E bem, BIDI está convosco. Eu saúdo-os e nós vamos trocar. Eu
escuto-os.
Pergunta: por que é que sinto sempre como agressão na sua expressão?
Porque existe, em ti, uma necessidade de compreender e, como já disse, o que exprimo não é para compreender. Eu proponho-te então adormeceres completamente: é a única maneira de que o que te resta da personalidade, não possa fazer-te reagir.
A Vibração da minha voz abre certas portas e, como muitos constataram, o que é essencial, no momento de escutar, não é uma compreensão. Eu recordo-te que tu não podes compreender o que tu És.
Assim o que se opõe àquilo que tu És, ao nível da tua personalidade, pode ser traduzido por uma raiva, uma rejeição, uma negação ou, como tu dizes, um riso nervoso. Passado este estado, a partir do instante em que há uma forma de aclimatação àquilo que exprimo, então, nesse momento, pode realizar-se o que se deve realizar, em ti.
Não te esqueças que o Amor, que chamam Vibral, não é dirigido aos sentimentos humanos e, ainda menos à pessoa mas ao que se mantém atrás da pessoa.
Será que o espectador que observa a cena do teatro vai a um ator para lhe perguntar como é que ele fala? A melhor forma de se dar conta da cena do teatro e do espectador, é portanto sair do teatro. Estes mecanismos desenrolam-se, exatamente, no interior de vocês.
Eu já tinha expressado que o adormecimento é a prova do que se desenrola. Qualificar o Amor (através duma voz, duma atitude, ou através duma sedução) é próprio das pessoas. Superar a pessoa, é não mais jogar este jogo. Enquanto tu estás sujeito ou submisso a uma qualquer reatividade, o que se exprimirá será sempre a pessoa.
É por isso que expressei que o fato de adormecer seria certamente a melhor forma de te aproximares do que tu És. Assim então, em vez de me fazeres a pergunta sobre a minha voz, pergunta-te o que em ti é habitual. O que dorme? O que está meio presente? Observa, realmente, o que emerge, nesse momento, e terás as tuas próprias respostas.
O que expressas traduz uma forma de apego moderada aos modos de expressão, às intenções, aos comportamentos, que traduzes através do filtro da tua pessoa, como amor ou como outra coisa. Mas o Amor Vibral não é isso. O Absoluto ainda menos.
Portanto, se você preconiza o sono, então por que fazer perguntas?
Há sempre ainda quem não durma. Pois se vocês dormissem, todos, a Ilusão não existiria mais. O que eu chamo sono, é o que vos permite, justamente, compreender que o que vocês São, não é nada do que vigia, não é nada do que se expressa, não é nada do que passa.
Quando vocês dormem (além dos sonhos ou dos pesadelos), vocês lembram-se que adormeceram, a não ser que olhem o relógio? O que se passou durante esse tempo? E bem, o mundo não existia mais, para vocês: nem marido, nem mulher, nem filhos, nem preocupações. E portanto, desapareceram? O que desapareceu foi o mundo. Não vocês.
O sono é uma forma, por exemplo, de te aproximares disso que tu És. Eu preciso, como já tive numerosas ocasiões de dizer, aqui, como em minha casa, quando recebia indivíduos: os momentos mais intensos eram aqueles onde não havia pergunta nem resposta. Como uma suspensão do tempo, no sono. E quando chegávamos, todos, a dormir, tudo era transformado.
Então, vocês podem qualificar isso: podem chamar-lhe a Graça, o Espírito Santo, a Unidade, o Absoluto, pouco importa. O que vocês observam, é que há, no desaparecimento da consciência, um mecanismo fundamental. Porque, quando a consciência volta, através dos silêncios, então vocês estão diferentes.
Da mesma forma que, quando dormem, isso põe fim, em geral, ao cansaço do corpo, à noite. E, portanto, vocês estavam ausentes desse corpo. Isto é para lhes mostrar e fazê-los viver que, a partir do momento em que vocês param de apostar na pessoa, no instante em que ela desaparece, então nada pode correr melhor. Recordem-se que o que faz mal será sempre a pessoa, ou a interação das pessoas.
O Amor não é uma interação, o Absoluto ainda menos. Eis porque falo do sono. Como eu já o disse também, e redigo hoje: o impacto da minha voz faz-se sobre um dos sacos sutis que chamam corpo causal. Ele liberta, de alguma forma, as ligações que vocês mantêm com a pessoa que acreditam ser.
Obviamente, a pessoa rebela-se: ela pode achar a minha voz desagradável, ela pode achar que não digo mais que inépcias. Toda a pessoa terá sempre razão face a mim. Porque me dirijo ao que existe atrás da pessoa ou à frente.
Pergunta: passar da personalidade ou do Si, ao Absoluto, é resultado dum contrato de alma ou isso é independente daquilo que nós somos nesta vida?
Mas o contrato de alma não concerne mais que a alma. A alma não pode ser Absoluto. A alma é efêmera, numa outra escala de tempo como a pessoa.
O Absoluto não é um fim a conquistar, nem uma passagem. Nós não podemos passar da pessoa ao Absoluto e, ainda menos do Si ao Absoluto. Somente no abandono à Luz e no abandono do Si, é que o Absoluto está.
