Pergunta: quais possibilidades me abrem os olhos e
me permitem aceder ao Absoluto?
Há palavras cuja disposição mostra uma interrogação dentro da interrogação.
Você tem certeza da sua pergunta?
O que significa "possibilidade" e "abrir os olhos"?
Mais uma vez, a noção de abrir os olhos significa uma necessidade de compreender, uma necessidade de apreender, uma necessidade de apropriar-se.
Enquanto o Absoluto, sob nenhuma circunstância, pode ser definido, nem mesmo percebido, enquanto você se situa no conhecido, enquanto você persistir em querer entendê-lo, apreendê-lo.
A preliminar chamada “Abandono do Si” só é realizável pela refutação. Cabe a você, então, cessar de querer compreender, cessar de querer se apropriar. O Absoluto, em nenhum caso, pode ser um objetivo, nem uma finalidade e ainda menos algo que se pode perceber, sentir ou experimentar.
Há somente a refutação de tudo o que é conhecido (seja desse corpo, como do conjunto dos corpos ditos sutis) que permitirá, em um primeiro momento, romper o hábito de identificação a tudo o que constitui a vida, neste mundo.
Ser nada aqui, como eu já disse, permite ser Absoluto. Então, é claro, um certo número de Pilares, um certo número de elementos (que lhes foram comunicados) são elementos preparatórios ao Absoluto. Mas, em nenhum caso, o Absoluto pode ser apreendido por meio de uma compreensão intelectual.
Quando esse estado se instala, além de todo estado, quando ele se mostra e se revela, instantaneamente, é uma percepção além de qualquer percepção, é um estado além de qualquer estado, que os instala fora da ilusão. Não enquanto crença, mas enquanto Verdade Absoluta, vivida de maneira permanente, permitindo-lhes se extraírem de tudo o que é efêmero e ilusório.
Não há, portanto, nenhum elemento que possa abrir seus olhos, nenhuma possibilidade que permita dirigi-lo para o que quer que seja. Somente o princípio da refutação e a investigação sobre o que não é o Absoluto te permitirá, em um dado momento, romper o círculo vicioso do mental, ainda que o conjunto de crenças, ainda que o conjunto de identificações participem do efêmero. Não há outro meio, não há técnica, não há outra aproximação possível relativa ao Absoluto.
A refutação consiste em rejeitar (sem negar, sem renegar), consistindo em ver tudo o que não é Infinito, tudo o que é efêmero, permitindo uma abordagem direta, se posso me exprimir assim, do Absoluto.
Vocês não podem, em caso algum, abrir os olhos ao que quer que seja. Vocês não podem elaborar nenhuma estratégia, nenhuma outra possibilidade. Nenhuma Vibração pode conduzi-los a ser Absoluto. É justamente na refutação de tudo o que é vivido (concernente tanto ao eu como ao Si) que o Absoluto se implanta e se revela.
É claro, a Onda da Vida, o Manto Azul da Graça, participam desse trabalho.
O conjunto dos elementos inscritos na sobrevivência da própria personalidade (como o medo da perda dessa personalidade, o medo da morte) são elementos que podem ser transfigurados pela própria Onda da Vida. Facilitando, de algum modo, o desaparecimento do ego e a transcendência do ego, o desaparecimento do Si e a transcendência do Si. Permitindo revelar o que sempre esteve aí. Vocês não o podem apreender por algum processo mental, por algum processo Vibratório, por alguma experiência.
A refutação é o princípio e o próprio fundamento da Advaïta Vedânta permitindo, se vocês o desejam, estabelecer-se no que vocês São, de toda Eternidade, além de qualquer vida, além de qualquer matéria e além de qualquer Dimensão. Vocês não podem apreendê-lo, vocês não podem aproximá-lo senão pela refutação, senão aproveitando a influência da Onda da Vida, do Manto Azul da Graça e pela superação e transcendência do eu e do Si.
Os Pilares que lhes foram comunicados (há já muito tempo) dizem respeito à Humildade, à Simplicidade, à Transparência, ao Caminho da Infância, são possibilidades. Mas essas possibilidades não dão acesso, se posso dizer, diretamente ao Absoluto, mas estabelecem as bases, as fundações, que permitem assentar, de alguma forma, o abandono do eu e o abandono do Si.
Pergunta: você pode me esclarecer sobre minhas resistências em deixar minha personalidade?
Uma parte da resposta que vou te dar está então na questão anterior. Eu não vou repetir. O apego à própria personalidade é inerente ao princípio da sobrevivência. A personalidade, para existir, deve acreditar-se eterna, o que, evidentemente, ela nunca é, uma vez que a personalidade aparece e desaparece entre o nascimento e a morte.
Nada subsiste da personalidade uma vez que o saco de comida não está mais e retornou à Terra. O que persiste (e ainda, para vocês, isso é uma crença, na maioria dos casos) é a alma e o Espírito. Mas a alma e o Espírito não são o Absoluto. Eles estão contidos no Absoluto.
As resistências da personalidade, além de qualquer noção psicológica, estão ligadas mesmo à presença da projeção da consciência dentro deste mundo. Assim, não há especificidade individual, mesmo se existem programações dentro da personalidade, em função de sua própria história, de sua própria memória. Além disso, há os arquétipos, os fundamentos, fundamentais que, em cada ser humano encarnado, são, pelo princípio de preservação da espécie, de alguma maneira, a garantia que os salvaguarda do não desaparecimento da personalidade antes do vencimento do prazo (seja a morte natural, uma morte acidental, ou o que quer que seja que coloque fim à existência da personalidade e portanto, à projeção da consciência em seu confinamento dentro desse saco de comida).
Assim, portanto, eu não posso te dar o elemento pessoal referente ao que é comum ao conjunto da humanidade encarnada. Eu te remeto então ao que pôde ser dito, de diferentes maneiras, a respeito do que vocês chamam os dois primeiros chacras. Onde estão inscritos os princípios de sobrevivência, assim como os princípios da ilusão que permitem manter um conjunto de coerência no que é chamado a personalidade.
Não há então resposta que seja pessoal. Quer estejamos no nível do eu, quer estejamos no nível do Si, quer estejamos na Presença Infinita ou na Infinita Presença, o mecanismo, se podemos dizer, é o mesmo: somente na superação do medo da morte, do medo do próprio desaparecimento, é que o Absoluto aparece como algo que sempre esteve aí, de toda eternidade.
A projeção da consciência deve então, no tempo que não é uma passagem mas bem uma Transfiguração, cessar de existir. É esse medo que deve ser derrotado. Não no sentido de um combate, não no sentido de uma explicação, mas antes em um face a face. No Ocidente, isso tem sido o encontro com o “Guardião do Umbral”, permitindo-lhes viver suas próprias Trevas, sua própria Dissolução.
O que está inscrito, mais uma vez, no princípio de preservação do corpo.
Não pode existir elemento, propriamente dito, psicológico, já que estamos aqui, diretamente, em algo que está inscrito dentro do próprio saco de comida. O saco de comida é persuadido, ele também, ser imortal, então, evidentemente, vocês sabem que isso é falso, ao menos sobre a superfície desta Terra.
Há um momento em que vocês aparecem. Há um momento em que vocês desaparecem. O que aparece e o que desaparece concerne exclusivamente ao efêmero. Subtendido a esse aparecimento e a esse desaparecimento, existe o que é chamado observador ou consciência do ‘eu sou”.
