Bem, BIDI está com vocês. E ele vos saúda. Nós vamos,
portanto, trocar impressões.
Pergunta: Poderia dar-me a frase a formular para refutar o meu apego ao meu marido do qual eu estou separada? Eu sei que é o medo do abandono, que eu quero ultrapassar.
Não é uma frase que refuta: é o ato. Qualquer que seja a frase, ela te pertence. Eu não posso, portanto, dar-te a frase.
O ato de refutar não tem o que fazer das palavras ou da formulação. Não é uma afirmação mas antes a consciência e o mental que se levam à própria refutação.
As palavras não têm nenhum sentido. Nenhuma palavra te fará ultrapassar o medo do abandono: é a consciência da refutação que agirá.
Pergunta: Qual é esse «Eu» que não tem mais nenhum sentido mas que não desaparece no Absoluto?
Mas, na medida em que tu és Absoluto com forma, como queres tu que o «Eu» desapareça, enquanto esse saco de comida não estiver morto? O «Eu» funde-se no Absoluto: tu passas de um ao outro e do outro ao um, sem nenhum problema. O «Eu» é transmutado, transformado.
Ele é aniquilado. Ele desaparece em Absoluto e ele volta desde que tu voltes no teu «Eu», quer dizer, nesse saco (no, também, «Eu sou»).
Enquanto o saco de comida e de pensamentos estiver aí, tu és Absoluto com forma.
O que quer que te seja dado a viver (e o que tu te deres a viver), o que permanece não é o «Eu», quando tu estás Absoluto com forma. É o observador, imóvel (que sempre esteve aí), que tu vais traduzir pelo «Eu», porque é o «Eu» que tu vives, quando o observador está num saco mas, ele, observando o saco.
Pergunta: O Absoluto é um mosaico de Êxtases comuns da Essência de todas as Consciências tendo passado pela Dissolução?
Não é um mosaico porque, se falta uma peça no mosaico, isso não é mais um mosaico: é um holograma. Ou (se tu preferires) o Centro em cada Centro: o Centro presente por todo o lado e em cada ponto. Não é uma montagem. Não é uma reunião. Portanto, isso não pode ser um mosaico.
Pergunta: Será que o Absoluto se revela quando não existir mais nenhuma percepção/sensação, incluindo a percepção/sensação do coração do Coração?
O Absoluto não conhece nenhuma percepção, nenhuma Consciência. Ele não conhece senão o Centro, em todo o Centro.
O coração do Coração aí é sobreponível. Não é mais o que gira no teu peito mas o que está imóvel no teu peito: podemos dizê-lo.
Pergunta: Do seu ponto de vista, o que é uma origem estelar?
Uma origem estelar é, simplesmente, o momento em que tu começaste a experimentar um afastamento consciente (uma saída), no seio do Si (sem cortes), real. Esta origem estelar dá, de qualquer modo, uma coloração à Expansão (uma coloração à experiência), segundo a quantidade presente de este ou daquele elemento que se encontre, também, no saco de comida.
Ela dá uma ressonância. Esta ressonância está ainda no Si mas para além da forma, para além de todo o «Eu», para além de todo o Véu, para além de toda a percepção também, se isso não for, justamente, a coloração e a ressonância particular de uma estrela. Mas, a própria estrela é Absoluto.
A Passagem se faz através da estrela e, portanto, toma a sua coloração nesse momento. Mas, a própria estrela, é Absoluto, religada, numa parte À FONTE e ao conjunto do que é denominado estrela.
Pergunta: Eu continuei a me desengajar desta identidade, deste falso Centro. O Abandono está aí, em rajadas mas o caos retorna às vezes. Eu aceito, refuto. É este o derradeiro caos?
Só tu podes dizê-lo. O caos é uma identificação com o «Eu» (jogo) [Nota: trocadilho eu/jogo, em Francês: je/jeu], à pessoa. O que quer dizer que, tanto o Si, na sua Última Presença, como o Absoluto, não estão ainda suficientemente friccionados no «Eu». Existem, ainda, apegos. O fato de os ver não é o caos mas é preciso atravessá-los.
