Áudio em francês.
Eu sou THERESA.
Irmãs e Irmãos encarnados, aqui e em outros lugares, permitam-me, primeiramente, estabelecer minha Presença no Canal de vocês, a fim de viver um instante de Comunhão antes do que tenho a dizer-lhes, enquanto Estrela, esta noite. Eu os convido, então, a viver juntos este Espaço.
...Compartilhamento do Dom da Graça...
O que eu venho exprimir, entre vocês (além de minha Presença e por minhas palavras), inscreve-se em uma sequência lógica do que eu já pude lhes dizer, e também nas palavras que pronunciei quando eu percorria esta Terra, criança e jovem.
Isso concerne, certamente, à Humildade, à Simplicidade e à Profundez. E isso concerne, sobretudo, a esta passagem do Efêmero da vida (aqui nesta Terra) à vida eterna: o que é possível realizar, sendo Efêmero neste corpo. Eu vou, falando de minha experiência, colocá-la, no fim de minhas palavras, no contexto particular que vocês vivem na Terra atualmente.
Passar do Efêmero ao Eterno é, certamente, o objetivo de vocês: se vocês estão aqui, se vocês me leem ou se vocês me ouvem. Nós todos sabemos, quando nascemos nesta Terra (quaisquer que sejam nossas crenças, nossas vivências, nosso meio, nosso país, nossa cultura), que esta vida em que nascemos se termina um dia.
Nós todos sabemos que nascemos neste Efêmero. É claro, algumas Irmãs, alguns Irmãos contentam-se com isso e vivem suas vidas sem se colocar a mínima questão de uma Luz qualquer. E esta vida, aliás, pode ser tão harmoniosa, se não mais preenchida mesmo, que a de alguns Seres que se inclinam para o Eterno.
Porém, todos sem exceção, independentemente de nossas crenças e de nossas vivências, um dia ou outro, suscitamos em nós esta interrogação. Eu a suscitei e a vivi muito jovem. Alguns de nós vivem esta interrogação, por vezes com angústia, perguntando-se o que pode haver do outro lado do Véu.
É claro, numerosos Irmãos e Irmãs, desde muitos anos, nesta Terra, lhes trouxeram suas experiências deste além do Véu. Eles saíram de seus corpos e acessaram outra coisa qualquer que lhes parecia infinitamente mais Vibrante e, sobretudo, repleta de um Amor que nenhum corpo pode conhecer.
Certamente que, ler esses testemunhos, tanto quanto escutar minhas palavras, não substituirá jamais sua própria experiência, sua própria vivência. Minhas palavras são simplesmente destinadas a chamar a atenção de vocês para o nível da Profundez, da Humildade e da Simplicidade em que vocês se encontram.
Foi dito que existiam numerosas Moradas na Casa do Pai. Que existiam dimensões múltiplas e universos múltiplos; inúmeras formas de vida. Que a consciência era complexa e que nós, na Terra, quando nascemos, não sabemos o que nós fomos antes e não sabemos, tampouco, o que seremos depois.
Nós só podemos confiar, até o momento em que passamos pela experiência, em escritos, narrativas, experiências, e aderir a isso, acreditando ou não. Além da crença, o que eu tive a oportunidade de viver, muito jovem, é que desde o instante em que esta interrogação veio à tona em mim, eu me inclinei (espontaneamente, através de meu meio) sobre a vida do Cristo, sobre a vida de Maria, tais como as contam os Evangelhos, sem colocar-me a mínima questão sobre a veracidade.
Nestas interrogações de moça e de menina, em um dado momento, o que eu chamo a Fé e a simplicidade da Humildade, fizeram-me descobrir a realidade desta Eternidade. Não como um objetivo, mesmo se, efetivamente, eu pude dizer, bem cedo, que “eu passarei meu Céu a fazer o Bem na Terra”.
Além disso, o que eu vivi desencadeou, em mim, muito jovem (além de todos os encontros, tais como vocês os vivem hoje), o sentimento extremamente profundo de que havia somente uma solução para esta vida na qual nós aparecemos um dia e para a qual nós diremos adeus, de maneira definitiva: era, efetivamente, de inclinar-me sobre o Amor. De me inclinar sobre o que nós chamamos um Salvador, não tanto como qualquer um que iria me salvar, mas bem mais, como um modelo de caminho a seguir, de uma imitação, a fim de se aproximar do que fora prometido como Reino dos Céus. É um gatilho que se fez em mim, e este gatilho alegrou minha alma.
Eu o expressei com minhas palavras de criança, mas este regozijo prosseguiu durante toda minha vida. Quaisquer que fossem os sofrimentos de minha doença, qualquer que fosse, mesmo, a duração do que eu pude viver no Carmelo, nunca se afastou de mim esta certeza, que não era uma crença, mas o resultado da Fé e da Humildade. Confiando meu Amor e o que eu Era neste Efêmero de corpo que eu vivia, encontrei aí uma alegria, encontrei aí uma facilidade; o que quer que tenha acontecido com meu corpo (que talvez vocês saibam), o que quer que tenham sido esta doença e este langor que me enfraqueciam. Em nenhum momento o sofrimento desse corpo, as troças [bullying] vividas, o sentimento de falta do que quer que seja, apareceu em minha vida.
O que eu realizei, cada um pode realizar, além dos títulos e funções que me foram conferidos pelas autoridades transitórias. Cada um de vocês tem a mesma capacidade, eu já expliquei isso. Para tanto, é preciso tornar a ser Criança, tornar a ser Humilde e Simples, considerar-se como ignorante e considerar, como uma verdade essencial, que todo conhecimento que vocês poderiam ter deste mundo em que nós estamos encarnados não poderia dar-lhes uma mínima representação ou uma mínima imagem do que é chamado o Além ou as esferas eternas.
E daí nascem as crenças, daí nascem as carências, o sentimento de ser incompleto. Daí nascem todas as buscas e todas as pesquisas que levarão a maioria dos Irmãos e Irmãs a experimentar as aprovações, quaisquer que sejam, a pesquisar (no mundo das causas) sentidos, significações e explicações. O Caminho da Infância e da Humildade é exatamente o inverso. É não procurar sentido algum, significado algum, justificação alguma. É instalar-se muito além do Efêmero, mesmo estando em um corpo Efêmero. É instalar-se em sua própria Eternidade.
E todos nós temos a mesma Eternidade. E nós todos temos o sentimento que devemos procurar e encontrar alguma coisa. Isso me parecia extremamente difícil. Mesmo os ensinamentos da Igreja (além dos Evangelhos) me pareciam árduos, complicados. Então, eu decidi, muito jovem, de fazer o mais Simples. E foi justamente esta decisão de fazer o mais Simples, na Humildade a mais total, no fato de não ser Nada, que me apareceu a Verdade indizível. Isso me aconteceu muito jovem, antes mesmo que se manifestassem os primeiros sinais de MARIA ou meu primeiro (o que, agora, eu posso chamar) êxtase, mesmo se naquela idade eu não pudesse compreendê-lo (em face de um elemento religioso, entretanto; em uma catedral).
Mas, além disso, hoje, vocês têm uma oportunidade inaudita: é que nós estamos a seu lado, que nós estamos bem mais próximos de vocês do que eu mesma não pude vivê-lo com o CRISTO ou MARIA. É este gatilho que muda tudo, e cabe somente a vocês de obtê-lo. Porém, para isto é preciso verdadeiramente tornar-se Humilde. Tornar-se Humilde e Simples é, sobretudo, confiar no que eu chamei a Divina Providência, confiar na Graça, para instalar-se na Graça.
Vocês não podem reivindicar a Graça, estar instalados na Graça e na Paz e, ao mesmo tempo, combater o que quer que seja ou quem quer que seja. Somente a Humildade e a Simplicidade permitem ultrapassar este antagonismo permanente, este sofrimento presente na vida encarnada, que todos nós conhecemos, em um ou outro momento. Enquanto vocês acreditarem que vocês mesmos podem extrair-se das dificuldades da vida (o que é muito louvável para o Efêmero), vocês terminarão, mais dia menos dia, por encontrar seu próprio fim e por encontrar obstáculos inerentes a toda luta, a tudo o que vocês puderam construir com a suas próprias mãos, ou mesmo de seu coração.