Realizando o Si. Além do “eu sou”, há o não ser. O não ser é a cessação de qualquer projeção da consciência dentro deste mundo, como dentro de qualquer Dimensão.
Ser Absoluto define novos contextos que são constituídos pela ausência de contexto e ausência de limite. Não há mais localização. Não há mais confinamento, não há mais possibilidade de ser limitado, de maneira alguma. A consciência pode se projetar, como pode não se projetar.
A reintegração ao seio da Fonte, à pulsação (se podemos dizer assim, se bem que isso não corresponde a nada que vocês tenham conhecido) do Absoluto, é uma emanação de Amor, contemplando a si mesmo. É o que todos somos: Amor que contempla a si mesmo. Projeção do Amor dentro de diferentes estratos Vibratórios, dentro de diferentes frequências, dentro de diferentes experiências.
Enquanto existe, dentro da consciência (que ela seja do eu ou do Si), a necessidade de experimentar, a necessidade de se projetar, o Absoluto não pode aparecer, mesmo ele já estando aí. É então necessário, de algum modo, uma extinção total da consciência. Seja a consciência fragmentada da personalidade, seja a consciência expandida ou a Supra consciência do Si, tudo isso deve cessar, como se o tempo parasse, como se o espaço não existisse mais, a fim de que a consciência, ela mesma, pare de se observar, pare de se ver e pare de ser vista, ela mesma, em qualquer Dimensão que seja.
Isso, realizado, transforma totalmente suas vidas, aqui como em outros lugares, porque neste momento, vocês não estão mais, (estando no Absoluto) em uma forma, limitados por essa forma, de alguma maneira. Sua consciência, de algum modo, mesmo em suas projeções, não está mais limitada a esse corpo, a esta Dimensão, ou a qualquer outra consciência existente. Vocês são verdadeiramente, nesse momento, Absoluto, na realidade, não da experiência mas, do que vocês São, de toda eternidade.
Eu resumiria isso dizendo que o único obstáculo a Ser Absoluto é o medo. Enquanto existir em vocês o menor medo (referente a esse corpo, referente a essa alma, referente a esse Espírito, referente ao seu futuro, referente aos seus apegos, suas crenças), o Absoluto não pode ser o que vocês são e que no entanto vocês São, de toda eternidade.
Porque o medo é uma projeção da consciência, dentro da limitação, dentro do medo de seu próprio desaparecimento ou autodissolução. O mesmo mecanismo se encontra nos mecanismos de aproximação da morte onde, a partir do instante em que vocês sabem que irão morrer, por uma razão precisa, surge, dentro da consciência, a recusa.
Essa recusa é característica da consciência da personalidade. Na consciência do Si, mesmo que esse período de recusa pareça muito mais leve, no entanto, ele existe. A recusa não é senão o reflexo e a consequência do medo.
A personalidade é construída sobre a falta de Luz, sobre a falsificação, sobre a amputação. Dessa falsificação, dessa amputação, resulta o que é chamado o medo. O medo é somente um sentimento de incompletude fazendo com que, em toda sua vida, a personalidade vá buscar se assegurar tentando criar circunstâncias que lhe pareçam eternas e que, evidentemente, não o serão jamais (seja através de um afeto, seja através de um trabalho, seja através de uma descendência) já que, de qualquer maneira, o dia em que vocês deixarem este mundo, este mundo não existirá mais para vocês.
É claro, existem meios (limitados) de contato entre o lado daqui da vida e o lado de lá da vida chamado morte. Mas tanto um como o outro não são senão amputações do que vocês São, em Verdade.
Existe, dentro da personalidade (e isso é comum a todo humano), a necessidade de se assegurar, a necessidade de encontrar uma estabilidade dentro de um mundo em que nada disso pode existir, devido mesmo à existência do princípio de amputação e de falsificação, assim como de confinamento.
Pergunta: apesar de estar sentindo as manifestações da Onda da Vida, eu me pergunto por que eu ainda estou totalmente enganchada ao meu eu?
A Onda da Vida, como eu já disse, é um elemento facilitador, vindo transfigurar os medos inscritos nos 2 chacras inferiores correspondentes ao corpo físico e ao corpo, que vocês chamam, etérico. Mas isso não é suficiente para fazer desaparecer o eu e o que você chama “estar enganchada ao eu”.
Existe um princípio de abandono do Si, situado em uma perda total da personalidade, correspondente à passagem entre o terceiro chacra e o chacra do Coração. Isso é nomeado Crucificação e Ressurreição. Existe, nesse nível, o que é chamado uma “Porta Estreita”. É o momento em que você deve, de algum modo, comprovar (a você mesma) que você não está apegada a nada deste mundo, a nada do que é efêmero. Você deve estar livre de toda crença. Você deve estar livre de todo apego. Você deve estar livre de todo conhecido. É nesse nível que vai agir a refutação.
Mais uma vez, referente a esta questão, não é uma problemática pessoal, mas uma problemática coletiva, ligada ao confinamento, à amputação e ao isolamento deste mundo. O conjunto dos conhecimentos (mesmo os mais elaborados) não são senão ignorância. Porque nenhum conhecimento, quaisquer que eles sejam (astrológicos, quer sejam espirituais, quer sejam religiosos), não podem dar-lhes acesso à Verdade, mas simplesmente, às crenças às quais vocês aderem, ou não.
Nenhuma crença (mesmo a mais elaborada) pode mudar o que quer que seja em seu status. Se vocês observarem: dentro de todos os modelos religiosos, dentro de todos os modelos de sociedade da Terra, qualquer que seja a adesão a uma dada religião ou a uma outra, vocês têm seres que conseguiram se Abandonar, em totalidade, aceitar seu próprio desaparecimento.
Qualquer que seja a religião de início, podemos dizer que vocês devem, todos, passar pela mesma Porta Estreita. É o momento em que é necessário se desfazer do conjunto das crenças, do conjunto das certezas. É nesta condição que o Desconhecido pode ser revelado e que o Absoluto é realizado, no sentido da Liberação.
Enquanto vocês se apoiam em uma crença, enquanto vocês se apoiam em um conhecimento, qualquer que seja, vocês estão na mais total ignorância.
O que vocês chamam conhecimento (no sentido humano) não é senão ignorância. Se vocês aceitam essa ignorância, então vocês penetram o conhecimento, porque vocês São o conhecimento.
Sendo o conhecimento, sendo Amor e Luz, vocês não podem, em nenhum caso, por meio de qualquer projeção, apreender isso. Há que se livrar de tudo o que é conhecido (pela investigação e pela refutação), e vocês chegam a isso.
Eu disse (para intervenções futuras) que eu lhes pediria, doravante, para ler atentamente o que eu já disse. Porque muitas das questões que vocês colocam já tiveram sua resposta, sobretudo quando se trata de respostas que são coletivas e que não se referem em nada da sua personalidade e em nada de sua individualidade.
O princípio da investigação e o princípio da refutação são universais. Não dependem de nenhuma crença, de nenhum carma, de nenhuma religião, de nenhum país. Eu exprimi, desde o início de minha vinda, que eu tentaria (o mais possível) sair de todo contexto de sociedade, de toda noção histórica. Eu me apliquei a isso e isso é fundamental.