Pergunta: Depois de ter vivido Shantinilaya, eu tenho a impressão de ser apanhada pelo «mim» (os seus pensamentos parasitas, os seus pesos). O que se passou?
Não se passou nada. O que se vive, agora, para além da noção de Último caos, é a travessia do que deve ser atravessado. Isso está destinado a te mostrar onde tu mesma te situas.
Enquanto tu procuras uma causa exterior, tu te enganas. És tu e o teu «Eu» que saíram do Manto. Dito isto, é preciso atravessar isso. Tu não podes julgar, de forma nenhuma, o que tu vives, que te afasta (se tu o fazes), ainda mais, do que tu És.
O efeito não é perceptível no instante. O que tu viveste é uma experiência. O Manto Azul da Graça contribui para estabelecer o Absoluto. Mas tu não desapareceste: a prova. Nada é definitivo enquanto vocês não estiverem estabelecidos no Absoluto.
Há o que o ego chama de recaídas porque ele gostaria de manter, sem parar, o Manto (etc. etc.): a prova. Há, portanto, um apego à experiência vivida, que é um obstáculo. Enquanto tu crês e esperas que o Manto Azul da Graça se vai instalar definitivamente, tu o afastas de ti.
Não estejam apegados às vossas experiências: vivam-nas, sem apegos. E atravessem o que o que houver a atravessar. Dito de outra forma, não se ocupem das vossas experiências: vivam-nas. Não as julguem. Não as interroguem.
Pergunta: Eu não posso responder à pergunta «quem tu és?», mesmo se, cada vez mais, se passem coisas engraçadas neste saco.
É, efetivamente, muito engraçado. E isso vai ser cada vez mais engraçado. Portanto, o que é engraçado (no sentido do bizarro ou do humorístico) mostra-te que alguma coisa se passa. Mas, essa qualquer coisa que se passa, observa-a: não te identifiques com isso.
Quanto a saber se tu és cada vez menos uma pessoa, há níveis. Quem disse isso? Tu serás uma pessoa enquanto esse saco estiver aí. Mais uma vez, é o olhar. Tu não podes suprimir a tua pessoa enquanto o saco estiver aí. E, se tu o suprimires, o que é que o suprime se não a própria pessoa?
Mudar de olhar te dá a ver que isso não é cada vez menos, mas que é radical. Vai mais longe. Ou mais perto.
Pergunta: Como compreender a vastidão do Desconhecido com a ajuda do mental redutor?
Mas quem quer compreender, à parte o mental? Ele não pode compreender. Tudo o que eu disse é, justamente, para parar de compreender. Enquanto vocês estiverem na tentativa de compreender o que quer que seja, vocês não compreenderão nada.
É justamente quando não há mais compreensão, que tudo está aí. É muito exatamente o que disse todas as vezes em que vim: vocês não podem compreender. O que compreende é o «Eu». E o «Eu» não pode compreender o que ele não conhece.
Portanto, querer se colocar, ainda, no ponto de vista do «Eu» para compreender o que vocês não conhecem (e não podem conhecer) mostra o quê? Um mau ponto de vista. Um mau lugar.
O Absoluto não pode ser compreendido: ele não pode ser senão vivido.
Nenhuma compreensão, nenhum livro, pode realizar isso: é a partir do instante em que tu paras de compreender (ou de querer compreender) que aquilo que sempre esteve aí se revela a ti.
Pergunta: Por que é preciso, ainda, arrastar este cadáver?
Onde está o cadáver? Esse saco de comida vive. Então, deixa-o viver. Ele não é nunca um obstáculo.
Não é esse saco que é um obstáculo: és tu quando te colocas no «Eu», naquele que quer compreender, que quer apreender, que quer apropriar-se, que procura, em algum lugar, o que ele já é, que quer a Luz, que procura a Luz. Mas, tu não podes procurar o que tu És.