Enquanto que, quando vocês decidem, realmente, deixar a Graça se expressar em vocês; vocês não decidem mais nada: o que não quer dizer que vocês não fazem mais nada, mas, definitivamente, vocês aceitam não ser Nada, aceitam entrar na famosa Pequenez de que eu falava.
E é justamente nesta Pequenez que se descobrem o Tudo e o Amor do Cristo, o Amor do Princípio Solar e sobretudo, a Eternidade. A Eternidade não se encontra fugindo do Efêmero. A Eternidade não pode ser encontrada renegando a vida, mesmo nas condições de sofrimento ou de dificuldade que vocês todos podem conhecer, que todos nós conhecemos. Esse é justamente o momento em que vocês compreendem que existem coisas bem mais vastas que este corpo que vocês habitam, que esta vida que vocês percorrem; e que se revelam a vocês: a Luz e o Amor.
O Cristo foi meu modelo. Ele representa um arquétipo, um objetivo, não como aquele que virá tomar minha alma e evitar todo meu sofrimento, mas bem mais, o princípio da Luz, o princípio que vocês chamariam, hoje, Fonte ou Absoluto, e que permite desaparecer para tornar-se isso. Então, é claro, naquela época, nós falávamos em Desposar o Cristo. Hoje, vocês têm os Duplos, os Encontros conosco. Deem-se conta (eu tive a ocasião de lhes dizer, e repito esta noite): eu vivi um único Encontro com MARIA. Vocês vivem-no todos os dias, em suas noites, em suas Comunhões, em seus Alinhamentos. Vocês têm a oportunidade de perceber e pressentir o que os cerca, o que está em torno de vocês, ou seja, Nós, do Além, que estamos aí.
Então, é claro, no nível do Efêmero, há sempre, neste corpo e nesta vida que nós levamos na Terra, uma necessidade de saber, e esta necessidade de saber permanecerá sempre infinita porque esta necessidade de saber não tem fim: é uma busca que não termina nunca. Enquanto que na Pequenez, na Humildade, na Simplicidade, na Via da Infância, tudo torna-se Luminoso, tudo torna-se Transparente. Vocês restam neste corpo, e entretanto, vocês já estão no Céu, no Paraíso, e isto basta para fazer desaparecer todas as angústias.
Isto basta para fazer desaparecer todos os sofrimentos, os que são, justamente, ligados ao que é Efêmero. O sofrimento vem somente do Efêmero, somente do desaparecimento, somente da carência e da perda, porque todos nós passamos, seja de um de nossos pais, de um de nossos filhos, de um próximo, de uma situação. Porque o mundo nos coloca perante nossa própria fragilidade, nossa própria incompletude e insuficiência.
Então, se vocês aceitam, já, não submeterem-se ao que quer que seja, mas aceitam que as leis deste mundo em que nós caminhamos não têm a ver com as leis da Eternidade (porque se as leis fossem as mesmas, não haveria Efêmero), o Efêmero tornar-se-á Eternidade, imediatamente. É evidente que as leis deste mundo não são as leis da Verdadeira Vida, do mundo do Além, como eu dizia. “Fazer o Céu na Terra”, não é unicamente trabalhar no sentido do que foi prescrito por uma religião, ou ditado por um princípio de Amor; é bem mais, é aceitar a evidência. Esta aceitação é a mais difícil, porque a Humildade, a Simplicidade, o parecem privá-los, em um primeiro momento, de seus meios de ação e de suas possibilidades de vida, justamente, neste mundo.
Mas, ainda uma vez, como inúmeras Irmãs lhes disseram: qual é a prioridade de vocês? Será que a prioridade de vocês é de fazer durar o Efêmero, em condições de vida mas adequadas, mas fáceis, evitando ou subtraindo-se às penas e às alegrias desse mundo? Ou, será que, é em meio a este mesmo corpo e desta vida, neste corpo que vocês habitam, de ver que existe qualquer coisa mais profunda que está lá e que sempre esteve lá? É a revelação desta Presença eterna que confere a Alegria, a Paz e que, sobretudo permite-lhes viver a vida que vocês têm a viver, sem colocarem-se a mínima questão.
Porque, justamente, vocês sabem, neste momento que vocês são eternos e que o que afeta o Efêmero não pode, absolutamente, afetar o que vocês São, na Eternidade, no Reino dos Céus. Isto os alivia de um grande peso, porque até o momento em que nós lutamos para cumprir nossa vida, até o momento em que nós consideramos que a vida é uma luta e um sofrimento (o que é, efetivamente, muito frequentemente o caso), e bem, não existe lugar para a felicidade. A felicidade não é deste mundo, mas certamente, existe profundamente dentro de vocês.
Nós somos todos eternos, e a Eternidade não toma conhecimento do Efêmero. Eu compreendi (ainda que naquela época eu não podia colocar em palavras, como atualmente o faço) que desde o instante em que nós dependemos da Luz, desde o instante em que nós aceitamos que nós não somos estritamente Nada, neste corpo, então a Verdade se desvela. A Verdade não é a crença em um Deus, a crença em uma Igreja ou uma outra.
A Verdade é, justamente, a Eternidade de vocês e esta pode transparecer por Transparência, por Humildade, por Simplicidade, pelo Caminho da Infância, nesta vida e de maneira instantânea. Ainda mais que, nesses tempos que vocês vivem, vocês têm, verdadeiramente, a possibilidade (através de nossas Comunhões, de nossos Contatos) de darem-se conta que existe algo bem mais leve, bem mais alegre e profundamente diferente do que vocês têm, talvez, conhecido nos contentamentos e sofrimentos de todo Irmão e Irmã que está encarnado.
A Liberação está aí. Ela não é para escapar deste mundo, mesmo se ele vive uma transformação importante. Ela não é para fugir de uma responsabilidade qualquer. Mas é, sim, para aceitar a Graça, a Divina Providência, podendo guiar nossos passos de maneira muito mais segura, muito mais eficaz. E, desde que isso está realizado, então, como por milagre (e é um milagre) o sofrimento desaparece instantaneamente. Vocês não reagem mais às emoções. Vocês não reagem mais ao que lhes parece injusto, pois vocês colocam sua total confiança no que vocês São, além da aparência.
Então, certamente, hoje as palavras são um pouco diferentes: vocês falam de Maya, vocês falam da ilusão, vocês falam de chacras, mas saibam que existe, em cada um de nós, quando estamos na Terra, um lugar que está no centro do Coração, onde se encontram todas as respostas, onde se encontram todas as evidências. Mas, para isso, é preciso aceitar esta Humildade e esta Simplicidade. Ou seja, aceitar que, qualquer que seja o que vocês compreendam deste mundo em que vocês estão (mesmo que vocês conheçam dele os mecanismos mais sutis, mesmo na mecânica da alma), com conhecimentos que, efetivamente, lhes são dados, de maneira muito mais intensa, muito mais importantes que na minha época quando fui encarnada nesta Terra, e entretanto, será que isso os satisfaz? Será que conhecer tudo o que vocês conhecem os faz encontrar a Liberdade e a Liberação? Em nenhum caso.
Ao contrário, isso acentua, eu diria, o sentimento de aguardar alguma coisa, de procurar algo e, mesmo, o sentimento de falta. Em um primeiro momento, efetivamente, toda procura de sentido vai conduzi-los a explorar os conhecimentos que lhes são acessíveis. Mas, todos os conhecimentos que vocês poderão pôr em prática em suas vidas, não lhes darão nenhum elemento sobre o que é o pós-vida, sobre o que é o além. Reflitam sobre isso por dois segundos: será que o fato de conhecer tal meio de conhecimento, será que o fato de conhecer a astrologia, será que o fato de conhecer tal arte divinatória, os tornam felizes? Isso os tranquiliza, isso lhes dá, em qualquer tempo, o sentimento de dominar suas vidas, de dominar um destino. Mas, isto lhes informa sobre o além? Será que isso lhes dá informações sobre a Eternidade? Não.