Os tempos que vocês vivem, como vocês o sabem, são particulares. Eles apelam a vocês uma noção de prestação de contas, de não aderir ao que quer que seja que não seja vivido. E convém mesmo superar o que é vivido, uma vez que isso foi vivido, isto é, superar a própria experiência pelo princípio da refutação.
É claro, o ego e a personalidade vão sempre lhes dizer que isso não serve para nada. E é lógico. E é normal. Mas vocês não têm, estritamente, nenhum outro meio senão realizar isso pela investigação, pela refutação. Não há outro meio de se liberar do conhecido.
O processo Vibratório concerne à consciência (isso vocês o sabem também) já que a consciência é Vibração. Dependendo da faixa em que se exprime essa Vibração ela é conhecida e portanto vocês estão na consciência do eu. Se as Vibrações aparecem no corpo (quaisquer que sejam os pontos de penetração) e muitos lhes foram dados: chacras, Portas, Estrelas, Kundalini, Onda da Vida, essa penetração vai induzir a uma ampliação da consciência chamando isso: o Despertar, a Realização, o Acesso à supraconsciência. Mas mesmo isso não é Absoluto.
O Absoluto é muito mais amplo (se posso me exprimir assim) do que tudo o que pode ser percebido, do que tudo o que pode ser sentido. É bem mais vasto do que a consciência. É uma deslocalização total de suas consciências que não estão mais sujeitas às leis deste mundo, enquanto mantém a forma, enquanto mantém suas vidas.
Mas o princípio da refutação (que pode lhes parecer, no nível do ego, como um exercício simplista ou um exercício mental) é o mecanismo mais simples, para ultrapassar todos os estratos intermediários da cebola, permitindo-lhes ter a visão global, além de tudo o que pode ser visto e além de toda consciência.
É necessário conceber (e viver) que a consciência se exprime sobre uma variedade de Vibrações: a da personalidade, a do Si e a da Presença Última e Infinita. Que o Absoluto engloba tudo isso, presente sobre este mundo, presente nas Dimensões, englobando o conjunto de tudo isso e mesmo a Fonte.
Quando os Arcanjos lhes dizem que eles estão no Interior de vocês, isso não é uma visão do espírito, isso não é uma projeção, mas a estrita Verdade do Absoluto que vocês São. Vocês devem aceitar morrer para vocês mesmos a fim de renascer. Mais uma vez, não há passagem entre o Si e o Absoluto, não há passagem entre o eu e o Absoluto.
Há, efetivamente, uma Porta Estreita que é, ela também, de alguma forma, as fundações, os elementos de apoio, bem como a Onda da Vida. Mas é preciso ainda que vocês aceitem se perderem e desaparecerem. Algo que não pode aceitar nenhum eu e nenhum Si.
Mas é uma passagem que eu qualificaria de obrigatória. E essa passagem (a palavra não é a indicada porque não é uma passagem), é justamente o Abandono de tudo o que é efêmero, de tudo o que é conhecido, que lhes abre, se podemos dizer, o acesso ao Desconhecido, que não é um acesso.
A melhor expressão que nós encontramos é, efetivamente, essa noção de ponto de vista.
De onde você olha?
Você está na cena no teatro?
Você está na sala olhando o espetáculo?
Ou você está fora do teatro?
Enquanto você atua na cena, você não pode estar fora. Mas quando você está fora, você toma consciência, se o podemos dizer, através da projeção da própria consciência, que existe um espectador ou observador e que existe um ator. Mas você não está identificado de maneira formal nem ao ator, nem ao observador, nem ao que quer que seja como elemento existente dentro do teatro. Você é o conjunto de tudo o que é percebido, como de tudo o que não é percebido.
Pergunta: o que dizer da raiva e da irritação que ainda atravessam o corpo e a personalidade?
O que você entende por "o que dizer"?
Você quer uma explicação lógica e racional de por que isso existe? Em que isso concerne ao Absoluto?
Este é tipicamente o tipo de conhecimento que não lhe é de nenhum uso, tanto para o Si como para o Absoluto. As leis de ação / reação não concernem senão a esse saco de comida, esse saco de pensamentos. Enquanto você está em reação e em relação a isso, enquanto você tem necessidade de compreensão disso, você permanece confinada nisto que, justamente, te incomoda. Há, aí também, a noção de identificação a esse corpo, a esses pensamentos e a essa vida.
A raiva, em todo caso, resulta efetivamente do confinamento. O confinamento se manifesta pela raiva, frequentemente. Mas a raiva não resolve nada, como o medo, tanto um como o outro, cujas direções são opostas no nível da consciência: a raiva aumenta, o medo diminui.
Mas, tanto em um caso como no outro, nem a raiva, nem o medo, permitem escapar da condição da consciência fragmentária. Assim então, seu olhar que se coloca, através desta questão, sobre a necessidade de compreender, ou de explicar, ou de dar sentido ao que atravessa esse corpo e essa personalidade, não lhe será de nenhum socorro, concernente tanto ao Si como ao Absoluto.
Enquanto existe uma necessidade de compreensão, você própria se situa, dentro da consciência, na ação/reação. Nenhuma ação, nem nenhuma reação, pode romper o círculo vicioso. Porque neste momento você permanece no ator, você permanece na cena do teatro. Você está tão investida no papel do ator que isso é, para você, a única realidade.
Mesmo se você sabe, que em algum lugar, há outra coisa, você não tem nem a percepção, nem a consciência, nem a possibilidade de sair, enquanto seu ponto de vista não tiver mudado.
Você pode obter todas as respostas, o exemplo da ciência, como vocês sabem, hoje, sobre a Terra, lhes dá uma magnífica ilustração: vocês conhecem o funcionamento do átomo, vocês conhecem o funcionamento da célula, e então? Isso dá a resposta a: quem eu sou?
Enquanto você estiver identificada com as células, isso pode ser suficiente. Enquanto você estiver identificada à sua psicologia, isso pode ser suficiente. Mas isso não alimentará jamais outra coisa senão a ação/reação. Você manterá, de modo longo, durável o efêmero, através de uma sucessão de efêmeros, às vezes cada vez mais dolorosos, às vezes leves, mas que, definitivamente e em resultante, não mudam nunca absolutamente nada em sua condição e em seu confinamento.
Compreender como funciona a prisão, não permite sair da prisão.
Compreender todos os atos de todas as peças de teatro, não permite sequer identificar o teatro. Principalmente porque a consciência, que está limitada pelo princípio da amputação, do isolamento e confinamento, vai, de algum modo, à medida das encarnações e das experiências, satisfazer-se dessa limitação, na maioria das vezes. Dando-lhe a viver, dentro dessa frustração (pois é uma), elementos pacificadores, através do que é chamado de profissão, através do que é chamado afeição, através do que é chamado o social. Mas nunca uma profissão, nunca uma relação, nunca uma sociedade, poderá responder, em seu lugar, o que você É.
Há somente sua própria investigação, além de todo conhecimento, além de toda adesão a um rito ou a um dogma, que lhe permitirá reencontrar o fio da Liberdade.
A raiva, como o medo, não são senão as consequências da perda do que vocês São. Essa perda está ligada ao seu ponto de vista. Esse ponto de vista que, eu os lembro, está ligado tanto a sua educação, como aos dogmas, como às religiões, como à sociedade, como a tudo o que vocês têm aderido sem fazer a experiência, sem ter a validação Interior.