O teu ponto de vista é falso. O Absoluto é a natureza, muito antes da encarnação, muito antes da falsificação, muito antes dos jogos da sombra e da Luz. Enquanto tu considerares que o Absoluto é uma passagem, uma continuidade, um contrato, ou qualquer coisa que dependa doutra coisa, tu enganas-te.
É sempre a pessoa (instalada, mesmo, no Si) que te faz acreditar que o Absoluto é uma meta, que há uma distância, que há qualquer coisa, longe, a adquirir. Tu não podes adquirir o que tu És. Só o ego te faz crer nisso. Como eu já disse, também, recua na tua memória, até a tua primeira infância. Tenta encontrar os primeiros momentos em que tu perdeste este Absoluto.
Mas o Absoluto sempre esteve aí. Foram vocês que criaram uma distância, como eu próprio criei uma distância através duma procura, uma ascese. É quando tu desapareces, no sono, que o Absoluto está aí. O contrato de alma só diz respeito à alma. Já viste uma alma? Dá-me a prova da alma. O Absoluto não precisa de prova e não é uma prova. É o que sempre está aí.
É o que eu chamei o centro em cada Centro, em cada ponto. Enquanto o teu ponto de vista é parcial, dependendo da tua história, duma suposta alma, dum suposto contrato, duma suposta outra pessoa, tu não podes ser o que tu És. Porque tu te colocas, tu mesmo, segundo as leis. O Absoluto não é concernido por nenhuma lei.
Pergunta: existe uma forma de tédio no Absoluto? Gostaria de compreender.
Não há nada a compreender. Justamente, enquanto tu tentares compreender, tu não podes ser o que tu És. Porque tu partes duma suposição ou duma interrogação ao te interrogares qual é o sentido de tudo isto. É um problema de perspectiva e de ponto de vista.
Enquanto tu permaneces na pessoa, enquanto tu permaneces no “eu” que acreditas ser, nenhum Absoluto pode ser. Portanto, é o que tu És. Eu falo de mudar de ponto de vista: esta é a frase que eu mais repeti desde que eu intervenho. Muda de ponto de vista e, depois, verás por ti mesmo.
Mas se tu permaneces na mesma posição para tentares captar o que tu És, não poderás jamais. Abandona-te, não reflitas mais, e verás por ti mesmo. Mas enquanto tu permaneceres aí onde estás (que isso seja no ego ou no Si), com uma necessidade de referência, de comparação, de compreensão, de definição, tu permaneces no efêmero. Tu queres fazer rolar a consciência, mesmo extremamente alargada, para compreender o que tu não podes compreender.
Mude de lugar, de perspectiva, de ponto de vista e isso aparecer-te-á claramente. É por isso que falo do sono. A manifestação depende da consciência. A expressão da manifestação depende DA FONTE.
O suporte de toda manifestação é Amor. Mas tu não podes ser a manifestação e tomar consciência do suporte que tu És. É um problema de ponto de vista e de perspectiva, e não uma equação a resolver, aí onde tu estás. Tu podes andar à volta, durante milhares de anos, no interrogatório, ler tudo o que quiseres sobre o Absoluto e não te aproximarás nunca enquanto refletires.
Só o abandono do Si, que alguns se aproximaram (através das expressões que vos foram comunicadas: Infinita Presença, Absoluta Presença, Última Presença. Pouco importa, elas são simplesmente estados da consciência que se manifestam antes do seu próprio desaparecimento), levando-os, portanto, ao Absoluto e à a-consciência.
Mas se tu permaneces sempre depois da tua consciência, tu não perceberás nada. O Absoluto contém a consciência e A FONTE. Mas o Absoluto revela-se no instante em que a consciência não existe mais. Obviamente, estando numa forma, quando isso é vivido, não há nenhuma dúvida possível.
Toda interrogação se torna ineficaz. Não há mais sentido a procurar, não há mais reação a manifestar, nem demissão em relação à tua própria vida, mas simplesmente ver as coisas a partir do Centro, tendo mudado o ponto de vista.
Nesse momento, tu não poderás jamais duvidar, um segundo, do que se passa. E o conjunto da consciência, o conjunto da vida (mesmo mantendo esta forma), não terá jamais a mesma coloração, nem o mesmo ponto de vista. É sempre o ego que procura, é sempre o Si que se olha a si mesmo mas não é o Absoluto.
Só a consciência pode achar um tédio, quando ela não o viveu. Mas desde que a consciência desapareça (e que tu constates que há qualquer coisa que não é da ordem consciente assombrando a consciência), então a consciência está diferente, não antes. Tudo isso pertence ao medo. O medo de desaparecer, o medo do fim. O medo de não tentar, de não acertar, de não compreender. Isso não concerne, definitivente à pessoa, ao ego, ao Si.
Pergunta: viver a implantação da Graça, permite estar no Absoluto?
A implantação total da Graça conduz vocês ao último estado possível. Mas o sacrifício da consciência, são vocês que realizam, ninguém mais. O Absoluto não é a implantação do que quer que seja.
O Absoluto não resulta de uma prática: ele resulta simplesmente de um abandono total do Si. É a condição sine qua non para que a Onda da Vida se enlace, percorrendo o conjunto dos sacos efêmeros. Naquele momento, tu és Absoluto, o que tu sempre fostes. Há numerosos exemplos.
Peguei aquele do teatro. Vocês podem pegar o da cebola, que eu já dei. Vocês podem pegar o exemplo da corda (que eu já dei), que é tomada por uma cobra. Tudo isso não são mais do que jogos de aparência, projeções fora do que tu És.