Todos esses conhecimentos não fazem mais do que se reportar a esse mundo. Então existe, certamente, através do simbolismo, uma capacidade do espírito humano de religar as coisas e de crer que, porque foi dito que “como é em cima, é embaixo”, se vocês conhecem o que está embaixo, vocês conhecerão o que está em cima. Isto é totalmente falso. Há apenas, justamente, que abandonar toda pretensão de conhecimento, ou seja, justamente voltar a ser como uma criança (isto é, instalando-se no Aqui e Agora, nesses famosos instantes presentes que não dependem de nenhuma circunstância, de nenhum conhecimento e, sobretudo, de nenhuma anterioridade) que vocês encontrarão a Paz e a Liberdade.
Como lhes disseram minhas Irmãs Estrelas: a Morada da Paz Suprema não depende de nenhuma circunstância, de nenhum conhecimento. Não existe nenhum elemento favorecedor, a não ser tornar-se uma criança, permanecer “Tranquilo”, admitir que nós não somos Nada quando estamos neste Efêmero, e que, entretanto, nós somos eternos. Então, se esta Eternidade não está inscrita no Efêmero, onde ela está? Ela está no Amor, mas não no amor tal como nós gostaríamos. Ela não está em um amor ideal que nós buscamos, esteja ele no Cristo.
Porém, ela está verdadeiramente neste Abandono total do que faz justamente, a vida de nossa personalidade, de nossa encarnação. Mas, não se deve confundir uma renúncia com uma deserção. Renunciar à pessoa não é desertar da pessoa, não é se suicidar, ou recusar a vida. Mesmo se as circunstâncias de minha época me levaram a querer entrar, muito jovem, no Carmelo, era para me aproximar do Cristo. Não era para fugir de uma vida qualquer, mas sim para me aproximar do que eu poderia chamar, hoje, meu ideal. Atualmente vocês têm uma oportunidade inesperada: é que seus contatos e seus estados de consciência os levam a viver coisas diferentes e lhes dão, em alguma parte, uma maior certeza.
Mas, esta certeza não fará nada se vocês não aceitam tornarem a ser humildes, ou seja, renunciar, realmente e concretamente, a tudo o que vocês acreditam possuir. Porque, quando nós somos Efêmeros, nós não possuímos nada, ou ainda, nós o possuímos somente no tempo de nossa vida. Tudo o que possuímos desaparece com a nossa morte e isso vocês o sabem. Vocês não levam nada. Nós não levamos nada quando morremos. Nós levamos somente o que nós Somos e o que nós Somos não tem nada a ver com o Efêmero que nós vivemos, mesmo se nele estamos inscritos.
As circunstâncias deste mundo atual (vocês sabem, MARIA lhes disse) tocam uma espécie de fim. Mas, este fim é somente um Renascimento, este fim é somente a Promessa, a Promessa de Amor eterno, de reencontrar nossa natureza eterna. Então, se em vocês se manifestam medos; quem sente medo? É o Efêmero que sempre sentirá medo. O Eterno não pode ter medo, uma vez que ele encontrou a si mesmo. Na Humildade não pode existir o medo.
O medo não é senão a representação e a manifestação do apego a si mesmo, no seio da pessoa, do apego a nossas próprias ilusões Efêmeras. Então, nós construímos coisas que vão nos permitir evitar ser confrontados com nossos próprios medos. Mas, nossos próprios medos não são propriamente nossos. Eles não transcrevem mais que, justamente, a perda deste saber do que nós Somos, antes, e do que nós Somos, depois desta vida. Então, é claro, eu sei que existem meios de encontrar, atualmente, o que vocês chamam de vidas passadas e mesmo, eventualmente, de se projetar no futuro. Mas, conhecer tudo isso não lhes ajudará em nada. Quem quer que vocês tenham sido, o que quer que vocês esperem do futuro, a Eternidade não está inscrita no futuro desta Terra, tal como está atualmente.
É efetivamente sedutor acreditar que há uma continuidade em algum lugar. O Efêmero sempre acreditará nisso. Ele acreditará sempre que este Efêmero poderá prosseguir e continuar por si só. E, entretanto, nós sabemos todos que isso é absolutamente impossível, uma vez que nosso Efêmero é limitado pelo nascimento e morte. Ser libertado de todo peso e de todo medo é uma prova de grande Humildade e não de coragem.
A Humildade é simplesmente aceitar este Efêmero, em todos os seus componentes: os seres que nós amamos, eles desaparecerão um dia, ou nós desapareceremos, e logo, haverá sofrimento porque nós teremos desaparecido ou eles terão desaparecido. Este sofrimento só toca ao Efêmero. Ele não se inscreve, pois, na Eternidade. A Eternidade, vocês sabem, é uma Paz, uma Alegria, um Êxtase, onde não pode existir o mínimo medo.
O medo é apenas a secreção, como lhes diria um interveniente, uma química do cérebro de vocês (ndr: BIDI). O Coração não conhece o medo porque o Coração é eterno. Somente o Efêmero conhece o medo. E o Efêmero tem necessidade de se tranquilizar. Então, ele se empenha em se conhecer, ele se empenha em conhecer as leis deste mundo. Mas nenhuma lei deste mundo lhes dará acesso às leis da Verdadeira Vida, além deste mundo.
A Humildade, ao contrário, de cara os coloca nesse estado de satisfação total. Eu sei que alguns Anciões lhes falaram disso através do Tudo e do Nada. Eu digo a mesma coisa em outros termos, mas isso expressa a mesma Verdade. É preciso ser Nada para ser Tudo. E ser Nada não é a negação da vida. Ser Nada é verdadeiramente tomar consciência de tudo o que é Efêmero no mundo em que vocês estão. Que isso seja, ainda uma vez, mesmo um amor perfeito, ele acabará necessariamente – mais dia, menos dia – com a morte de um ou de outro. E, então, neste momento aparece a privação e o sofrimento.
O Coração nunca lhes fará conhecer a privação e o sofrimento porque o Coração basta-se a si mesmo. É onde se encontra a Eternidade. E o que circunda o Coração, eu diria, é a Humildade e a Simplicidade. Quer dizer, a capacidade, de todo modo, em ver-se pelo que se é, nesse corpo Efêmero: ou seja, qualquer coisa que é passageira. Enquanto que o Amor não passa jamais. Esta aceitação não é simplesmente um ato de fé ou um ato de crença. É bem o que permite, realmente, a Liberação.
É bem, realmente, o que permite, atualmente, o que vocês chamam, não somente o Pai ou a FONTE, mas sim este estado de Felicidade total. O simples fato de vivê-la uma vez basta para quebrar todas as paredes e todas as barreiras, todos os medos que foram colocados pela própria pessoa, pelo próprio Efêmero desse mundo.
Então, se vocês querem estar na Alegria, se vocês querem estar na Paz permanente, se vocês querem verdadeiramente Comungar conosco, instalem-se nesta Paz, instalem-se na Humildade, instalem-se no que muitas Irmãs e Irmãos orientais chamaram o Desapego, chamaram o fim da Ilusão, a Liberação. Ainda uma vez, não é uma prática que vai conduzi-los a isso. É simplesmente a convicção profunda que somente a Humildade, a Simplicidade, os conduzirão ao que vocês São realmente.
Aceitar isso (pelas circunstâncias particulares que vocês vivem) os fará encontrar, instantaneamente, o Duplo, os fará encontrar, instantaneamente, MARIA e MIGUEL (se isso já não aconteceu), e sobretudo, os instalará, de maneira definitiva, fora de todo o medo. Porque neste momento, vocês tocam a Eternidade, e o Efêmero não pode mais lutar, não pode mais resistir, esperando apropriar-se desta Eternidade.