Tudo o que vocês aceitam como regra estabelecida, sem ter passado pela experiência ou pela vivência., apenas reforça o confinamento de maneira sistemática. A raiva é uma emoção. Toda emoção está inscrita na ação/reação, nenhuma emoção pode escapar a essa regra: é mesmo a definição de uma emoção.
É por isso que dentro de certos sistemas tradicionais, comprovados (seja no Oriente, como no Ocidente), foi apresentado um amplo espaço a tudo o que é emocional, a tudo o que é mental, como elemento de frenagem, ou que adiciona véus ao confinamento e ao isolamento. Nenhuma emoção é libertadora. Nenhuma atividade mental pode liberá-los. Nenhum dogma e nenhuma crença pode liberá-los.
É necessário, mais uma vez, ali, aqui, também, libertarem-se de toda crença, libertarem-se de toda certeza, e irem para o Desconhecido, livrando-se de tudo o que é conhecido. Então, é claro, para o ego, isso é um drama. E para o Si, isso é também um drama. Porque há, de fato, uma Passagem do eu ao Si, da consciência fragmentada à Consciência ampliada, que foi conquistada, se podemos dizer assim. Enquanto não pode haver conquista do que vocês São, em Verdade, quer dizer Absoluto.
Pergunta: há uma parte de mim que não compreende realmente o que é a refutação, por que esse bloqueio?
Quem disse que você deveria compreender a refutação? Você deve aplicá-la. Você compreende como você anda? Sabe quais são os músculos que são usados na operação, quais são os nervos que são usados na operação? E ainda assim, você anda.
Enquanto houver vontade de compreender você não pode avançar, você fica no lugar, imóvel no ego. A refutação não é para ser compreendida, ela é para ser praticada. Isso está bem além de uma crença e de uma explicação.
Refutar consiste em afirmar que nada do que é limitado, que nada do que é conhecido, pode ser a Verdade. Nada mais e nada menos. Se você começa e entrar na necessidade de compreender, refletir: quem quer compreende, se não o eu? Porque compreender é prender.
Ora, aí, trata-se de restituir, é exatamente o inverso. Tudo o que vocês chamam de conhecimento não é senão ignorância. Tudo o que vocês chamam de compreensão é um obstáculo, porque a compreensão faz apelo a quê? Ao mental. Ora, justamente, o elemento que mais trava é o mental. Portanto, alimentar o mental, através de uma lógica, uma razão, uma explicação, o confina ainda mais na ação/reação. Não busque compreender. Como eu já disse outras vezes, quanto menos você compreender, mais você chega lá.
Porque, definitivamente, é sempre o ego que quer compreender, que quer se apropriar, que tem necessidade de uma lógica que lhe é própria. Enquanto há isso, você retarda a investigação. Isso é sugerido pelo ego, evidentemente, pois devido a essa refutação e a essa investigação, o mental sabe que assinou sua sentença de morte, e isso, ele não quer. Então, não dê peso a esse tipo de interrogação, livre-se dela o mais rápido.
Refutar não é compreender, precisamente, é exatamente o inverso.
É uma ginástica, você pode chamá-la de mental, se você quiser, embora vá muito além. No entanto, essa investigação e essa refutação é, muito precisamente, o que vai romper o círculo vicioso.
Esse tipo de questão, para todo Irmão e Irmã, apenas traduz a atividade do mental que, por ele mesmo, não busca senão uma coisa: compreender e prender. Ora, nós não estamos nesse processo. A refutação não tem de ser compreendida, ela tem de ser aplicada. Da mesma maneira que a investigação tem de ser conduzida, ela não tem de ser explicada. O mental, por meio da questão que você coloca, tenta complicar o que é simples. Não alimente mais o mental, refute tudo o que vem dele, tudo o que está inscrito no efêmero.
Pergunta: depois de praticar a refutação, eu não posso fazê-la mais. Na verdade, viver o Si ou o Absoluto, não me importa. Eu me abandonei à vida, ao momento presente. É a personalidade que se recusa a deixar ir, ou é um Abandono real?
É só você que pode obter a resposta. Aquele que é Absoluto o sabe instantaneamente, não pode haver nenhuma dúvida, nenhuma interrogação. Isso está bem além da personalidade, bem além da certeza e da experiência.
Uma vez conduzida a investigação, uma vez efetuada a refutação, se não há mais nada para refutar, o que você quer refutar? Além da consciência, o que você É, uma vez que a refutação e a pesquisa conduzidas, o deixam ser o que você É. Se então a refutação e a investigação foram conduzidas, e concluídas, você é Absoluto. Mas na condição de que você mesmo o saiba.
Nenhuma resposta pode ser trazida do exterior. Só você sabe o que você É, além da consciência. Foi-lhes dito que no Si, e no instante presente (da vida, como você diz), a vida se desenrola segundo as leis, ligadas ao Eu Sou, chamadas Ação da Graça. Onde se manifesta a Unidade, a Fluidez, a facilidade. Nessa facilidade, nenhuma atividade mental, nenhuma atividade emocional, nenhum estresse, nenhum acontecimento da vida, pode alterar o que você É. E aí, você sabe, pertinentemente, que você É Absoluto.
Qualquer que seja sua vida, você é consciente de que você não é somente isso, mas que você É bem mais do que isso. A vida se manifesta então, sem resistência, sem oposição, sem restrição, sem mental que te domine, e sem emoção que te domine. Mas enquanto existe a sensação de uma questão em seu Interior, é claro, o Absoluto não pode ser o que você É.
O Abandono do Si, como o Abandono à Luz, se realizam e lhe dão a viver a ausência de interrogação. Se sua vida, então, se desenrola assim, na maior das facilidades, este é um testemunho.
Mas, novamente, aquele que é Absoluto o sabe. Não como uma possibilidade, não como algo de que se duvida, mas como uma evidência a cada minuto, a cada respiração. Porque nesse momento, você não está mais confinado em um corpo, você não está mais confinado em uma sociedade, você não está mais confinado em um mundo, você É Amor. E isso é vivido plenamente, além de qualquer Vibração, além de qualquer evento, além de qualquer trauma, como de qualquer Alegria.
Essa Permanência, essa Imanência, é a realidade que é vivida no Absoluto. A forma, o Absoluto com forma, essa forma, não pode ser de modo nenhum um fator limitante, contrariamente ao que é vivido no eu ou no Si. E isso é vivido claramente, de maneira autêntica. Do mesmo modo que você pode andar, você sabe que anda sem ter necessidade de trazer sua consciência sobre o andar. É o mesmo para o Absoluto, para esse Último.
Uma vez que a investigação e a refutação foram concluídas, há, efetivamente, um dado instante em que isso não pode mais prosseguir. Não é senão você que pode saber se tudo foi completado, nesse nível.
O Absoluto não tem questão: ele É. E ele é independente da forma, mesmo no Absoluto com forma. Ele é independente do que vive esse corpo. Ele é independente de toda noção de memória ou de história. Não existe nenhuma contingência, nenhum limite. A consciência está, ao mesmo tempo, nesse corpo, como em alguma outra projeção, como na ausência de projeção.
Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1495
29 de junho de 2012
(publicado em 01-07-2012)
Tradução para o português: Ligia Borges
http://minhamestria.blogspot.com/
Há palavras cuja disposição mostra uma interrogação dentro da interrogação.
Você tem certeza da sua pergunta?
O que significa "possibilidade" e "abrir os olhos"?
Mais uma vez, a noção de abrir os olhos significa uma necessidade de compreender, uma necessidade de apreender, uma necessidade de apropriar-se.
Enquanto o Absoluto, sob nenhuma circunstância, pode ser definido, nem mesmo percebido, enquanto você se situa no conhecido, enquanto você persistir em querer entendê-lo, apreendê-lo.
A preliminar chamada “Abandono do Si” só é realizável pela refutação. Cabe a você, então, cessar de querer compreender, cessar de querer se apropriar. O Absoluto, em nenhum caso, pode ser um objetivo, nem uma finalidade e ainda menos algo que se pode perceber, sentir ou experimentar.
Há somente a refutação de tudo o que é conhecido (seja desse corpo, como do conjunto dos corpos ditos sutis) que permitirá, em um primeiro momento, romper o hábito de identificação a tudo o que constitui a vida, neste mundo.
Ser nada aqui, como eu já disse, permite ser Absoluto. Então, é claro, um certo número de Pilares, um certo número de elementos (que lhes foram comunicados) são elementos preparatórios ao Absoluto. Mas, em nenhum caso, o Absoluto pode ser apreendido por meio de uma compreensão intelectual.
Quando esse estado se instala, além de todo estado, quando ele se mostra e se revela, instantaneamente, é uma percepção além de qualquer percepção, é um estado além de qualquer estado, que os instala fora da ilusão. Não enquanto crença, mas enquanto Verdade Absoluta, vivida de maneira permanente, permitindo-lhes se extraírem de tudo o que é efêmero e ilusório.
Não há, portanto, nenhum elemento que possa abrir seus olhos, nenhuma possibilidade que permita dirigi-lo para o que quer que seja. Somente o princípio da refutação e a investigação sobre o que não é o Absoluto te permitirá, em um dado momento, romper o círculo vicioso do mental, ainda que o conjunto de crenças, ainda que o conjunto de identificações participem do efêmero. Não há outro meio, não há técnica, não há outra aproximação possível relativa ao Absoluto.
A refutação consiste em rejeitar (sem negar, sem renegar), consistindo em ver tudo o que não é Infinito, tudo o que é efêmero, permitindo uma abordagem direta, se posso me exprimir assim, do Absoluto.
Vocês não podem, em caso algum, abrir os olhos ao que quer que seja. Vocês não podem elaborar nenhuma estratégia, nenhuma outra possibilidade. Nenhuma Vibração pode conduzi-los a ser Absoluto. É justamente na refutação de tudo o que é vivido (concernente tanto ao eu como ao Si) que o Absoluto se implanta e se revela.
É claro, a Onda da Vida, o Manto Azul da Graça, participam desse trabalho.
O conjunto dos elementos inscritos na sobrevivência da própria personalidade (como o medo da perda dessa personalidade, o medo da morte) são elementos que podem ser transfigurados pela própria Onda da Vida. Facilitando, de algum modo, o desaparecimento do ego e a transcendência do ego, o desaparecimento do Si e a transcendência do Si. Permitindo revelar o que sempre esteve aí. Vocês não o podem apreender por algum processo mental, por algum processo Vibratório, por alguma experiência.
A refutação é o princípio e o próprio fundamento da Advaïta Vedânta permitindo, se vocês o desejam, estabelecer-se no que vocês São, de toda Eternidade, além de qualquer vida, além de qualquer matéria e além de qualquer Dimensão. Vocês não podem apreendê-lo, vocês não podem aproximá-lo senão pela refutação, senão aproveitando a influência da Onda da Vida, do Manto Azul da Graça e pela superação e transcendência do eu e do Si.
Os Pilares que lhes foram comunicados (há já muito tempo) dizem respeito à Humildade, à Simplicidade, à Transparência, ao Caminho da Infância, são possibilidades. Mas essas possibilidades não dão acesso, se posso dizer, diretamente ao Absoluto, mas estabelecem as bases, as fundações, que permitem assentar, de alguma forma, o abandono do eu e o abandono do Si.
Pergunta: você pode me esclarecer sobre minhas resistências em deixar minha personalidade?
Uma parte da resposta que vou te dar está então na questão anterior. Eu não vou repetir. O apego à própria personalidade é inerente ao princípio da sobrevivência. A personalidade, para existir, deve acreditar-se eterna, o que, evidentemente, ela nunca é, uma vez que a personalidade aparece e desaparece entre o nascimento e a morte.
Nada subsiste da personalidade uma vez que o saco de comida não está mais e retornou à Terra. O que persiste (e ainda, para vocês, isso é uma crença, na maioria dos casos) é a alma e o Espírito. Mas a alma e o Espírito não são o Absoluto. Eles estão contidos no Absoluto.
As resistências da personalidade, além de qualquer noção psicológica, estão ligadas mesmo à presença da projeção da consciência dentro deste mundo. Assim, não há especificidade individual, mesmo se existem programações dentro da personalidade, em função de sua própria história, de sua própria memória. Além disso, há os arquétipos, os fundamentos, fundamentais que, em cada ser humano encarnado, são, pelo princípio de preservação da espécie, de alguma maneira, a garantia que os salvaguarda do não desaparecimento da personalidade antes do vencimento do prazo (seja a morte natural, uma morte acidental, ou o que quer que seja que coloque fim à existência da personalidade e portanto, à projeção da consciência em seu confinamento dentro desse saco de comida).
Assim, portanto, eu não posso te dar o elemento pessoal referente ao que é comum ao conjunto da humanidade encarnada. Eu te remeto então ao que pôde ser dito, de diferentes maneiras, a respeito do que vocês chamam os dois primeiros chacras. Onde estão inscritos os princípios de sobrevivência, assim como os princípios da ilusão que permitem manter um conjunto de coerência no que é chamado a personalidade.
Não há então resposta que seja pessoal. Quer estejamos no nível do eu, quer estejamos no nível do Si, quer estejamos na Presença Infinita ou na Infinita Presença, o mecanismo, se podemos dizer, é o mesmo: somente na superação do medo da morte, do medo do próprio desaparecimento, é que o Absoluto aparece como algo que sempre esteve aí, de toda eternidade.
A projeção da consciência deve então, no tempo que não é uma passagem mas bem uma Transfiguração, cessar de existir. É esse medo que deve ser derrotado. Não no sentido de um combate, não no sentido de uma explicação, mas antes em um face a face. No Ocidente, isso tem sido o encontro com o “Guardião do Umbral”, permitindo-lhes viver suas próprias Trevas, sua própria Dissolução.
O que está inscrito, mais uma vez, no princípio de preservação do corpo.
Não pode existir elemento, propriamente dito, psicológico, já que estamos aqui, diretamente, em algo que está inscrito dentro do próprio saco de comida. O saco de comida é persuadido, ele também, ser imortal, então, evidentemente, vocês sabem que isso é falso, ao menos sobre a superfície desta Terra.
Há um momento em que vocês aparecem. Há um momento em que vocês desaparecem. O que aparece e o que desaparece concerne exclusivamente ao efêmero. Subtendido a esse aparecimento e a esse desaparecimento, existe o que é chamado observador ou consciência do ‘eu sou”.