Enquanto isso existe, enquanto tu crês depender de um elemento, dito exterior ou Interior, tu percorres um caminho falso. É justamente quando todos os elementos, exteriores e Interiores, desaparecem, que tu és Absoluto. Existe um estado antes do Absoluto, onde a consciência perde os seus rumos.
Ela não sabe mais onde ela está, em qual corpo ela está. Ela adormece. Aí, tu és Absoluto. Tu És aí.
Mas desde o instante em que na tua cabeça tu pensas que isto ou aquilo vai estabelecer o Absoluto para ti, tu te enganas. E, além disso, eu esclareço que, no espaço onde alguns buscam uma pergunta, como vocês o observam, este tempo se estende.
Aproveitem estes espaços onde o tempo se estende, para sair do tempo. Assim, então, além das palavras e das minhas respostas, além de suas perguntas, os espaços de silêncio vão aproximá-los deste último estado. Mas não se aproveitem disso para dormir.
Pergunta: o Absoluto é quando se passa a Porta Estreita?
A Porta Estreita (que está em ressonância, para vocês, segundo os ensinamentos dos Anciãos), corresponde, como eles lhes disseram, à Crucificação e à Ressurreição: é a última etapa, é a Infinita Presença, é a Última Passagem. Depois, somente, abandonando o próprio resultado desta Ressurreição, então, tu És Absoluto.
Pergunta: vocês deram muitas chaves para cruzar a Porta Estreita, mas a fechadura parece bem complicada.
Então, esquece tudo isso. Considera que não há nem Porta, nem fechadura, nem chave. Eu acrescento que não há nada mais simples do que o Absoluto. Apenas a pessoa é complicada.
Pergunta: Apenas a experiência da Infinita Presença estabelecida, permite o Abandono do Si para o Absoluto?
Sim.
Pergunta: o Absoluto é o único estado onde se pode estar ao mesmo tempo Presente a si mesmo, e esquecer-se de si mesmo?
Mas o Absoluto não é um estado. Enquanto tu consideras que é um estado, que tu pensas alcançar, isso não pode ser. Eu bem qualifiquei o Absoluto de Estado, para além de todo estado. Ele não é portanto um Estado: é a tua Natureza. O que tu sempre foste, o que tu sempre serás, com consciência, sem consciência, com corpo, sem corpo.
Pergunta: mesmo que saibamos que não há uma meta, qual é a finalidade de um Absoluto sem corpo?
Quem faz a pergunta? O que é que, em ti, faz este tipo de pergunta? Tu apreendeste que o Absoluto não é uma meta, e tu queres, no entanto, atribuir-lhe um objetivo.
O que tem a tua consciência? Enquanto tu refletes assim, não te ocupas do Absoluto. O que coloca os pés: é a pessoa. Nenhuma pessoa é Absoluta.
Este não é um lugar onde se entra e de onde se sai. Não é um lugar. Não é um espaço. Não há mais do que tu que podes Vivê-lo.
Mas, enquanto tu colocas a tua pessoa antes (com necessidade de sentido), tu não podes Ser Absoluto. Acreditar que, porque tu vais entender alguma coisa, do Absoluto vai te permitir ir até ele, é uma ilusão, total.
Pergunta: quando, durante o dia, há momentos em que o tempo não existe mais, isso significa que o Absoluto se revela enfim?
O Si, ele próprio, não conhece o tempo. O desaparecimento do tempo não tem o que fazer com o Absoluto, mas isso tem a ver com a Infinita Presença (o que um dos Arcanjos chamou de HIC e NUNC).
Percebam que todos os pensamentos que vocês formulam, de uma maneira geral (eu não falo daqui), desde o instante em que vocês dizem, por exemplo: "Eu vou ficar sem dinheiro ou eu estou com medo de ficar sem dinheiro": vocês não estão mais aí, vocês não estão mais no instante presente.
No instante presente, é o dinheiro que lhes falta? Apreendam bem os mecanismos do pensamento, e da consciência: eles estão sempre fora do tempo presente, exceto a Infinita Presença.
Tu podes detectar o Último Estado, quando tu cais no sono, e quando o teu ego vai dizer: "Eu estou meio presente." Lembra-te de que quando tu percebes o que tu És, a questão do Absoluto não pode surgir: esta é uma evidência.
E é, de fato, tão evidente, que tu não podes compreender a dificuldade do outro. Mas lembra-te: o Absoluto vem pela refutação do efêmero, pela pesquisa, que tem como objetivo mostrar o absurdo da pessoa. Enquanto tu estimas que a tua pessoa deva ser a sede (matriz) da tua consciência e do Amor, tu te enganas.
Pergunta: Eu me vi, ao mesmo tempo, ator de teatro, observador, teatro e no exterior do teatro, sentindo um grande rasgo de Amor e de dor. O que foi?
Trata-se da deslocalização da consciência, o fim da separação, a Unidade da consciência, mas não o Absoluto. Ser Absoluto é o momento em que, tudo isso desaparece de fato.
O Absoluto não é uma experiência. A experiência mística situa-se no Si. Qualquer que seja a beleza da experiência, qualquer que seja a beleza da consciência que a vive: isso não é Absoluto. A armadilha (e muitos a têm realizado, esta armadilha) é de acreditar, porque vocês veem a Luz, ou porque a sua consciência não está mais fechada neste corpo, que vocês chegaram lá.
