocês vivem isso ao inverso.
Eu o disse: quanto menos vocês compreendem, mais isso lhes parece difícil, mais isso será fácil.
Estas são apenas a expressão das resistências do ego e do Si.
Mas, se isso afeta vocês, é que deveria ser assim.
Vocês não são o que sofre, vocês não são a depressão.
O que se solta de vocês, Libera-os.
Não há nenhuma exceção a esta regra.
O que quer que se solte de vocês, mesmo se vocês não percebem disso a utilidade, mesmo se vocês não vivam disso além de um estado extremamente desagradável, vão além disso.
Não carreguem julgamento sobre o que vocês vivem porque tudo o que vocês vivem hoje é apenas o resultado de sua Liberação.
Vocês deveriam estar felizes: vocês saem do teatro, não há mais teatro.
E quanto mais o que vocês nomeiam os dias, vão passar, as semanas vão passar, mais isso vai ser evidente.
Vocês não podem voltar atrás.
O que está morto está morto.
O que nasce, nasce.
Não há nada mais do que os apegos ao que está morto que criam o sofrimento.
E o que morre não é uma perda, mais uma vez, é uma Liberação. Mudem o olhar.
É principalmente se vocês não vivem nada, ou se vocês estivessem em Alegria permanente, que vocês deveriam inquietar-se.
Eu os remeto, por isso, ao que lhes disse um dos Anciãos, há algum tempo, muito tempo mesmo, concernente ao choque da humanidade.
O que vocês acreditam que vocês vivem?
O seu choque pessoal.
O choque do ego. O choque do Si.
Isto vai ser cada vez mais evidente, mas vocês não são isso.
Vocês não têm nenhum meio (intelectual, mental, de clarividência, de intuição ou de premonição) que lhes dê meios de aceitar o que vocês vivem. Vocês devem passar por isso.
Mas, ainda uma vez, isto não é uma prova, é uma Liberdade.
Eu creio que o Comandante dos Anciãos repetiu-lhes durante anos: a lagarta se torna borboleta. Mas a lagarta, deve ceder lugar à borboleta.
De que outra forma vocês querem ser tanto uma lagarta e uma borboleta? Mudem de ponto de vista.
Não mantenham o ponto de vista da lagarta, mas o ponto de vista da borboleta.
Não encontrem um estratagema, dizendo: Eu sou encarnado, eu tenho obrigações.
Isso não se faz. Se vocês aceitam o que acontece, vocês continuarão a fazer o que é para fazer, até o último momento, mas vocês, vocês serão Liberados antes.
Então o que vocês querem? É como se vocês dissessem: "Eu quero mesmo morrer, mas eu não quero que meu coração pare", "Eu quero morrer bem, mas eu quero mesmo ficar onde estou".
Vocês sabem muito bem que é impossível.
Pergunta: o Absoluto foi revelado durante um momento de meditação e de tranquilidade, mas quando as atividades da vida foram retomadas, o véu foi recolocado. A espera e a vontade de viver novamente esse estado fazem obstáculo a este desvelamento. Como agir sobre esses obstáculos?
A revelação ocorre apenas uma vez.
O véu não pode ser recolocado porque o véu é consumido.
Não há passagem entre o Si e o Absoluto. Mas uma vez o Absoluto estabelecido, a passagem é possível em ambos os sentidos à vontade.
O que quer dizer que o que foi vivido é uma Dissolução no seio da Infinita Presença.
E esta é, aliás, a diferença com o estado Absoluto (que não é um estado), porque quando o Absoluto é tocado, vivido, realizado, conscientizado, desvelado, já não pode recolocar o véu [révoiler] ou desaparecer.
Foi, portanto, um pré-requisito, mas, como você o observou, e o disse, o desejo de agir e de reproduzir a experiência afasta você do que foi vivido.
Refute também isso. Não o procure. Não o pergunte, mas refute-o e você vai ver.
É claro que a realização da Presença Última ou da Infinita Presença presente, por assim dizer, semelhanças perturbadoras com o Absoluto.
A diferença reside precisamente nesta passagem ou nessa não passagem à vontade.
Se não houver possibilidade de reviver espontaneamente isso, como os olhos fechados, não era então Absoluto, mas sim o último estado chamado de Infinita Presença.
Portanto, devemos refutar e não desejar. E, sobretudo não agir.
O comportamento a adotar é então estritamente o oposto do que você procura fazer. Quando o Absoluto está aí vocês passam, à vontade, sem dificuldade, sem meditação, do Absoluto ao Si, do Si ao eu, do eu ao Si, e do Si ao Absoluto. O fato de que isso não aconteça assinala que isso ainda não ocorreu.
Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1494
29 de junho de 2012
(publicado em 01 de julho de 2012)
Tradução para o português: Josiane Oliveira - http://fontedeunidade.blogspot.com.br
http://minhamestria.blogspot.com/
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