Realizando o Si. Além do “eu sou”, há o não ser. O não ser é a cessação de qualquer projeção da consciência dentro deste mundo, como dentro de qualquer Dimensão.
Ser Absoluto define novos contextos que são constituídos pela ausência de contexto e ausência de limite. Não há mais localização. Não há mais confinamento, não há mais possibilidade de ser limitado, de maneira alguma. A consciência pode se projetar, como pode não se projetar.
A reintegração ao seio da Fonte, à pulsação (se podemos dizer assim, se bem que isso não corresponde a nada que vocês tenham conhecido) do Absoluto, é uma emanação de Amor, contemplando a si mesmo. É o que todos somos: Amor que contempla a si mesmo. Projeção do Amor dentro de diferentes estratos Vibratórios, dentro de diferentes frequências, dentro de diferentes experiências.
Enquanto existe, dentro da consciência (que ela seja do eu ou do Si), a necessidade de experimentar, a necessidade de se projetar, o Absoluto não pode aparecer, mesmo ele já estando aí. É então necessário, de algum modo, uma extinção total da consciência. Seja a consciência fragmentada da personalidade, seja a consciência expandida ou a Supra consciência do Si, tudo isso deve cessar, como se o tempo parasse, como se o espaço não existisse mais, a fim de que a consciência, ela mesma, pare de se observar, pare de se ver e pare de ser vista, ela mesma, em qualquer Dimensão que seja.
Isso, realizado, transforma totalmente suas vidas, aqui como em outros lugares, porque neste momento, vocês não estão mais, (estando no Absoluto) em uma forma, limitados por essa forma, de alguma maneira. Sua consciência, de algum modo, mesmo em suas projeções, não está mais limitada a esse corpo, a esta Dimensão, ou a qualquer outra consciência existente. Vocês são verdadeiramente, nesse momento, Absoluto, na realidade, não da experiência mas, do que vocês São, de toda eternidade.
Eu resumiria isso dizendo que o único obstáculo a Ser Absoluto é o medo. Enquanto existir em vocês o menor medo (referente a esse corpo, referente a essa alma, referente a esse Espírito, referente ao seu futuro, referente aos seus apegos, suas crenças), o Absoluto não pode ser o que vocês são e que no entanto vocês São, de toda eternidade.
Porque o medo é uma projeção da consciência, dentro da limitação, dentro do medo de seu próprio desaparecimento ou autodissolução. O mesmo mecanismo se encontra nos mecanismos de aproximação da morte onde, a partir do instante em que vocês sabem que irão morrer, por uma razão precisa, surge, dentro da consciência, a recusa.
Essa recusa é característica da consciência da personalidade. Na consciência do Si, mesmo que esse período de recusa pareça muito mais leve, no entanto, ele existe. A recusa não é senão o reflexo e a consequência do medo.
A personalidade é construída sobre a falta de Luz, sobre a falsificação, sobre a amputação. Dessa falsificação, dessa amputação, resulta o que é chamado o medo. O medo é somente um sentimento de incompletude fazendo com que, em toda sua vida, a personalidade vá buscar se assegurar tentando criar circunstâncias que lhe pareçam eternas e que, evidentemente, não o serão jamais (seja através de um afeto, seja através de um trabalho, seja através de uma descendência) já que, de qualquer maneira, o dia em que vocês deixarem este mundo, este mundo não existirá mais para vocês.
É claro, existem meios (limitados) de contato entre o lado daqui da vida e o lado de lá da vida chamado morte. Mas tanto um como o outro não são senão amputações do que vocês São, em Verdade.
Existe, dentro da personalidade (e isso é comum a todo humano), a necessidade de se assegurar, a necessidade de encontrar uma estabilidade dentro de um mundo em que nada disso pode existir, devido mesmo à existência do princípio de amputação e de falsificação, assim como de confinamento.
Pergunta: apesar de estar sentindo as manifestações da Onda da Vida, eu me pergunto por que eu ainda estou totalmente enganchada ao meu eu?
A Onda da Vida, como eu já disse, é um elemento facilitador, vindo transfigurar os medos inscritos nos 2 chacras inferiores correspondentes ao corpo físico e ao corpo, que vocês chamam, etérico. Mas isso não é suficiente para fazer desaparecer o eu e o que você chama “estar enganchada ao eu”.
Existe um princípio de abandono do Si, situado em uma perda total da personalidade, correspondente à passagem entre o terceiro chacra e o chacra do Coração. Isso é nomeado Crucificação e Ressurreição. Existe, nesse nível, o que é chamado uma “Porta Estreita”. É o momento em que você deve, de algum modo, comprovar (a você mesma) que você não está apegada a nada deste mundo, a nada do que é efêmero. Você deve estar livre de toda crença. Você deve estar livre de todo apego. Você deve estar livre de todo conhecido. É nesse nível que vai agir a refutação.
Mais uma vez, referente a esta questão, não é uma problemática pessoal, mas uma problemática coletiva, ligada ao confinamento, à amputação e ao isolamento deste mundo. O conjunto dos conhecimentos (mesmo os mais elaborados) não são senão ignorância. Porque nenhum conhecimento, quaisquer que eles sejam (astrológicos, quer sejam espirituais, quer sejam religiosos), não podem dar-lhes acesso à Verdade, mas simplesmente, às crenças às quais vocês aderem, ou não.
Nenhuma crença (mesmo a mais elaborada) pode mudar o que quer que seja em seu status. Se vocês observarem: dentro de todos os modelos religiosos, dentro de todos os modelos de sociedade da Terra, qualquer que seja a adesão a uma dada religião ou a uma outra, vocês têm seres que conseguiram se Abandonar, em totalidade, aceitar seu próprio desaparecimento.
Qualquer que seja a religião de início, podemos dizer que vocês devem, todos, passar pela mesma Porta Estreita. É o momento em que é necessário se desfazer do conjunto das crenças, do conjunto das certezas. É nesta condição que o Desconhecido pode ser revelado e que o Absoluto é realizado, no sentido da Liberação.
Enquanto vocês se apoiam em uma crença, enquanto vocês se apoiam em um conhecimento, qualquer que seja, vocês estão na mais total ignorância.
O que vocês chamam conhecimento (no sentido humano) não é senão ignorância. Se vocês aceitam essa ignorância, então vocês penetram o conhecimento, porque vocês São o conhecimento.
Sendo o conhecimento, sendo Amor e Luz, vocês não podem, em nenhum caso, por meio de qualquer projeção, apreender isso. Há que se livrar de tudo o que é conhecido (pela investigação e pela refutação), e vocês chegam a isso.
Eu disse (para intervenções futuras) que eu lhes pediria, doravante, para ler atentamente o que eu já disse. Porque muitas das questões que vocês colocam já tiveram sua resposta, sobretudo quando se trata de respostas que são coletivas e que não se referem em nada da sua personalidade e em nada de sua individualidade.
O princípio da investigação e o princípio da refutação são universais. Não dependem de nenhuma crença, de nenhum carma, de nenhuma religião, de nenhum país. Eu exprimi, desde o início de minha vinda, que eu tentaria (o mais possível) sair de todo contexto de sociedade, de toda noção histórica. Eu me apliquei a isso e isso é fundamental.