Vocês São a Eternidade inserida no Efêmero e não o inverso. A Humildade os conduz a isso. É se desfazer de todos os conhecimentos supérfluos. É olhar apenas o essencial. E o essencial é o Amor. Mas, não o amor tal como vocês o concebem, tal como vocês o vivem, mesmo se é preciso vivê-lo com seus pais, com seus filhos, com seres que lhes são caros. Mas, bem mais, este Amor além de todo ideal, este Amor Vibral (como dizem alguns Anciões).
A Humildade é a maior das chaves porque esta chave permite-lhes, instantaneamente (e sobretudo nas circunstâncias particulares que vocês vivem) instalarem-se na sua Eternidade (o que quer que se torne este Efêmero), e de não mais ser afetado pelo que concerne ao Efêmero, ou seja, os medos, as dúvidas, as resistências. Como lhes diria um dos intervenientes (ndr: BIDI), é um ponto de vista, mas não é um ponto de vista da cabeça, é um ponto de vista daí onde vocês se colocam, que os dá a ver as coisas, e a viver as coisas, de maneira totalmente diferente: seja no medo, seja no Amor. Outras Irmãs Estrelas lhes disseram que definitivamente, tudo se resumia ao medo e ao Amor: é efetivamente verdade.
É medo ou Amor. E não pode ser os dois. Então quando o Amor está aí (não aquele em que vocês creem, aquele que vocês projetam), mas quando ele está aí, realmente, vocês o sabem em seu Coração, não como uma crença. Mesmo se eu não tivesse palavras para expressar todos os pressentimentos que hoje vocês têm mais oportunidades de expressar, o momento em que vivi isso, nunca mais a mínima dúvida pôde se apresentar a mim, malgrado o sofrimento, malgrado a doença, malgrado certas zombarias vividas. Isso não tinha mais nenhuma importância porque eu possuía o essencial, e para ter o essencial foi preciso deixar todo o supérfluo, foi preciso renunciar a todo esse supérfluo. Não para não vê-lo, mas para bem compreender o alcance do que quer dizer essa palavra: Efêmero, e essa palavra: Eternidade. Quando vocês compreendem o alcance destas duas palavras, vocês dão um grande passo em direção a sua própria Humildade.
Quando vocês aceitam que são mortais neste corpo, que nada do que existe, de vocês hoje, não poderá subsistir (a não ser o que vocês criaram em Espírito e em Verdade), então, isso os libera instantaneamente de todos os pesos. Isso não é fruto da imaginação ou uma consideração filosófica, mas é verdadeiramente a Verdade do que é para viver. E, nos tempos particulares nos quais vocês estão instalados, desde a Liberação da Terra, isto está aberto para cada um. Mas, para isso, vocês devem reconhecer a insuficiência do Efêmero. Para isso, vocês devem reconhecer o supérfluo de todos os conhecimentos que vocês poderiam ter, sobre vocês ou sobre o mundo.
Isso não quer dizer que eles vão desaparecer. O que vocês adquiriram, no Efêmero, permanece adquirido, mas é um outro ponto de vista. É aceitar que, o que quer que vocês conheçam, o que quer que vocês façam, quem quer que vocês tenham desposado ou parido, isso pertence ao Efêmero e que nada de eterno pode estar inscrito aí, além, efetivamente, do Amor. Porém, não o amor que vai se apropriar, mas o amor do CRISTO, este amor Vibral, este amor da Luz, este amor do Amor, que vai colocá-los em um contexto em que a Humildade, a Simplicidade vão tornar-se a única via possível para manterem-se aí.
E manterem-se aí é, efetivamente, deixar todo o resto. É ver, realmente, que tudo o que vocês acreditam possuir, e como isso foi dito também, de fato, os possui. E enquanto vocês não largam tudo, vocês não podem descobrir o que vocês São, em Eternidade, porque o que vocês mantêm de um lado, não pode ser mantido do outro lado. E assim é. É quando vocês compreendem isso (que tudo o que lhes escapa é, justamente, a Verdadeira Vida, quando vocês estão encarnados) que nesse momento você entram não mais em uma rejeição da vida, não em uma fuga, mas sim em uma aceitação deste Efêmero pelo que ele é. E aí, todas as pessoas desaparecem.
Vocês não têm a que se opor. Vocês não têm de lutar. Vocês não têm de compreender. Vocês não têm de dissertar. Vocês têm, simplesmente, de deixar agir a Graça. Ela age e ela agirá cada vez mais, ao fim e ao cabo, que vocês mudam esse famoso ponto de vista; que vocês se desidentifiquem, ao fim e ao cabo que vocês tiverem vivido, talvez, todos esses episódios de Comunhão, de Fusão, de Dissolução. Tudo o que lhes foi proposto, desde alguns anos, os aproximou deste momento de Humildade que corresponde à passagem da Porta Estreita: é o Caminho da Infância. Aliás, o CRISTO o dissera: “ninguém pode penetrar o Reino dos Céus se não voltar a ser como uma criança”.
Isso quer dizer, ter a instantaneidade da criança, a despreocupação da criança. Porque aquele que está instalado na Humildade não se preocupa com o amanhã, nem do que quer que seja concernente a esse mundo. E, entretanto, ele está no mundo, ele não renuncia ao mundo. Ele renuncia, simplesmente, em espírito, em possuir o que quer que seja em meio a este mundo. Se vocês compreendem isso, vocês o viverão instantaneamente, cada vez mais. O que explica também, o porquê ele disse que “os primeiros serão os últimos, os últimos serão os primeiros”.
Porque a Graça, tal como foi apresentada por MARIA, o Manto Azul da Graça também, têm esta virtude. É que a qualquer momento, no seio deste Efêmero, no seio deste corpo e desta vida que vocês levam, desde o instante em que vocês se voltaram, verdadeira e completamente, para a Humildade e a Simplicidade, e bem... a Porta Estreita é atravessada por si só, e o Coração que vocês chamam Ascensional se coloca por si só. Se vocês aceitam isso, vocês descobrirão, por si mesmos, a verdade do que eu lhes disse esta noite. Minhas palavras não serão mais longas, e ao contrário, eu lhes proponho, novamente, em toda Humildade, na Simplicidade, viver um momento de Fusão entre nós.
Permitam-me, novamente, de apresentar-me a cada um de vocês e de viver isso, sem nada esperar. Vocês não têm de fazer nada, nem mesmo solicitar minha Presença, visto que ela está aí desde o instante em que vocês se abrem a mim. Eu já estou aberta a vocês. E, nesta Simplicidade, nós vamos poder viver juntos este instante. Então eu lhes peço para fecharem os olhos, descruzar seus braços e pernas.
E, simplesmente, colocar agora seu pé esquerdo sobre seu pé direito, de maneira que os tornozelos fiquem cruzados. Isto lhes foi comunicado pelo Arcanjo Anael, no momento do nascimento da Onda da Vida, como um elemento facilitador. E, simplesmente, assim, sem nada desejar, sem nada esperar, deixar operar a Graça de nossa Fusão. Desde agora, eu rendo graças pela escuta de vocês. E nós vamos viver isso agora.
...Compartilhamento do Dom da Graça...
Estes mecanismos de Fusão estão diretamente em ressonância com a Humildade. Eles são chamados a se generalizar, em vocês, quando de nossos contatos, e de seus contatos entre vocês. Assim se instalam a Beatitude e a Certeza. Assim se instala a Eternidade.
Eu terminarei com essas palavras: ousem a Humildade e ousem a Simplicidade. Não é por nada que são dois dos Pilares maiores do Coração.
Irmãs e Irmãos em humanidade, encarnados, todo o Amor de meu Coração e do CRISTO os acompanhe, porque Ele É o que vocês São. Aceitem minha bênção.
Até breve.
...Compartilhamento do Dom da Graça...
Mensagem de THERESA DE LISIEUX no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1645
14 de outubro de 2012
(Publicado em 15 de outubro de 2012)
Tradução para o português: Dionéia Lages
http://minhamestria.blogspot.com/
Eu sou THERESA.