Portanto, não há cadáver. É uma má perspectiva.
Nós não temos mais perguntas. Nós vos agradecemos.
Então, eu diria, para terminar (e é o que eu já disse, não sei quantas vezes): isto não é um problema de compreensão. Isto não é um problema de procura. Isto não é um problema de encontrar. Isto não é um problema de ver cadáveres ou livros. Isto não é um problema de se separarem de amigos. O problema, são vocês.
Mudem o ponto de vista. Deixem aquilo que vocês creem manter: todas as vossas aquisições, todos os vossos esforços. O Absoluto não é um esforço: é um Abandono. Façam cessar toda a vontade.
Façam cessar toda a tentativa que consiste em se apropriar e em compreender. Entreguem tudo. E o saco, deixem-no viver. A partir do instante em que tu te opões a esse saco, lhe chamando cadáver, tu não viveste verdadeiramente o Abandono. Isso não é um cadáver, é um saco de comida. Um cadáver retorna à terra: ele não tem mais vida dentro.
O que vocês podem tentar compreender, vivendo-o, é o que quer dizer mudar de ponto de vista. Quem é que muda de ponto de vista? A Consciência, o observador. Eu vos repeti (não sei quantas vezes) o exemplo do teatro.
Vocês estão na cena e vocês perguntam como ser aquele que está sentado enquanto espectador: mudem de ponto de vista. Enquanto vocês estiverem centrados na vossa pessoa, na vossa Luz, nos vossos amigos, nos vossos cadáveres, nos vossos medos, isso quer dizer o quê? Que vocês se apropriam. É exatamente o inverso do Abandono.
A necessidade de possuir vos possui. Tudo está invertido. Portanto, retornem ao bom sentido. Não procurem nada porque não há nada a procurar. Não eliminem nada: não há nada a eliminar.
Enquanto vocês procederem assim, tudo é obstáculo. Quem cria o obstáculo? Quem comprou os livros? Quem tem um cadáver consigo? Reflitam e refutem. Não eliminem.
Os princípios da refutação foram enunciados. Eu expliquei ao que isso devia levar e muito facilmente. E vocês olham, ainda, o que vocês possuem: o passado, os livros. Reflitam nisso.
Eu não disse para compreenderem. Vocês não podem compreender enquanto vocês estiverem nesse corpo limitado. Mas, vocês não são esse corpo limitado. Mas, esse corpo limitado, deixem-no viver a sua vida.
Deem-se conta que a maior parte das perguntas mantêm, sempre, a mesma coisa: o medo do abandono. E, justamente, o problema, é de se Abandonarem. E vocês falam do medo do abandono, de um marido, de um cadáver, de um livro ou de um amigo.
Não são eles que vos devem abandonar. Eles são efêmeros. Eles desaparecerão assim como chegaram: como vocês, como todos nós, quando nós estamos aí. Mudem de olhar e de ponto de vista. Eu vos peço para olharem o Centro e vocês me falam da periferia.
Eu vos peço o ponto de vista daquele que não se mexe (o observador e o Absoluto) e vocês falam da pessoa. Apreendam isso: não há nada a compreender. É simples: mudem o vosso ponto de vista e vocês constatarão, vocês mesmos, os efeitos.
É a mesma coisa que para a Onda da Vida, para o Manto, para o Canal, para tudo isso: deixem-nos fazer mas não façam nada. Trabalhar sobre as Vibrações, isso ocupa, isso desenvolve o Si, para lhe permitir tocar o Último Si (ou Presença). E, depois, não se ocupem mais de nada.
Então, se não há mais perguntas, BIDI vos saúda e vos Ama, vocês, o Absoluto. Vocês são isso. Todo o resto não existe, é efêmero. Isso não quer dizer que é preciso fazê-lo desaparecer ou considera-lo por outra coisa que não o que ele é. É verdadeiramente, o ponto de vista.
BIDI vos saúda.
Até mais tarde.
Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1541
20 de julho de 2012 (Publicado em 21 de julho de 2012)
Tradução para o português: Cristina Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com
Pergunta: Poderia dar-me a frase a formular para refutar o meu apego ao meu marido do qual eu estou separada? Eu sei que é o medo do abandono, que eu quero ultrapassar.
Não é uma frase que refuta: é o ato. Qualquer que seja a frase, ela te pertence. Eu não posso, portanto, dar-te a frase.
O ato de refutar não tem o que fazer das palavras ou da formulação. Não é uma afirmação mas antes a consciência e o mental que se levam à própria refutação.
As palavras não têm nenhum sentido. Nenhuma palavra te fará ultrapassar o medo do abandono: é a consciência da refutação que agirá.
Pergunta: Qual é esse «Eu» que não tem mais nenhum sentido mas que não desaparece no Absoluto?
Mas, na medida em que tu és Absoluto com forma, como queres tu que o «Eu» desapareça, enquanto esse saco de comida não estiver morto? O «Eu» funde-se no Absoluto: tu passas de um ao outro e do outro ao um, sem nenhum problema. O «Eu» é transmutado, transformado.
Ele é aniquilado. Ele desaparece em Absoluto e ele volta desde que tu voltes no teu «Eu», quer dizer, nesse saco (no, também, «Eu sou»).
Enquanto o saco de comida e de pensamentos estiver aí, tu és Absoluto com forma.
O que quer que te seja dado a viver (e o que tu te deres a viver), o que permanece não é o «Eu», quando tu estás Absoluto com forma. É o observador, imóvel (que sempre esteve aí), que tu vais traduzir pelo «Eu», porque é o «Eu» que tu vives, quando o observador está num saco mas, ele, observando o saco.
Pergunta: O Absoluto é um mosaico de Êxtases comuns da Essência de todas as Consciências tendo passado pela Dissolução?
Não é um mosaico porque, se falta uma peça no mosaico, isso não é mais um mosaico: é um holograma. Ou (se tu preferires) o Centro em cada Centro: o Centro presente por todo o lado e em cada ponto. Não é uma montagem. Não é uma reunião. Portanto, isso não pode ser um mosaico.
Pergunta: Será que o Absoluto se revela quando não existir mais nenhuma percepção/sensação, incluindo a percepção/sensação do coração do Coração?
O Absoluto não conhece nenhuma percepção, nenhuma Consciência. Ele não conhece senão o Centro, em todo o Centro.
O coração do Coração aí é sobreponível. Não é mais o que gira no teu peito mas o que está imóvel no teu peito: podemos dizê-lo.
Pergunta: Do seu ponto de vista, o que é uma origem estelar?
Uma origem estelar é, simplesmente, o momento em que tu começaste a experimentar um afastamento consciente (uma saída), no seio do Si (sem cortes), real. Esta origem estelar dá, de qualquer modo, uma coloração à Expansão (uma coloração à experiência), segundo a quantidade presente de este ou daquele elemento que se encontre, também, no saco de comida.
Ela dá uma ressonância. Esta ressonância está ainda no Si mas para além da forma, para além de todo o «Eu», para além de todo o Véu, para além de toda a percepção também, se isso não for, justamente, a coloração e a ressonância particular de uma estrela. Mas, a própria estrela é Absoluto.
A Passagem se faz através da estrela e, portanto, toma a sua coloração nesse momento. Mas, a própria estrela, é Absoluto, religada, numa parte À FONTE e ao conjunto do que é denominado estrela.
Pergunta: Eu continuei a me desengajar desta identidade, deste falso Centro. O Abandono está aí, em rajadas mas o caos retorna às vezes. Eu aceito, refuto. É este o derradeiro caos?
Só tu podes dizê-lo. O caos é uma identificação com o «Eu» (jogo) [Nota: trocadilho eu/jogo, em Francês: je/jeu], à pessoa. O que quer dizer que, tanto o Si, na sua Última Presença, como o Absoluto, não estão ainda suficientemente friccionados no «Eu». Existem, ainda, apegos. O fato de os ver não é o caos mas é preciso atravessá-los.