Os tempos que vocês vivem, como vocês o sabem, são particulares. Eles apelam a vocês uma noção de prestação de contas, de não aderir ao que quer que seja que não seja vivido. E convém mesmo superar o que é vivido, uma vez que isso foi vivido, isto é, superar a própria experiência pelo princípio da refutação.
É claro, o ego e a personalidade vão sempre lhes dizer que isso não serve para nada. E é lógico. E é normal. Mas vocês não têm, estritamente, nenhum outro meio senão realizar isso pela investigação, pela refutação. Não há outro meio de se liberar do conhecido.
O processo Vibratório concerne à consciência (isso vocês o sabem também) já que a consciência é Vibração. Dependendo da faixa em que se exprime essa Vibração ela é conhecida e portanto vocês estão na consciência do eu. Se as Vibrações aparecem no corpo (quaisquer que sejam os pontos de penetração) e muitos lhes foram dados: chacras, Portas, Estrelas, Kundalini, Onda da Vida, essa penetração vai induzir a uma ampliação da consciência chamando isso: o Despertar, a Realização, o Acesso à supraconsciência. Mas mesmo isso não é Absoluto.
O Absoluto é muito mais amplo (se posso me exprimir assim) do que tudo o que pode ser percebido, do que tudo o que pode ser sentido. É bem mais vasto do que a consciência. É uma deslocalização total de suas consciências que não estão mais sujeitas às leis deste mundo, enquanto mantém a forma, enquanto mantém suas vidas.
Mas o princípio da refutação (que pode lhes parecer, no nível do ego, como um exercício simplista ou um exercício mental) é o mecanismo mais simples, para ultrapassar todos os estratos intermediários da cebola, permitindo-lhes ter a visão global, além de tudo o que pode ser visto e além de toda consciência.
É necessário conceber (e viver) que a consciência se exprime sobre uma variedade de Vibrações: a da personalidade, a do Si e a da Presença Última e Infinita. Que o Absoluto engloba tudo isso, presente sobre este mundo, presente nas Dimensões, englobando o conjunto de tudo isso e mesmo a Fonte.
Quando os Arcanjos lhes dizem que eles estão no Interior de vocês, isso não é uma visão do espírito, isso não é uma projeção, mas a estrita Verdade do Absoluto que vocês São. Vocês devem aceitar morrer para vocês mesmos a fim de renascer. Mais uma vez, não há passagem entre o Si e o Absoluto, não há passagem entre o eu e o Absoluto.
Há, efetivamente, uma Porta Estreita que é, ela também, de alguma forma, as fundações, os elementos de apoio, bem como a Onda da Vida. Mas é preciso ainda que vocês aceitem se perderem e desaparecerem. Algo que não pode aceitar nenhum eu e nenhum Si.
Mas é uma passagem que eu qualificaria de obrigatória. E essa passagem (a palavra não é a indicada porque não é uma passagem), é justamente o Abandono de tudo o que é efêmero, de tudo o que é conhecido, que lhes abre, se podemos dizer, o acesso ao Desconhecido, que não é um acesso.
A melhor expressão que nós encontramos é, efetivamente, essa noção de ponto de vista.
De onde você olha?
Você está na cena no teatro?
Você está na sala olhando o espetáculo?
Ou você está fora do teatro?
Enquanto você atua na cena, você não pode estar fora. Mas quando você está fora, você toma consciência, se o podemos dizer, através da projeção da própria consciência, que existe um espectador ou observador e que existe um ator. Mas você não está identificado de maneira formal nem ao ator, nem ao observador, nem ao que quer que seja como elemento existente dentro do teatro. Você é o conjunto de tudo o que é percebido, como de tudo o que não é percebido.
Pergunta: o que dizer da raiva e da irritação que ainda atravessam o corpo e a personalidade?
O que você entende por "o que dizer"?
Você quer uma explicação lógica e racional de por que isso existe? Em que isso concerne ao Absoluto?
Este é tipicamente o tipo de conhecimento que não lhe é de nenhum uso, tanto para o Si como para o Absoluto. As leis de ação / reação não concernem senão a esse saco de comida, esse saco de pensamentos. Enquanto você está em reação e em relação a isso, enquanto você tem necessidade de compreensão disso, você permanece confinada nisto que, justamente, te incomoda. Há, aí também, a noção de identificação a esse corpo, a esses pensamentos e a essa vida.
A raiva, em todo caso, resulta efetivamente do confinamento. O confinamento se manifesta pela raiva, frequentemente. Mas a raiva não resolve nada, como o medo, tanto um como o outro, cujas direções são opostas no nível da consciência: a raiva aumenta, o medo diminui.
Mas, tanto em um caso como no outro, nem a raiva, nem o medo, permitem escapar da condição da consciência fragmentária. Assim então, seu olhar que se coloca, através desta questão, sobre a necessidade de compreender, ou de explicar, ou de dar sentido ao que atravessa esse corpo e essa personalidade, não lhe será de nenhum socorro, concernente tanto ao Si como ao Absoluto.
Enquanto existe uma necessidade de compreensão, você própria se situa, dentro da consciência, na ação/reação. Nenhuma ação, nem nenhuma reação, pode romper o círculo vicioso. Porque neste momento você permanece no ator, você permanece na cena do teatro. Você está tão investida no papel do ator que isso é, para você, a única realidade.
Mesmo se você sabe, que em algum lugar, há outra coisa, você não tem nem a percepção, nem a consciência, nem a possibilidade de sair, enquanto seu ponto de vista não tiver mudado.
Você pode obter todas as respostas, o exemplo da ciência, como vocês sabem, hoje, sobre a Terra, lhes dá uma magnífica ilustração: vocês conhecem o funcionamento do átomo, vocês conhecem o funcionamento da célula, e então? Isso dá a resposta a: quem eu sou?
Enquanto você estiver identificada com as células, isso pode ser suficiente. Enquanto você estiver identificada à sua psicologia, isso pode ser suficiente. Mas isso não alimentará jamais outra coisa senão a ação/reação. Você manterá, de modo longo, durável o efêmero, através de uma sucessão de efêmeros, às vezes cada vez mais dolorosos, às vezes leves, mas que, definitivamente e em resultante, não mudam nunca absolutamente nada em sua condição e em seu confinamento.
Compreender como funciona a prisão, não permite sair da prisão.
Compreender todos os atos de todas as peças de teatro, não permite sequer identificar o teatro. Principalmente porque a consciência, que está limitada pelo princípio da amputação, do isolamento e confinamento, vai, de algum modo, à medida das encarnações e das experiências, satisfazer-se dessa limitação, na maioria das vezes. Dando-lhe a viver, dentro dessa frustração (pois é uma), elementos pacificadores, através do que é chamado de profissão, através do que é chamado afeição, através do que é chamado o social. Mas nunca uma profissão, nunca uma relação, nunca uma sociedade, poderá responder, em seu lugar, o que você É.
Há somente sua própria investigação, além de todo conhecimento, além de toda adesão a um rito ou a um dogma, que lhe permitirá reencontrar o fio da Liberdade.
A raiva, como o medo, não são senão as consequências da perda do que vocês São. Essa perda está ligada ao seu ponto de vista. Esse ponto de vista que, eu os lembro, está ligado tanto a sua educação, como aos dogmas, como às religiões, como à sociedade, como a tudo o que vocês têm aderido sem fazer a experiência, sem ter a validação Interior.