Irmãs e Irmãos encarnados, aqui e em outros lugares, permitam-me, primeiramente, estabelecer minha Presença no Canal de vocês, a fim de viver um instante de Comunhão antes do que tenho a dizer-lhes, enquanto Estrela, esta noite. Eu os convido, então, a viver juntos este Espaço.
...Compartilhamento do Dom da Graça...
O que eu venho exprimir, entre vocês (além de minha Presença e por minhas palavras), inscreve-se em uma sequência lógica do que eu já pude lhes dizer, e também nas palavras que pronunciei quando eu percorria esta Terra, criança e jovem.
Isso concerne, certamente, à Humildade, à Simplicidade e à Profundez. E isso concerne, sobretudo, a esta passagem do Efêmero da vida (aqui nesta Terra) à vida eterna: o que é possível realizar, sendo Efêmero neste corpo. Eu vou, falando de minha experiência, colocá-la, no fim de minhas palavras, no contexto particular que vocês vivem na Terra atualmente.
Passar do Efêmero ao Eterno é, certamente, o objetivo de vocês: se vocês estão aqui, se vocês me leem ou se vocês me ouvem. Nós todos sabemos, quando nascemos nesta Terra (quaisquer que sejam nossas crenças, nossas vivências, nosso meio, nosso país, nossa cultura), que esta vida em que nascemos se termina um dia.
Nós todos sabemos que nascemos neste Efêmero. É claro, algumas Irmãs, alguns Irmãos contentam-se com isso e vivem suas vidas sem se colocar a mínima questão de uma Luz qualquer. E esta vida, aliás, pode ser tão harmoniosa, se não mais preenchida mesmo, que a de alguns Seres que se inclinam para o Eterno.
Porém, todos sem exceção, independentemente de nossas crenças e de nossas vivências, um dia ou outro, suscitamos em nós esta interrogação. Eu a suscitei e a vivi muito jovem. Alguns de nós vivem esta interrogação, por vezes com angústia, perguntando-se o que pode haver do outro lado do Véu.
É claro, numerosos Irmãos e Irmãs, desde muitos anos, nesta Terra, lhes trouxeram suas experiências deste além do Véu. Eles saíram de seus corpos e acessaram outra coisa qualquer que lhes parecia infinitamente mais Vibrante e, sobretudo, repleta de um Amor que nenhum corpo pode conhecer.
Certamente que, ler esses testemunhos, tanto quanto escutar minhas palavras, não substituirá jamais sua própria experiência, sua própria vivência. Minhas palavras são simplesmente destinadas a chamar a atenção de vocês para o nível da Profundez, da Humildade e da Simplicidade em que vocês se encontram.
Foi dito que existiam numerosas Moradas na Casa do Pai. Que existiam dimensões múltiplas e universos múltiplos; inúmeras formas de vida. Que a consciência era complexa e que nós, na Terra, quando nascemos, não sabemos o que nós fomos antes e não sabemos, tampouco, o que seremos depois.
Nós só podemos confiar, até o momento em que passamos pela experiência, em escritos, narrativas, experiências, e aderir a isso, acreditando ou não. Além da crença, o que eu tive a oportunidade de viver, muito jovem, é que desde o instante em que esta interrogação veio à tona em mim, eu me inclinei (espontaneamente, através de meu meio) sobre a vida do Cristo, sobre a vida de Maria, tais como as contam os Evangelhos, sem colocar-me a mínima questão sobre a veracidade.
Nestas interrogações de moça e de menina, em um dado momento, o que eu chamo a Fé e a simplicidade da Humildade, fizeram-me descobrir a realidade desta Eternidade. Não como um objetivo, mesmo se, efetivamente, eu pude dizer, bem cedo, que “eu passarei meu Céu a fazer o Bem na Terra”.
Além disso, o que eu vivi desencadeou, em mim, muito jovem (além de todos os encontros, tais como vocês os vivem hoje), o sentimento extremamente profundo de que havia somente uma solução para esta vida na qual nós aparecemos um dia e para a qual nós diremos adeus, de maneira definitiva: era, efetivamente, de inclinar-me sobre o Amor. De me inclinar sobre o que nós chamamos um Salvador, não tanto como qualquer um que iria me salvar, mas bem mais, como um modelo de caminho a seguir, de uma imitação, a fim de se aproximar do que fora prometido como Reino dos Céus. É um gatilho que se fez em mim, e este gatilho alegrou minha alma.
Eu o expressei com minhas palavras de criança, mas este regozijo prosseguiu durante toda minha vida. Quaisquer que fossem os sofrimentos de minha doença, qualquer que fosse, mesmo, a duração do que eu pude viver no Carmelo, nunca se afastou de mim esta certeza, que não era uma crença, mas o resultado da Fé e da Humildade. Confiando meu Amor e o que eu Era neste Efêmero de corpo que eu vivia, encontrei aí uma alegria, encontrei aí uma facilidade; o que quer que tenha acontecido com meu corpo (que talvez vocês saibam), o que quer que tenham sido esta doença e este langor que me enfraqueciam. Em nenhum momento o sofrimento desse corpo, as troças [bullying] vividas, o sentimento de falta do que quer que seja, apareceu em minha vida.
O que eu realizei, cada um pode realizar, além dos títulos e funções que me foram conferidos pelas autoridades transitórias. Cada um de vocês tem a mesma capacidade, eu já expliquei isso. Para tanto, é preciso tornar a ser Criança, tornar a ser Humilde e Simples, considerar-se como ignorante e considerar, como uma verdade essencial, que todo conhecimento que vocês poderiam ter deste mundo em que nós estamos encarnados não poderia dar-lhes uma mínima representação ou uma mínima imagem do que é chamado o Além ou as esferas eternas.
E daí nascem as crenças, daí nascem as carências, o sentimento de ser incompleto. Daí nascem todas as buscas e todas as pesquisas que levarão a maioria dos Irmãos e Irmãs a experimentar as aprovações, quaisquer que sejam, a pesquisar (no mundo das causas) sentidos, significações e explicações. O Caminho da Infância e da Humildade é exatamente o inverso. É não procurar sentido algum, significado algum, justificação alguma. É instalar-se muito além do Efêmero, mesmo estando em um corpo Efêmero. É instalar-se em sua própria Eternidade.
E todos nós temos a mesma Eternidade. E nós todos temos o sentimento que devemos procurar e encontrar alguma coisa. Isso me parecia extremamente difícil. Mesmo os ensinamentos da Igreja (além dos Evangelhos) me pareciam árduos, complicados. Então, eu decidi, muito jovem, de fazer o mais Simples. E foi justamente esta decisão de fazer o mais Simples, na Humildade a mais total, no fato de não ser Nada, que me apareceu a Verdade indizível. Isso me aconteceu muito jovem, antes mesmo que se manifestassem os primeiros sinais de MARIA ou meu primeiro (o que, agora, eu posso chamar) êxtase, mesmo se naquela idade eu não pudesse compreendê-lo (em face de um elemento religioso, entretanto; em uma catedral).
Mas, além disso, hoje, vocês têm uma oportunidade inaudita: é que nós estamos a seu lado, que nós estamos bem mais próximos de vocês do que eu mesma não pude vivê-lo com o CRISTO ou MARIA. É este gatilho que muda tudo, e cabe somente a vocês de obtê-lo. Porém, para isto é preciso verdadeiramente tornar-se Humilde. Tornar-se Humilde e Simples é, sobretudo, confiar no que eu chamei a Divina Providência, confiar na Graça, para instalar-se na Graça.
Vocês não podem reivindicar a Graça, estar instalados na Graça e na Paz e, ao mesmo tempo, combater o que quer que seja ou quem quer que seja. Somente a Humildade e a Simplicidade permitem ultrapassar este antagonismo permanente, este sofrimento presente na vida encarnada, que todos nós conhecemos, em um ou outro momento. Enquanto vocês acreditarem que vocês mesmos podem extrair-se das dificuldades da vida (o que é muito louvável para o Efêmero), vocês terminarão, mais dia menos dia, por encontrar seu próprio fim e por encontrar obstáculos inerentes a toda luta, a tudo o que vocês puderam construir com a suas próprias mãos, ou mesmo de seu coração.
Enquanto que, quando vocês decidem, realmente, deixar a Graça se expressar em vocês; vocês não decidem mais nada: o que não quer dizer que vocês não fazem mais nada, mas, definitivamente, vocês aceitam não ser Nada, aceitam entrar na famosa Pequenez de que eu falava.
E é justamente nesta Pequenez que se descobrem o Tudo e o Amor do Cristo, o Amor do Princípio Solar e sobretudo, a Eternidade. A Eternidade não se encontra fugindo do Efêmero. A Eternidade não pode ser encontrada renegando a vida, mesmo nas condições de sofrimento ou de dificuldade que vocês todos podem conhecer, que todos nós conhecemos. Esse é justamente o momento em que vocês compreendem que existem coisas bem mais vastas que este corpo que vocês habitam, que esta vida que vocês percorrem; e que se revelam a vocês: a Luz e o Amor.
O Cristo foi meu modelo. Ele representa um arquétipo, um objetivo, não como aquele que virá tomar minha alma e evitar todo meu sofrimento, mas bem mais, o princípio da Luz, o princípio que vocês chamariam, hoje, Fonte ou Absoluto, e que permite desaparecer para tornar-se isso. Então, é claro, naquela época, nós falávamos em Desposar o Cristo. Hoje, vocês têm os Duplos, os Encontros conosco. Deem-se conta (eu tive a ocasião de lhes dizer, e repito esta noite): eu vivi um único Encontro com MARIA. Vocês vivem-no todos os dias, em suas noites, em suas Comunhões, em seus Alinhamentos. Vocês têm a oportunidade de perceber e pressentir o que os cerca, o que está em torno de vocês, ou seja, Nós, do Além, que estamos aí.
Então, é claro, no nível do Efêmero, há sempre, neste corpo e nesta vida que nós levamos na Terra, uma necessidade de saber, e esta necessidade de saber permanecerá sempre infinita porque esta necessidade de saber não tem fim: é uma busca que não termina nunca. Enquanto que na Pequenez, na Humildade, na Simplicidade, na Via da Infância, tudo torna-se Luminoso, tudo torna-se Transparente. Vocês restam neste corpo, e entretanto, vocês já estão no Céu, no Paraíso, e isto basta para fazer desaparecer todas as angústias.
Isto basta para fazer desaparecer todos os sofrimentos, os que são, justamente, ligados ao que é Efêmero. O sofrimento vem somente do Efêmero, somente do desaparecimento, somente da carência e da perda, porque todos nós passamos, seja de um de nossos pais, de um de nossos filhos, de um próximo, de uma situação. Porque o mundo nos coloca perante nossa própria fragilidade, nossa própria incompletude e insuficiência.
Então, se vocês aceitam, já, não submeterem-se ao que quer que seja, mas aceitam que as leis deste mundo em que nós caminhamos não têm a ver com as leis da Eternidade (porque se as leis fossem as mesmas, não haveria Efêmero), o Efêmero tornar-se-á Eternidade, imediatamente. É evidente que as leis deste mundo não são as leis da Verdadeira Vida, do mundo do Além, como eu dizia. “Fazer o Céu na Terra”, não é unicamente trabalhar no sentido do que foi prescrito por uma religião, ou ditado por um princípio de Amor; é bem mais, é aceitar a evidência. Esta aceitação é a mais difícil, porque a Humildade, a Simplicidade, o parecem privá-los, em um primeiro momento, de seus meios de ação e de suas possibilidades de vida, justamente, neste mundo.
Mas, ainda uma vez, como inúmeras Irmãs lhes disseram: qual é a prioridade de vocês? Será que a prioridade de vocês é de fazer durar o Efêmero, em condições de vida mas adequadas, mas fáceis, evitando ou subtraindo-se às penas e às alegrias desse mundo? Ou, será que, é em meio a este mesmo corpo e desta vida, neste corpo que vocês habitam, de ver que existe qualquer coisa mais profunda que está lá e que sempre esteve lá? É a revelação desta Presença eterna que confere a Alegria, a Paz e que, sobretudo permite-lhes viver a vida que vocês têm a viver, sem colocarem-se a mínima questão.
Porque, justamente, vocês sabem, neste momento que vocês são eternos e que o que afeta o Efêmero não pode, absolutamente, afetar o que vocês São, na Eternidade, no Reino dos Céus. Isto os alivia de um grande peso, porque até o momento em que nós lutamos para cumprir nossa vida, até o momento em que nós consideramos que a vida é uma luta e um sofrimento (o que é, efetivamente, muito frequentemente o caso), e bem, não existe lugar para a felicidade. A felicidade não é deste mundo, mas certamente, existe profundamente dentro de vocês.
Nós somos todos eternos, e a Eternidade não toma conhecimento do Efêmero. Eu compreendi (ainda que naquela época eu não podia colocar em palavras, como atualmente o faço) que desde o instante em que nós dependemos da Luz, desde o instante em que nós aceitamos que nós não somos estritamente Nada, neste corpo, então a Verdade se desvela. A Verdade não é a crença em um Deus, a crença em uma Igreja ou uma outra.
A Verdade é, justamente, a Eternidade de vocês e esta pode transparecer por Transparência, por Humildade, por Simplicidade, pelo Caminho da Infância, nesta vida e de maneira instantânea. Ainda mais que, nesses tempos que vocês vivem, vocês têm, verdadeiramente, a possibilidade (através de nossas Comunhões, de nossos Contatos) de darem-se conta que existe algo bem mais leve, bem mais alegre e profundamente diferente do que vocês têm, talvez, conhecido nos contentamentos e sofrimentos de todo Irmão e Irmã que está encarnado.
A Liberação está aí. Ela não é para escapar deste mundo, mesmo se ele vive uma transformação importante. Ela não é para fugir de uma responsabilidade qualquer. Mas é, sim, para aceitar a Graça, a Divina Providência, podendo guiar nossos passos de maneira muito mais segura, muito mais eficaz. E, desde que isso está realizado, então, como por milagre (e é um milagre) o sofrimento desaparece instantaneamente. Vocês não reagem mais às emoções. Vocês não reagem mais ao que lhes parece injusto, pois vocês colocam sua total confiança no que vocês São, além da aparência.
Então, certamente, hoje as palavras são um pouco diferentes: vocês falam de Maya, vocês falam da ilusão, vocês falam de chacras, mas saibam que existe, em cada um de nós, quando estamos na Terra, um lugar que está no centro do Coração, onde se encontram todas as respostas, onde se encontram todas as evidências. Mas, para isso, é preciso aceitar esta Humildade e esta Simplicidade. Ou seja, aceitar que, qualquer que seja o que vocês compreendam deste mundo em que vocês estão (mesmo que vocês conheçam dele os mecanismos mais sutis, mesmo na mecânica da alma), com conhecimentos que, efetivamente, lhes são dados, de maneira muito mais intensa, muito mais importantes que na minha época quando fui encarnada nesta Terra, e entretanto, será que isso os satisfaz? Será que conhecer tudo o que vocês conhecem os faz encontrar a Liberdade e a Liberação? Em nenhum caso.
Ao contrário, isso acentua, eu diria, o sentimento de aguardar alguma coisa, de procurar algo e, mesmo, o sentimento de falta. Em um primeiro momento, efetivamente, toda procura de sentido vai conduzi-los a explorar os conhecimentos que lhes são acessíveis. Mas, todos os conhecimentos que vocês poderão pôr em prática em suas vidas, não lhes darão nenhum elemento sobre o que é o pós-vida, sobre o que é o além. Reflitam sobre isso por dois segundos: será que o fato de conhecer tal meio de conhecimento, será que o fato de conhecer a astrologia, será que o fato de conhecer tal arte divinatória, os tornam felizes? Isso os tranquiliza, isso lhes dá, em qualquer tempo, o sentimento de dominar suas vidas, de dominar um destino. Mas, isto lhes informa sobre o além? Será que isso lhes dá informações sobre a Eternidade? Não.