Pergunta: Depois de ter vivido Shantinilaya, eu tenho a impressão de ser apanhada pelo «mim» (os seus pensamentos parasitas, os seus pesos). O que se passou?
Não se passou nada. O que se vive, agora, para além da noção de Último caos, é a travessia do que deve ser atravessado. Isso está destinado a te mostrar onde tu mesma te situas.
Enquanto tu procuras uma causa exterior, tu te enganas. És tu e o teu «Eu» que saíram do Manto. Dito isto, é preciso atravessar isso. Tu não podes julgar, de forma nenhuma, o que tu vives, que te afasta (se tu o fazes), ainda mais, do que tu És.
O efeito não é perceptível no instante. O que tu viveste é uma experiência. O Manto Azul da Graça contribui para estabelecer o Absoluto. Mas tu não desapareceste: a prova. Nada é definitivo enquanto vocês não estiverem estabelecidos no Absoluto.
Há o que o ego chama de recaídas porque ele gostaria de manter, sem parar, o Manto (etc. etc.): a prova. Há, portanto, um apego à experiência vivida, que é um obstáculo. Enquanto tu crês e esperas que o Manto Azul da Graça se vai instalar definitivamente, tu o afastas de ti.
Não estejam apegados às vossas experiências: vivam-nas, sem apegos. E atravessem o que o que houver a atravessar. Dito de outra forma, não se ocupem das vossas experiências: vivam-nas. Não as julguem. Não as interroguem.
Pergunta: Eu não posso responder à pergunta «quem tu és?», mesmo se, cada vez mais, se passem coisas engraçadas neste saco.
É, efetivamente, muito engraçado. E isso vai ser cada vez mais engraçado. Portanto, o que é engraçado (no sentido do bizarro ou do humorístico) mostra-te que alguma coisa se passa. Mas, essa qualquer coisa que se passa, observa-a: não te identifiques com isso.
Quanto a saber se tu és cada vez menos uma pessoa, há níveis. Quem disse isso? Tu serás uma pessoa enquanto esse saco estiver aí. Mais uma vez, é o olhar. Tu não podes suprimir a tua pessoa enquanto o saco estiver aí. E, se tu o suprimires, o que é que o suprime se não a própria pessoa?
Mudar de olhar te dá a ver que isso não é cada vez menos, mas que é radical. Vai mais longe. Ou mais perto.
Pergunta: Como compreender a vastidão do Desconhecido com a ajuda do mental redutor?
Mas quem quer compreender, à parte o mental? Ele não pode compreender. Tudo o que eu disse é, justamente, para parar de compreender. Enquanto vocês estiverem na tentativa de compreender o que quer que seja, vocês não compreenderão nada.
É justamente quando não há mais compreensão, que tudo está aí. É muito exatamente o que disse todas as vezes em que vim: vocês não podem compreender. O que compreende é o «Eu». E o «Eu» não pode compreender o que ele não conhece.
Portanto, querer se colocar, ainda, no ponto de vista do «Eu» para compreender o que vocês não conhecem (e não podem conhecer) mostra o quê? Um mau ponto de vista. Um mau lugar.
O Absoluto não pode ser compreendido: ele não pode ser senão vivido.
Nenhuma compreensão, nenhum livro, pode realizar isso: é a partir do instante em que tu paras de compreender (ou de querer compreender) que aquilo que sempre esteve aí se revela a ti.
Pergunta: Por que é preciso, ainda, arrastar este cadáver?
Onde está o cadáver? Esse saco de comida vive. Então, deixa-o viver. Ele não é nunca um obstáculo.
Não é esse saco que é um obstáculo: és tu quando te colocas no «Eu», naquele que quer compreender, que quer apreender, que quer apropriar-se, que procura, em algum lugar, o que ele já é, que quer a Luz, que procura a Luz. Mas, tu não podes procurar o que tu És.
Portanto, não há cadáver. É uma má perspectiva.