Não somente vocês não chegaram lá, mas para o Absoluto, a partir desse ponto de vista, vocês se afastaram dele.
É a consciência que buscará sempre a experiência. Mas reflitam por dois segundos: essas experiências são suficientes para viver de forma diferente? Se uma dessas experiências fosse suficiente, nunca mais haveria experiência.
Percebam que o que é exprimido (por vocês, como por mim) é uma distância, falsa, com o Absoluto. A experiência refere-se à consciência, como à manifestação. A experiência não Liberta. Ela vos faz realizar um objetivo: o Si.
Mas lembrem-se de que, em definitivo, vocês São, todos, Absoluto. Quer vocês estejam seguros disto, quer vocês o vivam (ou não), não muda estritamente nada para o caso. O que sempre mudará, é a qualidade de suas experiências, e a qualidade da consciência.
Mas nenhuma qualidade de consciência ou de experiência é Absoluto. Quer tu Fusiones com um inseto, quer tu Fusiones com um sol, com um Irmão, uma Irmã: é uma experiência.
É a consciência que está em movimento. Só aquele que É Absoluto apreendeu perfeitamente o que está em jogo na consciência, como na a-consciência. Mas aquele que permaneceu na consciência pode sequer, fazer uma mínima ideia, do que ele É.
Pergunta: É verdade que a repetição de experiências de Fusão leva ao Absoluto?
Isso os leva à Infinita Presença. Resta viver o Sacrifício Último. Mas a consciência, em si mesma (quer ela esteja separada ou no Si), tem somente um medo: é o da sua própria cessação. A cessação da consciência neste mundo como em todo o mundo, é só você que pode realizar: isto é um Si a Si.
As Fusões, a Graça, a Onda da Vida, enquanto elas não são transcendidas, elas também, enquanto a Onda da Vida não tiver subido, não há Absoluto, porque a consciência permanece.
É, precisamente, o momento em que vocês não têm mais nada, o momento em que vem o desespero e a angústia, que tu És Absoluto, mas não antes: é preciso que a consciência tenha esgotado todos os cartuchos. E, além disso, eu te lembro que os Anciãos como as Estrelas, lhes trouxeram seus testemunhos de visão, de vida.
Eles lhes deram a ver, a tocar com o dedo, as condições da Infinita Presença, e eu diria, uma espécie de condição preliminar, ao Absoluto. Algumas Estrelas evocaram a vocês o que foi nomeado: de tensão para o Abandono. Mas a tensão para o Abandono, não é o Abandono.
Este é o momento em que a consciência considera que não há outro caminho que o de sacrificar-se a si mesma. É por isso que o Absoluto que tu És é uma maturidade, e não uma maturação.
Este é o momento em que sobrevém o medo de desaparecer, de que é preciso ousar desaparecer. Mas a tua consciência não pode desaparecer dela mesma, nem pela vontade, ou por qualquer experiência que seja.
O despertar da Kundalini, a recepção da Shakti não é nada. Apenas o Sharam Amrita confere a Libertação. Mas tu não podes obter o Sharam Amrita. Ele aparece assim que tu desapareces. As condições requeridas, se é que podemos defini-las assim, foram-lhes dadas de múltiplas formas.
O testemunho formal (manifestado assim) do Absoluto que vocês São, é Shantinilaya. A testemunha dela é Sharam Amrita. Mas isso não é vocês.
Pergunta: por que nos sugerir sair do tempo por ocasião dos espaços de silêncio?
Sair do tempo requer, já, tomar consciência do tempo, e dos tempos. Para completar o que eu disse antes, se tu te colocas Aqui e Agora, fazer-se a pergunta sobre uma falta, sobre uma dor, fazer-se a menor pergunta, faz desaparecer o Aqui e Agora, mas não tu.
A consciência do momento presente instala o Si, mas há ainda um tempo, que é o tempo presente: disso também, tu deves desaparecer. Não pela ação de consciência ou da vontade, mas pelo desaparecimento.
Isso é o que precede, muito exatamente, o instante em que tu adormeces, ou o instante em que tu te acordas. Esta é a Infinita Presença. Sair do tempo é identificar o tempo e os tempos, ver as engrenagens que te fazem sair do instante presente, instalar-te no instante presente, e desaparecer.
Eu terminarei, portanto, pelo que eu chamaria de conselhos. Localizem o momento que vocês vivem, onde vocês flutuam, quando vocês começam a se perder. Esqueçam este corpo. Esqueçam esta consciência.
Esqueçam as percepções. Esqueçam o tempo. E de um cascudo (de repente), emitam o pensamento, não para se restituir, não para se deslocar, mas pensem simplesmente no que os seus pés tocam, sem defini-lo. Porque o que é chamado o Éter da Terra, está aí.
Não busquem definir ou perceber o que quer que seja, façam simplesmente isso. Façamos isso juntos, sem perguntas. Até nossas próximas trocas e entrevistas, eu poderei voltar a isso.
Façamos isso. Primeiro o Silêncio. Isto não é uma meditação. Isto não é uma observação.
Pois bem, agora, BIDI vos saúda. E eu vos digo até uma próxima entrevista.
Até logo.
Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1657
19 de outubro de 2012
(Publicado em 20 de outubro de 2012)
Tradução para o português: Margarida Antunes e Josiane Oliveira - http://fontedeunidade.blogspot.com.br
http://minhamestria.blogspot.com/
Pergunta: por que é que sinto sempre como agressão na sua expressão?