Todos esses conhecimentos não fazem mais do que se reportar a esse mundo. Então existe, certamente, através do simbolismo, uma capacidade do espírito humano de religar as coisas e de crer que, porque foi dito que “como é em cima, é embaixo”, se vocês conhecem o que está embaixo, vocês conhecerão o que está em cima. Isto é totalmente falso. Há apenas, justamente, que abandonar toda pretensão de conhecimento, ou seja, justamente voltar a ser como uma criança (isto é, instalando-se no Aqui e Agora, nesses famosos instantes presentes que não dependem de nenhuma circunstância, de nenhum conhecimento e, sobretudo, de nenhuma anterioridade) que vocês encontrarão a Paz e a Liberdade.
Como lhes disseram minhas Irmãs Estrelas: a Morada da Paz Suprema não depende de nenhuma circunstância, de nenhum conhecimento. Não existe nenhum elemento favorecedor, a não ser tornar-se uma criança, permanecer “Tranquilo”, admitir que nós não somos Nada quando estamos neste Efêmero, e que, entretanto, nós somos eternos. Então, se esta Eternidade não está inscrita no Efêmero, onde ela está? Ela está no Amor, mas não no amor tal como nós gostaríamos. Ela não está em um amor ideal que nós buscamos, esteja ele no Cristo.
Porém, ela está verdadeiramente neste Abandono total do que faz justamente, a vida de nossa personalidade, de nossa encarnação. Mas, não se deve confundir uma renúncia com uma deserção. Renunciar à pessoa não é desertar da pessoa, não é se suicidar, ou recusar a vida. Mesmo se as circunstâncias de minha época me levaram a querer entrar, muito jovem, no Carmelo, era para me aproximar do Cristo. Não era para fugir de uma vida qualquer, mas sim para me aproximar do que eu poderia chamar, hoje, meu ideal. Atualmente vocês têm uma oportunidade inesperada: é que seus contatos e seus estados de consciência os levam a viver coisas diferentes e lhes dão, em alguma parte, uma maior certeza.
Mas, esta certeza não fará nada se vocês não aceitam tornarem a ser humildes, ou seja, renunciar, realmente e concretamente, a tudo o que vocês acreditam possuir. Porque, quando nós somos Efêmeros, nós não possuímos nada, ou ainda, nós o possuímos somente no tempo de nossa vida. Tudo o que possuímos desaparece com a nossa morte e isso vocês o sabem. Vocês não levam nada. Nós não levamos nada quando morremos. Nós levamos somente o que nós Somos e o que nós Somos não tem nada a ver com o Efêmero que nós vivemos, mesmo se nele estamos inscritos.
As circunstâncias deste mundo atual (vocês sabem, MARIA lhes disse) tocam uma espécie de fim. Mas, este fim é somente um Renascimento, este fim é somente a Promessa, a Promessa de Amor eterno, de reencontrar nossa natureza eterna. Então, se em vocês se manifestam medos; quem sente medo? É o Efêmero que sempre sentirá medo. O Eterno não pode ter medo, uma vez que ele encontrou a si mesmo. Na Humildade não pode existir o medo.
O medo não é senão a representação e a manifestação do apego a si mesmo, no seio da pessoa, do apego a nossas próprias ilusões Efêmeras. Então, nós construímos coisas que vão nos permitir evitar ser confrontados com nossos próprios medos. Mas, nossos próprios medos não são propriamente nossos. Eles não transcrevem mais que, justamente, a perda deste saber do que nós Somos, antes, e do que nós Somos, depois desta vida. Então, é claro, eu sei que existem meios de encontrar, atualmente, o que vocês chamam de vidas passadas e mesmo, eventualmente, de se projetar no futuro. Mas, conhecer tudo isso não lhes ajudará em nada. Quem quer que vocês tenham sido, o que quer que vocês esperem do futuro, a Eternidade não está inscrita no futuro desta Terra, tal como está atualmente.
É efetivamente sedutor acreditar que há uma continuidade em algum lugar. O Efêmero sempre acreditará nisso. Ele acreditará sempre que este Efêmero poderá prosseguir e continuar por si só. E, entretanto, nós sabemos todos que isso é absolutamente impossível, uma vez que nosso Efêmero é limitado pelo nascimento e morte. Ser libertado de todo peso e de todo medo é uma prova de grande Humildade e não de coragem.
A Humildade é simplesmente aceitar este Efêmero, em todos os seus componentes: os seres que nós amamos, eles desaparecerão um dia, ou nós desapareceremos, e logo, haverá sofrimento porque nós teremos desaparecido ou eles terão desaparecido. Este sofrimento só toca ao Efêmero. Ele não se inscreve, pois, na Eternidade. A Eternidade, vocês sabem, é uma Paz, uma Alegria, um Êxtase, onde não pode existir o mínimo medo.
O medo é apenas a secreção, como lhes diria um interveniente, uma química do cérebro de vocês (ndr: BIDI). O Coração não conhece o medo porque o Coração é eterno. Somente o Efêmero conhece o medo. E o Efêmero tem necessidade de se tranquilizar. Então, ele se empenha em se conhecer, ele se empenha em conhecer as leis deste mundo. Mas nenhuma lei deste mundo lhes dará acesso às leis da Verdadeira Vida, além deste mundo.
A Humildade, ao contrário, de cara os coloca nesse estado de satisfação total. Eu sei que alguns Anciões lhes falaram disso através do Tudo e do Nada. Eu digo a mesma coisa em outros termos, mas isso expressa a mesma Verdade. É preciso ser Nada para ser Tudo. E ser Nada não é a negação da vida. Ser Nada é verdadeiramente tomar consciência de tudo o que é Efêmero no mundo em que vocês estão. Que isso seja, ainda uma vez, mesmo um amor perfeito, ele acabará necessariamente – mais dia, menos dia – com a morte de um ou de outro. E, então, neste momento aparece a privação e o sofrimento.
O Coração nunca lhes fará conhecer a privação e o sofrimento porque o Coração basta-se a si mesmo. É onde se encontra a Eternidade. E o que circunda o Coração, eu diria, é a Humildade e a Simplicidade. Quer dizer, a capacidade, de todo modo, em ver-se pelo que se é, nesse corpo Efêmero: ou seja, qualquer coisa que é passageira. Enquanto que o Amor não passa jamais. Esta aceitação não é simplesmente um ato de fé ou um ato de crença. É bem o que permite, realmente, a Liberação.
É bem, realmente, o que permite, atualmente, o que vocês chamam, não somente o Pai ou a FONTE, mas sim este estado de Felicidade total. O simples fato de vivê-la uma vez basta para quebrar todas as paredes e todas as barreiras, todos os medos que foram colocados pela própria pessoa, pelo próprio Efêmero desse mundo.
Então, se vocês querem estar na Alegria, se vocês querem estar na Paz permanente, se vocês querem verdadeiramente Comungar conosco, instalem-se nesta Paz, instalem-se na Humildade, instalem-se no que muitas Irmãs e Irmãos orientais chamaram o Desapego, chamaram o fim da Ilusão, a Liberação. Ainda uma vez, não é uma prática que vai conduzi-los a isso. É simplesmente a convicção profunda que somente a Humildade, a Simplicidade, os conduzirão ao que vocês São realmente.
Aceitar isso (pelas circunstâncias particulares que vocês vivem) os fará encontrar, instantaneamente, o Duplo, os fará encontrar, instantaneamente, MARIA e MIGUEL (se isso já não aconteceu), e sobretudo, os instalará, de maneira definitiva, fora de todo o medo. Porque neste momento, vocês tocam a Eternidade, e o Efêmero não pode mais lutar, não pode mais resistir, esperando apropriar-se desta Eternidade.
