Um bom exemplo é esta história baseada naquilo que o mestre Aïvanhov mais gostava (e ainda gosta): o Sol. Está no livro "Rumo a uma Civilização Solar" (páginas 128-130):
"Para melhor conhecer a filosofia do Sol, tive um dia um encontro com ele. Sim, encontramo-nos em um bar.
Encomendamos uns aperitivos e, depois, eu disse-lhe:
- Caro Sol,
há algo que eu queria lhe perguntar, porque não está ainda muito claro
no meu coração. O que se passa para que seja tão luminoso?
- É que eu ardo amor, respondeu ele, e o amor faz eclodir a luz.
- Mas, perguntei eu, explica-me como
faz para continuar a amar e iluminar os humanos, se você, melhor que
ninguém, vê o quanto são perversos?
- Oh, há muito que decidi não me
preocupar em saber como são. Preocupo-me apenas comigo, e como me
agrada derramar o calor do meu amor, continuo, e sou eu que me deleito.
Que os humanos me apreciem ou não, tanto me faz, e aconselho a fazer o
mesmo, pois se levar em conta aquilo que os humanos são, nunca
conseguirá chegar aos pés deles.
Decidi, então, imitar o Sol
e, por esta razão, posso continuar meu trabalho. Pois se acreditar que
há muitas pessoas que me apreciam e estão aqui para me ajudar,
engana-se. Há muitas a quem eu incomodo e que gostariam bastante de
desembaraçar-se de mim. E asseguro que, ao ver quanto alguns são
velhacos, maus, interesseiros, ingratos, acho, por vezes, que há razão,
realmente, para pegar o meu chapéu e não me preocupar mais com os
humanos.
Mas, felizmente, que o Sol lá está e me segreda: ‘Lembre-se da nossa conversa no bar'.
- Ah, sim, digo eu, e continuo: E você, porque não há de também imitar o sol?"
Essa história do Sol
tem a sua segunda parte. O mestre Aïvanhov criou-a no plano
extrafísico, após ter desencarnado, e contou-a para mim em novembro de
1991. É mais ou menos assim:
"Ele marcou um outro encontro com o Sol, e novamente em um bar. Quando ele lá chegou, o Sol já havia chegado e estava tomando uma bebida gelada, pois ele é muito calorento.
Então, o mestre Aïvanhov perguntou-lhe: "Sol,
lembra-se daquela pergunta que fiz há muito tempo atrás, sobre qual
era a técnica que você usava para ser luminoso? Pois bem, gostaria que
me respondesse a essa questão novamente".
O Sol,
então, respondeu-lhe: "A resposta ainda é a mesma. É que eu ardo de
amor e ele faz eclodir a luz. Aliás, caro Aïvanhov, sabe por que meus
raios de luz levam oito minutos para chegar até a Terra? É que eu ardo
tanto de amor, mas tanto, que acabo gerando muita luz. E se essa luz
chegasse até a Terra instantaneamente, os humanos morreriam
incinerados, pois não aguentariam um amor tão grande. É por isso que
mando meus raios de luz em doses homeopáticas de oito minutos".
Dito isso, o Sol deu um sorriso e se mandou, pois ainda tinha que espalhar muita luz por aí."
Lembre-se: "o Sol está olhando-o, e ele quer aumentar sua dose de luz para você".
Omraam Mikhaël Aïvanhov (1900-1986) era búlgaro de nascimento, mas adotou, a partir de 1937, a França como seu lar. Era discípulo do mestre búlgaro Peter Deunov (1864-1944), que foi fundador da Fraternidade Branca Universal (1).
Aïvanhov levou para a França os ideais do mestre Deunov e, em 1943, fundou seu primeiro centro espiritual, na cidade de Sévres. A partir daí, começou a proferir palestras, que seus discípulos anotavam e gravavam para depois transcrever.
O resultado desses ensinamentos orais
está hoje registrado em centenas de livros, publicados em várias
línguas. Seu trabalho teve uma grande expansão de 1976 em diante, época
em que a Editora Prosveta começou a divulgar seus livros em vários países.
O que mais chama a atenção no trabalho do mestre Aïvanhov é sua simplicidade na abordagem de temas espirituais, em que ele apresenta os exemplos e correlações mais simples para explicar as complexas questões da alma humana.
Ele era um exímio contador de histórias e dotado de um grande senso de humor. Por vezes, para dar uma pausa na palestra, ele interrompia o que estava falando e contava algumas anedotas para alegrar seus ouvintes. Todo seu trabalho estava direcionado para o alargamento da consciência humana em direção ao seu aperfeiçoamento. Em outras palavras, transformar o homem-animal no homem-espiritual.
Pois bem, esse grande filósofo da simplicidade e pedagogo da alma não morreu, apenas se mandou para fora do corpo denso. E agora, lá do plano extrafísico, ele continua a mandar mensagens com o mesmo objetivo central de seus ensinamentos: o aperfeiçoamento do homem.
Fonte:Doce Limão