Porque existe, em ti, uma necessidade de compreender e, como já disse, o que exprimo não é para compreender. Eu proponho-te então adormeceres completamente: é a única maneira de que o que te resta da personalidade, não possa fazer-te reagir.
A Vibração da minha voz abre certas portas e, como muitos constataram, o que é essencial, no momento de escutar, não é uma compreensão. Eu recordo-te que tu não podes compreender o que tu És.
Assim o que se opõe àquilo que tu És, ao nível da tua personalidade, pode ser traduzido por uma raiva, uma rejeição, uma negação ou, como tu dizes, um riso nervoso. Passado este estado, a partir do instante em que há uma forma de aclimatação àquilo que exprimo, então, nesse momento, pode realizar-se o que se deve realizar, em ti.
Não te esqueças que o Amor, que chamam Vibral, não é dirigido aos sentimentos humanos e, ainda menos à pessoa mas ao que se mantém atrás da pessoa.
Será que o espectador que observa a cena do teatro vai a um ator para lhe perguntar como é que ele fala? A melhor forma de se dar conta da cena do teatro e do espectador, é portanto sair do teatro. Estes mecanismos desenrolam-se, exatamente, no interior de vocês.
Eu já tinha expressado que o adormecimento é a prova do que se desenrola. Qualificar o Amor (através duma voz, duma atitude, ou através duma sedução) é próprio das pessoas. Superar a pessoa, é não mais jogar este jogo. Enquanto tu estás sujeito ou submisso a uma qualquer reatividade, o que se exprimirá será sempre a pessoa.
É por isso que expressei que o fato de adormecer seria certamente a melhor forma de te aproximares do que tu És. Assim então, em vez de me fazeres a pergunta sobre a minha voz, pergunta-te o que em ti é habitual. O que dorme? O que está meio presente? Observa, realmente, o que emerge, nesse momento, e terás as tuas próprias respostas.
O que expressas traduz uma forma de apego moderada aos modos de expressão, às intenções, aos comportamentos, que traduzes através do filtro da tua pessoa, como amor ou como outra coisa. Mas o Amor Vibral não é isso. O Absoluto ainda menos.
Portanto, se você preconiza o sono, então por que fazer perguntas?
Há sempre ainda quem não durma. Pois se vocês dormissem, todos, a Ilusão não existiria mais. O que eu chamo sono, é o que vos permite, justamente, compreender que o que vocês São, não é nada do que vigia, não é nada do que se expressa, não é nada do que passa.
Quando vocês dormem (além dos sonhos ou dos pesadelos), vocês lembram-se que adormeceram, a não ser que olhem o relógio? O que se passou durante esse tempo? E bem, o mundo não existia mais, para vocês: nem marido, nem mulher, nem filhos, nem preocupações. E portanto, desapareceram? O que desapareceu foi o mundo. Não vocês.
O sono é uma forma, por exemplo, de te aproximares disso que tu És. Eu preciso, como já tive numerosas ocasiões de dizer, aqui, como em minha casa, quando recebia indivíduos: os momentos mais intensos eram aqueles onde não havia pergunta nem resposta. Como uma suspensão do tempo, no sono. E quando chegávamos, todos, a dormir, tudo era transformado.
Então, vocês podem qualificar isso: podem chamar-lhe a Graça, o Espírito Santo, a Unidade, o Absoluto, pouco importa. O que vocês observam, é que há, no desaparecimento da consciência, um mecanismo fundamental. Porque, quando a consciência volta, através dos silêncios, então vocês estão diferentes.
Da mesma forma que, quando dormem, isso põe fim, em geral, ao cansaço do corpo, à noite. E, portanto, vocês estavam ausentes desse corpo. Isto é para lhes mostrar e fazê-los viver que, a partir do momento em que vocês param de apostar na pessoa, no instante em que ela desaparece, então nada pode correr melhor. Recordem-se que o que faz mal será sempre a pessoa, ou a interação das pessoas.
O Amor não é uma interação, o Absoluto ainda menos. Eis porque falo do sono. Como eu já o disse também, e redigo hoje: o impacto da minha voz faz-se sobre um dos sacos sutis que chamam corpo causal. Ele liberta, de alguma forma, as ligações que vocês mantêm com a pessoa que acreditam ser.
Obviamente, a pessoa rebela-se: ela pode achar a minha voz desagradável, ela pode achar que não digo mais que inépcias. Toda a pessoa terá sempre razão face a mim. Porque me dirijo ao que existe atrás da pessoa ou à frente.
Pergunta: passar da personalidade ou do Si, ao Absoluto, é resultado dum contrato de alma ou isso é independente daquilo que nós somos nesta vida?
Mas o contrato de alma não concerne mais que a alma. A alma não pode ser Absoluto. A alma é efêmera, numa outra escala de tempo como a pessoa.
O Absoluto não é um fim a conquistar, nem uma passagem. Nós não podemos passar da pessoa ao Absoluto e, ainda menos do Si ao Absoluto. Somente no abandono à Luz e no abandono do Si, é que o Absoluto está.
O teu ponto de vista é falso. O Absoluto é a natureza, muito antes da encarnação, muito antes da falsificação, muito antes dos jogos da sombra e da Luz. Enquanto tu considerares que o Absoluto é uma passagem, uma continuidade, um contrato, ou qualquer coisa que dependa doutra coisa, tu enganas-te.