Vocês São a Eternidade inserida no Efêmero e não o inverso. A Humildade os conduz a isso. É se desfazer de todos os conhecimentos supérfluos. É olhar apenas o essencial. E o essencial é o Amor. Mas, não o amor tal como vocês o concebem, tal como vocês o vivem, mesmo se é preciso vivê-lo com seus pais, com seus filhos, com seres que lhes são caros. Mas, bem mais, este Amor além de todo ideal, este Amor Vibral (como dizem alguns Anciões).
A Humildade é a maior das chaves porque esta chave permite-lhes, instantaneamente (e sobretudo nas circunstâncias particulares que vocês vivem) instalarem-se na sua Eternidade (o que quer que se torne este Efêmero), e de não mais ser afetado pelo que concerne ao Efêmero, ou seja, os medos, as dúvidas, as resistências. Como lhes diria um dos intervenientes (ndr: BIDI), é um ponto de vista, mas não é um ponto de vista da cabeça, é um ponto de vista daí onde vocês se colocam, que os dá a ver as coisas, e a viver as coisas, de maneira totalmente diferente: seja no medo, seja no Amor. Outras Irmãs Estrelas lhes disseram que definitivamente, tudo se resumia ao medo e ao Amor: é efetivamente verdade.
É medo ou Amor. E não pode ser os dois. Então quando o Amor está aí (não aquele em que vocês creem, aquele que vocês projetam), mas quando ele está aí, realmente, vocês o sabem em seu Coração, não como uma crença. Mesmo se eu não tivesse palavras para expressar todos os pressentimentos que hoje vocês têm mais oportunidades de expressar, o momento em que vivi isso, nunca mais a mínima dúvida pôde se apresentar a mim, malgrado o sofrimento, malgrado a doença, malgrado certas zombarias vividas. Isso não tinha mais nenhuma importância porque eu possuía o essencial, e para ter o essencial foi preciso deixar todo o supérfluo, foi preciso renunciar a todo esse supérfluo. Não para não vê-lo, mas para bem compreender o alcance do que quer dizer essa palavra: Efêmero, e essa palavra: Eternidade. Quando vocês compreendem o alcance destas duas palavras, vocês dão um grande passo em direção a sua própria Humildade.
Quando vocês aceitam que são mortais neste corpo, que nada do que existe, de vocês hoje, não poderá subsistir (a não ser o que vocês criaram em Espírito e em Verdade), então, isso os libera instantaneamente de todos os pesos. Isso não é fruto da imaginação ou uma consideração filosófica, mas é verdadeiramente a Verdade do que é para viver. E, nos tempos particulares nos quais vocês estão instalados, desde a Liberação da Terra, isto está aberto para cada um. Mas, para isso, vocês devem reconhecer a insuficiência do Efêmero. Para isso, vocês devem reconhecer o supérfluo de todos os conhecimentos que vocês poderiam ter, sobre vocês ou sobre o mundo.
Isso não quer dizer que eles vão desaparecer. O que vocês adquiriram, no Efêmero, permanece adquirido, mas é um outro ponto de vista. É aceitar que, o que quer que vocês conheçam, o que quer que vocês façam, quem quer que vocês tenham desposado ou parido, isso pertence ao Efêmero e que nada de eterno pode estar inscrito aí, além, efetivamente, do Amor. Porém, não o amor que vai se apropriar, mas o amor do CRISTO, este amor Vibral, este amor da Luz, este amor do Amor, que vai colocá-los em um contexto em que a Humildade, a Simplicidade vão tornar-se a única via possível para manterem-se aí.
E manterem-se aí é, efetivamente, deixar todo o resto. É ver, realmente, que tudo o que vocês acreditam possuir, e como isso foi dito também, de fato, os possui. E enquanto vocês não largam tudo, vocês não podem descobrir o que vocês São, em Eternidade, porque o que vocês mantêm de um lado, não pode ser mantido do outro lado. E assim é. É quando vocês compreendem isso (que tudo o que lhes escapa é, justamente, a Verdadeira Vida, quando vocês estão encarnados) que nesse momento você entram não mais em uma rejeição da vida, não em uma fuga, mas sim em uma aceitação deste Efêmero pelo que ele é. E aí, todas as pessoas desaparecem.
Vocês não têm a que se opor. Vocês não têm de lutar. Vocês não têm de compreender. Vocês não têm de dissertar. Vocês têm, simplesmente, de deixar agir a Graça. Ela age e ela agirá cada vez mais, ao fim e ao cabo, que vocês mudam esse famoso ponto de vista; que vocês se desidentifiquem, ao fim e ao cabo que vocês tiverem vivido, talvez, todos esses episódios de Comunhão, de Fusão, de Dissolução. Tudo o que lhes foi proposto, desde alguns anos, os aproximou deste momento de Humildade que corresponde à passagem da Porta Estreita: é o Caminho da Infância. Aliás, o CRISTO o dissera: “ninguém pode penetrar o Reino dos Céus se não voltar a ser como uma criança”.
Isso quer dizer, ter a instantaneidade da criança, a despreocupação da criança. Porque aquele que está instalado na Humildade não se preocupa com o amanhã, nem do que quer que seja concernente a esse mundo. E, entretanto, ele está no mundo, ele não renuncia ao mundo. Ele renuncia, simplesmente, em espírito, em possuir o que quer que seja em meio a este mundo. Se vocês compreendem isso, vocês o viverão instantaneamente, cada vez mais. O que explica também, o porquê ele disse que “os primeiros serão os últimos, os últimos serão os primeiros”.
Porque a Graça, tal como foi apresentada por MARIA, o Manto Azul da Graça também, têm esta virtude. É que a qualquer momento, no seio deste Efêmero, no seio deste corpo e desta vida que vocês levam, desde o instante em que vocês se voltaram, verdadeira e completamente, para a Humildade e a Simplicidade, e bem... a Porta Estreita é atravessada por si só, e o Coração que vocês chamam Ascensional se coloca por si só. Se vocês aceitam isso, vocês descobrirão, por si mesmos, a verdade do que eu lhes disse esta noite. Minhas palavras não serão mais longas, e ao contrário, eu lhes proponho, novamente, em toda Humildade, na Simplicidade, viver um momento de Fusão entre nós.
Permitam-me, novamente, de apresentar-me a cada um de vocês e de viver isso, sem nada esperar. Vocês não têm de fazer nada, nem mesmo solicitar minha Presença, visto que ela está aí desde o instante em que vocês se abrem a mim. Eu já estou aberta a vocês. E, nesta Simplicidade, nós vamos poder viver juntos este instante. Então eu lhes peço para fecharem os olhos, descruzar seus braços e pernas.
E, simplesmente, colocar agora seu pé esquerdo sobre seu pé direito, de maneira que os tornozelos fiquem cruzados. Isto lhes foi comunicado pelo Arcanjo Anael, no momento do nascimento da Onda da Vida, como um elemento facilitador. E, simplesmente, assim, sem nada desejar, sem nada esperar, deixar operar a Graça de nossa Fusão. Desde agora, eu rendo graças pela escuta de vocês. E nós vamos viver isso agora.
...Compartilhamento do Dom da Graça...
Estes mecanismos de Fusão estão diretamente em ressonância com a Humildade. Eles são chamados a se generalizar, em vocês, quando de nossos contatos, e de seus contatos entre vocês. Assim se instalam a Beatitude e a Certeza. Assim se instala a Eternidade.
Eu terminarei com essas palavras: ousem a Humildade e ousem a Simplicidade. Não é por nada que são dois dos Pilares maiores do Coração.
Irmãs e Irmãos em humanidade, encarnados, todo o Amor de meu Coração e do CRISTO os acompanhe, porque Ele É o que vocês São. Aceitem minha bênção.
Até breve.
...Compartilhamento do Dom da Graça...
Mensagem de THERESA DE LISIEUX no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1645
14 de outubro de 2012
(Publicado em 15 de outubro de 2012)
Tradução para o português: Dionéia Lages
http://minhamestria.blogspot.com/
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