Tudo o que vocês aceitam como regra estabelecida, sem ter passado pela experiência ou pela vivência., apenas reforça o confinamento de maneira sistemática. A raiva é uma emoção. Toda emoção está inscrita na ação/reação, nenhuma emoção pode escapar a essa regra: é mesmo a definição de uma emoção.
É por isso que dentro de certos sistemas tradicionais, comprovados (seja no Oriente, como no Ocidente), foi apresentado um amplo espaço a tudo o que é emocional, a tudo o que é mental, como elemento de frenagem, ou que adiciona véus ao confinamento e ao isolamento. Nenhuma emoção é libertadora. Nenhuma atividade mental pode liberá-los. Nenhum dogma e nenhuma crença pode liberá-los.
É necessário, mais uma vez, ali, aqui, também, libertarem-se de toda crença, libertarem-se de toda certeza, e irem para o Desconhecido, livrando-se de tudo o que é conhecido. Então, é claro, para o ego, isso é um drama. E para o Si, isso é também um drama. Porque há, de fato, uma Passagem do eu ao Si, da consciência fragmentada à Consciência ampliada, que foi conquistada, se podemos dizer assim. Enquanto não pode haver conquista do que vocês São, em Verdade, quer dizer Absoluto.
Pergunta: há uma parte de mim que não compreende realmente o que é a refutação, por que esse bloqueio?
Quem disse que você deveria compreender a refutação? Você deve aplicá-la. Você compreende como você anda? Sabe quais são os músculos que são usados na operação, quais são os nervos que são usados na operação? E ainda assim, você anda.
Enquanto houver vontade de compreender você não pode avançar, você fica no lugar, imóvel no ego. A refutação não é para ser compreendida, ela é para ser praticada. Isso está bem além de uma crença e de uma explicação.
Refutar consiste em afirmar que nada do que é limitado, que nada do que é conhecido, pode ser a Verdade. Nada mais e nada menos. Se você começa e entrar na necessidade de compreender, refletir: quem quer compreende, se não o eu? Porque compreender é prender.
Ora, aí, trata-se de restituir, é exatamente o inverso. Tudo o que vocês chamam de conhecimento não é senão ignorância. Tudo o que vocês chamam de compreensão é um obstáculo, porque a compreensão faz apelo a quê? Ao mental. Ora, justamente, o elemento que mais trava é o mental. Portanto, alimentar o mental, através de uma lógica, uma razão, uma explicação, o confina ainda mais na ação/reação. Não busque compreender. Como eu já disse outras vezes, quanto menos você compreender, mais você chega lá.
Porque, definitivamente, é sempre o ego que quer compreender, que quer se apropriar, que tem necessidade de uma lógica que lhe é própria. Enquanto há isso, você retarda a investigação. Isso é sugerido pelo ego, evidentemente, pois devido a essa refutação e a essa investigação, o mental sabe que assinou sua sentença de morte, e isso, ele não quer. Então, não dê peso a esse tipo de interrogação, livre-se dela o mais rápido.
Refutar não é compreender, precisamente, é exatamente o inverso.
É uma ginástica, você pode chamá-la de mental, se você quiser, embora vá muito além. No entanto, essa investigação e essa refutação é, muito precisamente, o que vai romper o círculo vicioso.
Esse tipo de questão, para todo Irmão e Irmã, apenas traduz a atividade do mental que, por ele mesmo, não busca senão uma coisa: compreender e prender. Ora, nós não estamos nesse processo. A refutação não tem de ser compreendida, ela tem de ser aplicada. Da mesma maneira que a investigação tem de ser conduzida, ela não tem de ser explicada. O mental, por meio da questão que você coloca, tenta complicar o que é simples. Não alimente mais o mental, refute tudo o que vem dele, tudo o que está inscrito no efêmero.
Pergunta: depois de praticar a refutação, eu não posso fazê-la mais. Na verdade, viver o Si ou o Absoluto, não me importa. Eu me abandonei à vida, ao momento presente. É a personalidade que se recusa a deixar ir, ou é um Abandono real?
É só você que pode obter a resposta. Aquele que é Absoluto o sabe instantaneamente, não pode haver nenhuma dúvida, nenhuma interrogação. Isso está bem além da personalidade, bem além da certeza e da experiência.
Uma vez conduzida a investigação, uma vez efetuada a refutação, se não há mais nada para refutar, o que você quer refutar? Além da consciência, o que você É, uma vez que a refutação e a pesquisa conduzidas, o deixam ser o que você É. Se então a refutação e a investigação foram conduzidas, e concluídas, você é Absoluto. Mas na condição de que você mesmo o saiba.
Nenhuma resposta pode ser trazida do exterior. Só você sabe o que você É, além da consciência. Foi-lhes dito que no Si, e no instante presente (da vida, como você diz), a vida se desenrola segundo as leis, ligadas ao Eu Sou, chamadas Ação da Graça. Onde se manifesta a Unidade, a Fluidez, a facilidade. Nessa facilidade, nenhuma atividade mental, nenhuma atividade emocional, nenhum estresse, nenhum acontecimento da vida, pode alterar o que você É. E aí, você sabe, pertinentemente, que você É Absoluto.
Qualquer que seja sua vida, você é consciente de que você não é somente isso, mas que você É bem mais do que isso. A vida se manifesta então, sem resistência, sem oposição, sem restrição, sem mental que te domine, e sem emoção que te domine. Mas enquanto existe a sensação de uma questão em seu Interior, é claro, o Absoluto não pode ser o que você É.
O Abandono do Si, como o Abandono à Luz, se realizam e lhe dão a viver a ausência de interrogação. Se sua vida, então, se desenrola assim, na maior das facilidades, este é um testemunho.
Mas, novamente, aquele que é Absoluto o sabe. Não como uma possibilidade, não como algo de que se duvida, mas como uma evidência a cada minuto, a cada respiração. Porque nesse momento, você não está mais confinado em um corpo, você não está mais confinado em uma sociedade, você não está mais confinado em um mundo, você É Amor. E isso é vivido plenamente, além de qualquer Vibração, além de qualquer evento, além de qualquer trauma, como de qualquer Alegria.
Essa Permanência, essa Imanência, é a realidade que é vivida no Absoluto. A forma, o Absoluto com forma, essa forma, não pode ser de modo nenhum um fator limitante, contrariamente ao que é vivido no eu ou no Si. E isso é vivido claramente, de maneira autêntica. Do mesmo modo que você pode andar, você sabe que anda sem ter necessidade de trazer sua consciência sobre o andar. É o mesmo para o Absoluto, para esse Último.
Uma vez que a investigação e a refutação foram concluídas, há, efetivamente, um dado instante em que isso não pode mais prosseguir. Não é senão você que pode saber se tudo foi completado, nesse nível.
O Absoluto não tem questão: ele É. E ele é independente da forma, mesmo no Absoluto com forma. Ele é independente do que vive esse corpo. Ele é independente de toda noção de memória ou de história. Não existe nenhuma contingência, nenhum limite. A consciência está, ao mesmo tempo, nesse corpo, como em alguma outra projeção, como na ausência de projeção.
Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1495
29 de junho de 2012
(publicado em 01-07-2012)
Tradução para o português: Ligia Borges
http://minhamestria.blogspot.com/
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