É sempre a pessoa (instalada, mesmo, no Si) que te faz acreditar que o Absoluto é uma meta, que há uma distância, que há qualquer coisa, longe, a adquirir. Tu não podes adquirir o que tu És. Só o ego te faz crer nisso. Como eu já disse, também, recua na tua memória, até a tua primeira infância. Tenta encontrar os primeiros momentos em que tu perdeste este Absoluto.
Mas o Absoluto sempre esteve aí. Foram vocês que criaram uma distância, como eu próprio criei uma distância através duma procura, uma ascese. É quando tu desapareces, no sono, que o Absoluto está aí. O contrato de alma só diz respeito à alma. Já viste uma alma? Dá-me a prova da alma. O Absoluto não precisa de prova e não é uma prova. É o que sempre está aí.
É o que eu chamei o centro em cada Centro, em cada ponto. Enquanto o teu ponto de vista é parcial, dependendo da tua história, duma suposta alma, dum suposto contrato, duma suposta outra pessoa, tu não podes ser o que tu És. Porque tu te colocas, tu mesmo, segundo as leis. O Absoluto não é concernido por nenhuma lei.
Pergunta: existe uma forma de tédio no Absoluto? Gostaria de compreender.
Não há nada a compreender. Justamente, enquanto tu tentares compreender, tu não podes ser o que tu És. Porque tu partes duma suposição ou duma interrogação ao te interrogares qual é o sentido de tudo isto. É um problema de perspectiva e de ponto de vista.
Enquanto tu permaneces na pessoa, enquanto tu permaneces no “eu” que acreditas ser, nenhum Absoluto pode ser. Portanto, é o que tu És. Eu falo de mudar de ponto de vista: esta é a frase que eu mais repeti desde que eu intervenho. Muda de ponto de vista e, depois, verás por ti mesmo.
Mas se tu permaneces na mesma posição para tentares captar o que tu És, não poderás jamais. Abandona-te, não reflitas mais, e verás por ti mesmo. Mas enquanto tu permaneceres aí onde estás (que isso seja no ego ou no Si), com uma necessidade de referência, de comparação, de compreensão, de definição, tu permaneces no efêmero. Tu queres fazer rolar a consciência, mesmo extremamente alargada, para compreender o que tu não podes compreender.
Mude de lugar, de perspectiva, de ponto de vista e isso aparecer-te-á claramente. É por isso que falo do sono. A manifestação depende da consciência. A expressão da manifestação depende DA FONTE.
O suporte de toda manifestação é Amor. Mas tu não podes ser a manifestação e tomar consciência do suporte que tu És. É um problema de ponto de vista e de perspectiva, e não uma equação a resolver, aí onde tu estás. Tu podes andar à volta, durante milhares de anos, no interrogatório, ler tudo o que quiseres sobre o Absoluto e não te aproximarás nunca enquanto refletires.
Só o abandono do Si, que alguns se aproximaram (através das expressões que vos foram comunicadas: Infinita Presença, Absoluta Presença, Última Presença. Pouco importa, elas são simplesmente estados da consciência que se manifestam antes do seu próprio desaparecimento), levando-os, portanto, ao Absoluto e à a-consciência.
Mas se tu permaneces sempre depois da tua consciência, tu não perceberás nada. O Absoluto contém a consciência e A FONTE. Mas o Absoluto revela-se no instante em que a consciência não existe mais. Obviamente, estando numa forma, quando isso é vivido, não há nenhuma dúvida possível.
Toda interrogação se torna ineficaz. Não há mais sentido a procurar, não há mais reação a manifestar, nem demissão em relação à tua própria vida, mas simplesmente ver as coisas a partir do Centro, tendo mudado o ponto de vista.
Nesse momento, tu não poderás jamais duvidar, um segundo, do que se passa. E o conjunto da consciência, o conjunto da vida (mesmo mantendo esta forma), não terá jamais a mesma coloração, nem o mesmo ponto de vista. É sempre o ego que procura, é sempre o Si que se olha a si mesmo mas não é o Absoluto.
Só a consciência pode achar um tédio, quando ela não o viveu. Mas desde que a consciência desapareça (e que tu constates que há qualquer coisa que não é da ordem consciente assombrando a consciência), então a consciência está diferente, não antes. Tudo isso pertence ao medo. O medo de desaparecer, o medo do fim. O medo de não tentar, de não acertar, de não compreender. Isso não concerne, definitivente à pessoa, ao ego, ao Si.
Pergunta: viver a implantação da Graça, permite estar no Absoluto?
A implantação total da Graça conduz vocês ao último estado possível. Mas o sacrifício da consciência, são vocês que realizam, ninguém mais. O Absoluto não é a implantação do que quer que seja.
O Absoluto não resulta de uma prática: ele resulta simplesmente de um abandono total do Si. É a condição sine qua non para que a Onda da Vida se enlace, percorrendo o conjunto dos sacos efêmeros. Naquele momento, tu és Absoluto, o que tu sempre fostes. Há numerosos exemplos.
Peguei aquele do teatro. Vocês podem pegar o da cebola, que eu já dei. Vocês podem pegar o exemplo da corda (que eu já dei), que é tomada por uma cobra. Tudo isso não são mais do que jogos de aparência, projeções fora do que tu És.
Enquanto isso existe, enquanto tu crês depender de um elemento, dito exterior ou Interior, tu percorres um caminho falso. É justamente quando todos os elementos, exteriores e Interiores, desaparecem, que tu és Absoluto. Existe um estado antes do Absoluto, onde a consciência perde os seus rumos.
Ela não sabe mais onde ela está, em qual corpo ela está. Ela adormece. Aí, tu és Absoluto. Tu És aí.
Mas desde o instante em que na tua cabeça tu pensas que isto ou aquilo vai estabelecer o Absoluto para ti, tu te enganas. E, além disso, eu esclareço que, no espaço onde alguns buscam uma pergunta, como vocês o observam, este tempo se estende.
Aproveitem estes espaços onde o tempo se estende, para sair do tempo. Assim, então, além das palavras e das minhas respostas, além de suas perguntas, os espaços de silêncio vão aproximá-los deste último estado. Mas não se aproveitem disso para dormir.
Pergunta: o Absoluto é quando se passa a Porta Estreita?
A Porta Estreita (que está em ressonância, para vocês, segundo os ensinamentos dos Anciãos), corresponde, como eles lhes disseram, à Crucificação e à Ressurreição: é a última etapa, é a Infinita Presença, é a Última Passagem. Depois, somente, abandonando o próprio resultado desta Ressurreição, então, tu És Absoluto.
Pergunta: vocês deram muitas chaves para cruzar a Porta Estreita, mas a fechadura parece bem complicada.
Então, esquece tudo isso. Considera que não há nem Porta, nem fechadura, nem chave. Eu acrescento que não há nada mais simples do que o Absoluto. Apenas a pessoa é complicada.
Pergunta: Apenas a experiência da Infinita Presença estabelecida, permite o Abandono do Si para o Absoluto?
Sim.
Pergunta: o Absoluto é o único estado onde se pode estar ao mesmo tempo Presente a si mesmo, e esquecer-se de si mesmo?
Mas o Absoluto não é um estado. Enquanto tu consideras que é um estado, que tu pensas alcançar, isso não pode ser. Eu bem qualifiquei o Absoluto de Estado, para além de todo estado. Ele não é portanto um Estado: é a tua Natureza. O que tu sempre foste, o que tu sempre serás, com consciência, sem consciência, com corpo, sem corpo.
Pergunta: mesmo que saibamos que não há uma meta, qual é a finalidade de um Absoluto sem corpo?
Quem faz a pergunta? O que é que, em ti, faz este tipo de pergunta? Tu apreendeste que o Absoluto não é uma meta, e tu queres, no entanto, atribuir-lhe um objetivo.
O que tem a tua consciência? Enquanto tu refletes assim, não te ocupas do Absoluto. O que coloca os pés: é a pessoa. Nenhuma pessoa é Absoluta.
Este não é um lugar onde se entra e de onde se sai. Não é um lugar. Não é um espaço. Não há mais do que tu que podes Vivê-lo.
Mas, enquanto tu colocas a tua pessoa antes (com necessidade de sentido), tu não podes Ser Absoluto. Acreditar que, porque tu vais entender alguma coisa, do Absoluto vai te permitir ir até ele, é uma ilusão, total.
Pergunta: quando, durante o dia, há momentos em que o tempo não existe mais, isso significa que o Absoluto se revela enfim?
O Si, ele próprio, não conhece o tempo. O desaparecimento do tempo não tem o que fazer com o Absoluto, mas isso tem a ver com a Infinita Presença (o que um dos Arcanjos chamou de HIC e NUNC).
Percebam que todos os pensamentos que vocês formulam, de uma maneira geral (eu não falo daqui), desde o instante em que vocês dizem, por exemplo: "Eu vou ficar sem dinheiro ou eu estou com medo de ficar sem dinheiro": vocês não estão mais aí, vocês não estão mais no instante presente.
No instante presente, é o dinheiro que lhes falta? Apreendam bem os mecanismos do pensamento, e da consciência: eles estão sempre fora do tempo presente, exceto a Infinita Presença.
Tu podes detectar o Último Estado, quando tu cais no sono, e quando o teu ego vai dizer: "Eu estou meio presente." Lembra-te de que quando tu percebes o que tu És, a questão do Absoluto não pode surgir: esta é uma evidência.
E é, de fato, tão evidente, que tu não podes compreender a dificuldade do outro. Mas lembra-te: o Absoluto vem pela refutação do efêmero, pela pesquisa, que tem como objetivo mostrar o absurdo da pessoa. Enquanto tu estimas que a tua pessoa deva ser a sede (matriz) da tua consciência e do Amor, tu te enganas.
Pergunta: Eu me vi, ao mesmo tempo, ator de teatro, observador, teatro e no exterior do teatro, sentindo um grande rasgo de Amor e de dor. O que foi?
Trata-se da deslocalização da consciência, o fim da separação, a Unidade da consciência, mas não o Absoluto. Ser Absoluto é o momento em que, tudo isso desaparece de fato.
O Absoluto não é uma experiência. A experiência mística situa-se no Si. Qualquer que seja a beleza da experiência, qualquer que seja a beleza da consciência que a vive: isso não é Absoluto. A armadilha (e muitos a têm realizado, esta armadilha) é de acreditar, porque vocês veem a Luz, ou porque a sua consciência não está mais fechada neste corpo, que vocês chegaram lá.
Não somente vocês não chegaram lá, mas para o Absoluto, a partir desse ponto de vista, vocês se afastaram dele.
É a consciência que buscará sempre a experiência. Mas reflitam por dois segundos: essas experiências são suficientes para viver de forma diferente? Se uma dessas experiências fosse suficiente, nunca mais haveria experiência.
Percebam que o que é exprimido (por vocês, como por mim) é uma distância, falsa, com o Absoluto. A experiência refere-se à consciência, como à manifestação. A experiência não Liberta. Ela vos faz realizar um objetivo: o Si.
Mas lembrem-se de que, em definitivo, vocês São, todos, Absoluto. Quer vocês estejam seguros disto, quer vocês o vivam (ou não), não muda estritamente nada para o caso. O que sempre mudará, é a qualidade de suas experiências, e a qualidade da consciência.
Mas nenhuma qualidade de consciência ou de experiência é Absoluto. Quer tu Fusiones com um inseto, quer tu Fusiones com um sol, com um Irmão, uma Irmã: é uma experiência.
É a consciência que está em movimento. Só aquele que É Absoluto apreendeu perfeitamente o que está em jogo na consciência, como na a-consciência. Mas aquele que permaneceu na consciência pode sequer, fazer uma mínima ideia, do que ele É.
Pergunta: É verdade que a repetição de experiências de Fusão leva ao Absoluto?
Isso os leva à Infinita Presença. Resta viver o Sacrifício Último. Mas a consciência, em si mesma (quer ela esteja separada ou no Si), tem somente um medo: é o da sua própria cessação. A cessação da consciência neste mundo como em todo o mundo, é só você que pode realizar: isto é um Si a Si.
As Fusões, a Graça, a Onda da Vida, enquanto elas não são transcendidas, elas também, enquanto a Onda da Vida não tiver subido, não há Absoluto, porque a consciência permanece.
É, precisamente, o momento em que vocês não têm mais nada, o momento em que vem o desespero e a angústia, que tu És Absoluto, mas não antes: é preciso que a consciência tenha esgotado todos os cartuchos. E, além disso, eu te lembro que os Anciãos como as Estrelas, lhes trouxeram seus testemunhos de visão, de vida.
Eles lhes deram a ver, a tocar com o dedo, as condições da Infinita Presença, e eu diria, uma espécie de condição preliminar, ao Absoluto. Algumas Estrelas evocaram a vocês o que foi nomeado: de tensão para o Abandono. Mas a tensão para o Abandono, não é o Abandono.
Este é o momento em que a consciência considera que não há outro caminho que o de sacrificar-se a si mesma. É por isso que o Absoluto que tu És é uma maturidade, e não uma maturação.
Este é o momento em que sobrevém o medo de desaparecer, de que é preciso ousar desaparecer. Mas a tua consciência não pode desaparecer dela mesma, nem pela vontade, ou por qualquer experiência que seja.
O despertar da Kundalini, a recepção da Shakti não é nada. Apenas o Sharam Amrita confere a Libertação. Mas tu não podes obter o Sharam Amrita. Ele aparece assim que tu desapareces. As condições requeridas, se é que podemos defini-las assim, foram-lhes dadas de múltiplas formas.
O testemunho formal (manifestado assim) do Absoluto que vocês São, é Shantinilaya. A testemunha dela é Sharam Amrita. Mas isso não é vocês.
Pergunta: por que nos sugerir sair do tempo por ocasião dos espaços de silêncio?
Sair do tempo requer, já, tomar consciência do tempo, e dos tempos. Para completar o que eu disse antes, se tu te colocas Aqui e Agora, fazer-se a pergunta sobre uma falta, sobre uma dor, fazer-se a menor pergunta, faz desaparecer o Aqui e Agora, mas não tu.
A consciência do momento presente instala o Si, mas há ainda um tempo, que é o tempo presente: disso também, tu deves desaparecer. Não pela ação de consciência ou da vontade, mas pelo desaparecimento.
Isso é o que precede, muito exatamente, o instante em que tu adormeces, ou o instante em que tu te acordas. Esta é a Infinita Presença. Sair do tempo é identificar o tempo e os tempos, ver as engrenagens que te fazem sair do instante presente, instalar-te no instante presente, e desaparecer.
Eu terminarei, portanto, pelo que eu chamaria de conselhos. Localizem o momento que vocês vivem, onde vocês flutuam, quando vocês começam a se perder. Esqueçam este corpo. Esqueçam esta consciência.
Esqueçam as percepções. Esqueçam o tempo. E de um cascudo (de repente), emitam o pensamento, não para se restituir, não para se deslocar, mas pensem simplesmente no que os seus pés tocam, sem defini-lo. Porque o que é chamado o Éter da Terra, está aí.
Não busquem definir ou perceber o que quer que seja, façam simplesmente isso. Façamos isso juntos, sem perguntas. Até nossas próximas trocas e entrevistas, eu poderei voltar a isso.
Façamos isso. Primeiro o Silêncio. Isto não é uma meditação. Isto não é uma observação.
Pois bem, agora, BIDI vos saúda. E eu vos digo até uma próxima entrevista.
Até logo.
Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1657
19 de outubro de 2012
(Publicado em 20 de outubro de 2012)
Tradução para o português: Margarida Antunes e Josiane Oliveira - http://fontedeunidade.blogspot.com.br
http://minhamestria.blogspot.com/
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