Nós não temos mais perguntas. Nós vos agradecemos.
Então, eu diria, para terminar (e é o que eu já disse, não sei quantas vezes): isto não é um problema de compreensão. Isto não é um problema de procura. Isto não é um problema de encontrar. Isto não é um problema de ver cadáveres ou livros. Isto não é um problema de se separarem de amigos. O problema, são vocês.
Mudem o ponto de vista. Deixem aquilo que vocês creem manter: todas as vossas aquisições, todos os vossos esforços. O Absoluto não é um esforço: é um Abandono. Façam cessar toda a vontade.
Façam cessar toda a tentativa que consiste em se apropriar e em compreender. Entreguem tudo. E o saco, deixem-no viver. A partir do instante em que tu te opões a esse saco, lhe chamando cadáver, tu não viveste verdadeiramente o Abandono. Isso não é um cadáver, é um saco de comida. Um cadáver retorna à terra: ele não tem mais vida dentro.
O que vocês podem tentar compreender, vivendo-o, é o que quer dizer mudar de ponto de vista. Quem é que muda de ponto de vista? A Consciência, o observador. Eu vos repeti (não sei quantas vezes) o exemplo do teatro.
Vocês estão na cena e vocês perguntam como ser aquele que está sentado enquanto espectador: mudem de ponto de vista. Enquanto vocês estiverem centrados na vossa pessoa, na vossa Luz, nos vossos amigos, nos vossos cadáveres, nos vossos medos, isso quer dizer o quê? Que vocês se apropriam. É exatamente o inverso do Abandono.
A necessidade de possuir vos possui. Tudo está invertido. Portanto, retornem ao bom sentido. Não procurem nada porque não há nada a procurar. Não eliminem nada: não há nada a eliminar.
Enquanto vocês procederem assim, tudo é obstáculo. Quem cria o obstáculo? Quem comprou os livros? Quem tem um cadáver consigo? Reflitam e refutem. Não eliminem.
Os princípios da refutação foram enunciados. Eu expliquei ao que isso devia levar e muito facilmente. E vocês olham, ainda, o que vocês possuem: o passado, os livros. Reflitam nisso.
Eu não disse para compreenderem. Vocês não podem compreender enquanto vocês estiverem nesse corpo limitado. Mas, vocês não são esse corpo limitado. Mas, esse corpo limitado, deixem-no viver a sua vida.
Deem-se conta que a maior parte das perguntas mantêm, sempre, a mesma coisa: o medo do abandono. E, justamente, o problema, é de se Abandonarem. E vocês falam do medo do abandono, de um marido, de um cadáver, de um livro ou de um amigo.
Não são eles que vos devem abandonar. Eles são efêmeros. Eles desaparecerão assim como chegaram: como vocês, como todos nós, quando nós estamos aí. Mudem de olhar e de ponto de vista. Eu vos peço para olharem o Centro e vocês me falam da periferia.
Eu vos peço o ponto de vista daquele que não se mexe (o observador e o Absoluto) e vocês falam da pessoa. Apreendam isso: não há nada a compreender. É simples: mudem o vosso ponto de vista e vocês constatarão, vocês mesmos, os efeitos.
É a mesma coisa que para a Onda da Vida, para o Manto, para o Canal, para tudo isso: deixem-nos fazer mas não façam nada. Trabalhar sobre as Vibrações, isso ocupa, isso desenvolve o Si, para lhe permitir tocar o Último Si (ou Presença). E, depois, não se ocupem mais de nada.
Então, se não há mais perguntas, BIDI vos saúda e vos Ama, vocês, o Absoluto. Vocês são isso. Todo o resto não existe, é efêmero. Isso não quer dizer que é preciso fazê-lo desaparecer ou considera-lo por outra coisa que não o que ele é. É verdadeiramente, o ponto de vista.
BIDI vos saúda.
Até mais tarde.
Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1541
20 de julho de 2012 (Publicado em 21 de julho de 2012)
Tradução para o português: Cristina Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário